Organizações e ativistas do Estado do Acre e do Brasil denunciam o governo da Califórnia (Estados Unidos) bem como o governo do Estado do Acre (Brasil) e Chiapas (México) em acordos para a aquisição de créditos REDD+. Segundo a carta "se este processo de consulta no Acre for deixado apenas nas mãos do governo do estado, dificilmente se pode esperar a realização, de fato, de uma ampla consulta que permita às populações afetadas darem ou não seu consentimento livre, prévio e informado à proposta".
Eis o documento na íntegra:
Na propaganda do governo do Acre, desde que ele
começou a atuar na linha de REDD+, “serviços ambientais” e “economia verde”,
aparece fortemente um novo conceito: a ideia da “floresta em pé” como o
“caminho das pedras” para obter dinheiro da “preservação” e “redução” de
emissões, com a possibilidade de continuar explorando a floresta, resultando em
ainda mais dinheiro e lucro. O conceito do próprio REDD+ também ajuda: não se
trata de parar com o desmatamento, mas apenas reduzi-lo. E de fato, o desmatamento no Acre não parou
quando o governo estadual, chamado de “Governo da Floresta”, começou a governar
em 1999: ele aumentou de 5.300 km2 entre 1988-1998 para 7.301km2 na década
seguinte.
Ao:
- governador de estado da
Califórnia, Sr. Jerry Brown
- grupo de trabalho sobre
REDD ´offsets´ da Califórnia
Cc.: Sra. Mary Nichols (presidente do
Conselho de Recursos do Ar da Califórnia), Sra. Ashley Conrad-Saydah
(Secretário Assistente para Politica do Clima da Agência de Proteção Ambiental
da Califórnia), Sr. ArsenioMataka (Sub-secretário para assuntos de justiça
ambiental e questões indígenas da Agencia de Proteção Ambiental da Califórnia),
Sra. La Ronda Bowen (Ombudsman da Agencia de Proteção Ambiental da California)
Nós, organizações e ativistas do Acre e do Brasil, denunciamos a proposta do governo do estado da Califórnia nos EUA
de querer “reduzir” suas emissões de CO2 com a “aquisição” de créditos REDD+
dos estados do Acre e Chiapas. Isto em vez de fazer essa “redução” na própria
Califórnia. Somos contrários a esta proposta e denunciamos o processo de
“consulta” em curso sobre este tema na Califórnia porque ele carece de
legitimidade pela falta de participação efetiva das populações do Acre e de
Chiapas que dependem das florestas para manter seu modo de vida e que serão
diretamente afetadas pela proposta REDD+ da Califórnia. Além disso, o REDD+ não
será capaz de reduzir as emissões de carbono no mundo e muito menos a
destruição da floresta; aprofunda injustiças sociais e ambientais existentes;
criminaliza práticas tradicionais das populações/povos/comunidades da floresta
e tem um caráter profundamente neocolonial.
Está em curso um processo naCalifórnia
para avaliar as formas como o governo desse estado deve incluir créditos REDD+
em seu sistema de mercado de carbono. Segundo esse governo, a inclusão de
créditos REDD+ estaria contribuindo com seus esforços de reduzir, na
Califórnia, as emissões de CO2. Recentemente, um grupo de trabalho na
Califórnia tem feito recomendações sobre o assunto e abriu um prazo para enviar
comentários por escrito, além de organizar três oficinas na Califórnia, até o
dia 30 de abril de 2013. Depois desta
data, o grupo de trabalho afirma queencaminhará seu parecer ao governo da
Califórnia, dando por encerrada a “consulta”.
O grupo de trabalho formado na
Califórnia afirma ainda que hoje o Acre seria o estado mais preparado – mais
que o de Chiapas - para fornecer os créditos REDD+ que a Califórnia quer ter, e
por cima numa forma considerada “pioneira”,
pela qual o estado inteiro desenvolveria uma série de atividades que reduziriam
as emissões de carbono, o que seria mais significativo e eficiente que projetos
individuais de REDD+.
