tag:blogger.com,1999:blog-75426838845404935112024-03-27T22:13:25.573-05:00PadilhaFilosofia, Política, Sociologia, Indigenismolindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.comBlogger1516125tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-63381848774713499332024-03-27T22:12:00.000-05:002024-03-27T22:12:53.924-05:00APOLIMA-ARARA: por respeito à memória!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW2xswSNWlYTTabChyphenhyphenUIgamsi7FVYE_NS2tFsAd6yEzUG0Khlm6jTvjvwvupA5hjVLBPXeBFi290GlefpVZtEcdZ6SdRzu7ke3f08mREKWvXc098PsNaoKmrlliwsoUbxN91kjNPN7Z1p3uWjcATTFrikillI2Mo-Y2wJWmjoe-4ZF7yE4VAAz32zx6Zs/s960/Charles%20Apolima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="540" height="442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW2xswSNWlYTTabChyphenhyphenUIgamsi7FVYE_NS2tFsAd6yEzUG0Khlm6jTvjvwvupA5hjVLBPXeBFi290GlefpVZtEcdZ6SdRzu7ke3f08mREKWvXc098PsNaoKmrlliwsoUbxN91kjNPN7Z1p3uWjcATTFrikillI2Mo-Y2wJWmjoe-4ZF7yE4VAAz32zx6Zs/w389-h442/Charles%20Apolima.jpg" width="389" /></a></div>
<p align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Imagem publicada no grupo “Apolima-Arara” por Charles </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Domingo, dia 24 de março de 2024</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Causou-me
espanto e, devo confessar, muita tristeza ao ver esta foto publicada por um
jovem indígena do povo Apolima-Arara (<b>Charles</b>) se vangloriando da
presença do pré-candidato à prefeito do município de Marechal Thaumaturgo,
cidade localizada no Alto Rio Juruá, Estado do Acre, o <b>Sr. Itamar de Sá</b>,
como se fosse um semideus. Anunciado nas palavras do próprio indígena. A foto
fora tirada durante uma reunião ocorrida na Aldeia novo destino e
disponibilizada em um grupo de WhatsApp do qual eu também fazia parte até
então. (Fui excluído sumariamente por um dos administradores do grupo,
justamente o jovem indígena “Charles Apolima”).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">A imagem
editada para promover o candidato Itamar de Sá, não lembra em nada e até
contrasta com estas duas:<o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirjQatkcDnoVU_9FnGbClRkkdpUtnQxiF0f680ZhP7Cuudeefrre3P8S1nQwbzjTzVtEIeEe5FIPLg13EuOmJBe8FGgnoEJ-tAwpzkmkhexHVsXinSJJXos-HdYdwCXhnVI_2sJFWM6iYCKcCbtDrJuXl-cwsbIq-bJWZnmU_4ZbCEA8LvDaQPIPDXqxQ/s435/Apolima%20Primeira%20foto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="305" data-original-width="435" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirjQatkcDnoVU_9FnGbClRkkdpUtnQxiF0f680ZhP7Cuudeefrre3P8S1nQwbzjTzVtEIeEe5FIPLg13EuOmJBe8FGgnoEJ-tAwpzkmkhexHVsXinSJJXos-HdYdwCXhnVI_2sJFWM6iYCKcCbtDrJuXl-cwsbIq-bJWZnmU_4ZbCEA8LvDaQPIPDXqxQ/w413-h274/Apolima%20Primeira%20foto.jpg" width="413" /></a></div>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Seu Thaumaturgo no primeiro contato. Foto: Lindomar Padilha<o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglSGvQvlB3yW1FZP4JOxlrKOPvc_wbcVgHXWqlcpRMSgK89RQeGnnRtJmDEiS-KnTE4YMol0fKVffVCRcDHXNcQmMJczHZUKS4luj3vXerIQQqOgao2x5PW4QJJE_C-xdnsVB7QyPd_Ukrgn1Ttyv67MBxexXh550CnSLoMvjZrRNSSJYzzW21aELP83w/s690/Primeira%20foto%20no%20cimi%201999.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="490" data-original-width="690" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglSGvQvlB3yW1FZP4JOxlrKOPvc_wbcVgHXWqlcpRMSgK89RQeGnnRtJmDEiS-KnTE4YMol0fKVffVCRcDHXNcQmMJczHZUKS4luj3vXerIQQqOgao2x5PW4QJJE_C-xdnsVB7QyPd_Ukrgn1Ttyv67MBxexXh550CnSLoMvjZrRNSSJYzzW21aELP83w/w405-h267/Primeira%20foto%20no%20cimi%201999.png" width="405" /></a></div>
<p align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Primeira imagem dos Apolima
Reivindicando no </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; line-height: 115%; text-indent: 35.45pt;">Cimi em CZS. Foto: Lindomar Padilha</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-indent: 35.45pt;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Alguns
desavisados e desconhecedores da luta daquele povo, poderão me perguntar: qual
o problema de se receber um pré-candidato na aldeia? Respondo que nenhum, não
fosse esse pré-candidato um dos principais atores contra o povo ao longo de
todo o processo de demarcação e homologação da terra indígena. A isso se somam
ainda dois outros fatores: um primeiro é que o jovem indígena não participou da
luta e, portanto, não tem noção do que esse pré-candidato fez contra o povo e
contra seus apoiadores, incluindo a mim. Outro fator importante a ser observado
é que não se trata de simplesmente ouvir o candidato, mas fazer propaganda
acintosa em favor de alguém que provocou e mesmo agravou inúmeros conflitos
envolvendo as lideranças indígenas e não indígenas, colocando até em risco a
vida de muitas pessoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">É tanto que em
uma carta enviada à presidência da Funai em 2001, as lideranças indígenas
Apolima-Arara relataram uma reunião ocorrida na Câmara de Vereadores de Marechal
Thaumaturgo, onde o então prefeito <b>Itamar de Sá, </b>o mesmo que agora se
diz “amiguinho”, fez uma de suas inúmeras falas contra o povo Apolima-Arara.
Vejamos parte dessa carta e o que disse sobre ela o antropólogo Walter
Coutinho:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Entrementes, a solicitação das familias Arara que haviam se
retirado dos limites da área Kampa para a demarcação de uma nova terra indígena
no médio curso do rio Amônia começou a ser fortemente rechaçada pelos
representantes locais das instituições que se veriam atingidas, <b><span style="color: red;">as quais <a name="_Hlk162461020">tiveram um apoio decidido
por parte da Prefeitura Municipal de Marechal Thaumaturgo</a></span></b><span style="mso-bookmark: _Hlk162461020;"></span>. Em uma carta remetida à Presidência
da FUNAI, os Arara se reportaram a uma reunião ocorrida na Câmara Muncipal de
Marechal Thaumaturgo no dia 11.05.2001 em que, <b>sucessivamente,
posicionavam-se contrariamente ao seu pedido o Prefeito Municipal, que duvidou
de sua existência enquanto grupo diferenciado</b> <b><span style="color: red;">("Assim
falou o prefeito Itamar de Sá, de onde veio mais esses Apolimas que ninguém
nunca viu falar"</span></b>); o representante do INCRA, que sugeriu sua
remoção da área administrada por aquela autarquia no Amônia <b>("se fosse
verdade que existem estes índios tem que aranja um Lugar pra que eles vivam
como eles gostam de viver. Só não podia ser no assentamento do incra"</b>);
e o representante do IBAMA, que fez pouco caso do eventual apoio do órgão
indigenista a essas famílias <b>("O homem do ibama dizia que a funai
inventa de defender os índios sozinhos e acaba deixando os índios abandonados,
porque eles fazem essa zuada e depois deixa os índios sozinhos no meio da zuada
é só o que a Funai faz"</b>). Aos Arara também <b>causou espécie o
posicionamento de três índios Kampa do alto Amônia, que abertamente colocaram
em questão a autenticidade de sua identidade étnica</b> (" Não é pela
pessoa ter a cara de índio que ele pode ser índio, não é qualquer um não só
porque tem cara de índio"), fato que levou-os a concluir com desagrado que
"todos estavam junto contra nós índios arara do Alto Juruá." (COUTINHO,2003,
p. 57/58). (grifo meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Na carta as
lideranças indígenas destacam que os que eram contra os Apolima-Arara “tiveram
um apoio decidido por parte da Prefeitura Municipal de Marechal Thaumaturgo.”
Apoio decidido significa garantia de que jamais a terra seria demarcada. E
mais, que a prefeitura e o próprio prefeito (Itamar de Sá) não mediria esforços
para evitar o reconhecimento do povo e, por conseguinte, a demarcação de seu
território. Ora, colocar uma prefeitura com suas Secretarias e orçamentos para
atuar contra um povo indígena é algo muito grave e passivo inclusive de crime
contra a administração pública.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Tanto que
seguindo a fala do prefeito falaram o representante do Incra, do Ibama e do
povo Ashaninka do Amônia, ali chamados de Kampa. Quer dizer, a fala do prefeito
desencadeou uma repulsa e perseguição violenta aos Apolima-Arara, ao Cimi e a
mim e a minha esposa, Rose, pessoalmente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">A carta fora
enviada pelos representantes do povo Apolima-Arara em 11/05/2001, uma
sexta-feira, e já em 15/05/2001, terça feira da semana seguinte, o então
superintendente do Incra, Sr. Aldenor Fernandes fez publicar nos jornais a
seguinte notícia:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, Aldenor Fernandes, afirmou que iria <b>pedir ainda na tarde de ontem à
Polícia Federal que investigasse a atuação do Conselho Indigenista Missionário
(CIMI), uma organização não governamental que há algum tempo vem criando
problemas para o órgão</b>. <b>Dessa vez a ONG identificou em parceleiros do
Incra</b> residentes no Projeto de Assentamento Amônia, localizado nas
proximidades da cidade de Marechal Thaumaturgo, <b>como sendo índios
pertencentes da tribo indígena Apolymas e os incitou, de acordo com Aldenor
Fernandes, a requererem que o projeto de assentamento fosse transformado em
reserva indígena.</b> (...) Estou solicitando à Polícia Federal que faça uma
investigação para descobrir de quem esta organização está a serviço e qual seu
poder de atuação. <span style="color: red;">“<b>Estas pessoas não verão um palmo
de terra que foi destinada para projeto de assentamento ser transformada em
reserva indígena"</b>, </span>(A GAZETA, 15/05/2001). (grifo meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Portanto, a partir
daquela reunião na Câmara de vereadores onde o então prefeito <b>Itamar de Sá</b>
colocou todas as instituições e mesmo a população thaumaturguense contra o povo
Apolima-Arara, também nós do Cimi passamos a sofrer perseguição, ameaças e
mesmo a responder a acusações e processos pelo simples fato de defendermos o
direito do povo. Mas, claro que a motivação do prefeito e dos representantes
das instituições ao nos ameaçar não nasceu somente daquela reunião. Muitas
outras coisas, e até mais graves, eram ditas contra nós do Cimi e contra mim.
Se publicamente nos ameaçavam dessa forma imagine o que não diziam à boca
miúda? Isso me leva a perguntar quem estava por trás das diversas ameaças de
morte que recebi a época? Quem estava por trás da minha prisão em Thaumaturgo,
onde estive preso por uma semana?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nós do Cimi, desde
o início, fomos a primeira e, nos momentos iniciais, a única entidade que se
posicionou do lado do povo Apolima-Arara. Aliás, tudo mudou depois que nós
apresentamos o povo Apolima-Arara ao governo brasileiro e passamos a exigir a
efetivação de seus direitos. Isso foi reconhecido pela própria Funai:</span> <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Aparentemente, a FUNAI não se deu conta do que tinha ocorrido no
rio Amônia até o ano de 1999. <b>Nessa época, a equipe do Conselho Indigenista
Missionário (CIMI) de Cruzeiro do Sul, nas pessoas de Lindomar Dias Padilha e
Roserúlda Nunes Padilha,</b> dirigiu ao chefe do Posto Indígena da FUNAI
naquela cidade, Hudson de Melo Barros, um expediente datado de 18.11.1999
afirmando, entre outros assuntos, que durante uma viagem pelo alto Juruá nos
dias 13 e 14 daquele mês haviam constatado a presença de um agrupamento indígena
que denominaram 'Apolima’. (p. 56). (...) a partir daí a FUNAI deu início aos
procedimentos cabíveis para o reconhecimento dos Apolima ou Apolima-Arara do
rio Amônia, tomando quase ao mesmo tempo iniciativas para a regularização de um
território para o grupo. Dessa forma, a área denominada 'Arara do Alto Juruá'
foi incluída na listagem geral de terras indígenas da Diretoria de Assuntos
Fundiários (DA:F). (PEREIRA NETO, 2003, p. 56). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Muitas outras
passagens dramáticas vividas ao longo desses quase 25 anos de luta, um quarto
de século, poderiam ser narradas aqui para a vergonha do jovem indígena em sua
arrogância ignorante. Mas, não as narrarei aqui. Espero que pelo menos, o jovem
indígena, leia tudo o que fora escrito sobre o povo e pergunte aos idosos sobre
sua própria história. Afinal, quem se propõe a falar em nome de um povo precisa
de, no mínimo, conhecer sua própria história e a história de seu povo. Sei
efetivamente que o jovem Charles é vítima de uma sociedade que descarta a
história e as pessoas para satisfazer seus desejos e ambições pessoais, mas não
posso, em nome da memória de tantos que lutaram e até morreram, deixar que a
promessa de um político inescrupuloso a um jovem ambicioso e egoísta destrua a
memória do povo Apolima-Arara.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não posso permitir
que em nome dessa ambição individualista de quem desconhece a história, que
haja desrespeito a pessoas como Seu Thaumaturgo de Azevedo, Dona Ilda, Seu
Assis, Dona “Maria Buxão”, o amigo “Banana”<span style="color: red;"> </span>e
tantos outros. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">A liberdade
para escolher um candidato de sua preferência é legítima e deve ser respeitada,
mas inverter a memória, transformando os amigos em inimigos e os inimigos em
amigos é algo deplorável e precisa ser devidamente questionado. Eu, que sempre
estive ao lado do povo, agora virei inimigo porque o “pré-candidato a prefeito”
e inimigo histórico do povo, virou amiguinho após prometer sabe se lá o quê.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Interessante
ainda, pensar que estávamos, juntamente com o Conselho do Povo Apolima-Arara,
nos organizando para celebrar a homologação da terra. Homologação que ocorreu
de acordo com o decreto nº 11.504, de 28 de abril de 2023, que homologou, portanto,
dando caráter definitivo, a demarcação administrativa da terra indígena Arara
do Rio Amônia, do povo Apolima-Arara, localizada no Município de Marechal
Thaumaturgo, Estado do Acre. Na luta, fomos tidos como amigos necessários, na
vitória inimigos descartáveis. A mesma coisa aconteceu na festa da demarcação
dos Arara do Riozinho Cruzeiro do Vale: Nós fomos descartados e, se quer, fomos
convidados para a festa enquanto os inimigos foram recebidos com pompas de heróis. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Não estarei na festa da homologação do território dos apolima-Arara que estávamos programando para julho deste ano em respeito à decisão do povo (que ao que me parece é antes decisão da aldeia Novo destino na pessoa do Charles e outros), mas sempre estarei e estaremos na memória e na história do povo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Depois de tanta
luta, os inimigos do povo são chamados a celebrar e festejar enquanto quem doou
25 anos de sua vida (desde 1998/99) na defesa da causa, como é o caso do Cimi, é simplesmente
descartado e considerado pessoa <i>non grata. </i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">Como já disse,
aceito e até respeito, mas repudio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;"><b><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">EM
RESPEITO À MEMÓRIA!<span style="color: red;"><o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="_Hlk162469211"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;"><o:p> </o:p></span></b></a></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk162469211;"></span>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">A
GAZETA DO ACRE, Página Agrária. 15.05.2001, Rio Branco, AC.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">COUTINHO, Walter Jr. Relatório.de Identificação e Delimitação, da Terra
Indígena Arara do Rio Amônia. Brasília, maio de 2003.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ascii-theme-font: major-bidi; mso-bidi-theme-font: major-bidi; mso-hansi-theme-font: major-bidi;">PEREIRA NETO, Antônio, Relatório de identificação e delimitação da
terra indígena Arara do Amônia. Brasília, FUNAI, maio de 2003.<o:p></o:p></span></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-54519008699237848172024-02-03T22:44:00.001-05:002024-02-03T22:44:37.248-05:00PORQUE A COMPENSAÇÃO NÃO COMPENSA: Uma leitura crítica da mercantilização e financeirização da natureza<p> </p><p align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Lindomar
Dias Padilha<a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Introdução<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Falar
sobre a mercantilização e financeirização da natureza nos leva a refletir sobre
temas aparentemente complexos como é o caso do mercado de carbono e as práticas
voltadas para o que se convencionou a chamar de compensações, sejam elas
geradas pelos créditos de carbono ou por outras modalidades ditas pelos
críticos, grosso modo, de falsas soluções. A intenção, no entanto, deste texto,
não é discorrer tecnicamente sobre estes temas, mas, ao contrário, demonstrar
que o mercado se vale de siglas, adjetivos e conceitos que quase sempre tem a
função de nos confundir para omitir sua verdadeira intenção: lucrar, lucrar e
lucrar indiscriminadamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Entretanto,
na primeira parte tentaremos explicar de onde estes conceitos e siglas vieram,
não para que fiquemos presos a elas, mas para que possamos entender sua relação
ou não com a nossa realidade e, por outro lado, perceber como atuam no dia a
dia. A segunda parte, eu diria, será apresentada de forma direta e o mais
simples possível para que o leitor entenda com relativa facilidade quais são os
mecanismos operacionais por trás das siglas e conceitos. Identificar esses
mecanismos operacionais será fundamental para a última parte deste
despretensioso texto que é criar estratégias para fazer o enfrentamento a estes
mecanismos a partir dos territórios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Entendendo
que...<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
chamado mercado de carbono surgiu a partir da criação da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC, em inglês), durante a ECO-92,
no Rio de Janeiro (IPM, 2023). Este momento é crucial para entendermos o real
interesse, ou interesses, se encontravam propositadamente omissos. Trataremos
disso mais à frente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Em
1997, durante uma de suas mais importantes reuniões em Quioto, no Japão, foi
decidido que os países signatários deveriam assumir compromissos mais rígidos
para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa, ficando
conhecido como Protocolo de Quioto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A
sigla<b> </b>REDD<b> </b>como tal, só surgiria em 2007, durante a 13ª Reunião
das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas – ONU sobre Mudança do
Clima (COP 13), realizada em Bali, na Indonésia. Foi com o REDD que pela
primeira vez o papel das florestas foi oficialmente reconhecido como fundamental
para os esforços do combate aos efeitos das mudanças climáticas globais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Já
o REDD+ é um incentivo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para recompensar financeiramente países
em desenvolvimento por seus resultados de Redução de Emissões de gases de
efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação florestal,
considerando o papel da conservação de estoques de carbono florestal, manejo
sustentável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal (+).
