quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Carta Pública ao Papa Francisco


PAPA FRANCISCO, ESTAMOS COM O SENHOR!

As pastorais e movimentos sociais e as entidades membros do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social querem manifestar seu total apoio às práticas e às palavras com que o Senhor tem exercido a missão do episcopado de Roma e do papado na Igreja Católica. 

Temos acompanhado com alegria as ações que manifestam claramente que os empobrecidos são as pessoas a quem manifesta especial atenção amorosa, com destaque para os que sofrem e morrem pela fome e para os que migram de seus territórios por causa das injustiças econômicas e das mudanças climáticas. Isso nos anima porque confirma nossa opção evangélica de estar com os diferentes tipos de empobrecidos e excluídos, e com eles ir abrindo caminhos de enfrentamento das causas da situação em que vivem. Somos testemunhas de como é importante para eles e elas esta presença evangélica e de como nós renovamos nosso seguimento a Jesus de Nazaré através de seus exemplos de solidariedade e de esperança.

Sua Exortação Evangelii Gaudium é, para nós, fonte de inspiração, em particular pela insistência de que precisamos viver nossa missão com alegria, mesmo no meio de dificuldades e incompreensões. Obrigado, Papa Francisco, por suas palavras de ânimo e de estímulo para continuarmos ir ao encontro dos que mais sofrem, sabendo que é isso que Deus quer e ama.

Queremos deixar claro que não concordamos com críticas de setores da sociedade civil e da própria Igreja. Entendemos que os setores que reagiram à sua afirmação de que a humanidade não pode seguir pelos caminhos de um sistema econômico que provoca concentração de riqueza em poucas mãos e pobreza e fome para mais de um bilhão de pessoas, junto com o esgotamento dos recursos naturais e agravamento do desequilíbrio climático. É, de fato, um sistema que mata. Junto com o Senhor, estamos decididos a continuar questionando o sistema de livre mercado capitalista, apoiando as iniciativas populares dos povos indígenas, das comunidades tradicionais e dos setores sociais explorados e excluídos que vão construindo outro modo de viver, outro modo de produzir, outro modo de relacionar com a Terra, sempre assentado sobre a solidariedade, a cooperação, o cuidado da natureza, a justiça socioambiental e a participação democrática nas decisões que dizem respeito à vida de todas as pessoas e da Terra.

Em relação a setores da Igreja que temem a sua corajosa iniciativa de renovação e de reforma da instituição, queremos deixar claro que, para nós, a Igreja deve estar sempre aberta a novas formas de organização para, com isso, ter melhores condições de compreender os sinais dos tempos e de testemunhar Jesus de Nazaré em cada realidade e em cada tempo. Para muitas pessoas, a forma imperial predominante na estrutura eclesial é um escândalo, especialmente quando comparada à vida de Jesus. Por isso, quanto mais simples e livre para caminhar com os pobres e anunciar a todos a presença libertadora de Deus, mais evangélica e evangelizadora será nossa Igreja. Estamos, então, ao seu lado na busca participativa de tudo que deve ser mudado em nossa Igreja, e convidamos aos que têm dúvida ou são contra em princípio que se deixem iluminar pelo exemplo de Jesus de Nazaré na busca da melhor maneira de sermos seus discípulos e discípulas.

Conte com nosso apoio e com nossas orações para que realize da forma que o Espírito deseja a sua missão de Bispo de Roma e de Papa da Igreja Católica no mundo.

Brasília, DF, Brasil, Natal de Jesus e nós.

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