O mesmo grupo de trabalho também
afirma que o Acre hoje é a “jurisdição
REDD+ mais avançada” do mundo. Mas o que há de “avançado” na proposta da Califórnia de não querer resolver, no seu
território, um grave problema, da poluição local e da emissão de gases de
efeito estufa, que é da responsabilidade dela? O que há de “avançado” em querer resolver esse
problema a partir de ações que afetarão negativamente a vida de populações no
Brasil e no México?
Califórnia quer aprovar a inclusão de créditos REDD+ no seu sistema de
redução de emissões sem ouvir aquelaspartes que serão afetadas pelas atividades
REDD+.
O Governo da Califórnia, ao não
abrir agora um amplo processo de consulta - no interior das comunidades que
dependem das florestas e serão afetadas pela proposta REDD+ - sobre a
“aquisição” dos créditos REDD+ no Acre e também em Chiapas, acaba violando o
principio amplamente aceito a nível internacional do Consentimento Livre, Prévio e Informado. Este princípio dá a
comunidades locais, indígenas e outras tradicionais o direito de opinar sobre
quaisquer propostas que implicam em mudanças no seu modo de vida e/ou
intervenções em seus territórios. As comunidades têm o direito de serem
informadas e opinar sobre todos os aspectos da proposta, de forma livre e sem
pressão, e, o que é muito importante, essas comunidades têm o direito de
aceitar ou rejeitar essas propostas, e essas decisões precisam ser
respeitadas. O governo da Califórnia, ao
disponibilizar apenas informação pela internet – inacessível a muitos no Acre - e apenas em inglês – fala-se português no Brasil, além de
diversas línguas indígenas - e ao não organizar nenhum tipo de consulta
local especifica no Acre, viola gravemente este principio.
O fato de propostas relacionadas
ao REDD+ estarem sendo implementadas sem o consentimento da população afetada é
algo sistemático. O mesmo ocorreu no processo de
aprovação da lei 2.308/10 que criou o Sistema de Incentivos a Serviços
Ambientais (SISA). Apesar do governo do Acre afirmar que a lei do SISA“resulta de ampla discussão com a sociedade
acreana”, essa “sociedade acreana”
se restringiu na prática a um grupo seleto de atores do governo, consultores
próximos ao governo do estado,além de grandes ONGs em sua maioria internacionais.
Comunidades no interior do Acre que dependem das florestas não puderam conhecer
a lei e muito menos discutir a mesma, até porque a primeira versão foi feita em
inglês com um conteúdo extremamente técnico. Atualmente o Ministério Público
Federal investiga a constitucionalidade desta lei, o que põe em cheque a
suposição do governo da Califórnia de
que o estado do Acre estaria de fato preparado para oferecimento de créditos de
carbono florestal ao mercado de compensações sem a existência de riscos de governança
e legitimidade.
REDD+ não será capaz de reduzir as emissões de carbono no mundo, nem a
destruição da floresta.
REDD+ se baseia em suposições
pelas quais “especialistas” interessados em promover o REDD+ comparam duas
situações hipotéticas: por um lado, o que se espera que ocorra com a
floresta em função dasatividades de
REDD+ e, por outro lado, aquilo que teria ocorrido sem o REDD+, mas que ninguém
nunca vai poder comprovar. Abre-se, com isso, uma margem de incertezas tão
grande que faz com que o REDD+ tenha se tornado uma proposta altamente passível
de fraudes e corrupção, como já há casos sendo investigados internacionalmente.
Mas, também por isso, o REDD+ se tornou uma proposta considerada atraente por
aqueles que querem lucrar com a floresta.