Entretanto, o REDD como tal fracassou em sua proposta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(...)
sob a promessa de fazer com que as árvores valham mais em pé do que cortadas e,
ao fazê-lo, proporcionar uma maneira rápida e barata de reduzir as emissões de
gases de efeito estufa. As empresas que embolsam bilhões ao transformar
florestas em plantações de monoculturas e pastagens para o gado ou as destruir
para estabelecer minas, hidrelétricas e outras infraestruturas, não estavam
interessadas no REDD. O REDD, sem dúvida, fracassou em reduzir o desmatamento
em grande escala (...). (KILL. 2022, p.11).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há que se ter muito cuidado ao
falarmos sobre o “fracasso” do REDD porque temos que entender que a
intencionalidade nunca foi a de, de fato, resolver a questão do desmatamento e
tão pouco reduzir as emissões. A intenção era, e é, a de criar uma cortina de
fumaça esverdeada para encobrir a fumaça cinza da poluição. Enquanto mecanismo
de redução do desmatamento fracassou, mas enquanto farsa, funcionou com
perfeição. O REDD não fracassou para aqueles que o usaram como ferramenta para
aumentar o controle sobre as terras cultivadas por comunidades que dependem da
floresta (KILL, 2022).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aliás, no livro produzido pela WRM -
Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais, já em seu prefácio lemos que por
causa do REDD, as empresas de combustíveis fósseis e o complexo industrial e
financeiro que delas depende têm conseguido continuar devastando, desmatando e
poluindo cada vez mais territórios e espaços de vida, e com impunidade. Para
eles, o REDD não é um fracasso catastrófico.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A lógica que adotam é de que a
compensação permite a continuação de um modelo econômico construído a partir da
destruição da “natureza”, sob pretexto de que os prejuízos causados em um
lugar podem ser compensados por atividades ambientalmente saudáveis para
restaurar a “natureza” em outro (WRM 2022, p.7). Por isso mesmo, dissemos que
se trata de falsa solução ou mesmo uma farsa, pois, trata-se de “carbonos”
diferentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
pressuposto por trás do REDD é uma mentira perigosa: a de que o impacto
climático de todo o carbono é igual – seja ele liberado pela vegetação
(“Carbono Biótico”) ou a partir da queima de petróleo, gás ou carvão (“Carbono
Fóssil”). Esse pressuposto ofusca o fato de que a queima de “carbono fóssil”
está impulsionando as mudanças climáticas. Também oculta a violência, a
destruição e os abusos que estão na raiz dos impérios dos combustíveis fósseis.
Então, quais são exatamente as diferenças e por que elas são tão importantes?
(WRM, 2022).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Os
defensores dos mecanismos de compensação em geral e os defensores do REDD em
particular, omitem a informação de que o carbono que de fato está causando a
catástrofe climática é o resultante da queima de combustíveis fósseis e, dada a
proporção de tal queima, se torna impossível que as florestas venham a absorver
(sequestrar) de forma a equilibrar as emissões. O equilíbrio suposto é o que
chamam de neutralidade de carbono. Como vimos, essa neutralidade é outra grande
mentira que faz parte da fraude e da farsa. Aqui está o ponto central do
mercado de carbono e suas falsas soluções. Demos ficar atentos às siglas e
nomes que são alteradas com frequência sempre e as comunidades percebem o
verdadeiro interesse por trás dessas siglas. Assim, por exemplo, o termo REDD
ou REDD+ praticamente já não é mais utilizado. Atualmente estão utilizando mais
SbN – Soluções baseadas na Natureza. Muitas publicações evitam a utilização de
termos que liguem ao REDD, contudo, o mecanismo é sempre o mesmo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Um
projeto elaborado pela Comissão PróÍndio do Acre (CPI-Acre, parceira local da
UICN) para o trabalho com as comunidades21 tem como principal objetivo o
“fortalecimento dos modelos de governança florestal nos territórios”. Nas 65
páginas do documento, as palavras “carbono”, “REDD” ou “REDD+” não aparecem
sequer uma única vez. No entanto, a página web da UICN revela, como parte dos
objetivos específicos do projeto, “aplicação das salvaguardas de REDD+” e
“ênfase no acompanhamento das estratégias nacionais de REDD+”. (Golpe Verde,
2022. P. 29).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A UICN<a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> - The International Union
for Conservation of Nature, atua como “esverdeadora” do desastre ambiental
causado pelas grandes corporações. Aliás, ela mesma é uma grande corporação com
ramificações no mundo todo. Quando dizemos que organização tal funciona como
esverdeadora, estamos reafirmando que, na verdade, essas empresas não lucram só
com a suposta conservação para compensações, mas que seguem lucrando com a
poluição. Os ditos créditos de carbono funcionam como uma autorização para que
grandes empresas e países possam seguir poluindo. Quando a empresa compra o
crédito de carbono ela está comprando justamente essa permissão para seguir
poluindo. Como já vimos, não é possível compensar atingindo a neutralidade
porque trata-se de carbonos diferentes e, portanto, a solução real é não seguir
emitindo gases poluentes de efeito estufa.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG6JS1CPqTRWjHOTUiDhECJ4KjC_FIGWdj797zQT3PG_oSvw2uhEjFcbGQ0WjfrCEkI4_Ukn6E1aTq-Y5LJv7wUWl0NNLcudi5Vo7AUCjmiWLE2HYRbOsl1khOSOkb0RZ9pW2OjETfN_Zy__U0tz45cKUNvV-DEhpCMjVklTgTELJcHtPzbA77BKlxlFI/s410/Imagem1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="274" data-original-width="410" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG6JS1CPqTRWjHOTUiDhECJ4KjC_FIGWdj797zQT3PG_oSvw2uhEjFcbGQ0WjfrCEkI4_Ukn6E1aTq-Y5LJv7wUWl0NNLcudi5Vo7AUCjmiWLE2HYRbOsl1khOSOkb0RZ9pW2OjETfN_Zy__U0tz45cKUNvV-DEhpCMjVklTgTELJcHtPzbA77BKlxlFI/w320-h198/Imagem1.png" width="320" /></a></div><p align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">Imagem
recolhida de AMBIENTELEGAL</span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> A imagem acima reflete bem a ideia
de que se ganha muito dinheiro com a emissão de gases poluentes e é exatamente
por isso que os poluidores não querem abrir mão do uso de combustíveis fósseis
e preferem pagar por uma falsa solução. Comprar uma ilusão como os créditos de
carbono, funciona para esverdear a imagem da empresa e ao mesmo tempo iludir as
comunidades e garantir o livre acesso aos territórios. O livre acesso aos
territórios significa acesso a recursos naturais. Ou seja, liberdade para
mercantilizar e financeirizar a natureza. Mas como isso se dá? Tomemos como
exemplo os povos indígenas, notadamente os que tem seus territórios dentro do
Estado do Acre, onde a implantação de mecanismos de financeirização da natureza
foi cuidadosamente elaborado e os povos foram gradativamente sendo forçados a
adotarem um sistema de pensamento cada vez mais ocidentalizado e próprio para
absorver o capitalismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Um elemento de compreensão e
interpretação da realidade fundamental para a introdução do sistema ocidental
de pensamento é o tempo. Por isso, (PADILHA. 2018) salientava-se o equívoco da
divisão do tempo nos termos propostos por Terri Aquino e Marcelo Iglésias, que
assim dividia os tempos indígenas: 1) o <b>tempo das malocas</b>, 2) o <b>tempo
das correrias</b>, 3) o <b>tempo do cativeiro</b>, 4) o <b>tempo dos direitos</b>
e 5) o <b>tempo da história presente.</b> (CPI/AC, 1996, p. 28).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que subjaz a essa forma de dividir
o tempo, é a ideia de que os povos indígenas estão em processo evolutivo, nos
moldes do que o desenvolvimentismo considera “evolução”. Ora, essa ideia de
tempo linear a basilar para o capitalismo, pois, pressupõe que determinada
sociedade deve evoluir até chegar a um estágio considerado “desenvolvido” onde
o tal desenvolvimento se confunde com o próprio capitalismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na relação com os povos indígenas é
de suma importância para o desenvolvimentismo, ou capitalismo se preferir,
adequar o evolucionismo biológico às questões socioculturais para que estes
povos deixem de ser o que são para se “transformarem”, por meio da assimilação
e da integração, em não indígenas e em apenas nacionais, brasileiros. Há ainda
um elemento muito importante a ser considerado nessa verdadeira mutação: a
relação de produção e divisão do trabalho. Quando interligados e
interdependentes, natureza e povos indígenas desempenham funções, tanto no
processo quanto nas relações mesmas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Assim
como o tempo dos povos fora artificialmente alterado para que se adequasse ao
projeto desenvolvimentista, (PADILHA, 2018) a natureza e os povos devem deixar
de desempenhar funções para prestarem “serviços” um ao outro. A transformação
das funções em serviços é um passo necessário e fundamental para que se
estabeleça uma<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">relação
comercial, precificada. Observemos que se estabelece não só uma separação entre
ser humano e natureza, como, por meio de “serviços”, submete-se a natureza ao
ser humano. A natureza mesma presta serviços aos seres humanos e, por isso,
passa a figurar como se fora, a natureza, contratada pelos humanos e a estes
devesse prestar serviços. Vejam o que diz o Ministério do Meio Ambiente quando
para justificar a passagem das funções ambientais a serviços:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">As
interações entre os elementos de um ecossistema são chamadas de funções
ecossistêmicas. Alguns exemplos destas funções são a transferência de energia,
a ciclagem de nutrientes, <b>a regulação de gases, a regulação climática</b> e
do ciclo da água. Essas funções geram serviços ecossistêmicos quando os
processos naturais subjacentes a<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">suas
interações desencadeiam uma série de <b>benefícios direta ou indiretamente
apropriáveis pelo ser humano</b>. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2020) (grifo
meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A regulação de gases, a regulação
climática, quando “apropriáveis” pelo ser humano tornam-se serviços. É como se
a natureza e os povos indígenas, ligados a ela de<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">forma
indissociável, deixasse o tempo das “funções” (que é entendido como tempo entre
o tempo das malocas e o tempo das correrias) para entrar no tempo do trabalho assalariado,
ou serviços pagos. A substituição de funções ecossistêmicas por serviços
ecossistêmicos é retórica básica para a mercantilização da natureza.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os territórios indígenas como local
de maior biodiversidade e consequentemente lugar de maiores Serviços
Ecossistêmicos onde se constata que a lógica indígena não obedece e muitas
vezes não se enquadra na lógica mercadológica do capital, exigiu um esforço a
mais para fazer com que os povos indígenas fossem considerados, enquanto parte
do processo de geração de capital e desses serviços. Tanto as alterações
propostas na lógica temporal, expressa nos tempos históricos, quanto as
alterações legais, expressas na criação e alteração de leis, finalmente se
encontram no verdadeiro objetivo: adequar os povos ou pelo menos as lideranças
às necessidades do desenvolvimentismo e finalmente disponibilizar ao mercado
externo a estes povos, seus territórios e o que neles existe. Mas como os
mercadores da natureza conhecem o que tem nos territórios?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Nesse
contexto o Etnozoneamento surge como importante instrumento de diagnóstico e
planejamento dos povos indígenas para a gestão dos seus territórios, sendo
elaborado de forma participativa com o intuito de contribuir para a autonomia
indígena. Na elaboração os trabalhos são conduzidos de forma a respeitar a
diversidade cultural, as especificidades de cada povo, produzindo e
sistematizando informações documentais, bibliográficas e empíricas,
consideradas relevantes pelos próprios indígenas. Dessas ações resultaram mapas
temáticos e diagnósticos das formas de utilização dos recursos socioambientais,
que demonstram detalhes dos recursos hídricos; da vegetação; histórico do povo
indígena; da ocupação humana; da caçada; da pesca; do extrativismo; e das
invasões/ameaças, bem como os Planos de Gestão Territorial e Ambiental dessas
Terras. As ações de Etnozoneamento são coordenadas pela Secretaria de estado de
Meio Ambiente (SEMA) e decorrem no âmbito do “Programa de Desenvolvimento
Sustentável do Estado do Acre”, financiado com recursos do Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID). (ACRE, 2023).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O etnozoneamento é basicamente o
etnomapeamento<a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
que se configura na construção de mapas com os locais importantes do território
indígena, (ISPN, 2023) o seu uso cultural, a distribuição espacial dos recursos
naturais, a identificação de impactos ambientais e outras informações
relevantes, salvaguardando o interesse, o olhar e a compreensão indígena.</span>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ele
é feito com base em desenhos livres, uso de imagens de satélite, croquis, mapas
e cartas geográficas. Juntamente com os diagnósticos sócio ecológicos, os
planos de vida e outros instrumentos, possibilita a construção de cenários
sobre o uso e a conservação do território. Na prática, o etnomapeamento e o
etnozoneamento são instrumentos de acesso aos territórios. Os próprios
indígenas informam o que há no território e o que pode ser utilizado. Sendo
este utilizado, compreendido como utilizado comercialmente como, por exemplo,
para o mercado de carbono. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Estes
instrumentos foram utilizados nos anos 2000. Atualmente, com o discurso de
promover a proteção territorial, essas informações estão sendo repassadas para
as empresas interessadas por meio da digitalização da natureza e da cultura.
Funciona assim: As empresas financiam ONGs que vão às comunidades e as convence
de que é preciso investir em fiscalização do território. Para que possam
realizar tal fiscalização, são disponibilizadas câmeras fotográficas, drones,
GPSs, celulares com aplicativo capaz de enviar informações em tempo real. Dessa
forma, as empresas tem acesso total ao território inclusive informações sobre
rituais, plantas medicinais, cantorias, enfim, acesso a tudo. Em tempos de
internet as informações tem preço de ouro e os indígenas fornecem essas
informações valiosíssimas que são literalmente vendidas para grandes empresas
que as disponibilizam quase sempre por meio de NFTs<a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> que é a sigla em inglês
para non-fungible token (token não fungível, na tradução para o português).Esses
NFTs são negociados com moedas virtuais como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH),
moedas que abriram caminho para o surgimento de novos formatos de ativos
digitais que atraíram milhares de investidores e movimentaram bilhões de
dólares. Portanto, a digitalização da natureza serve para complicar ainda mais
para as comunidades o monitoramento do processo de financeirização da natureza.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
MPF (Ministério Público Federal) deu a uma empresa 15 dias para explicar por
que vende NFTs (tokens não fungíveis, na sigla em inglês) correspondentes a
áreas da floresta amazônica na cidade de Pauini, no sul do Amazonas. A
companhia, chamada Nemus, deverá apresentar documentos que comprovem a suposta
posse de 41 mil hectares (410 km²) na região. É sobre essa área que a empresa
diz negociar os ativos digitais vendidos em sua página oficial. A Nemus afirma
que aqueles que compram NFTs "tornam possível à empresa tomar posse da
terra e fomentar atividades econômicas sustentáveis". (O TEMPO, 2022).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Importante entendermos que todos os
mecanismos supostamente técnicos servem para afastar as comunidades e as
pessoas comuns do debate e apresentar o mercado das compensações como se fosse
um mercado honestamente preocupado com a natureza e com a catástrofe climática
iminente. Por esta razão temos que tomar todo o cuidado para não sermos
enganados e iludidos com essas falsas soluções apresentadas pelo mercado e
ditas sustentáveis.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mais recentemente, funções
ecológicas como a capacidade de armazenamento de carbono das florestas são alvo
de mercantilização (WRM, 2022.p. 8). No processo, o valor de uma floresta é
determinado apenas por sua capacidade de armazenar carbono. O suposto teor de
carbono de cada floresta é mapeado por agrimensores modernos, e a unidade de
preço da vez são as toneladas de carbono por hectare de floresta. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No Brasil temos duas correntes de
análise sobre o tema. Uma corrente que se preocupa mais com a parte técnica,
como por exemplo a métrica de carbono e outra corrente, na qual se encontra o
Cimi Regional Amazônia Ocidental e o autor deste texto, conhecida como “Dossiê
Acre” ou simplesmente “Grupo do Acre” que faz uma análise mais política e tenta
traduzir para as comunidades o que significam as siglas e conceitos revelando o
que se esconde por trás. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Então...<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A
ECO- 92 foi um marco tão importante que eu digo que foi a segunda invasão das caravelas
trazendo o colonizador Este momento é o momento da segunda invasão colonialista
que sofremos. Assim como em 1500 os invasores e colonizadores ofereciam
“presentinhos” como forma de dividir os povos e saquear os territórios, nesta
segunda invasão com caravelas esverdeadas, oferecem “presentes” na forma de
REDD, REDD+, REM, SbN, como se resultassem da bondade das empresas, bancos como
o KFW da Alemanha e até de países como a Noruega e os Estados Unidos. A
chegadas das caravelas esverdeadas coincide com a chegada de um novo momento de
reestruturação do capitalismo na forma de neoliberalismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
convergência de regimes políticos e política macroeconômica entre grande parte
dos países da América do Sul, assim como a intensificação do fluxo de comércio
intrarregional ao longo dos anos 1990, criaram um ambiente propício no final
dessa década para a discussão em torno do estabelecimento de um processo de
integração mais efetivo, centrado na superação dos entraves logísticos e de
infraestrutura física da região. Os doze países da região, com a liderança do
Brasil, consensuaram que a redução do déficit de infraestrutura permitiria
ampliar a dinâmica da integração regional, possibilitando melhores condições de
inserção da região no mercado global. Foi lançada, neste contexto, a Integração
da Infraestrutura Regional da América do Sul (IIRSA), com o objetivo de
fomentar o desenvolvimento destes países, por meio da superação dos entraves
econômicos à integração econômica da região. (COSTA, 2014, p. 24).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A ideia de compensar ressurge sempre
que o capitalismo desenvolvimentista pretende intensificar seu ataque à
natureza. Observemos isso a partir da Rio 92. É o caso do IRRSA e outros
programas do governo brasileiro como exemplo o projeto Calha Norte criado no
início do governo José Sarney em 1985, o programa Brasil em Ação uma iniciativa
do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso lançada em 1996, programa
Avança Brasil em 2000, também no governo FHC, Programa de Aceleração do
Crescimento PAC l, de 2007 no governo de Lula e o PAC 2 em 2010 também no
governo Lula. No caso do mercado de carbono isso deve ser observado mais de
perto por causa da dita “adicionalidade<a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>”. O critério de
adicionalidade é preconizado no artigo 12 do protocolo de Kyoto e tem sido
muito utilizado para pressionar as áreas preservadas onde os créditos de
carbono já estão sendo negociados ou em vias de serem. Por exemplo, uma empresa
apresenta um projeto do tipo REDD + para negociar os créditos existentes na
área do projeto. Se por acaso o governo decidir construir uma estrada que
afetará a preservação da área do projeto, o projeto em só terá ainda maior
importância e obviamente os créditos ali gerados serão supervalorizados
(adicionalmente).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Faz
total sentido o que se diz (WRM, 2022) ao afirmar que o REDD vem ajudando a
ocultar crimes de projetos de compensação por meio de contabilidade “criativa”
de carbono, propaganda “verde” e intermináveis compromissos climáticos que
empresas e governos assumem com base em promessas enganosas e falsas. Também o
Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si nos lembra que:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
estratégia de compra-venda de «créditos de emissão» pode levar a uma nova forma
de especulação, que não ajudaria a reduzir a emissão global de gases poluentes.
Este sistema parece ser uma solução rápida e fácil, com a aparência dum certo
compromisso com o meio ambiente, mas que não implica de forma alguma uma
mudança radical à altura das circunstâncias. Pelo contrário, pode tornar-se um
diversivo que permite sustentar o consumo excessivo de alguns países e
sectores. (LAUDATO SI, 2015, n.171).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A encíclica papal nos serve como um
importante instrumento e guia para a devida construção e fundamentação de
criticas a estratégia de compra-venda de créditos para poluir travestida de
supostas compensações que não compensam. Relembro ainda:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Agora
não chegam as caravelas com portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e
outros do norte desenvolvido. Chegam empresas transnacionais do norte, trazendo
a tiracolo os governos de seus países, com propostas &quot;ecologicamente
corretas&quot; e carregando em seu bojo a subordinação ainda maior dos
povos do sul. A terra, lastro do<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">capital
natural, está sendo comercializada em bolsas de valores. Tal sanha também se
estende aos outros elementos da natureza, como o ar, a biodiversidade, a
cultura, o carbono - patrimônios da humanidade. (CIMI, 2012).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O texto da carta/nota do Cimi
reflete com clareza que os interesses presentes nesta farsa das falsas soluções
são justamente o de mercantilizar e financeirizar a natureza, incluindo ai o ar,
a espiritualidade e as culturas dos povos. Por fim, resta provado que a
compensação realmente não compensa!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Referências<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">ACRE,
Etnozoneamento em Terras Indígenas. SEMAPI, 2023. Disponível em:</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">http://semapi.acre.gov.br/etnozoneamento-em-terras-indigenas/<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">AMBIENTELEGAL,
já passa da hora do mercado de compensação de emissões ser instituído no Brasil.