Na propaganda do governo do Acre,
desde que ele começou a atuar na linha de REDD+, “serviços ambientais” e
“economia verde”, aparece fortemente um novo conceito: a ideia da “floresta em
pé” como o “caminho das pedras” para obter dinheiro da “preservação” e “redução”
de emissões, com a possibilidade de continuar explorando a floresta, resultando
em ainda mais dinheiro e lucro. O conceito do próprio REDD+ também ajuda: não
se trata de parar com o desmatamento, mas apenas reduzi-lo. E de fato, o desmatamento no Acre não parou
quando o governo estadual, chamado de “Governo da Floresta”, começou a governar
em 1999: ele aumentou de 5.300 km2 entre 1988-1998 para 7.301km2 na década
seguinte. A atividade madeireira, uma
das mais destrutivas para a floresta, continua prioritária, sendo a mais
lucrativa entre todos os tipos de “manejo florestal”. É exatamente a “floresta em pé” que viabiliza
a chamada atividade madeireira “sustentável”: na última década, a exploração
madeireira no Acre aumentou de 300 mil m3/ano para um milhão m3/ano em 2010,
cerca de 75% em áreas com “planos de manejo florestal sustentável”, em parte
certificada pelo FSC. O resultado, obviamente, é um aumento significativo na
degradação e, portanto, também da destruição florestal.
A destruição ambiental causada
pela extração de madeira ficou explícita em 2011 nas denúncias feitas por
populações extrativistas e organizações sociais sobre as atividades da empresa
Laminados Triunfo. As famílias que tentam resistir na área de atuação da
Triunfo denunciaram a degradação dos corpos hídricos (igarapés) na região, o
afastamento da caça, a destruição da floresta e de estradas em função da
contínua retirada de madeira pela ´Laminados Triunfo´, uma empresa portadora do
selo verde do FSC para parte de suas áreas de “manejo sustentável”. Com a
atuação da Triunfo, a área para as famílias seringueiras fazerem suas
atividades diárias ficou reduzida a cerca de 10% daquela que seria necessária
para elas manterem seu próprio sistema de manejo, que não se baseia na extração
da madeira, mas que fica cada vez mais difícil de ser mantido.
Enquanto isso, o rebanho bovino –
outra causa notória e histórica de destruição da floresta na Amazônia –
aumentou de 800 mil cabeças em 1998 para 3 milhões em 2010, representando um
outro dado preocupante.
REDD+ aprofunda injustiças sociais e ambientais
Apesar de todos os documentos no
Acre que defendem o REDD+ falarem da importância das populações que dependem
das florestas, o REDD+ e, de forma mais geral, a “economia verde”, baseada na comercialização
de “serviços ambientais” e na exploração “sustentável” dos recursos florestais,
é uma proposta com uma visão reduzida da floresta, buscando beneficiar
interesses empresarias e um pequeno grupo ligado ao governo, enquanto
aprofundará injustiças ambientais e sociais já existentes. Por exemplo, pode-se
dizer que essa proposta criou mais obstáculos aos processos de demarcação das
terras indígenas no estado, que se encontram paralisados, com exceção do
processo dos Apolima-Arara – e, mesmo assim, essa terra encontra-se invadida
por não-índios. Há pelo menos 18 terras indígenas a serem demarcadas, mas não
há avanços devido à influência de fazendeiros e madeireiras. Além disso, a situação na área de saúde e educação
dos indígenas e também das populações extrativistas continua alarmante. O
descaso das autoridades levou, dentre outras coisas, à morte de 22 crianças
indígenas com menos de cinco anos de idade em 2011, nas aldeias dos povos Madjá
(Kulina) e Hunikui (Kaxinawa), da terra indígena Alto Purus, município de Santa
Rosa do Purus. Descaso também verificado na área da educação. Escolas indígenas
localizadas nas cabeceiras dos rios e igarapés, não raras vezes, se encontram
em estado deplorável, sem falar da qualidade do ensino. Das cerca de 120 escolas
indígenas, apenas 10 estão em boas condições.