Disponível em: </span><a href="https://www.ambientelegal.com.br/a-organizacao-do-mercado-de-carbono-no-brasil/"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://www.ambientelegal.com.br/a-organizacao-do-mercado-de-carbono-no-brasil/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">BRSIL,
Ministério do Meio Ambiente. Funções dos Ecossistemas. 2020. Disponível<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">em:
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">1/conservacao-1/servicos-ecossistemicos/funcoes-dos-ecossistemas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">CIMI,
Dossiê Acre: O Acre que os mercadores da natureza escondem. 2012.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">_______,
A sanha do capitalismo verde: REED e as artimanhas contra os povos indígenas.
2012. Disponível em:</span> <a href="https://cimi.org.br/2012/03/33268/"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://cimi.org.br/2012/03/33268/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">_______,
Revista Trinta Anos Pós Assassinato de Chico Mendes e Destruição Oculta de
Florestas e Vidas No Acre,<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Rio
Branco, Dez. 2018 PDF. Acesse em: https://pt.scribd.com/document/404309042/Trinta-anos-pos-<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">assassinato-de-Chico-Mendes-e-destruicao-oculta-de-florestas-e-vidas-no-Acre-Rio-Branco-dez-2018-pdf<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">COSTA,
Carlos Eduardo Lampert, Manuel José Forero Gonzalez.</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">INFRAESTRUTURA
E INTEGRAÇÃO REGIONAL: A EXPERIÊNCIA DA IIRSA NA AMÉRICA DO SUL. Boletim de
Economia e Política Internacional | BEPI | n. 18 | Set./Dez. 2014.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">CPI/AC,
Comissão Pró-índio do Acre, História Indígena CPI/AC, 1996. Disponível em:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><a href="https://cpiacre.org.br/publicacao-acervo/historia-indigena/"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://cpiacre.org.br/publicacao-acervo/historia-indigena/</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">FRANCISCO,
Papa. Laudato Si. SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM. Roma, 2015. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">IPAM,
Amazônia.</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O que é e como funciona o mercado de carbono?
Disponível em: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ahttps://ipam.org.br/cartilhas-ipam/o-que-e-e-como-funciona-o-mercado-de-carbono/#:~:text=O%20mercado%20de%20carbono%20surgiu,92%2C%20no%20Rio%20de%20Janeiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">ISPN,
Você sabe o que é etnomapeamento?2023. Disponível em: </span><a href="https://ispn.org.br/voce-sabe-o-que-e-etnomapeamento/#:~:text=O%20etnomapeamento%20configura%2Dse%20na,olhar%20e%20a%20compreens%C3%A3o%20ind%C3%ADgena"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://ispn.org.br/voce-sabe-o-que-e-etnomapeamento/#:~:text=O%20etnomapeamento%20configura%2Dse%20na,olhar%20e%20a%20compreens%C3%A3o%20ind%C3%ADgena</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
TEMPO, MPF dá 15 dias para empresa explicar venda de NFTs de áreas da Amazônia.
2022. Disponível em:</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://www.otempo.com.br/brasil/mpf-da-15-dias-para-empresa-explicar-venda-de-nfts-de-areas-da-amazonia-1.2706053
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">PADILHA,
Lindomar Dias. Dossiê Acre. Povos indígenas do Acre: mentiras históricas e
história das mentiras. 2012. Disponível em: </span><a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Dossie-acre_2012.pdf"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Dossie-acre_2012.pdf</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">_______,
Golpe Verde: falsas soluções para o desastre climático. DA SEBRAELIZAÇÃO À
FARSA DAS FALSAS SOLUÇÕES. 2022. Disponível em:</span> <span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">WRM,
15 Anos de REDD. Um esquema corrompido em sua essência. Boaventura Monjane,
Chris Lang, Dercy Teles de Carvalho, Euridse Samuel, Izzuddin Prawiranegara,
Joanna Cabello, Jutta Kill, Larry Lohmann, Letícia Yawanawa, Muyissi Environnement,
Natacha Bruna, Prince Lungungu, Tamra L. Gilbertson, Tom Goldtoothe e
Secretariado Internacional do WRM. 2022.Disponível em: </span><a href="https://www.wrm.org.uy/sites/default/files/2022-06/REDD_15_anos_PT.pdf"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">https://www.wrm.org.uy/sites/default/files/2022-06/REDD_15_anos_PT.pdf</span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Lindomar Padilha é doutorando em antropologia, mestre em direito pela
Universidade Católica de Petrópolis, pós-graduado em desenvolvimento no campo,
povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais pela Universidade de
Brasília, UnB, filósofo e indigenista pelo Conselho Indigenista Missionário,
Cimi, desde 1991.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Acesse sua página em: https://www.iucn.org/pt<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Essa
é uma ferramenta e uma metodologia de gestão ambiental, utilizadas em Terras
Indígenas, e que foi consagrada na Política Nacional de Gestão Territorial e
Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), instituída em 2012.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Um
token, no universo das criptomoedas, é a representação digital de um ativo –
como dinheiro, propriedade ou obra de arte – registrada em uma blockchain,
tecnologia que nasceu com o BTC no final de 2008. Exemplo: se uma pessoa tem o
token de uma propriedade, significa que tem direito aquele imóvel – ou parte
dele. Já bens fungíveis, de acordo com o Código Civil Brasileiro, são aqueles
“que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.
Na prática, ser um token não fungível significa ser um certificado digital de
propriedade que qualquer um pode ver e confirmar a autenticidade, mas ninguém
pode alterar. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/guias/nft-token-nao-fungivel/<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/cimi01/Desktop/Texto%20para%20Coletivo.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Critério
estabelecido pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto, ao qual estão submetidos os
projetos desenvolvidos por meio do mecanismo de desenvolvimento limpo. Sob este
critério, uma atividade deve, comprovadamente, resultar na redução de emissões
de gases de efeito estufa ou no aumento de remoções de CO2 de forma adicional
ao que ocorreria na ausência de uma atividade de projeto. Disponível em: https://ipam.org.br/glossario/adicionalidade/<o:p></o:p></p>
</div>
</div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-7491956920780105432024-01-22T16:52:00.002-05:002024-01-22T16:52:51.861-05:00Em 2024, violência contra os povos indígenas persiste no Sul e Extremo Sul da Bahia<p> </p><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" id="m_4851943109061222999templateContainer" style="background-color: white; border: 0px; width: 600px;"><tbody><tr><td align="center" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" id="m_4851943109061222999templateHeader" style="border-bottom: 0px; width: 600px;"><tbody><tr><td class="m_4851943109061222999headerContent" style="border-collapse: collapse; color: #202020; font-family: Arial; font-size: 34px; font-weight: bold; line-height: 34px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: middle;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u%3Dc06dfd10e7ac9baa1181324da%26id%3Ddf82534d49%26e%3Df18d98c58f&source=gmail&ust=1706046524360000&usg=AOvVaw3cRwebx5EwWLjRGt7NIzyT" href="https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u=c06dfd10e7ac9baa1181324da&id=df82534d49&e=f18d98c58f" style="color: #336699; font-weight: normal;" target="_blank"><img alt="" border="0" class="CToWUd" data-bit="iit" height="274" id="m_4851943109061222999headerImage campaign-icon" src="https://ci3.googleusercontent.com/meips/ADKq_NZtvYOMhJqk06njXtNFo5PDCZ_jjmKDU6wuwqy8ykMXoq4qPtMfCE7eti0Z9zrzbF28AmKSHAvntZXioiLZI8C7mBfpbAezYCP8_BqgMgC-azNSpRWKSGqeqeYGgA2l-k7T8UO6AXVRnIxi-mLEbNJroU3Qg03bTt4=w488-h274" style="border: 0px; height: auto; line-height: 34px; margin: 0px; max-width: 600px; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none;" width="488" /></a></td></tr></tbody></table></td></tr><tr><td align="center" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" id="m_4851943109061222999templateBody" style="width: 600px;"><tbody><tr><td class="m_4851943109061222999bodyContent" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><table border="0" cellpadding="20" cellspacing="0" style="width: 100%;"><tbody><tr><td style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><div style="line-height: 24px;"><div dir="ltr" style="line-height: 24px; text-align: center;"><h2 style="background-attachment: scroll; background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; background-position: 0% 0%; background-repeat: repeat; background-size: initial; border: medium none; box-sizing: border-box; color: #3e454c; font-family: Arial; font-size: 30px; line-height: 38px; margin: 0px 0px 10px; outline: currentcolor none 0px; padding: 0px; vertical-align: top;"><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u%3Dc06dfd10e7ac9baa1181324da%26id%3D1364c2b100%26e%3Df18d98c58f&source=gmail&ust=1706046524360000&usg=AOvVaw0a8ROgfyiYo1v1mq4mdIAC" href="https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u=c06dfd10e7ac9baa1181324da&id=1364c2b100&e=f18d98c58f" style="color: #336699; font-weight: normal;" target="_blank" title="Em 2024, violência contra os povos indígenas persiste no Sul e Extremo Sul da Bahia"><span style="font-size: 27px;"><strong>Em 2024, violência contra os povos indígenas persiste no Sul e Extremo Sul da Bahia</strong></span></a></h2><div style="line-height: 24px; text-align: left;"><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"><em>Foram oito ataques contra os indígenas entre dezembro e janeiro; quatro deles neste ano</em></p><p align="right" style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px;"> </p><p></p><div style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: justify;">O Conselho Indigenista Missionário – Cimi vem a público para manifestar solidariedade aos povos indígenas do Sul e Extremo Sul da Bahia, frente aos ataques criminosos de supostos fazendeiros contra os Pataxó e Pataxó Hã-Hã-Hãe neste domingo (21). Ao mesmo tempo, manifesta preocupação e indignação pela crescente violência contra os povos no início deste ano.</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><br /></span></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Em 14 de dezembro de 2023, o Congresso Nacional derrubou, em sessão conjunta, a maior parte dos vetos de Lula ao Projeto de Lei 2903/2023, dentre eles o trecho relacionado à tese do marco temporal. A proposta, que agora vigora como Lei 14.701/2023, impulsionou ainda mais fazendeiros, empresários e políticos contrários à causa indígena a investirem contra as comunidades indígenas, na tentativa de expulsar as famílias da posse de suas terras tradicionais. Para isso, usam de truculência e violência.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">No dia 21 de dezembro, o cacique do povo Pataxó Hã-hã-hãe, Lucas Santos Oliveira, de 31 anos, foi assassinado em uma emboscada, quando retornava da cidade de Pau Brasil (BA), em companhia do seu filho para a sua Aldeia Caramuru Catarina Paraguassu. Os assassinos estavam em uma moto, e até agora não se tem muitas informações dos motivos e dos suspeitos.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Ainda em 29 de dezembro de 2023, um grupo de famílias Pataxó da comunidade Itacipiera, no município de Trancoso (BA), foi atacado por homens armados, destruindo parte da comunidade, queimando motos e eletrodomésticos pertencentes aos indígenas. A ação ocorreu na tentativa de expulsar as famílias da área que ocupam. Na ocasião, a Fundação Nacional do Povos Indígenas (Funai) conduziu as famílias até a sede da Polícia Federal (PF) em Porto Seguro, para registrar boletim de ocorrência. O caso segue acompanhado pela procuradoria do órgão indigenista do Estado.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Neste mesmo dia, um empresário adentou a Aldeia Tibá, ameaçando mulheres e crianças após os indígenas terem proibido a extração de areia para comercialização na Vila de Cumuruxatibá e região. A extração, realizada pelo empresário dentro da Terra Indígena Comexatibá, estava afetando as nascentes de dois rios que abastecem o território e a Vila de Cumuruxatibá. Acompanhados de um servidor da Funai, os indígenas registaram boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil de Prado (BA). O delegado informou as lideranças que iria remeter o processo à Polícia Federal, em Porto Seguro.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Na primeira semana de 2024, no dia 5 de janeiro, um fazendeiro da região, acompanhado por um grupo de pessoas não identificadas pelos indígenas, tentaram quebrar o cadeado que dá acesso a uma área de retomada na região do Monte Pascoal, nas proximidades da Aldeia Jitaí. A área de posse das famílias Pataxó só não foi invadida devido à ação rápida das lideranças Pataxó.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Três dias depois, em 8 de janeiro, os Pataxó da Aldeia Quero Ver foram surpreendidos com a presença de policiais militares da Força-Tarefa, dentro da área de mata da comunidade, sem o consentimento do cacique e suas lideranças. O caso foi denunciado ao comando da Polícia Militar (PM) na região e à Secretaria de Justiça do estado da Bahia.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">No dia seguinte, 9 de janeiro, em uma área próxima à Aldeia Trevo do Parque, foi encontrado o corpo do indígena Ademir Machado Reis. Além de morador da Aldeia Trevo do Parque, tinha laços familiares na Reserva Indígena Caramuru Catarina Paraguassu, em Pau Brasil (BA). Na ocasião, as lideranças relataram que Ademir sofria de distúrbios mentais. A Policia Civil de Itamaraju investiga o caso.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Na última terça-feira (16), Roberto Bráz Ferreira foi encontrado sem vida no interior de sua residência na Aldeia Barra Velha, com sinais de golpes de machado, em várias parte do seu corpo. O indígena Pataxó de 46 anos exercia a profissão de artesão. O caso é acompanhado pela Polícia Civil de Trancoso, na Bahia. As lideranças indígenas relatam não saber qual a motivação, ou se há algum suspeito pelo ocorrido.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Na tarde deste domingo (21), um grupo de indígenas do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, que estavam na posse de uma área rural dentro de uma parte reivindicada do território tradicional Caramuru-Catarina Paraguassu, no município de Potiraguá, no Sudoeste da Bahia, foram atacados por um grupo de supostos fazendeiros e pistoleiros fortemente armados.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Os disparos de armas de fogo contra os indígenas resultaram em vários feridos, pelos menos três confirmados até o momento, pois vários se refugiaram na mata para se proteger dos disparos. No entanto, A Pajé Maria de Fátima Muniz de Andrade, mais conhecida como, como Nega Pataxó, foi assassinada pelos disparos. O ancião e cacique, Nailton Muniz, gravemente baleado, foi encaminhado para o hospital da cidade de Itapetinga (BA).</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Em pouco mais de 30 dias (14 de dezembro a 21 de janeiro), foram registradas pelo menos oito investidas contra os povos indígenas no Sul e Extremo Sul da Bahia, quatro delas apenas nos primeiros 21 dias de janeiro. A situação demonstra a necessidade de que os direitos territoriais reivindicados pelos povos indígenas sejam analisados e garantidos de forma rápida e efetiva.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Não é preciso investigar muito para descobrir que são os cabeças pensante deste “poder paralelo”, desta milicia armada que se instalou na Bahia, da ligação destes com os atos antidemocráticos que se espalhou pelo país e que abertamente e sem nenhum pudor ou medo de punição convocam ações ilegais contra os indígenas, trabalhadores sem-terra entre outros, pois tem plena convicção que não serão penalizados. Alguém pode explicar este sentimento de impunidade?</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">O Cimi manifesta solidariedade aos familiares e amigos dos indígenas assassinados, e reafirma seu compromisso junto aos povos na luta pela demarcação de seus territórios tradicionais. Exige ações mais enérgicas por parte das autoridades federais, para evitar que novas ações violentas sejam orquestradas contra os povos, ao mesmo tempo em que cobra que os agressores e mandantes sejam identificados e responsabilizados por todos os danos individuais e coletivos causados aos indígenas.</div></span><br /><span style="color: #505050; font-family: Arial;">Brasília – DF, 22 de janeiro de 2024.</span><br /><br /><span style="color: #505050; font-family: Arial;">Conselho Indigenista Missionário (Cimi)</span><p></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p></div></div><p dir="ltr" style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p dir="ltr" style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p dir="ltr" style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"></p></div></td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table></td></tr><tr><td align="center" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><table border="0" cellpadding="10" cellspacing="0" id="m_4851943109061222999templateFooter" style="border-top: 0px; width: 600px;"><tbody><tr><td class="m_4851943109061222999footerContent" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top"><table border="0" cellpadding="10" cellspacing="0" style="width: 100%;"><tbody><tr style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><td colspan="2" id="m_4851943109061222999social" style="border-collapse: collapse; border: 0px; margin: 0px;" valign="middle"><div style="color: #707070; font-family: Arial; font-size: 12px; line-height: 15px; text-align: center;"> <a style="color: #336699; text-decoration-line: underline;">Twitter</a> | <a href="https://mail.google.com/mail/u/0/#m_4851943109061222999_" style="color: #336699;">Facebook</a> | <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://us6.forward-to-friend.com/forward?u%3Dc06dfd10e7ac9baa1181324da%26id%3D33315f7ffe%26e%3Df18d98c58f&source=gmail&ust=1706046524360000&usg=AOvVaw3sodAJOFQAu8aoB4pl0475" href="https://us6.forward-to-friend.com/forward?u=c06dfd10e7ac9baa1181324da&id=33315f7ffe&e=f18d98c58f" style="color: #336699;" target="_blank">c</a><a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u%3Dc06dfd10e7ac9baa1181324da%26id%3D46184f95e3%26e%3Df18d98c58f&source=gmail&ust=1706046524360000&usg=AOvVaw0CHPNGZmU2ctDQPfMpH9fH" href="https://cimi.us6.list-manage.com/track/click?u=c06dfd10e7ac9baa1181324da&id=46184f95e3&e=f18d98c58f" style="color: #336699;" target="_blank">imi.org.br</a></div></td></tr><tr style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><td style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top" width="350"><div style="color: #707070; font-family: Arial; font-size: 12px; line-height: 15px;"><img align="none" class="CToWUd" data-bit="iit" height="48" src="https://ci3.googleusercontent.com/meips/ADKq_NZtyLcOkqTik94vLV7yeKjpeDn7IuQF-e1mjt9D6oLk7YCD2M1rLMYf5XeextcHp9ScfsJioaMhtgOMC0b1RuSbR3Pb39pWX93hBs6ZB9eeHYYo_7KtauTtshvcl9Z2nATKuSOsFg=s0-d-e1-ft#https://gallery.mailchimp.com/c06dfd10e7ac9baa1181324da/images/Cimi_foto.2.1.jpg" style="border: 0px; color: #202020; display: inline; font-family: Verdana; font-size: 10px; height: auto; line-height: 11px; min-height: 48px; outline: none; width: 75px;" width="75" /><br style="color: #202020; font-family: Verdana; font-size: 10px;" /><strong style="color: #202020; font-family: verdana; font-size: 10px;">Conselho Indigenista Missionário</strong><br style="color: #202020; font-family: Verdana; font-size: 10px;" /><em style="color: #202020; font-family: verdana; font-size: 10px;">Assessoria de imprensa</em><br /><span style="color: #202020; font-family: verdana; font-size: 10px;">E-mail: <a href="mailto:comunica@cimi.org.br" style="color: #1155cc;" target="_blank">comunica@cimi.org.br</a><br />Telefone: 61 2106 1650 - 61 99641 6256</span><br style="color: #202020; font-family: Verdana; font-size: 10px;" /><span style="color: #202020; font-family: verdana; font-size: 10px;">SDS Ed. Venâncio III - Salas 309/314</span><br style="color: #202020; font-family: Verdana; font-size: 10px;" /><span style="color: #202020; font-family: verdana; font-size: 10px;">Brasília - DF</span></div></td><td id="m_4851943109061222999monkeyRewards" style="border-collapse: collapse; margin: 0px;" valign="top" width="190"><div style="color: #707070; font-family: Arial; font-size: 12px; line-height: 15px;"></div></td></tr><tr style="color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><td colspan="2" id="m_4851943109061222999utility" style="border-collapse: collapse; border: 0px; margin: 0px;" valign="middle"></td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-53073566399637729492024-01-17T09:00:00.000-05:002024-01-17T09:00:17.774-05:00A Arte de Limpar Dinheiro Sujo! | LAVAGEM DE DINHEIRO<iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/BBF4KM2-GXM?si=opUnpFElqNbCwmqC" width="480"></iframe><div><br /></div><div>E por falar em lavagem de dinheiro, atenção aos projetos ligados ao mercado de carbono. Suspeito que:</div><div><br /></div><div><u><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">MMA estará no foco da corrupção ao se tornar o maior arrecadador de
recursos oriundos de fundos internacionais e de megacorporações</span></u><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">. </span><br /><div style="text-align: center;"><br /></div></div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-3021390775869838512024-01-17T08:48:00.000-05:002024-01-17T08:48:30.232-05:00"SURGIU A FIGURA DO PASTOR LAVADOR DE DINHEIRO, GENTE COM GRANDE INFLUÊN...<div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/Hb2BjqKGhWc?si=uIdvqPAiu_mh5vr7" width="480"></iframe></div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-38760710524899125482023-08-16T09:54:00.001-05:002023-08-16T09:54:27.859-05:00“O programa de REDD é uma grande enganação”<iframe width="480" height="360" src="https://youtube.com/embed/q6MRaAjm3AU" frameborder="0"></iframe>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-50899322774971093872023-06-15T10:17:00.000-05:002023-06-15T10:17:22.765-05:00CARTA de Assis Brasil<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKk-dfTYvQNTw2w3YNo8iT4byzlFIw479ukMYAOoaITuOp8Pa2rWaR2eCgIh_ghiITlnguuRWJJ1FRegPdizmTUd_U-XVLGeF0vCZdabKn9NURMPsB4LlLtHuJT3zB3dWNWBoQjB5NI1IjoFzKXgwSAA0jsSq1kGFiNNrx9seGZVixqszA9uObndlk/s1600/WhatsApp%20Image%202023-06-13%20at%2022.00.55.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKk-dfTYvQNTw2w3YNo8iT4byzlFIw479ukMYAOoaITuOp8Pa2rWaR2eCgIh_ghiITlnguuRWJJ1FRegPdizmTUd_U-XVLGeF0vCZdabKn9NURMPsB4LlLtHuJT3zB3dWNWBoQjB5NI1IjoFzKXgwSAA0jsSq1kGFiNNrx9seGZVixqszA9uObndlk/w400-h225/WhatsApp%20Image%202023-06-13%20at%2022.00.55.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto CIMI - Oscar</td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Os povos indígenas Apurinã T.I Camicuã Boca do Acre/AM; Jamamadi T.I Lourdes Boca do Acre/AM, Madijá T.I Kulina do Médio Juruá Ipixuna/AM; Nukini T.I Nukini Mâncio Lima/AC; Nawa T.I Nawa Mâncio Lima/AC; Katukina T.I Rio Gregório Tarauacá/AC; Huni Kui T.I. Hene Baria Namakia Feijó/AC; Sharanawa T.I. Chandlles Manoel Urbano/AC; Jaminawa de Sena Madureira/AC das terras indígenas Caeté, Caiapucá e São Paulino; Jaminawa e Manchineri de Assis Brasil/AC das terras Riozinho do Iaco, Cabeceira do Rio Acre e Mamoadate; juventude Huni Kui residente em Rio Branco/Ac;
Junto às comunidades Amazônicas: Reserva Extrativista Chico Mendes, seringal Valparaíso, Sindicato dos Trabalhadores Familiares Rurais de Portel – Pará e as organizações sociais: Conselho indigenista Missionário – Amazônia Ocidental, Assessoria Jurídica da Diocese de Cruzeiro do Sul/Ac, Amigas da Terra Brasil, World Rainforest Movement (Movimento Mundial para as Florestas Tropicais), Caritas Madre de Dios e Radio Madre de Dios,
Reunidos no Encontro “Quanto vale uma floresta?” de 10 a 12 de junho de 2023 em Assis Brasil, na tríplice fronteira do Peru, Bolívia e Brasil, a fim de trocar e refletir sobre o avanço de projetos e programas de carbono florestal sobre seus territórios, </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b> Expressam: </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Após 15 anos de projetos, propostas e políticas de economia verde na Amazônia e, especificamente no Acre, de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal - REDD, Redd Early Movers - REM, Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais – SISA e “Soluções Baseadas na Natureza” - SbN, nunca foi tão grande o assédio de empresas e ONGs apresentando propostas de cálculo, monitoramento e contratos de venda de carbono em nossa região. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> “Os projetos chegam de fora pra dentro, goela abaixo”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Porém, nós sabemos que esses créditos para poluir não compensam a poluição dos carros, </span>dos aviões<span style="font-family: inherit;">, da exploração do petróleo ou das fábricas... Muito menos compensam a contaminação das águas pelo mercúrio dos garimpos, ou de nossa comida e terras pelos agrotóxicos.
Já o nosso modo de vida preserva a floresta que sustenta nossas necessidades de moradia, caça, pesca, roça e coleta de frutas e outros produtos. É nosso direito constitucional a demarcação e proteção dos nossos territórios, assim como de sermos consultados de forma livre, prévia, informada e ainda de acordo com a nossa cultura e modo de organização, sobre qualquer projeto ou política que impacte nosso território.
Não aceitamos que empresas, ONGs ou governos queiram colocar à venda o que não pertence a ninguém. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> “Como posso vender algo que não é meu?”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Não queremos ter nosso modo de vida ou uso da floresta controlado, calculado e monitorado por satélites.</span><span style="font-family: inherit;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Não queremos pagamentos, obrigações ou dívidas com empresas que nos assediam para assinar contratos, dividindo nossas lideranças e comunidades.
Ao invés de projetos de carbono, exigimos políticas públicas que garantam nossos direitos à terra e território, educação, saúde, água, alimentação e ambiente equilibrados. Que os governos fiscalizem, multem e </span>proíbam<span style="font-family: inherit;"> quem realmente polui, contamina e desmata, e que garantam a autonomia das comunidades. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">“O que precisa é que os povos indígenas e comunidades se organizem e tenham seu próprio projeto de vida e, para tal, tenham suporte do poder público”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Acreditamos que, sobre o tema abordado, se faz necessária a troca de informações, experiências, intercâmbios entre povos e acesso ao conhecimento, para que tenhamos embasamento para nossas reivindicações. Vimos os impactos negativos dos projetos de REDD nas comunidades que já tiveram tal experiência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> “Quando a gente come pimenta é bom quando alguém avisa antes se vai ser muito ardida”. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: inherit;">Por </span>isso</b><span style="font-family: inherit;"><b> resolvem:</b> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> ● Incitar encontros e formações nas comunidades sobre o REDD e mercados de carbono, a fim de trazer conhecimento e elucidações sobre seus impactos, visando o empoderamento e a organização dos moradores segundo seus usos e costumes, incentivando a participação ativa das nossas mulheres e jovens; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Fazer uso dos meios de comunicação e redes sociais, elaborar material didático como cartilhas e filmes para elucidar as verdadeiras causas do colapso climático e denunciar as falsas soluções da economia verde; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Fazer denúncias oficiais contra a empresa Catraia, que tem atuado de maneira criminosa e obscura sem permissão nas comunidades da T. I. Mamoadate em Assis B4asil, Acre; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Continuar denunciando os abusos de poder e perseguições ocorridos no contexto de projetos REDD+ privados, tal como o projeto Valparaíso, onde houve retenção de madeira e material para construção de uma casa por parte do suposto proprietário da área do projeto, que vem usando sua função como policial para ameaçar e criminalizar moradores da área; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Reivindicar o reconhecimento do povo indígena Sharanawa, bem como a devida demarcação de seu território no rio Chandless, assim como de todos os outros povos da região; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Emitir documentos de denúncia a órgãos como Ministério Público Federal, Funai e órgãos ambientais e também solicitar audiências públicas exigindo que, em caso de qualquer projeto que possa afetar nosso modo de vida, seja feita a consulta livre, prévia e informada e de boa fé.
Por fim, reafirmamos nosso posicionamento: </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Não ao Marco Temporal!
E nos dirigimos tabém aos chefes de Estado dos países amazônicos que estarão reunidos em Belém do Pará em Agosto deste ano, exigindo que cumpram sua promessa de tornar os povos da Amazônia protagonistas do seu futuro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Não vendam o que não lhes pertence!
Cientes da gravidade da catástrofe ecológica em curso, seguiremos fazendo nossa ação climática e de cuidado com a Mãe Terra em benefício de todos os seres. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> Assis Brasil, 12 de junho de 2023</span></div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-50409634911417231452023-06-03T19:05:00.000-05:002023-06-03T19:05:33.007-05:00DECLARAÇÃO DE BOGOTÁ<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglywlxNNsH1dEOD10TvLjcNxDA__rCpZyJL93ibg5v8c9clM2uAW9kjqnTs2WfGtrHTkRuUtkey72HEHKGa2sT1Yds9xIaBRtQhv1t2MrRO8ZHahEldNMF6BcAwA6Q3DaU9i99IYYnoW2mOJw8RRRN_3udEr11WnMmv-78faTnCdKBtWjlNRSMw8DQ/s1500/WhatsApp%20Image%202023-05-24%20at%2012.07.44.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="673" data-original-width="1500" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglywlxNNsH1dEOD10TvLjcNxDA__rCpZyJL93ibg5v8c9clM2uAW9kjqnTs2WfGtrHTkRuUtkey72HEHKGa2sT1Yds9xIaBRtQhv1t2MrRO8ZHahEldNMF6BcAwA6Q3DaU9i99IYYnoW2mOJw8RRRN_3udEr11WnMmv-78faTnCdKBtWjlNRSMw8DQ/w400-h180/WhatsApp%20Image%202023-05-24%20at%2012.07.44.jpeg" width="400" /></a></div><span style="font-family: inherit;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Nós, organizações da PLACJC1 e da DCJ2
, reunidos na Reunião Regional
sobre Justiça Climática para a América Latina e o Caribe que aconteceu em Bogotá, na
Colômbia, entre 22 e 26 de maio de 2023, dado o momento crítico que a crise climática
representa atualmente: </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Ratificamos nossa convicção sobre a origem sistêmica da crise climática e
civilizatória, ancorada estruturalmente no capitalismo, extrativismo predatório,
colonialismo, desenvolvimentismo, racismo, antropocentrismo, exploração dos
trabalhadores e patriarcado; </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Renovamos nosso compromisso de trabalhar e lutar de forma articulada com
outras organizações e movimentos sociais contra o extrativismo predatório e
todas as falsas soluções promovidas por corporações e governos, bem como
promover e tornar visíveis as alternativas construídas pelas comunidades dos
territórios.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> ● Reiteramos o direito dos povos à participação efetiva em soluções reais e
justas para enfrentar a mudança climática, como deixar todos os combustíveis
fósseis no subsolo, acabar com o modelo agroindustrial e eliminar a mineração
em grande escala.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> ● Expressamos nossa profunda desconfiança nos espaços de negociação da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (em inglês,
United Nations Framework Convention on Climate Change ou UNFCCC), que,
devido à captura corporativa e cumplicidade dos governos, tornaram-se uma
farsa para perpetuar o sistema injusto e predatório por meio de falsas soluções
como esquemas de compensação, mercados de carbono, geoengenharia e
tecnociência da política-corporativa montada por multinacionais, entre outras.
Convocamos:</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> ● As organizações e movimentos sociais da América Latina e do Caribe para se
unirem na luta por justiça climática e justiça social, desde os territórios, em
respeito aos direitos humanos e à natureza;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> ● Os atores da ciência, educação, políticas públicas e imprensa a abandonarem
o discurso hegemônico do colapso e da tecnocracia que impede o avanço na
formação e consolidação de maiorias conscientes e ativas para as
transformações estruturais exigidas pela mudança sistêmica e superação da
crise climática; </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">● Organizações de mulheres, feministas descoloniais, de base, organizações
comunitárias e do sul para se juntar à luta pela justiça climática.
Finalmente, expressamos nosso total apoio às organizações equatorianas, no
marco da próxima consulta popular em 20 de agosto para manter
definitivamente o petróleo subterrâneo no bloco 43 do Parque Nacional Yasuní.</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><b> Bogotá, 26 de maio de 2023 </b></span></p><p style="text-align: left;"> Acción Ecológica, Ecuador </p><p style="text-align: left;">AfrosRD, República Dominicana </p><p style="text-align: left;">Alianza Global por Alternativas a la Incineración GAIA-LAC </p><p style="text-align: left;">Brigada Cimarrona Sebastián Lemba, República Dominicana </p><p style="text-align: left;">Censat Agua Viva, Colombia </p><p style="text-align: left;">Centro de Estudios Superiores Universitarios CESU-UMSS, Bolivia </p><p style="text-align: left;">Coalición Mundial por los Bosques - América Latina y el Caribe
Colectivo CASA, Bolivia </p><p style="text-align: left;">Colectivo de Geografía Crítica Ecuador </p><p style="text-align: left;">Colectivo VientoSur, Chile </p><p style="text-align: left;">Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Brasil </p><p style="text-align: left;">Coordinadora Nacional de Inmigrantes de Chile</p><p style="text-align: left;">Corporate Accountability, América Latina y el Caribe
ECORE, Honduras </p><p style="text-align: left;">FASE, Brasil </p><p style="text-align: left;">Fundación Jubileo, Bolivia </p><p style="text-align: left;">HEÑOI, Paraguay
Movimiento por el Agua y los Territorios MAT, Chile </p><p style="text-align: left;">Movimiento Ciudadano frente al Cambio Climático MOCICC, Perú </p><p style="text-align: left;">Observatorio de Ecología Política de Venezuela </p><p style="text-align: left;">Plataforma Boliviana frente al Cambio Climático
Reacción Climática, Bolivia </p><p style="text-align: left;">Stand Earth
Taller Ecologista, Argentina </p><p style="text-align: left;">TierrActiva Perú
Unidad Ecológica Salvadoreña, UNES</p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-20383422441460731202023-05-11T13:24:00.000-05:002023-05-11T13:24:50.059-05:00PEGUE A PORANGA QUE MADIJÁ ABRIU OS OLHOS!<p> <!--[if gte mso 9]><xml>
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</xml><![endif]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Primeira assembleia do povo Madjá do
Rio Envira, Feijó, Acre.</span></b></p><p><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWN_GeDJ0-UllglqGooasfwY4JPEIHhKGe_5ih1AM8HexvHbssAOWgBW8sHmSX9976PgnHHoVc3-ODrHlmXXpfQZAMjd_Ikwa0CdUkPFKs7Snmoa3vpUxS4YHC0BAQ5VddtMNLLiRnfv-W6Xe3fp3ZFNOYxN9LuSE67HwPrieb_M0-8whjckCAfjvV/s1600/WhatsApp%20Image%202023-05-10%20at%2018.52.01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1600" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWN_GeDJ0-UllglqGooasfwY4JPEIHhKGe_5ih1AM8HexvHbssAOWgBW8sHmSX9976PgnHHoVc3-ODrHlmXXpfQZAMjd_Ikwa0CdUkPFKs7Snmoa3vpUxS4YHC0BAQ5VddtMNLLiRnfv-W6Xe3fp3ZFNOYxN9LuSE67HwPrieb_M0-8whjckCAfjvV/w505-h244/WhatsApp%20Image%202023-05-10%20at%2018.52.01.jpeg" width="505" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Carlos Algusto Almeida - CIMI AO<br /></td></tr></tbody></table></span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></p><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Com o tema TERRITÓRIO
PROTEGIDO: Soberania Alimentar e Espaço de Políticas Públicas foi realizada a I
Assembleia do povo Madijá do Rio Envira, no município de Feijó, no estado do
Acre nos dias 30 de abril a 02 maio. Todas as aldeias das três terras indígenas
localizadas no Médio e Alto Rio Envira: T.I Jaminawa/Envira, que acolheu os
representantes delegados, T.I Igarapé do Pau e T.I Kulina<a href="#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span></span></span></a> do Rio Envira além de
outras três lideranças da Aldeia Macapá, município do Envira, AM. Ao todo 150
lideranças se juntaram à comunidade da aldeia “Jaminawa” para discutir seus
problemas, compartilhar experiências, encontrar caminhos, exigir direitos e
respeito. Abrir os olhos!</span></span>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">A assembleia Madjá do Rio
Envira, faz parte de um conjunto de assembleias regionais e locais que o povo
Madijá vem realizando com apoio do Cimi Regional Amazônia Ocidental no intuito
de refletir sobre a dramática situação de violências, assassinatos, suicídios e
quase que total abandono do poder público, vivida por este povo que é um grande
povo com sua história escrita com suas próprias “tintas” na história dos povos
indígenas da Amazônia Ocidental e mesmo na história do Brasil. Já foram
realizadas quatro assembleias locais (por terras e aldeias mais próximas)
restando ainda mais duas a serem realizadas. Uma na Aldeia Macapá, município de
Envira, AM e outra no Alto Rio Purus, município de Santa Rosa do Purus, AC. Ao
final de todas essas assembleias, será realizada uma assembleia mais ampla e
que reunirá todos os encaminhamentos, propostas e decisões tiradas nas
assembleias locais.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Entretanto todos os
documentos, encaminhamentos, propostas e decisões tomadas já durante a assembleia
Madijá do Rio Envira, foram encaminhadas às autoridades e as reivindicações e
demandas serão acompanhadas e seu cumprimento exigido. Os Madijá decidiram
retomar a sua história em suas mãos e exigem respeito!</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;"> </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">Caminhos
e encontros:</span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;"> </span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Caudalosos e sinuosos são
os rios que acolhem e transportam as histórias e a vida do povo Madijá e os Madijá,
acolhidos, acolhem os rios e a partir deles seguem escrevendo e vivendo suas
histórias. Histórias de rios, presente e graça de Tamaco e Quira, criadores do
povo que é gente em si, nos rios e em tudo que a natureza, com seu sopro
refrescante os presenteia e eles mesmos, como se fosse gesto de gratidão, nos
presenteiam com sua singular existência. A dádiva que os criou nos é entregue
por eles para que sejamos melhores e gratos. </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Foi entendendo ser este
navegar preciso que o povo Madijá se pós a caminho e no mesmo entendimento de
navegar em solidariedade foi que o Cimi Regional Amazônia Ocidental se juntou
neste navegar pelas calhas dos Rios Juruá, Envira Purus e dezenas de paranás e
igarapés, revisitando “parentes” e contribuindo na construção de barcos, canoas
e remos capazes de trazer de volta a dignidade e o respeito devido a este
grande povo, o que também chamamos de liberdade!<span> </span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Madijá e Cimi iniciaram a
navegação rumo ao município de Eirunepé, no Amazonas, descendo até o médio
Juruá onde ancoraram na Terra Indígena Madijá do Médio Juruá, aldeia Eirú, no
Rio Eirú. Diferente das caravelas dos invasores, os barcos Madijá traziam
esperança e muita força e disposição para lutar e celebrar com os parentes. Foi
a primeira assembleia local de retomada da história nas mãos. A esta se
seguiram mais duas: Na Aldeia Piau, Município de Ipixuna, AM e Aruanã, no
município de Envira, AM. <span style="color: red;"><span> </span></span>Todas no mesmo espírito, considerando
alquimias e rituais até que...</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Numa manhã chuvosa de
final de inverno amazônico, uma terça feira, 25 do mês dedicado aos povos
indígenas, vimos as cordas que prendiam o nosso batelão (barco feito em
madeira) serem desamarradas libertando-nos para um navegar rio acima, rumo ao
território do povo Madijá da Terra Indígena Jaminawa/Envira, Aldeia Jaminawa. O
batelão seguiu nos conduzindo por quatro dias. Quatro dias pode parecer um
tempo longo, mas nada se comparado à ansiedade por rever amigos e encontrar a
verdadeira história, prestes a ser desvendada diante de nossos olhos que também
precisavam ser abertos e desnuviados para enxergarmos os caminhos. Tal qual o
seringueiro que “na estrada de seringa parte sempre do ponto de chegada”, assim
nós, partíamos rumo ao nosso próprio encontro.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Como disse Euclides da Cunha
em suas andanças por estas bandas: <i>“Quando
nos vamos pelos sertões em fora, num reconhecimento penoso, verificamos,
encantados, que só podemos caminhar na terra como os sonhadores e os
iluminados”.</i> Tanto mais agora que rumamos ao paraíso Madijá feito inferno
pelo colonizador.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">O batelão deslizava sobre
as águas caudalosas e barrentas do velho Rio Envira de “Santa Maria da
Liberdade” e tantas santas e mártires, Almas do Bom Futuro! Para trás, ficava o
rastro dos motores em forma de maresia que seguiam em ondas até se chocarem com
as barrancas do Rio. Barrancas que outrora e ainda hoje emprestam seu nome para
titular e condecorar os malfeitores e asquerosos “coronéis de barranco”,
algozes ontem e hoje dos Madijá e tantos outros povos. A cidade de Feijó cada
vez mais distante, assim como o Estado Brasileiro que nunca chega nesses altos
rios! Logo, estávamos indo em direção aos Madijá, mas para chegarmos
efetivamente ao Estado brasileiro. È preciso chegar ao ponto de onde partimos!</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Que encontro! Histórico
encontro com a história! Ao chegarmos à Aldeia Jaminawa começamos a abrir
nossos olhos, mas foi Almir Kulina quem disse: <b><i>“De hoje em diante o povo Madijá
está abrindo os olhos”</i></b> (Almir Kulina, cacique Madjá da Aldeia Igarapé
do Anjo, T.I Kulina do Rio Envira). Os Madijá estavam abrindo os nossos olhos,
ouvidos, corações e almas e achavam que nós, caboclos de tantas e incertas
origens, é que estávamos os ajudando a abrirem os olhos. </span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Opa! Auto lá! Pegue a
poranga e vamos para a estrada (de seringa) que Madijá abriu os olhos!<span> </span>E todos começamos a enxergar o abandono do
Estado brasileiro no território, na saúde, na educação, na soberania alimentar
e nas políticas públicas. Os Madijá (e nós ainda arigós)<a href="#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span></span></span></a> enxergaram, construíram
documentos, exigiram respeito e rumaram conosco, após três dias de assembleia,
em direção a Feijó, ponto de partida, Estado br</span><span style="font-family: inherit;">asileiro.<span style="line-height: 115%;"><span> </span></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Durante nosso encontro começamos a
abrir os olhos e entendemos que estamos sendo o tempo todo vítimas de racismo,
preconceito e sofrendo com o descaso das autoridades públicas. Nós, Madijá,
estamos abandonados e sofrendo muito com a violência contra nosso povo e por
isso decidimos que não vamos mais aceitar que isso continue acontecendo e por
isso vamos buscar nossos direitos e exigir que as autoridades e todos os nawás
(que não são indígenas) nos respeitem. Vamos exigir que em cada setor nossos
direitos sejam respeitados e cumpridos e que o Ministério Público acompanhe e
exija junto conosco o cumprimento de todas as ações e exigências nossas porque é
nosso direito. (documento final da assembleia Madijá do Rio Envira, 03,05,
2023).</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Era como se os Madijá nos
dissessem: Agora que vocês vieram e viram, nos ajude para que todos vejam e
nossos direitos venham. Se nossos direitos não veem, vamos busca-los como quem
sai na madrugada para colher o látex da seringa ou quem toma o remo e a canoa
para ir se encontrar com o rio que acolhe, fornece alimento e nos conduz como
quem conduz a própria história.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Como sabiamente o dito
popular diz que quem conta um conto aumenta um ponto, terminou a Primeira Assembleia
do povo Madjá do Rio Envira, Feijó, Acre, mas acrescentou-se mais um ponto na
história de travessia do povo Madijá rumo ao alvorecer com cantorias de
pássaros entoando hinos e festejando finalmente a liberdade! Quem quiser, pode
chamar a este alvorecer de Bem Viver.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Equipe
Cimi: Carlos, Sandra, Lindomar e Oscar</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">Texto:
<span> </span>Lindomar Padilha.</span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;"><span> </span></span></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br clear="all" /></span></span>
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="ftn1">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-size: small;"><a href="#_ftnref1" name="_ftn1" style="font-family: inherit;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span></span></span></a><span style="font-family: inherit;">
Nome adotado corriqueiramente para se referir ao povo que se autodenomina Madijá.</span></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-size: small;"><a href="#_ftnref2" name="_ftn2" style="font-family: inherit;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span></span></span></a><span style="font-family: inherit;"> Nordestinos
que vinham trabalhar na extração do látex da seringa, mas que não estavam
acostumados a navegar pelos rios da região. Diz-se também dos desconhecedores
da realidade local.</span></span></p>
</div>
</div>
<p></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-42512656506498043942023-03-28T16:02:00.000-05:002023-03-28T16:02:13.602-05:00Por que a Medida Provisória 1151/2022 é um verdadeiro contrabando e não pode ser votada?<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid8"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*256.60px); transform: scaleX(1.03403);">Elaborada com o objetivo de alterar a legislação vigente sobre concessão de florestas</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*269.23px); transform: scaleX(1.03345);"> públicas nacionais e sobre gestão de Unidades de Conservação, a MP 1151, ao invés</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*281.83px); transform: scaleX(1.08013);"> de focar no tema, tratou principalmente de inserir na concessão florestal, como um</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*294.55px); transform: scaleX(1.02304);"> contr</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*109.70px); top: calc(var(--scale-factor)*294.55px); transform: scaleX(1.07128);">abando, o direito a comercialização de créditos de carbono florestais. Ou seja,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*307.15px); transform: scaleX(1.06232);"> permitirá que a empresa que obtenha a concessão, por exemplo por 40 anos para a</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*319.87px); transform: scaleX(1.02648);"> exploração de 40 mil hectares em manejo florestal, obter igualmente a possibilidade de</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*332.47px); transform: scaleX(1.1247);"> aferir e</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*122.89px); top: calc(var(--scale-factor)*332.47px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*129.38px); top: calc(var(--scale-factor)*332.47px); transform: scaleX(1.11548);">comercializar créditos de carbono sobre tal área, convertendo o manejo</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*345.07px); transform: scaleX(1.10006);"> madeireiro em ativo ambiental e possibilitando que outro ente público ou privado,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*357.79px); transform: scaleX(1.02185);"> nacional ou internacional, possa compensar suas emissões de gases de efeito estufa.</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid8"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*357.79px); transform: scaleX(1.02185);"> </span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid9"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid10"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*370.39px); transform: scaleX(1.02627);">No fundo estamos fa</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*186.77px); top: calc(var(--scale-factor)*370.39px); transform: scaleX(1.01951);">lando do uso de florestas públicas e de Unidades de Conservação</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*383.11px); transform: scaleX(1.01266);"> no rol de licenças para poluir, corroborando para o atraso ao urgente e necessário corte</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*395.71px); transform: scaleX(1.02372);"> de emissões de gases de efeito estufa para enfrentamento da crise climática.</span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid11"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid12"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid13"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid14"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*422.11px); transform: scaleX(1.01828);"> A inserção da possibilidad</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*212.21px); top: calc(var(--scale-factor)*422.11px); transform: scaleX(1.00987);">e de transação de créditos seria um “atrativo”, como a própria</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*434.83px); transform: scaleX(1.04013);"> MP se refere, para investimento em manejo florestal, considerada uma das atividades</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*447.43px); transform: scaleX(1.06535);"> principais para que o Brasil alcance metas climáticas de estocagem de carbono. No</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*460.17px); transform: scaleX(1.02018);"> entanto, a realidade das fl</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*211.85px); top: calc(var(--scale-factor)*460.17px); transform: scaleX(1.02139);">orestas deve ser levada em consideração.