Os projetos que envolvem o pagamento
por serviços ambientais liquidam a relativa soberania de “populações extrativistas”
sobre seus territórios. Contratos têm sido assinados de, no mínimo, 30 anos, o
que significa que não podem mais mexer na sua área durante esse tempo, não
podem tirar madeira para seu próprio uso, não podem mais caçar e pescar. Trata-se
de um confinamento da população no seu próprio território e de criminalização
das praticas tradicionais de manejo e de relação das comunidades com a floresta
que as tem preservado ate agora. Com uma série de restrições, as populações
extrativistas estão sendo, de certa forma, “punidas” pelo fato ”de virem
conservando a floresta” de uma forma que incluía fazer pequenas roças de
subsistência, utilizando o fogo controlado. Como compensação paga-se um valor
muito pequeno, que mais desestimula a população extrativista a continuar na
floresta do que resulta em uma valorização do seu modo de vida. Os primeiros
projetos REDD+ no estado seguem nessa mesma linha, levando às mesmas
proibições, com o recebimento de pequenas “compensações”.
Curiosae contraditoriamente, cada
vez mais, as populações que dependem das florestas estão sendo levadas a
participar de projetos de manejo para extração de madeira, sob a promessa de
que ela será feita de forma “sustentável” e “certificada”. Trata-se de uma
atividade que não está entre as demandas tradicionais dessas populações na sua
luta árdua por seus direitos para melhorar sua qualidade de vida; mas há fortes
interesses empresariais por trás desses projetos, que atuam com o aval do
governo do estado.
Ao mesmo tempo, identifica-se o
aumento na concentração da terra no estado do Acre nos últimos anos, um
problema estrutural que precisa ser resolvido se o Brasil quer mesmo ter
justiça social no campo e na floresta. Em 2003, 444 proprietários controlavam
2,8 milhões de ha de terras no Acre; em 2010, 583 proprietários ocuparam 6,2
milhões de hectares de terras, o equivalente a 78,9% do total das terras
cadastradas nesse ano, uma intensificação brutal da concentração fundiária.
Contribuiu para esse processo a legalização de terras ocupadas ilegalmente por
grandes proprietários na Amazônia, através do Programa “Terra Legal” do governo
federal.
REDD+ é uma proposta neocolonial
REDD+ é uma ideia que não nasceu
em nenhuma aldeia indígena ou comunidade extrativista na floresta do Acre;
nasceu em esferas internacionais, juntando, entre outros, (1) interesses
preservacionistas de grandes ONGs ambientalistas do Norte, (2) interesses de
governos nacionais e subnacionais do Norte para encontrar alternativas mais
baratas para supostamente “compensar” suas emissões não reduzidas e excessivas
de poluentes e gases de estufa, (3) interesses de governos nacionais e
subnacionais do Sul em captar recursos para “cuidar” das florestas em seus
países, (4) interesses de empresas que podem ser beneficiadas portítulos de
“compensação” negociáveis no mercado, inclusive com sua especulação em mercados
secundários (de derivativos), o que permitiria continuar a destruição da
floresta para extrair madeira, minério, petróleo, plantar monoculturas, etc., e
aumentar seus negócios, (5) interesses de consultores e outros atores ligados
ao capital financeiro que pretendem fazer da floresta, ainda pouco “explorada”,
um novo mercado para esse tipo de capital, comercializando “serviços
ambientais” – como o carbono e outros.
Desta forma, o REDD+ tem se
desenvolvido numa proposta que está sendo defendida, e muitas vezes imposta,
por esse conjunto de interesses, muitos do Norte, em países e áreas com
florestas tropicais do Sul como, por exemplo, no Acre. A proposta é instituída
de cima para baixo sobre comunidades que dependem das florestas, apresentada
por seus defensores como a “única” forma hoje possívelde se salvar as
florestas, sem se preocupar com a necessidade de explicitar todas as questões
em torno deste mecanismo nem com a linguagem complexa das diversas leis,
regulamentações, políticas, etc. É pouco comentado o fato de que o REDD+ é cada
vez mais questionado internacionalmente, sendo que ainda não existe um acordo
internacional sobre o tema, por uma série de fatores: por exemplo, as
justificadas dúvidas em torno da sua eficácia como forma de mitigar a crise
climática (uma vez que mais de 80% das emissões antrópicas de GEE relaciona-se
a queima de combustíveis fosseis e sua responsabilidade não pode ser transferida
do Norte para o Sul, ou para os povos da floresta), assim como as violações e
problemas já observados nas comunidades que dependem das florestase estão
envolvidas nos diversos projetos pilotos REDD pelo mundo afora.