</span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid15"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid16"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid17"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid18"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*485.37px); transform: scaleX(1.02491);"> Por isso destacamos:</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid18"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*485.37px); transform: scaleX(1.02491);"> </span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid19"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid20"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid21"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid22"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*510.69px);">1</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*510.69px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*510.69px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*97.34px); top: calc(var(--scale-factor)*510.69px); transform: scaleX(1.02128);">As concessões florestais são executadas por empresas, que não representam povos</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*523.41px); transform: scaleX(1.02973);"> e comunidades tradicionais, logo, conferir a elas maior atribuição seria repassar a elas</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*536.01px); transform: scaleX(1.0122);"> o papel de guardiãs da</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*196.25px); top: calc(var(--scale-factor)*536.01px); transform: scaleX(1.01686);">s florestas ou submeter os povos que vivem nessas áreas a uma</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*548.73px); transform: scaleX(1.01914);"> tutela do setor privado;</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid22"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*548.73px); transform: scaleX(1.01914);"> </span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid23"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid24"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid25"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid26"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*573.93px);">2</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*573.93px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*573.93px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*100.82px); top: calc(var(--scale-factor)*573.93px); transform: scaleX(1.1165);">As áreas de concessão também podem ser reivindicadas por grupos étnicos,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*586.65px); transform: scaleX(1.00664);"> portanto, conferir atratividade de mercado a concessão sem antes garantir demarcações</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*599.25px); transform: scaleX(1.02168);"> étnicas</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*120.05px); top: calc(var(--scale-factor)*599.25px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*123.14px); top: calc(var(--scale-factor)*599.25px); transform: scaleX(1.01759);">acentua conflitos territoriais;</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid26"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*123.14px); top: calc(var(--scale-factor)*599.25px); transform: scaleX(1.01759);"> </span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid27"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid28"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid29"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid30"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);">3</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*97.22px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px); transform: scaleX(1.02111);">A inclusão de</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*162.78px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*165.62px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px); transform: scaleX(1.02113);">Financial Technologies</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*277.72px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*280.61px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*286.75px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*289.61px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px); transform: scaleX(1.02042);">Fintech</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*325.73px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*328.39px); top: calc(var(--scale-factor)*624.57px); transform: scaleX(1.01108);">no uso do recurso do Fundo Nacional</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*637.17px); transform: scaleX(1.0197);"> sobre Mudança do Clima avança nas medidas de financeirização da natureza e reduz o</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*649.92px); transform: scaleX(1.05383);"> direito ao meio ambiente a um ativo transacionável. A</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*353.20px); top: calc(var(--scale-factor)*649.92px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*357.31px); top: calc(var(--scale-factor)*649.92px); transform: scaleX(1.04727);">natureza é</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*410.09px); top: calc(var(--scale-factor)*649.92px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*413.95px); top: calc(var(--scale-factor)*649.92px); transform: scaleX(1.07186);">uma bem comum e</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*662.52px); transform: scaleX(1.02757);"> como tal precisa</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*165.25px); top: calc(var(--scale-factor)*662.52px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*168.38px); top: calc(var(--scale-factor)*662.52px); transform: scaleX(1.02684);">ser tratada como um direito.</span></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><span class="markedContent" id="page3R_mcid30"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*168.38px); top: calc(var(--scale-factor)*662.52px); transform: scaleX(1.02684);"> </span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid31"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid32"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid33"></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid34"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*687.84px);">4</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*687.84px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*687.84px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*98.66px); top: calc(var(--scale-factor)*687.84px); transform: scaleX(1.05409);">A alteração na Lei nº12.114/2009 do Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*700.44px); transform: scaleX(1.01374);"> ampliando os agentes financeiros para financiamento da comercialização de créditos de</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*713.16px); transform: scaleX(1.06374);"> carbono florestai</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*169.94px); top: calc(var(--scale-factor)*713.16px); transform: scaleX(1.14248);">s, atropela a retomada de leis,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*335.14px); top: calc(var(--scale-factor)*713.16px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*341.78px); top: calc(var(--scale-factor)*713.16px); transform: scaleX(1.11437);">políticas e conselhos que foram</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*725.76px); transform: scaleX(1.09612);"> desmontadas pelo governo Bolsonaro, como o ENREDD+,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*392.24px); top: calc(var(--scale-factor)*725.76px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*398.90px); top: calc(var(--scale-factor)*725.76px); transform: scaleX(1.02058);">CONAREDD+,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*471.16px); top: calc(var(--scale-factor)*725.76px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*477.83px); top: calc(var(--scale-factor)*725.76px); transform: scaleX(1.01929);">código</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*738.48px); transform: scaleX(1.05566);"> florestal, Política Nacional de Mudanças Climáticas, Fundo Amazônia, dentre outras,</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*751.08px); transform: scaleX(1.0198);"> ignorando estudos e propostas debatida</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*281.57px); top: calc(var(--scale-factor)*751.08px); transform: scaleX(1.01939);">s durante o processo de transição do governo.</span></span><span class="markedContent" id="page3R_mcid35"></span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid0" style="font-family: inherit;"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid1" style="font-family: inherit;"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid2" style="font-family: inherit;"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid3" style="font-family: inherit;"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*50.06px);">5</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*50.06px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*50.06px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*97.34px); top: calc(var(--scale-factor)*50.06px); transform: scaleX(1.02468);">A comercialização de créditos de carbono florestal visa a compensação de emissões</span></span><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid3"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*62.66px); transform: scaleX(1.10685);"> por entes privados e atrasam a mudança necessária que o setor precisa para se</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid3"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*75.38px); transform: scaleX(1.02832);"> comprometer com as mudanças no padrão de produç</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*346.87px); top: calc(var(--scale-factor)*75.38px); transform: scaleX(1.01971);">ão e distribuição.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid3"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*346.87px); top: calc(var(--scale-factor)*75.38px); transform: scaleX(1.01971);"> </span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid4"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid5"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid6"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"></span><br role="presentation" /><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*100.60px);">6</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*91.22px); top: calc(var(--scale-factor)*100.60px);">.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*100.60px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*96.98px); top: calc(var(--scale-factor)*100.60px); transform: scaleX(1.01289);">O Brasil ainda não possui nenhuma regulação em vigor sobre o mercado de carbono,</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*113.32px); transform: scaleX(1.02924);"> avançar com essa MP é colocar o</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*251.84px); top: calc(var(--scale-factor)*113.32px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*255.17px); top: calc(var(--scale-factor)*113.32px); transform: scaleX(1.02359);">carro na frente dos bois</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*371.24px); top: calc(var(--scale-factor)*113.32px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*374.59px); top: calc(var(--scale-factor)*113.32px); transform: scaleX(1.02873);">e gerar mais especulação e</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*125.92px); transform: scaleX(1.02692);"> pressão em cima dos territórios, sem marcos legais que regulem o seto</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*433.39px); top: calc(var(--scale-factor)*125.92px); transform: scaleX(1.03515);">r e promovam a</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*138.64px); transform: scaleX(1.02048);"> proteção dos direitos territoriais e da consulta, livre prévia e informada.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid7"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*138.64px); transform: scaleX(1.02048);"> </span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid8"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid9"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid10"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid11"></span><br role="presentation" /><span class="markedContent" id="page21R_mcid11"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px); transform: scaleX(1.02102);">7.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*94.29px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*100.46px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px); transform: scaleX(1.15468);">A MP também reduz a</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*221.70px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*227.93px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px); transform: scaleX(1.02144);">barganha</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*274.51px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*280.61px); top: calc(var(--scale-factor)*163.84px); transform: scaleX(1.09027);">do Brasil nas negociações internacionais de</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid11"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*176.56px); transform: scaleX(1.04029);"> mudanças climáticas no âmbito da UNFCCC e da implementação do Acordo de Paris,</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid11"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*189.16px); transform: scaleX(1.0397);"> ao avançar</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*140.62px); top: calc(var(--scale-factor)*189.16px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*144.74px); top: calc(var(--scale-factor)*189.16px); transform: scaleX(1.05345);">em temas sensíveis, já que estão entregando ao mercado, via legislação</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid11"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*201.88px); transform: scaleX(1.02306);"> nacional, algo que ainda está em debate neste outro âmbito.</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid12"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid13"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid14"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid15"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid15"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*227.20px); transform: scaleX(1.01628);"> A MP 1151 é sobre concessão florestal, de biodiversidade e de crédito de carbono. São</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid15"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*239.80px); transform: scaleX(1.02296);"> questões muito profundas e que precisa</span><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*280.85px); top: calc(var(--scale-factor)*239.80px); transform: scaleX(1.0258);">m ser debatidas com a sociedade.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid15"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*280.85px); top: calc(var(--scale-factor)*239.80px); transform: scaleX(1.0258);"> </span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid16"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid17"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid18"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid19"></span><br role="presentation" /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid19"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*269.12px); transform: scaleX(1.05751);"><b>Não votem a MP 1151!</b></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid19"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*269.12px); transform: scaleX(1.05751);"> </span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid20"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid21"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid22"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid23"></span><br role="presentation" /><span class="markedContent" id="page21R_mcid23"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*300.79px); transform: scaleX(1.02005);">Brasília, 28/03/2023</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span class="markedContent" id="page21R_mcid23"><span dir="ltr" role="presentation" style="left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*300.79px); transform: scaleX(1.02005);"> </span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid24"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid25"></span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid26"></span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid27"></span><br role="presentation" /><span class="markedContent" id="page21R_mcid27"></span></div><p><span class="markedContent" id="page21R_mcid27"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*11.04px); left: calc(var(--scale-factor)*85.10px); top: calc(var(--scale-factor)*327.19px); transform: scaleX(1.04854);">Assinam:</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid28"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid29"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid30"></span></p><p><span class="markedContent" id="page21R_mcid30"><br role="presentation" /></span></p><div><span class="markedContent" id="page21R_mcid30"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*352.37px); transform: scaleX(0.986767);">1.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*352.37px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*352.37px); transform: scaleX(1.02044);">Grupo Carta de Belém</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid31"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid32"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px); transform: scaleX(0.986767);">2.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px); transform: scaleX(1.01217);">Articulação dos Povos Indígenas do Brasil</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*308.15px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*311.21px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*314.53px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*317.35px); top: calc(var(--scale-factor)*363.89px); transform: scaleX(0.996874);">APIB</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid33"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid34"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*375.41px); transform: scaleX(0.986767);">3.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*375.41px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*375.41px); transform: scaleX(1.02327);">Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito</span><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*386.81px); transform: scaleX(1.03355);">Santo</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*147.15px); top: calc(var(--scale-factor)*386.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*149.90px); top: calc(var(--scale-factor)*386.81px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*153.22px); top: calc(var(--scale-factor)*386.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*156.02px); top: calc(var(--scale-factor)*386.81px); transform: scaleX(1.03102);">Apoinme</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid35"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid36"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px); transform: scaleX(0.986767);">4.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px); transform: scaleX(1.01506);">Articulação dos Povos Indígenas do Sul</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*297.72px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*300.65px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*303.97px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*306.77px); top: calc(var(--scale-factor)*398.33px); transform: scaleX(1.03077);">Apinsul</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid37"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px); transform: scaleX(0.986767);">5.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px); transform: scaleX(1.02761);">Conselho Nacional</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*204.95px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*207.77px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px); transform: scaleX(1.03267);">das Populações Extrativistas</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*335.41px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*338.35px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*341.67px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*344.47px); top: calc(var(--scale-factor)*409.85px); transform: scaleX(1.03701);">CNS</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid38"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid39"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px); transform: scaleX(0.986767);">6.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px); transform: scaleX(1.01561);">Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*353.27px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*356.35px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*359.67px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*362.47px); top: calc(var(--scale-factor)*421.37px); transform: scaleX(1.05009);">CONAQ</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid40"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid41"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px); transform: scaleX(0.986767);">7.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px); transform: scaleX(1.01544);">Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*376.01px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*379.03px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*384.57px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*387.31px); top: calc(var(--scale-factor)*432.89px); transform: scaleX(1.03431);">Contag</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid42"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid43"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px); transform: scaleX(0.986767);">8.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px); transform: scaleX(1.01917);">Conselho Pastoral dos Pescadores</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*277.03px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*280.01px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*283.33px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*286.13px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px);">N</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*293.33px); top: calc(var(--scale-factor)*444.29px); transform: scaleX(1.02149);">orte</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid44"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid45"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px); transform: scaleX(0.986767);">9.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*111.39px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px); transform: scaleX(1.02406);">Central Única dos Trabalhadores</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*267.57px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*270.53px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*276.07px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*278.81px); top: calc(var(--scale-factor)*455.81px); transform: scaleX(1.07226);">CUT</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid46"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid47"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px); transform: scaleX(1.00064);">10.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px); transform: scaleX(1.03206);">Movimento dos Atingidos</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*232.56px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*235.61px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);">p</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*241.25px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px); transform: scaleX(1.00032);">or Barragens</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*298.87px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*301.73px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*305.05px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*307.85px); top: calc(var(--scale-factor)*467.35px); transform: scaleX(1.03015);">MAB</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid48"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid49"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px); transform: scaleX(1.05734);">11.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px); transform: scaleX(1.02104);">Movimento pela Soberania Popular na Mineração</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*340.42px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*343.51px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*346.83px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*349.63px); top: calc(var(--scale-factor)*478.87px); transform: scaleX(1.04894);">MAM</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid50"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid51"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px); transform: scaleX(1.00064);">12.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px); transform: scaleX(1.02341);">Marcha Mundial das Mulheres</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*254.96px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*257.93px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*263.47px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*266.21px); top: calc(var(--scale-factor)*490.39px); transform: scaleX(1.06708);">MMM</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid52"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid53"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px); transform: scaleX(1.00064);">13.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px); transform: scaleX(1.02746);">Movimento Negro Unificado</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*244.39px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*247.25px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*250.57px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*253.37px); top: calc(var(--scale-factor)*501.91px); transform: scaleX(1.07995);">MNU</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid54"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid55"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px); transform: scaleX(1.00064);">14.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px); transform: scaleX(1.02478);">Movimento dos Pequenos Agricultores</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*292.03px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*295.01px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*298.33px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*301.25px); top: calc(var(--scale-factor)*513.31px); transform: scaleX(1.06777);">MPA</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid56"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid57"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px); transform: scaleX(1.00064);">15.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px); transform: scaleX(1.03615);">Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*337.79px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*340.75px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*344.07px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*346.87px); top: calc(var(--scale-factor)*524.83px); transform: scaleX(1.06441);">MST</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid58"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid59"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px); transform: scaleX(1.00064);">16.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px); transform: scaleX(1.03368);">Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Sem</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*350.23px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*353.47px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px); transform: scaleX(1.13999);">Teto</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*373.42px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*376.15px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*379.47px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*382.27px); top: calc(var(--scale-factor)*536.35px); transform: scaleX(1.0794);">MTST</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid60"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid61"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px); transform: scaleX(1.00064);">17.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px); transform: scaleX(1.02311);">Alternativa para a Pequena Agricultura no Tocantins</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*352.63px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*355.63px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*358.95px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*361.87px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px); transform: scaleX(1.04721);">APA</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*381.79px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*385.15px); top: calc(var(--scale-factor)*547.87px); transform: scaleX(1.12628);">TO</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid62"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid63"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*559.39px); transform: scaleX(1.00064);">18.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*559.39px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*559.39px); transform: scaleX(1.02545);">Amigos da Terra Brasil</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid64"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid65"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*570.91px); transform: scaleX(1.00064);">19.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*570.91px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*570.91px); transform: scaleX(1.01244);">Associação Agroecológica Tijupá</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid66"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid67"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px); transform: scaleX(1.00064);">20.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px); transform: scaleX(1.02389);">Associação dos Moradores da Reserva Extrativista Mapuá</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*380.35px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*383.35px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*386.67px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*389.59px); top: calc(var(--scale-factor)*582.31px); transform: scaleX(1.03418);">Amorema</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid68"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid69"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px); transform: scaleX(1.00064);">21.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px); transform: scaleX(1.01424);">Associação Maranhense para a Conservação da Natureza</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*380.34px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*383.35px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*386.67px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*389.59px); top: calc(var(--scale-factor)*593.83px); transform: scaleX(1.04259);">Amavida</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid70"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid71"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*605.35px); transform: scaleX(1.00064);">22.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*605.35px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*605.35px); transform: scaleX(1.03297);">Amazon Hopes</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid72"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*616.87px); transform: scaleX(1.00064);">23.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*616.87px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*616.87px); transform: scaleX(1.00972);">Articulação de Agroecologia da Amazônia</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid73"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid74"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*628.39px); transform: scaleX(1.00064);">24.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*628.39px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*628.39px); transform: scaleX(1.01285);">Articulação das Pastorais do Campo</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid75"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid76"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*639.79px); transform: scaleX(1.00064);">25.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*639.79px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*639.79px); transform: scaleX(0.999926);">Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid77"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid78"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px); transform: scaleX(1.00064);">26.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px); transform: scaleX(1.02397);">Cosmopolíticas</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*189.30px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*192.17px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*195.49px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*198.29px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px); transform: scaleX(1.02419);">Núcleo de Antropologia</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*302.14px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*304.97px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*308.29px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*311.09px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px); transform: scaleX(1.0292);">Universidade Federal Fluminense</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*460.53px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*463.42px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*466.74px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*469.54px); top: calc(var(--scale-factor)*651.34px); transform: scaleX(1.04901);">UFF</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid79"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid80"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px); transform: scaleX(1.00064);">27.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px); transform: scaleX(1.03066);">Comissão Pastoral da Terra</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*245.50px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*248.33px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*253.87px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*256.61px); top: calc(var(--scale-factor)*662.86px); transform: scaleX(1.04165);">CPT</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid81"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid82"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px); transform: scaleX(1.00064);">28.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px); transform: scaleX(1.02648);">Comunidade Quilombola de Caldeirão</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*290.47px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*293.33px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*296.65px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*299.57px); top: calc(var(--scale-factor)*674.38px); transform: scaleX(1.03869);">Salvaterra/PA</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid83"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid84"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px); transform: scaleX(1.00064);">29.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px); transform: scaleX(1.01744);">Conselho Indigenista Missionário</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*267.61px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*270.53px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*273.85px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*276.65px); top: calc(var(--scale-factor)*685.90px); transform: scaleX(1.00549);">CIMI</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid85"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid86"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px); transform: scaleX(1.00064);">30.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px); transform: scaleX(1.03844);">Conselho do Povo Terena</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*237.17px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px);">/</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*239.94px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*242.93px); top: calc(var(--scale-factor)*697.42px); transform: scaleX(1.03634);">MS</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid87"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid88"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px); transform: scaleX(1.00064);">31.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px); transform: scaleX(1.03229);">FASE</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*147.17px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*149.90px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*153.22px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*156.02px); top: calc(var(--scale-factor)*708.82px); transform: scaleX(1.00761);">Solidariedade e Educação</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid89"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid90"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px); transform: scaleX(1.00064);">32.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px); transform: scaleX(1.02282);">Fórum da Amazônia Oriental</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*248.75px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*251.57px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*254.89px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*257.69px); top: calc(var(--scale-factor)*720.34px); transform: scaleX(1.07113);">FAOR</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid91"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid92"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px); transform: scaleX(1.00064);">33.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px); transform: scaleX(1.0256);">Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*425.09px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*428.11px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*431.43px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*434.23px); top: calc(var(--scale-factor)*731.86px); transform: scaleX(1.03954);">GEDMMA/UFMA</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid93"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid94"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px); transform: scaleX(1.00064);">34.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px); transform: scaleX(1.01648);">Grupo de Pesquisa Costeiros</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*251.62px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*254.57px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*260.11px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*262.85px); top: calc(var(--scale-factor)*743.38px); transform: scaleX(1.03345);">UFBA</span></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid95"></span><span class="markedContent" id="page21R_mcid96"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px); transform: scaleX(1.00064);">35.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px);">G</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*128.90px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px);">T</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*134.99px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*137.90px); top: calc(var(--scale-factor)*754.90px); transform: scaleX(1.01166);">de Saúde e Ambiente da Abrasco</span></span><div aria-label="Página 2" class="page" data-loaded="true" data-page-number="2" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"></div><div aria-label="Página 3" class="page" data-loaded="true" data-page-number="3" role="region" style="height: calc(var(--scale-factor) * 841.92px); width: calc(var(--scale-factor) * 595.32px);"><div class="canvasWrapper"></div></div><span class="markedContent" id="page23R_mcid0"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid1"><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px); transform: scaleX(1.00064);">36.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px); transform: scaleX(1.01612);">Instituto Brasileiro de Educação, Integração e Desenvolvimento Social</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*432.03px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*435.07px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*440.61px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*443.50px); top: calc(var(--scale-factor)*37.20px); transform: scaleX(0.993585);">IBEIDS</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid2"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid3"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px); transform: scaleX(1.00064);">37.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px); transform: scaleX(1.01614);">Instituto de Estudos Socioeconômicos</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*289.98px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*292.97px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*298.51px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*301.25px); top: calc(var(--scale-factor)*48.72px); transform: scaleX(0.992265);">Inesc</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid4"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid5"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*60.24px); transform: scaleX(1.00064);">38.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*60.24px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*60.24px); transform: scaleX(1.04275);">Instituto EQUIT</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid6"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid7"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px); transform: scaleX(1.00064);">39.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px); transform: scaleX(1.02369);">Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*298.61px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*301.73px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*307.27px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*310.01px); top: calc(var(--scale-factor)*71.76px); transform: scaleX(1.01364);">Inga</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid8"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid9"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*83.30px); transform: scaleX(1.00064);">40.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*83.30px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*83.30px); transform: scaleX(1.01628);">Instituto de Referência Negra Peregum</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid10"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid11"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*94.70px); transform: scaleX(1.00064);">41.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*94.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*94.70px); transform: scaleX(1.02313);">Instituto Iepé</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid12"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid13"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*106.22px); transform: scaleX(1.00064);">42.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*106.22px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*106.22px); transform: scaleX(1.03938);">Instituto Yande</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid14"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid15"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*117.74px); transform: scaleX(1.00064);">43.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*117.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*117.74px); transform: scaleX(1.02552);">International Rivers Brasil</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid16"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid17"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*129.26px); transform: scaleX(1.00064);">44.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*129.26px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*129.26px); transform: scaleX(1.01247);">Jubileu Sul Brasil</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid18"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid19"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*140.78px); transform: scaleX(1.00064);">45.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*140.78px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*140.78px); transform: scaleX(1.02367);">Justiça Global</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid20"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid21"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*152.18px); transform: scaleX(1.00064);">46.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*152.18px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*152.18px); transform: scaleX(1.02009);">Movimento Ciência Cidadã</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid22"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid23"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px); transform: scaleX(1.00064);">47.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px); transform: scaleX(1.03372);">Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*363.23px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*366.19px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*369.51px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*372.31px); top: calc(var(--scale-factor)*163.70px); transform: scaleX(1.06376);">MMTR/NE</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid24"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid25"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*175.22px); transform: scaleX(1.00064);">48.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*175.22px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*175.22px); transform: scaleX(1.02779);">Movimento SOS Chapada dos Veadeiros</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid26"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid27"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px); transform: scaleX(1.00064);">49.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);">N</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*128.30px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px); transform: scaleX(1.0126);">úcl</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*141.02px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px); transform: scaleX(1.02329);">eo de Estudos</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*204.87px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*207.77px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px); transform: scaleX(1.01345);">em Cooperação</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*278.91px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*281.69px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*285.01px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*287.81px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px);">N</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*295.13px); top: calc(var(--scale-factor)*186.74px); transform: scaleX(1.03031);">ECOOP/UFFS</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid28"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid29"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px); transform: scaleX(1.00064);">50.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px); transform: scaleX(1.01719);">Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*361.56px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*364.63px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px);">-</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*367.95px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*370.75px); top: calc(var(--scale-factor)*198.26px); transform: scaleX(1.01233);">NEPED/ UFSCar</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid30"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid31"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*209.78px); transform: scaleX(1.00064);">51.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*209.78px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*209.78px); transform: scaleX(1.02625);">Organ</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*148.82px); top: calc(var(--scale-factor)*209.78px); transform: scaleX(1.032);">ização de Desenvolvimento Sustentável e Comunitário</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*390.93px); 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left: calc(var(--scale-factor)*287.21px); top: calc(var(--scale-factor)*221.18px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*292.75px); top: calc(var(--scale-factor)*221.18px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*295.49px); top: calc(var(--scale-factor)*221.18px); transform: scaleX(1.01537);">RBJA</span></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid34"></span><span class="markedContent" id="page23R_mcid35"><br role="presentation" /><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*232.70px); transform: scaleX(1.00064);">53.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); 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left: calc(var(--scale-factor)*103.10px); top: calc(var(--scale-factor)*278.81px); transform: scaleX(1.00064);">56.</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*116.91px); top: calc(var(--scale-factor)*278.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*121.10px); top: calc(var(--scale-factor)*278.81px); transform: scaleX(1.02681);">Sempreviva Organização Feminista</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*279.43px); top: calc(var(--scale-factor)*278.81px);"> </span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; font-size: calc(var(--scale-factor)*9.96px); left: calc(var(--scale-factor)*282.29px); top: calc(var(--scale-factor)*278.81px);">–</span><span dir="ltr" role="presentation" style="font-family: sans-serif; 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</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Na minha terra natal,
sempre senti muita resistência dos jovens para prestarem Serviço Militar.
Ficavam felizes quando eram dispensados. Eu fui dispensado por ser seminarista.
Mas tive interessantes contatos com militares neste tempo do Seminário. Os
jesuítas tinham no curriculum do seminário, experiências interessantes. Uma
delas era uma caminhada a dois, durante um mês, pelo interior do país, sem
dinheiro no bolso, obrigados a viverem de esmola. E outra, trabalhar em
hospital, nos serviços mais humildes. Fiz as duas experiências em 1959. </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">A segunda fiz no Hospital
Militar de Porto Alegre. Um estágio inesquecível. Uma das cenas que me impactou,
foram os últimos momentos de vida de um militar que lutou na Guerra do
Contestado. Uma guerra contra pobres sertanejos. Sua participação como militar,
nesta guerra suja, lhe doía no coração, naquele final da vida: ter ajudado a massacrar
gente pobre e humilde, servindo aos interesses de ricos e poderosos.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Em outro experimento
daquele período, servi de garçom num retiro espiritual para a elite de Porto
Alegre, onde me tornei amigo de um general aposentado, com quem troquei
correspondência até a sua morte, em 1964, quando eu já trabalhava com os índios
em Mato Grosso </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="tab-stops: 35.0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Entre
1973 e 1980, como Secretário Executivo do Conselho Indigenista
Missionário-CIMI, fiz muitas viagens pela Amazônia. E me vali, diversas vezes, dos
Serviços da FAB-Força Aérea Brasileira, em seus voos de Catalina e C-47, no controle
que faziam das fronteiras e apoio aos indígenas e ribeirinhos da região. Neste
serviço aos necessitados, vi, muitas vezes, os olhos dos militares da FAB,
brilharem cheios de satisfação. Nos pousos em cidades e vilas, ao longo dos
rios: Amazonas, Solimões e Negro, o povo humilde, em troca pelos serviços, compartilhava
sua vida pobre, improvisando mesinhas, no chão dos aeroportos, servia-lhes cafezinho
com bolachinhas. E voltando do serviço prestado, voando sobre as fronteiras do
Cucuí, do Pico da Neblina ou dos sinuosos afluentes do Solimões, comentavam com
o coração eufórico, as ações, lembranças inesquecíveis que os confortavam e realizavam
suas vidas.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Mas sempre senti, o quanto
procuravam manter distância, ocultavam e se envergonhavam de sua participação em
feitos necrófilos, como na matança de índios na fronteira do Javari e na
construção de rodovias genocidas, como na BR-163, onde destruíram os
Krenhakarore, o povo Panará; na Transamazônica e na BR-174, onde cometeram o
genocídio dos Diahui, dos Tenharim e dos Waimiri-Atroari. E escondem o alagamento
nas águas do lago da Hidrelétrica de Itaparica, no S. Francisco, a Ilha da
Viúva, a única terra, ou “ovelhinha” (2Sm. 12,1-15) que restava ao Povo Tuxá.
Além do seu cemitério, lembranças fortes do amigo, Antônio Conselheiro que compartilhou
sua vida de sofrimento e onde se inspirou para construção de Canudos, uma experiência
de fraternidade, arrasada pelos militares. </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Entre 1974 e 1975,
percorri o Goiás, Maranhão, Pará e Amazonas, visitando remanescentes dos povos originários,
onde me ocorreu realizar uma assembleia de lideranças desses povos, na aldeia
Cururu, dos índios Munduruku, no Alto Tapajós. Uma ideia louca que levei a D.
Tomás Balduíno, bispo na cidade de Goiás, então Presidente do CIMI. </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Para minha surpresa, D.
Tomás, sem pestanejar um instante, me retrucou: “Egydio, vamos amanhã a Belém,
falar com o Camarão, Comandante Militar da Amazônia!” E lá fomos nós, no dia
seguinte, voando no aviãozinho de D.Tomás, pilotado por ele mesmo, rumo a Belém.
</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">O Comandante Camarão nos
recebeu sem demora. Ouviu em silencio, o relato e o pedido de apoio da FAB para
a realização da Assembleia de lideranças indígenas no Alto Tapajós. Ao final, batendo
o punho na mesa, quebrou o silencio: “É isto que estes índios ainda precisam!
Podem contar com a FAB.” E o Camarão enviou aviões para todos os lados
indicados por nós, recolhendo as lideranças do Amapá: Galibi, Karipuna e
Palikur; da Serra do Tumucumaque: Tiriyo e Kaxuiana; do Goiás: Xerente e do
Mato Grosso: Nanbikuara, Paresi, Rikbaktsa, Manoki, Kayabi, Apiaká, Bororo,
Xavante e Tapirapé. E aquela assembleia, realizada em maio de 1975, se transformou,
numa das maiores e mais animadas já feitas.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Muitos anos depois, o
grande indigenista, Egon D. Heck, mestrando de História, fazendo um estudo
sobre a ação dos militares na Amazônia, foi entrevistar o ex-Comandante
Camarão, já aposentado que lembrava com muita satisfação o feito daquele apoio à
realização da assembleia indígena do Cururu. E eu que tive a graça de
presenciar, pessoalmente, este maravilhoso evento, muitas vezes pensei: “È isto
que os militares ainda precisam. Esta é a sua missão! E podem contar com os
brasileiros mais necessitados!”</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Mas no mesmo mês daquele
ano de 1975, outro General, Ismarth de A. Oliveira, Pres. da Funai, nos enviou
ofício, proibindo aos membros do CIMI, Presidência e Secretariado, a entrada em
todas as áreas indígenas do país. Uma das razoes alegadas foi a nossa
participação na organização da citada Assembleia. Proibição mantida até o final
da Ditadura Militar.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Durante os 20 anos de
Ditadura Militar, os povos indígenas e as populações ribeirinhas e
seringueiras, sofreram muito: perda da terra, perda da sua autonomia e muitas
vidas. A missão preponderante exercida pelos militares na Amazônia, foi esmagar
os povos indígenas, com rodovias e hidrelétricas e despojar as populações
ribeirinhas e seringueiras de seus direitos à terra, à saúde e à educação em
seu ambiente local, forçando-as à conquistar espaço nas periferias urbanas, onde
foram recebidas como ‘invasores’.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Esta foi, é, e continua
sendo a principal e vergonhosa missão das Forças Armadas, assumida desde 1500:
prestar um serviço equivocado às elites gananciosas que se apossam,
insaciavelmente, do território brasileiro, reprimindo e massacrando a quem
resiste e defende o seu direito. Assim agiram nas lutas populares: na Revolta
de Frei Caneca e na Confederação do Equador, no Pernambuco; na Balaiada no
Maranhão; na Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul; e na Guerra do
Paraguai. E à frente de todas estas ações militares estava a família Lima e
Silva, com o pai ou o filho, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro.