Uma das coisas que mais chama
atenção negativamente na ideia do REDD+ é seu caráter neocolonial: mais uma
vez, os antigos colonizadores da Europa e de outros países industrializados do
Norte, como os EUA, estão querendo investir em uma atividade que representa
basicamente o “roubo” de mais uma “matéria prima” nos territórios dos povos do
Sul: as “reservas de carbono” presentes em florestas. Ou seja, estes mecanismos
buscam transferir o direito, não sobre a terra, mas sobre o “carbono”, e assim
sobre o projeto futuro de uso e manejo dessa terra, ainda que pertença ao
Estado, aos povos indígenas ou as comunidades tradicionais, para as mãos das
corporações que o adquirem por suposta compensação de sua poluição e para os
bancos que os negociam nos novos mercados especulativos criados pela onda da
economia verde. Isso para, de forma barata, poder manter um padrão de vida que
não é permitido, nem é viável, para a maioria da população mundial. No caso da Califórnia, entre as 10 maiores
economias do planeta, aceitar o REDD+ no seu esquema de redução de emissões
poluentes, significa, simplesmente, que em vez de reduzir drasticamente a
poluição das suas atividades econômicas, com os graves problemas ambientais,
climáticos e de saúde publica resultantes para o povo e a natureza da
Califórnia e do mundo, esse estado busca mudar o modo de vida das populações
que dependem das florestas no Acre e México, que não são responsáveis pelo
problema, para que um determinado “estoque de carbono” se mantenha
preservado.
Conclusão
Por tudo isso, denunciamos a
ilegitimidade deste processo e recomendamos ao governo da Califórnia que anule
o mesmo, caso não faça, a curto prazo,
uma ampla consulta aos afetadosnos
territórios de onde pretende obter os créditos REDD. Alertamos de antemão
que, se este processo de consulta no Acre for deixado apenas nas mãos do governo do estado, dificilmente se pode esperar a
realização, de fato, de uma ampla consulta que permita às populações afetadas darem
ou não seu consentimento livre, prévio e informado à proposta.
Mas, devido às incertezas e às
injustiças em torno do mecanismo REDD+, a melhor opção para o estado da
Califórnia seria mesmo desenvolver um abrangente projeto de redução de emissões
no seu próprio estado. Isso não apenas seria um sinal ao governo do estado do
Acre de que não há perspectivas para que ele e um pequeno grupo próximo atraiam
volumosos recursos, sujeitos a fraudes e corrupção, em nome da “preservação da
floresta”, mas também beneficiaria, antes de tudo, as populações no Acre, que
não seriam usadas para resolver os problemas de poluição de um estado e país
que elas não conhecem, pelos quais não têm nenhuma responsabilidade. Essas populações
têm exigido nos últimos anos, em diversas instâncias, que a Constituição do
país seja cumprida e os direitos fundamentais nas áreas de saúde, educação e
regularização de territórios sejam garantidos. A politica da “economia verde”
no Acre tem trazido mais problemas para os povos que dependem das florestas e,
para piorar, causam divisões nessas populações em função do processo forte de
cooptação de lideranças pelo governo do estado.