</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Em novembro de 1974, o
Comando Militar da Amazônia-CMA, com assinatura do Gal. Gentil Paes, então
Comandante do 6º BEC que construía a BR-174, assinou treze medidas repressivas do
CMA e da FUNAI, contra os Waimiri-Atroari, entre as quais uma diz: “Esse
Comando, caso haja visita dos índios, realize pequenas demonstrações de força,
mostrando aos mesmos os efeitos de uma rajada de metralhadora, de granadas
defensivas e da destruição pelo uso de dinamite.” (Of. 042-E2- 21-11-1974).</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Tive
oportunidade de conhecer a trajetória de outro oficial que atuou na construção
da mesma rodovia BR-174, o Gal. Altino Berthier Brasil. recebi de suas mãos, os
originais do livro de suas memórias na construção daquela estrada: “O Pajé da
Beira da Estrada”/1986 que dedica, “Ao anônimo irmão Waimiri-Atroari, cujo
cadáver mal enterrado deparamos, muitas vezes, pela frente”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Onde faz seu “confiteor”: “...o índio não
chora. Mas os códigos que regulam a altivez de sua raça não o impedem de gemer,
como qualquer ser humano. E na hora do ângelus e mesmo depois, em plena
cegueira daquelas noites equatoriais, comovido, eu cansei de ouvir gemidos
pungentes e soluços anônimos, verdadeiros clamores de misericórdia daquela
gente, que me parecia condenada a um triste e melancólico fim...”. E não se
pode afirmar que hoje vemos pela primeira vez os garimpeiros sendo expulsos da
Terra Yanomami pelas Forças Armadas. Lembram-se do Secretário do Meio Ambiente,
José Lutzenberger? Seu assessor imediato, foi o General aposentado, Altino
Berthier Brasil. Quando ambos foram os dirigentes da Secretaria do Meio
Ambiente do Governo Federal, no início dos anos 90, os aeroportos dos garimpeiros
na área Yanomami foram bombardeados por ordem desses dois dirigentes do IBAMA e
os garimpeiros retirados.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Em 2014, um mês antes de
completar 79 anos de idade, fui convidado a acompanhar uma ação de destruição
de dois garimpos ilegais na Terra Yanomami, instalados em um afluente do rio
Couto de Magalhães, próximo à fronteira da Venezuela. Só tive condições de
colaborar, carregando algumas cartelas de ovos, espólio da prisão dos
garimpeiros. Por isso, durante a longa viagem, navegando pelos rios Mucajaí e
Conto de Magalhães e caminhando pela floresta, me perguntava: por que me convidaram
a mim e não as Forças Armadas?</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Canudos, Cabanos,
Balaiada...é hora de um governo ir ao encontro dos militares, ocupar seus
centros de formação por quem lhes ensinem uma nova lição. Os faça seres novos.
Após tanta participação em ações iniquas, contra o povo oprimido, em luta por
justiça, já é hora de acordarem e, como o Rei Davi, pedirem um coração de carne
que transforme o serviço de ódio contra os fracos, em ações de solidariedade
que encham os seus corações de alegria e real orgulho.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Se o governo do PT não
conseguir levar aos centros de formação das Forças Armadas, o estudo e a
revisão da sua História, sempre voltará o perigo da direita fascista retornar
ao poder, com toda a força do seu coração de pedra. É preciso que apareçam
militares com a coragem daqueles 3 indicados pelo pai do patrono do Exército
para serem carrascos e enforcarem o Frei Caneca, mas se negaram a cumprir a
ordem. </span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Não
sou favorável que os militares sejam máquinas de guerra, tutoras das elites e
nem sejam meros cumpridores de ordens do Presidente da República. Infelizmente,
desde 1500, o foram e são, de governos dessa gente que faz e comanda as leis
escritas. Cada pessoa humana tem o direito de cumprir a Lei da Liberdade (Tg.
1.25), a ciência congênita, inscrita desde sua concepção em seu coração e que a
chama à solidariedade. Soldados e generais também são sujeitos desta Lei da
Liberdade.</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Casa
da Cultura do Urubuí, 12 de fevereiro de 2023,</span></b></p> <span style="font-size: small;"><span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"></span></span></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"></span></b>
<p></p><p align="right" class="MsoNormal" style="margin-top: 6.0pt; text-align: right; text-indent: 1.0cm;"><!--[if gte mso 9]><xml>
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</p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-22992760442437422132023-01-22T11:05:00.001-05:002023-01-22T11:05:57.245-05:00Povo Apolima-Arara cria o primeiro Conselho Indígena do Acre<p><span style="font-size: small;"> </span><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDI52Iwxpj1sf-Nzln3z9n57-m8du49QHekRr9uKiKkHtmb2KLJOdKQPnKxuk5I5npY5X4iHfS8KRdYDelagUkgE0CjnpiKFB0gB4NdeS1iRhPmmaTJIVnYGk1E5U5Qdc_vfPHsorGC5PONStL3miQPd4GmfnbftTdCLbNEK6rXPSUDWDcjr6KjOBq/s1280/Conselho.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDI52Iwxpj1sf-Nzln3z9n57-m8du49QHekRr9uKiKkHtmb2KLJOdKQPnKxuk5I5npY5X4iHfS8KRdYDelagUkgE0CjnpiKFB0gB4NdeS1iRhPmmaTJIVnYGk1E5U5Qdc_vfPHsorGC5PONStL3miQPd4GmfnbftTdCLbNEK6rXPSUDWDcjr6KjOBq/w400-h225/Conselho.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto Lindomar Padilha<br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Reunidos em assembleia nos dias 15 e 16 de janeiro deste ano de 2023, representantes e delegados do povo Apolima-Arara criaram o Conselho Indígena Apolima-Arara. A proposta do Conselho é de inaugurar uma nova fase na organização do povo para evitar que uma ou outra liderança fale indevidamente em nome do povo e para que haja maior discussão interna tornando as decisões mais coletivas e mais democráticas. O conselho, em linhas gerais ficou assim:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><i><span style="font-size: small;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">A instância soberana em decisões do povo Apolima-Arara é a assembleia
geral. A assembleia geral ocorrerá a cada ano devendo sua organização e condução
estar sob a coordenação do conselho. O conselho será formado pelos caciques
representantes de cada comunidade, um ancião ou anciã acima de 60 anos de cada
comunidade e o cacique geral. Todos os caciques terão um vice cacique incluindo
o vice cacique geral. O cacique geral será também o presidente do conselho. O
cacique geral será eleito pela maioria em assembleia geral. O mandato dos
conselheiros terá o prazo indeterminado dependendo da forma tradicional
utilizada sobre a escolha dos caciques. O conselho representará politicamente o
povo Apolima-Arara.</span></i><!--[if gte mso 9]><xml>
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Então, ponderando sobre a lei que me orienta: "amai-vos uns aos outros", decidi suspender minhas publicações sem contudo recuar em minhas convicções.</p><p style="text-align: justify;">Agora volto a publicar e já começo com o "ponto de vista" do WRM em seu <a href="https://www.wrm.org.uy/pt/boletins/nro-261">Boletím WRM 261 16 Junho 2022</a>, que resume muito bem os conteúdos sobre os quais deixei de publicar no ano passado, mas que agora os retomarei com toda ênfase necessária. Agradeço aos amigos e amigas que permaneceram fiéis, não a mim, mas às causas justas como: Não a mercantilização e financeirização da natureza; não às falsas soluções como PSA, REDD +, SbN; Defesa da causa indígena (e dos povos mais vulneráveis), Defesa do povo Palestino, especialmente em favor das mulheres palestinas; Defesa da natureza de acordo com uma ecologia integral. </p><p style="text-align: justify;">Vamos então ao ponto:</p><p style="text-align: center;"><span style="background-color: #f1f1e9; color: #273924; font-family: Inter; letter-spacing: -0.75px; text-align: left;"><span style="font-size: medium;"><b>São as interconexões e dependências entre colonialismo, racismo, patriarcado e exploração de classe que criam as condições para a crise climática. Portanto, enfrentar o caos climático é enfrentar as relações de poder desiguais em que se baseia o capitalismo, com sua dependência dos combustíveis fósseis.</b></span></span></p><p style="text-align: center;"><span style="background-color: #f1f1e9; color: #273924; font-family: Inter; letter-spacing: -0.75px; text-align: left;"><span style="font-size: medium;"><b><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWeBhQ9cxYe8QlDVwG-GbrrAIsDfjtC-wvR4FWckOozincyJREOwqh6RuF8eIMmyj12FO61orGyl1kcW5ZAn5p-M9eShwjR3gUrt-FovfK66n9oMGT_uKuJruYhUHx1aQI0NgDdBQBd2RDf8Xi9aCJUb7RPMqj1W5lJ3dXVas_sqvHiaGM9tZYTpgW" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="500" data-original-width="750" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhWeBhQ9cxYe8QlDVwG-GbrrAIsDfjtC-wvR4FWckOozincyJREOwqh6RuF8eIMmyj12FO61orGyl1kcW5ZAn5p-M9eShwjR3gUrt-FovfK66n9oMGT_uKuJruYhUHx1aQI0NgDdBQBd2RDf8Xi9aCJUb7RPMqj1W5lJ3dXVas_sqvHiaGM9tZYTpgW" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #273924; font-size: 14px; letter-spacing: normal; text-align: left;">Portel, Pará, Brasil. Foto: WRM</span></td></tr></tbody></table></b></span></span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #273924; font-family: Inter; letter-spacing: -0.25px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"></p><div style="text-align: justify;">É inegável que os combustíveis fósseis são a causa fundamental do caos climático. A base de poder da maioria das empresas de combustíveis fósseis surgiu em países europeus e em colônias europeias, e essas potências coloniais ainda estão impulsionando a crise. A colonização da terra, do trabalho e das culturas permitiu que prosperasse a economia capitalista, dependente de combustíveis fósseis. A crise climática evidencia, assim, as teias de poder e opressão que vêm sendo tecidas desde a colonização, pois a dependência em relação aos combustíveis fósseis se baseia nas interconexões e dependências entre colonialismo, racismo, patriarcado e exploração de classe.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">O relatório recente do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) finalmente destaca o que os movimentos populares vêm pedindo há décadas: o fim dos combustíveis fósseis. No entanto, as maiores empresas de petróleo e gás do mundo projetam gastar mais de 930 bilhões de dólares em novos empreendimentos direcionados a esses combustíveis, apesar de dizerem estar alinhadas com suas “metas climáticas”. Isso inclui empresas como Shell (Holanda/Reino Unido), Chevron (EUA), Eni (Itália), TotalEnergies (França) e ExxonMobil (EUA), estatais como a russa Gazprom, Saudi Aramco, PetroChina, e a norueguesa Equinor. (1)</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">E o que é pior, as negociações e políticas climáticas da ONU, como “soluções baseadas na natureza” ou REDD+, estão permitindo que governos e empresas (e ONGs conservacionistas) do Norte global conquistem e controlem mais territórios e florestas de comunidades no Sul global. (2) A chamada transição a uma economia “renovável” ou “verde” se baseia nas mesmas teias de poder e opressões da economia capitalista.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Neste contexto, um artigo do Boletim alerta para os graves impactos que a continuidade da construção de grandes hidrelétricas ao longo do rio Mekong está causando nas comunidades e nas teias de vida que esse rio sustenta. Outro artigo, do Brasil, expõe a forma como os planos de expansão das plantações industriais de dendezeiros na Amazônia, em particular pela empresa Brazil Bio Fuels (BBF), representam uma ameaça perigosa a florestas, povos indígenas e comunidades camponesas. Da mesma forma, um artigo vindo do Equador revela não apenas os impactos, mas também as resistências das comunidades impactadas pelo legado de violência e injustiça das empresas plantadoras de dendezeiros.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">As empresas de plantações de árvores, no entanto, estão tentando fazer as pessoas acreditarem que são as salvadoras da crise climática. A Declaração do 15º Congresso Florestal Mundial, que ocorreu em maio de 2022 e reuniu a maior parte das indústrias de plantação de árvores e celulose, afirmou que elas “oferecem importantes soluções baseadas na natureza para mudanças climáticas, perda de biodiversidade, degradação do solo, fome e pobreza”. (3) Essas falsas “soluções”, no entanto, têm como fundamento a expansão do mesmo modelo opressor e destrutivo, e estão principalmente focadas em como manter os lucros das empresas.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Outro artigo deste boletim expõe a forma como as empresas de plantações de árvores APP e APRIL, na Indonésia, baseiam-se em um modelo de violência, poluição e desapropriação, e continuam operando por meio dele, apesar de seus compromissos supostamente “verdes” e suas metas climáticas. Da mesma forma, outro artigo do Brasil expõe os graves impactos e conflitos que a multinacional de papel e celulose Suzano representa para as comunidades e seus territórios.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">As corporações e seus aliados financeiros também estão usando o cercamento de mais florestas na forma de Áreas Protegidas para afirmar ter compensado a poluição que geram em outros lugares. Elas têm apoio de muitas ONGs conservacionistas internacionais e da ONU, e essas Áreas Protegidas também costumam ser chamadas de “soluções baseadas na natureza”.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Da Índia, outro artigo alerta sobre como a expansão de Áreas Protegidas em nome da “conservação” é, na verdade, uma violação contundente dos direitos dos Povos Indígenas e das comunidades florestais. Ao mesmo tempo, o artigo expõe as estreitas ligações entre a expansão dessas Unidades de Conservação e da mineração e o desmatamento em grande escala.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Grandes concessões – para combustíveis fósseis, para uma indústria dependente dos combustíveis fósseis, para empresas de plantações, para megabarragens ou para projetos que alegam estar compensando a poluição dos combustíveis fósseis – destroem comunidades, florestas, mananciais e todas as interconexões de vida, conhecimento e histórias de lugares específicos. A violência nos territórios é especialmente intensa para mulheres e meninas, que são abusadas, estupradas e perseguidas dentro dos territórios invadidos.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Conectar as raízes da crise climática às injustiças e opressões históricas não é apenas um ato de reconhecimento, mas também uma forma de visibilizar que elas ainda estão presentes hoje e, em alguns casos, foram até aprofundadas. Enfrentar o caos climático é abordar as relações desiguais de poder nas quais se baseia o capitalismo, com sua dependência de combustíveis fósseis.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Em entrevista incluída neste boletim, Miriam Samudio, uma das fundadoras de uma cooperativa agroecológica de Misiones, na Argentina, que reclamou terras da multinacional Arauco, afirma:</div><p></p><blockquote style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #273924; font-family: Inter; letter-spacing: -0.25px; margin: 0px 0px 1rem;"><p style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"></p><div style="text-align: justify;"><em style="box-sizing: border-box;">“Eu entendo também que as mulheres, apesar de todos os inconvenientes que temos no dia a dia, também são capazes de sonhar, de acreditar que o que parecia tão impossível poderia ser possível se todos nos organizássemos e lutássemos juntos.”</em></div><span style="font-size: 22px;"> </span><p></p></blockquote><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #273924; font-family: Inter; letter-spacing: -0.25px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">(1) Global witness, <a href="https://www.globalwitness.org/en/campaigns/fossil-gas/ipcc-clarion-call-puts-spotlight-on-fossil-fuel-industrys-hypocrisy/" style="background-color: transparent; border-bottom: 1px dotted rgb(194, 74, 0); box-sizing: border-box; color: #c24a00; font-weight: 600; text-decoration-line: none;">IPCC clarion call puts spotlight on fossil fuel industry’s hypocrisy</a>, 2022,<br style="box-sizing: border-box;" />(2) Veja, por exemplo, WRM, <a href="https://www.wrm.org.uy/pt/publicacoes/15-anos-de-REDD-Um-esquema-corrompido-em-sua-essencia" style="background-color: transparent; border-bottom: 1px dotted rgb(51, 77, 48); box-sizing: border-box; color: #273924; font-weight: 600; text-decoration-line: none;">15 anos de REDD: Um esquema corrompido em sua essência, 2022</a>, <a href="https://www.wrm.org.uy/pt/boletins/nro-255" style="background-color: transparent; border-bottom: 1px dotted rgb(51, 77, 48); box-sizing: border-box; color: #273924; font-weight: 600; text-decoration-line: none;">Soluções baseadas na natureza: ocultando um grande roubo de terras</a>, 2021,<br style="box-sizing: border-box;" />(3) FAO, <a href="https://www.fao.org/3/cc0160en/cc0160en.pdf" style="background-color: transparent; border-bottom: 1px dotted rgb(51, 77, 48); box-sizing: border-box; color: #273924; font-weight: 600; text-decoration-line: none;">15th World Forestry Congress, The Seoul Forest Declaration</a>, Maio de 2022.<br style="box-sizing: border-box;" />(4) WRM, <a href="https://www.wrm.org.uy/action-alerts/press-release-stop-the-racist-conservation-model" style="background-color: transparent; border-bottom: 1px dotted rgb(51, 77, 48); box-sizing: border-box; color: #273924; font-weight: 600; text-decoration-line: none;">Press release: Stop the Racist Conservation Model!</a>, May 2022,</span></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-73789835724335691462022-08-10T11:34:00.002-05:002022-08-10T11:34:27.840-05:00Nota do Cimi Regional AO sobre as apreensões de cartões de beneficio de indígenas <p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: center;"><b><u><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">NOTA PÚBLICA<o:p></o:p></span></u></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Conselho Indigenista Missionário-
CIMI, Regional Amazônia Ocidental, órgão vinculado à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil, CNBB, vem a público manifestar irrestrito apoio às recentes
ações do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Ministério Público
Estadual e Polícia Civil, no sentido de fazer cessar a prática criminosa e
recorrente de retenção dos cartões de benefícios de indígenas por terceiros, notadamente
comerciantes e mesmo políticos, como o caso da vereadora do município de Feijó
recentemente presa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A prática de retenção dos cartões
remete ainda ao tempo dos barracões, na política de aviamento. Tanto é assim,
que os indígenas denominam os criminosos que se apropriam de seus cartões de
“patrões”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Patões aos quais sempre estão
devendo. Além da dívida impagável, são obrigados a seguir comprando no comércio
do patrão e, não raras vezes, são obrigados a aceitarem mercadorias inclusive
com prazo de validade expirado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resulta ainda dessa prática
criminosa, o aumento do preconceito contra os indígenas, já que não tendo
dinheiro para a compra de mercadorias e combustíveis para o retorno às aldeias,
são obrigados a permanecerem por mais tempo nas cidades e em condições
absolutamente desumanas. Várias vezes alguns desses indígenas se veem na
obrigação de buscar restos de comida nos lixões das cidades, despertando ainda
mais a ira dos preconceituosos que se recusam a enxergar e reconhecer que, se
os indígenas estão naquelas situações é justamente porque os patrões retiveram
seus cartões de benefício. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nos custa muito ver crianças
desnutridas e mesmo levadas a óbito em decorrência dessa prática criminosa.