Através desta carta-denúncia
aberta, não queremos deixar de nos solidarizar com as populações vizinhas das
indústrias poluidoras da Califórnia. Elas também precisam ser ouvidas,
especialmente sobre o que elas pensam a respeito da poluição que afeta a sua
saúde e a dos seus filhos. O que elas propõem para melhorar o bem-estar das
suas comunidades? Será que o REDD+ é o caminho, sendo que representa na
realidade mais poluição para elas e, com isso, mais injustiças ambientais e
sociais? Esperamos que haja um amplo processo de consulta a essas populações,
até porque a crise climática faz com que precisemos de muita sabedoria, que só
virá de um processo de construção de alternativas que envolva a todas e todos,
sobretudo aqueles que hoje mais sofrem com a grave poluição continuada nos
países do Norte, com matriz energética baseada em combustíveis fósseis.
Certamente, não podemos ser guiados pelo oportunismo e irresponsabilidade de
poucos para lidar com o futuro das populaçõese do planeta, no Norte e no Sul.
Subscrevem:
Organizações:
MIU – Movimento
Indígena Unificado do Acre e Sul do Amazonas - Acre
Aliança RECOs – Redes de
Cooperação Comunitária Sem Fronteiras
FEPHAC – Federação
do Povo Huni Kui do Acre
Centro de
Concentração Indígena Yuna Baka Nai Bai
CIMI – Conselho
Indigenista Missionário
Movimento Mulheres pela PAZ!
Fórum
Mudanças Climáticas e Justiça Social
Coordenação da
Licenciatura em Educação do Campo/UFPA/Campus Marabá
Centro de Estudos e Pesquisas para o
Desenvolvimento do Extremo Sul/BA – CEPEDES
Associação dos Geógrafos Brasileiros - GT Meio Ambiente AGB
Amigos da Terra Brasil
Movimento de Mulheres
Camponesas- MMC-Brasil
Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC
CEPASP - Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e
Popular
Movimento Debate e Ação.
CIMI – Regional Amazônia Ocidental (Acre e Sul do Amazonas)
ENCONTTRA
- Coletivo de Estudos sobre Conflitos pelo Território e pela Terra
CEPASP - Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria
Sindical e Popular. Pará-Brasil
Conselho de Missão
entre Índios – COMIN Assessoria Acre e Sul do Amazonas
Grupo de Estudo
sobre Fronteira e Identidade - Universidade Federal do Acre -UFAC
Movimento Debate e Ação - Pará-Brasil
Núcleo de Pesquisa
Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental -Universidade Federal
do Acre - UFAC.
Programa de
Extensão em Direitos Humanos na Fronteira Tri nacional do Brasil,
Bolívia e Peru - Universidade Federal do Acre – UFAC
Terræ, Organização
da Sociedade Civil
ITEREI- refúgio
particular de animais nativos -membro oficial da sociedade
planetária
Centro de
Referência do Movimento da Cidadania pelas Águas Florestas e Montanhas - Iguassu Iterei
Individuos:
Aristides Arthur
Soffiati Netto-Pesquisador da Universidade Federal Fluminense e ativista
ecologista.
Dercy Teles de Carvalho
Cunha - STTR de Xapuri/AC
João da Silva e Mª da
Graças S. da Silva STTR de Capixaba/AC
Profª Econ. Amyra El
Khalili
Sebastião Ferreira da
Silva - STTR de Epitaciolandia/AC
Elder Andrade de
Paula - Prof. Universidade Federal do Acre – UFAC - Acre
Maria de Jesus Morais
- Profª . Universidade Federal do Acre – UFAC - Acre
Marcus Vinicius Gonzales Franco - Acre
Michael Franz Schmidlehner - Amazonlink - Acre
Amilton Pelegrino de Mattos - Universidade Federal do Acre -UFAC-PNSC - Acre -
Mariana Pantoja - Universidade Federal do Acre -UFAC-PNSC- Acre
Angelica do Carmo - Escola Construindo o Jardim - Acre
Valquiria Garrote - Universidade Federal do Acre -UFAC - Acre
Andre Pitera - Acre
Enaiê Mairê Apel - Estudante Universidade Federal do Acre -UFAC - Acre
Vitor Cerqueira Gois - Acre
Isaias Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU
Francisco Luiz Silva – Organização dos Povos Indígenas do rio Juruá - OPIRJ - Acre
Aldemir Mateus Kaxinawa - Associacao de Culturas Indigenas do Humaita - ACIH - Acre
Cleber Pinheiro Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU
Valdecir Sergio da Silva Kaxinawa - Acre
Acelino Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU - Acre
Jose Luiz Henrique Marceno Kaxinawa - Movimento dos Artistas Huni Kui
- MAHKU - Acre
Antonio Teixeira de Costa - Comunidade Cinco Voltas - Reserva
Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Jose do Nascimento Freitas - Comunidade Cinco Voltas - Reserva
Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Jucelino Rodrigues - Reserva Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Marcus Vinicius Gonzales Franco - Acre
Michael Franz Schmidlehner - Amazonlink - Acre
Amilton Pelegrino de Mattos - Universidade Federal do Acre -UFAC-PNSC - Acre -
Mariana Pantoja - Universidade Federal do Acre -UFAC-PNSC- Acre
Angelica do Carmo - Escola Construindo o Jardim - Acre
Valquiria Garrote - Universidade Federal do Acre -UFAC - Acre
Andre Pitera - Acre
Enaiê Mairê Apel - Estudante Universidade Federal do Acre -UFAC - Acre
Vitor Cerqueira Gois - Acre
Isaias Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU
Francisco Luiz Silva – Organização dos Povos Indígenas do rio Juruá - OPIRJ - Acre
Aldemir Mateus Kaxinawa - Associacao de Culturas Indigenas do Humaita - ACIH - Acre
Cleber Pinheiro Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU
Valdecir Sergio da Silva Kaxinawa - Acre
Acelino Sales - Movimento dos Artistas Huni Kui - MAHKU - Acre
Jose Luiz Henrique Marceno Kaxinawa - Movimento dos Artistas Huni Kui
- MAHKU - Acre
Antonio Teixeira de Costa - Comunidade Cinco Voltas - Reserva
Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Jose do Nascimento Freitas - Comunidade Cinco Voltas - Reserva
Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Jucelino Rodrigues - Reserva Extrativista RESEX Alto Jurua Acre
Bruno Emílio Fadel
Daschieri – Antropólogo Consultor - Acre
José Carméli Huni Kui –
Ninawa Huni Kui – Federação do Povo Indígena Huni Kui Acre
Lucila da Costa Moreira
Nawa – Liderança feminina do povo Nawa- Acre
Francisco Siqueira –
Cacique do povo Apolima-Arara – Acre
Raimundo Nonato de
Carvalho – Presidente do CEFIN – Centro de concentração Huni Kui
Zezinho Martins – Cacique
Huni Kui – Feijó Acre
Antônio Carlos Keã –
Professora Huni Kui – Envira – Acre
Edino Odete Jaminawa –
Liderança do povo Jaminawa – Sena
Madureira – Acre
João Kampa – Cacique do
povo Ashaninka – Feijó – Acre
Nilson Emílio da Silva –
Liderança do povo Manchineri – Assis Brasil – Acre
Raimundo Kampa – Cacique
do Povo Ashaninka – Feijó – Acre
Airton Silva de Oliveira –
Professor Ashaninka – Alto Envira – Acre
Rubens Barbosa – Liderança
Huni kui – Feijó – Acre
Pedro Barbosa – Cacique do
povo Huni Kui – Aldeia Pupunha – Acre
João Domingos Kaxinawa –
Liderança Huni Kui - Santa Rosa do Purus
– Acre
Almir Kulina Nagib –
Cacique do povo Madjá – Alto Envira – Acre
João Diniz Nawa – Cacique
do povo Nawa – Mâncio Lima – Acre
Peres Kulina – Cacique do
povo Madjá – Feijó – Acre
Dimas Oscar Jaminawa –
Cacique Jaminawa – Sena Madureira – Acre
Marina Maria Jaminawa –
Cacique e líder feminina do povo Jaminawa – Sena Madureira – Acre
Francisco Saldanha
Jaminawa – Cacique Jaminawa da Aldeia São Paolino - Acre