Observamos ainda o aumento da violência contra estes povos e também o aumento
dos casos de suicídio, tudo agravado por essa prática comum, mas criminosa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há muitos anos o Cimi vem
denunciando essas práticas nas diversas cidades do Acre e Sul do Amazonas,
contudo as respostas sempre foram tímidas. Esperamos que dessa vez seja para
valer e que ações como a realizada recentemente em Feijó se repitam em todos os
municípios para que, se não cessar, pelo menos venha a inibir a ação desses
criminosos.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Rio Branco, 09
de agosto de 2022.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Dia
Internacional dos Povos Indígenas</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO –
CIMI<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">REGIONAL AMAZÔNIA OCIDENTAL<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; layout-grid-mode: line; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-66534739682497663232022-06-15T11:17:00.001-05:002022-06-15T11:17:44.159-05:00Carta de Cruzeiro do Sul.<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;"> <span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;">Chegamos
à conclusão que estes projetos da economia verde, ao invés de solucionar,
agravam as ameaças sobre nossos territórios e a própria crise climática e
ambiental. Trata-se na verdade de esquemas de pagar para poluir, de gerar
pretextos para viabilizar a continuada queima de combustíveis fósseis e o
continuado crescimento econômico capitalista.</span></span></b></p><p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"><br /></span></span></b></p><p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"><a href="http://www.amigosdaterrabrasil.org.br/2022/06/13/povos-de-20-etnias-indigenas-agricultores-extrativistas-e-ambientalistas-lancam-carta-contra-projetos-da-economia-verde-no-acre/">Leia matéria AQUI</a><br /></span></span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nos, integrantes dos
povos Manchineri, Apurinã, Katukina Noke Kuí, Jamamadí, Jaminawa, Sharanawa,
Huni Kuim, Shanenawa, Ashaninka,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Madiha,
Kuntanawa, Jaminawa-Arara, Jaminawa do Igarapé Preto, Marubo, Arara, Apolima-Arara,
Kanoé Rondonia, Oro Wari Rondonia, Bororo, Nukini, Nawa, agricultores/as,
trabalhadores/as rurais extrativistas, representantes das organizações Conselho
Indigenista Missionário (CIMI), Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais
(WRM), Amigos da Terra Brasil, Sempre Viva organização Feminista (SoF), Marcha
Mundial das Mulheres (MMM), Movimento dos Trabalhadores/as Sem Terra (MST-RO),
Movimento dos Pequenos Agricultores/as (MPA – RO), reunidos nos dias 11 e 12 de
junho no Centro de Treinamento Diocesano, na cidade de Cruzeiro do Sul no Acre,
no evento Golpe Verde na Amazônia, identificamos as diversas ameaças que afetam
nossos territórios e nossa sobrevivência cultural, social e física:<o:p></o:p></span></p>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="border: none; color: black; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A não
demarcação de muitos de nossos territórios, incluindo aqueles dos povos em
situação de isolamento voluntário, assim como a ameaça dos já demarcados
pelo marco temporal e outras proposituras legislativas</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">;</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="border: none; color: black; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Os projetos
de construção de estradas e hidroelétricas, exploração de petróleo e gás,
minérios e de madeira e a expansão do agronegócio, sem que haja sequer
processos de </span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">C</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">onsulta
Livre Prévia Informada e de Boa Fé</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">,</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">
conforme previsto na Convenção 169 da</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Organização
Internacional do Trabalho (OIT)</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">;</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="border: none; color: black; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O aumento
das invasões, inclusive armadas, nos territórios</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">, das</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> perseguições e assassinatos
durante o Governo Bolsonaro, por garimpeiros, pescadores e caçadores
ilegais, madeireiros e traficantes, a exemplo do ocorrido com o
indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">;</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="border: none; color: black; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-border-shadow: yes; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
desequilíbrio social, a violência interna, os suicídios e o êxodo rural</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">que estes projetos e invasões
provocam em nossas comunidades ao, entre outros, introduzir uso de álcool</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">,</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> drogas e abusos sexuais, incluindo
desaparecimento</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">s </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">e
a viol</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">ê</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">ncia
contra criancas</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">;</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="border: none; color: black; mso-border-shadow: yes; mso-list: l0 level1 lfo1; mso-padding-alt: 31.0pt 31.0pt 31.0pt 31.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O
acelerado avanço dos projetos do tipo REDD, REDD</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">+</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">, PSA ou, como chamam ultimamente,
Soluções baseadas na </span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">N</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">atureza
(SbN), que vem sendo apresentados como soluções para o desastre climático
e ambiental em curso, assediando nossas lideranças e organizações</span><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">,</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> cooptando algumas delas e causando
graves conflitos internos.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Chegamos à conclusão
que estes projetos da economia verde, ao invés de solucionar, agravam as
ameaças sobre nossos territórios e a própria crise climática e ambiental.
Trata-se na verdade de esquemas de pagar para poluir, de gerar pretextos para
viabilizar a continuada queima de combustíveis fósseis e o continuado
crescimento econômico capitalista. Os esquemas de compensação climática e
ambiental, de fato, andam de mãos dadas com a destruição exercida pelos
megaprojetos e invasões diretas em nossos territórios. As falsas soluções,
assim como os mercados de carbono, prosperam na medida em que ameaças e
violência aumentam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Diante estas
constatações, seguiremos denunciando todos os projetos que atentam contra a
autonomia dos povos da floresta, seus territórios e a própria vida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a name="_gjdgxs"></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Nos
reconhecemos como parte do grande organismo vivo que é a terra. Os diversos
ataques que o capitalismo lança em ritmo acelerado sobre as florestas e seus
povos agem como um vírus que ataca este organismo. Na medida em que este vírus
se espalha, se transforma, assume novas formas e se camufla. Porém, a nossa
luta, nossas rezas, rituais e cantos de cura, também se tornam cada vez mais
fortes a medida em que nos unimos para enfrentar esses projetos de morte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Como povos da floresta,
somos a voz que cura e se levanta para defender a Mae Terra.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Cruzeiro
do Sul, Acre , 12 de Junho de 2022.<o:p></o:p></span></p><b><span style="color: #6aa84f;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"></span></span></b><p></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-49033373822766621592022-06-01T09:10:00.003-05:002022-06-01T09:10:49.309-05:00Documento Final do Seminário Binacional Brasil/Peru<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: #274e13;">Documento
Final do Seminário Binacional Brasil/Peru<br />
Amazônia: Sociobiodiversidade, resistência ao modelo desenvolvimentista
predatório</span></b><o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Nós, lideranças dos povos indígenas, Apolima Arara,
Jaminawa do Igarapé Preto, Inũkuĩni, Huni Kui, Nokekoĩ, Ashaninka, Shãwãdawa, Nawa,
Kutanawa, Shanenawa, Madija, Apurinã e Jamamadi, do Juruá, e Marubo, do Vale do
Javari.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Reunidos entre 24 e 26 de maio de 2022, após análise
do projeto de construção da estrada Cruzeiro do Sul-Pucallpa e conversa em
conjunto entre nós e com especialistas, estamos por meio deste demonstrando nosso
descontentamento e repúdio ao projeto acima citado.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Salientando o fato da ausência de Consulta Prévia, Livre
e Informada, sobre quaisquer uma das obras presentes no plano, para com os
povos indígenas, o que descredibiliza e deslegitima tais ações presentes em território
indígenas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Estamos cientes de que a construção da estrada se
encontra dentro de um conjunto de modelo desenvolvimentista predatório
incluindo exploração de minério, madeira, petróleo e gás.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Situada na região, com a maior bacia do mundo de água
doce de superfície, há terras indígenas ainda não demarcadas e a presença de
povos em isolamento voluntário que seguem sendo ignorados e negados.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Lembrando ainda que não foram realizados Estudos de
Impacto Ambiental, necessários a todos os projetos que afetam o meio ambiente e
as populações locais.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Além de todos os malefícios decorrentes da
construção da estrada, vulgos “ramais” adjuntos que acabam por se tornarem
portas de entrada para desmatamentos, ocupações ilegais e atividades ilícitas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Antes de quaisquer iniciativas que impactem nossos territórios,
exigimos:</span></div><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;">-Demarcação e reconhecimento de todas as terras indígenas, garantias aos
territórios de povos indígenas sem contato (isolados) e regularização
fundiárias de comunidades tradicionais;</div><div style="text-align: justify;">-Medidas para manutenção de flora, fauna e biodiversidade;</div><div style="text-align: justify;">-Garantias de preservação de segurança alimentar das populações locais;</div><div style="text-align: justify;">-Realização de Estudo de Impacto Ambiental, com dados reais, incluindo as
diversas formas de poluição (sonora, visual, de água, solo), o desmatamento de
grandes áreas, etc.;</div><div style="text-align: justify;">-Medidas de segurança pública como prevenção ao aumento de violência contra as
comunidades e lideranças.</div><o:p></o:p></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Por tudo isso, nós, lideranças dos povos indígenas,
rejeitamos o projeto de estrada Cruzeiro do Sul-Pucallpa e também o Projeto de
Lei 6024/2019, que visa a redução da Reserva Extrativista Chico Mendes e reclassifica
o Parque Nacional da Serra do Divisor para Área de Proteção Ambiental.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: inherit;"> </span></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="line-height: 107%;"><span style="font-family: inherit;">Cruzeiro
do Sul – AC, 26 de maio de 2022</span><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-86926222617720707122022-05-18T11:41:00.008-05:002022-05-18T13:34:18.068-05:0010 anos do REDD+ no Acre e seus impactos sobre as mulheres indígenas e extrativistas Entrevista com Letícia Yawanawá e Dercy Teles<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="275" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3CJpH2P4adFTnpV52rrBa4uboFdApQQdBs0CMG5GLyUUk1_hLMFf5LIozyeGeP-16gwRJNXx4k2XI2VfQt-G3oIVmVAWCJpXPG-il-qmOmU_f5zCrBwXhK1HArkuAFSbRYUdvTNf-6eLjHjMsdmW3ZU-Qc3vtcEum0WSpOrZbS20s-H3YrwiVf0BZ/s1600/Dercy%20Teles.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="275" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dercy Teles. Foto Rosa Luxemburgo</td></tr></tbody></table><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6DjZrlShHjl5I4mwFkScj1ZliMszT7pDMzXkf7ISJgVKj_TmlpYjdhsv9vr-30KhdYUdSmcJQD2jrs_xcZBrwEeWsYXldnqtH8KyV2WsoIR4Te_9NeFxqoeKRNcrlEmCxZ3yg-5pCAhjswz7ErYZaWiVP0jT0FJG_QUHGYdixQahqble5IM5xjxrA/s320/Leticia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Leticia Yawanawa</td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6DjZrlShHjl5I4mwFkScj1ZliMszT7pDMzXkf7ISJgVKj_TmlpYjdhsv9vr-30KhdYUdSmcJQD2jrs_xcZBrwEeWsYXldnqtH8KyV2WsoIR4Te_9NeFxqoeKRNcrlEmCxZ3yg-5pCAhjswz7ErYZaWiVP0jT0FJG_QUHGYdixQahqble5IM5xjxrA/s1280/Leticia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"></span></a></div><br /><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O programa REDD+ no estado do Acre na Amazônia brasileira tem sido usado como modelo para o mundo durante muitos anos por promotores do REDD+ como WWF e Banco Mundial. Mas em todas as avaliações feitas deste programa, pouco se fala sobre impactos que a economia verde tem causado na vida das mulheres em comunidades que dependem das florestas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Nesta entrevista, conversamos sobre o assunto com duas das lideranças mais importantes do Acre e do Brasil na luta pela terra: a camponesa, professora e militante Dercy Teles de Carvalho e a indígena Letícia Yawanawá.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Dercy é extrativista, e foi apresentada no artigo anterior deste dossiê. Letícia - na língua materna chamada de Atai Yawanawá - atua no movimento indígena desde 1996. Atualmente, é conselheira da Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul da Amazônia e Noroeste de Rondônia (SITOAKOR), entidade a qual ela já coordenou, por dois mandatos. Letícia também faz parte do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas (CONAMI). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Minha opinião</b>: <i>A revista GOLPE VERDE: Falsas soluções para o Desastre Climático, trás, na fala de duas grande mulheres, uma leitura sobre o cenário atual e aponta luzes para um futuro possível se houver articulação para enfrentar o assédio de bancos, governos, empresas e ONGs. Falas mansas, porém, firmes a denunciarem verdadeiramente o GOLPE VERDE em curso pelos proponentes dos programas e projetos do tipo REDD +. Aproveitem essa oportunidade e tenham uma boa leitura.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf"><b>Leia no original aqui</b></a><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>DOSSIÊ: Sempre foi dito que o REDD+ é programa no qual os indígenas seriam uma das prioridades. Como você avalia estes 10 anos do REDD+ no Acre para os povos indígenas? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Letícia</b>: Faço uma avaliação muito negativa. Eu fiquei quase seis anos como conselheira do SISA. Quando a coordenadora do REM/SISA chegava das COPs, dizia que muitos indígenas seriam beneficiados. Daí eu começava a observar quais são os benefícios que os Povos Indígenas tinham. O que me lembro - quando era coordenadora da SITOAKORE e andava muito nas terras indígenas na época - é que não vi nenhuma comunidade que tem um benefício desse programa REDD+. Além disso, a gente ainda tem terra para ser demarcada aqui e que nunca foi apoiado. É ainda uma luta, a demarcação das terras. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> Agora, o que eu via na cidade, no governo, é que eles tinham uns setores bonitos, bem equipados, com muitos técnicos vindos de outros lugares, que ganham do SISA. Mas eu não vi um índio trabalhando lá dentro, nem mulheres, nem homens. Porque não dá para dizer que os índios não têm capacidade, tem várias indígenas parentes formadas também que poderiam estar trabalhando, mas a gente via – vê, até hoje - só os técnicos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Como conselheira do SISA no passado, eu falei que os recursos que vinham para os povos indígenas teriam que ser um recurso que tivessem um resultado, que ficasse na aldeia, para o bem da comunidade. Entrar no escritório do SISA era muito bonito, mas nós sequer tínhamos uma estrutura de referência para os indígenas, nem para mulheres, nem para homens. Eu falava, e muitas vezes as pessoas me olhavam dizendo: “ela só vem para criticar”. Há outras parentes que vinham para uma reunião do SISA, que ganhavam diária e que não podiam falar nada, não... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Eu nunca fui bem vista pelo governo. Eles foram obrigados a chamar a gente porque nós somos uma organização de mulheres toda legalizada, que é o que eles pedem. Então não tinha como não nos convidar, porque também éramos uma organização de representatividade de três estados - do Acre inteiro, do Sul da Amazônia que é a Boca do Acre, e do Noroeste de Rondônia. Enquanto o SISA se apresentava dizendo que estava trabalhando com 20, 30 associações, eu digo: mentira! Porque a maioria não existe mais. Hoje você vê outras associações e ONGs que tomavam conta destes recursos - a própria Comissão Pró Indio, a Associação do Movimento de Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>DOSSIÊ: O programa REDD+ provocou uma mudança na organização dos povos, criando mais associações para que o governo pudesse distribuir recursos. Você já disse que não viu mudanças, que o dinheiro do REDD tampouco ajudou a demarcação das terras indígenas. Como tudo isso afetou as mulheres indígenas nas comunidades? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Letícia:</b> Como coordenadora da organização de mulheres, eu disse que nós, mulheres indígenas, não somos abelha, não, nem formiga, para viver de cheiro. Nós vivemos de ação concreta, por mais que seja pouco. Teve uma reunião onde estavam vários países num hotel aqui muito luxuoso. Estavam autoridades de vários países. Mas não me convidaram porque eles não queriam que eu aparecesse para falar a verdade. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Mas eu cheguei nessa reunião. Esperei todo mundo falar. Tinha muitas pessoas olhando para mim com muita preocupação, porque sabiam que eu ia falar! Aí eu pedi a palavra, porque eu era conselheira titular do REM/SISA. Estávamos quatro mulheres, eu disse: “olha mulheres, eu vou falar. Eu não costumo mentir, não costumo falar coisas que não é certo”. Falaram de vários orçamentos, de milhões e milhões. Aí eu falei: “aonde estão os milhões? Nós, mulheres, aonde estamos incluídas nestes milhões?” Todo mundo olhou assustado. Eu disse: “onde é que nós estamos? Nós estamos esquecidos no meio da floresta com este programa do REM, que é o mesmo programa do REDD”. A moça que é da Alemanha, Christina, ela me ouviu, ela disse: dona Letícia, eu preciso falar com você. Esperei e, quando ela saiu, ela já nem ligou mais. Ela já nem mais olhou para mim. Aí escrevi a carta para sair do conselho. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Nós mulheres não fomos incluídas. Se tiver, é o pessoal da CPI, se tiver é a nossa parente Francisca Arara, ela é representante do governo, mas não das mulheres indígenas das aldeias. Porque uma associação indígena que tem uma mulher eleita pela aldeia, é uma outra coisa, que fique claro isso. Não estou esculhambando, estou falando a verdade. As mulheres não têm participação. Se tiver mulher que vai para outro país, são aquelas representantes do governo, é outra coisa. Mas as mulheres indígenas do Acre não têm participação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>DOSSIÊ: E como o REDD tem afetado as mulheres extrativistas dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes ao longo destes 10 anos, período no qual foram implementados vários projetos do REDD+ para beneficiar as famílias e as mulheres? ‘</b></span><span style="font-family: inherit;"><b>Bolsa verde’, o projeto de ´floresta plantada´, o manejo florestal do corte seletivo de madeira...</b> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Dercy:</b> Em 2010, quando o governo do Acre assumiu a política do REDD+, decretou o ‘fogo zero’ e veio com a ‘bolsa verde’. Era um pago trimestral em compensação pelo fato que o povo não podia mais abrir uma roça na floresta, o que é um prejuízo cultural irrecuperável, porque as mulheres, tanto as indígenas como as mulheres das populações tradicionais extrativistas, sempre foram quem trabalhavam na roça. Com essa proibição a partir de 2010, deixaram de produzir. E a comida é uma das coisas fundamentais na vida, sem comida ninguém consegue viver e ser feliz. As mulheres plantavam legumes e vendiam. Hoje as pessoas dependem de comprar comida, arroz polido que vem de outro estado, do Mato Grosso... A ‘bolsa verde’ é uma esmola, não sei se já aumentou o valor, mas era 100 reais [menos de 20 dólares] por mês. E neste momento, o ICMBio (5) está distribuindo sacolões de produtos industrializados dentro da Reserva. Então, é uma coisa que afeta a vida das mulheres profundamente porque ela também deixa de passar para os filhos essa cultura, de se produzir aquilo que consome, sem agrotóxicos, de qualidade, na própria comunidade. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Em relação ao projeto de ‘floresta plantada’, também chamado de ‘sistema agroflorestal’, conversei com uma mulher que fez parte deste programa, e ela reclamou muito. Primeiro em relação ao volume de trabalho que é acrescentado na vida da família. Segundo, porque enquanto recebiam as mudas preparadas para plantar, não tinham nenhum apoio para realizar o trabalho, como uma roçadeira e combustível, isso para manter o sistema agroflorestal de acordo como eles queriam. E a família era cobrada pelo presidente da associação que estava à frente deste projeto, e visitava periodicamente para verificar se a manutenção estava dentro dos padrões do projeto. Ela disse que a vida dela se transformou num inferno. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Outro problema era que as mudas só eram oferecidas fora da época chuvosa, porque tinha que ter sido nessa época para as plantas se afirmar na época seca. Por isso, a maioria das plantas não se sustentaram, porque as pessoas não tinham condições de irrigar. Concluindo: só deu certo para cinco pessoas, e essas cinco pessoas todas estavam ligadas ao governo. Ou seja, elas não botavam a mão na massa. Elas pagavam alguém para fazer o trabalho. Por isso deu certo para elas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Sobre o ‘manejo florestal’, isso na verdade não teve nada de sustentabilidade, pelo contrário, abriu precedentes para que as próprias comunidades destruíssem a floresta. Porque, nestes 20 anos que governou o Acre com este discurso do desenvolvimento sustentável, o governo não implementou nenhuma política que garantisse a sustentabilidade das famílias. O manejo não deixou recursos que mudasse a vida das famílias, pelo contrário, empobreceu-as. E criou um precedente para as famílias continuarem vendendo madeira, independentemente de ter empresa fazendo manejo ou não, elas estão vendendo para os grandes criadores de gado cercar seus pastos. E a gente sabe que isso vai causar só o empobrecimento da população, especialmente as mulheres, que vão terminar nas periferias das cidades, passando necessidades, vendo as filhas que ainda têm se prostituírem, entrarem nas facções do tráfico. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Isso é um dado muito complicado, porque a gente sabe que, antes, as mulheres conseguiam criar os filhos dentro de um padrão cultural de respeito e de responsabilidade. Hoje a gente vê as meninas de 14, 15 anos, com criança no braço... Há casos de abuso sexual de menores e tem famílias destruídas. Mas fica no anonimato, fica invisível, e fica por isso mesmo. Então a entrada desses agentes externos levou a uma descaracterização profunda do modo de vida, e só deixaram ruína. Nada positivo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Tem uma série de outros elementos que contribuíram para uma espécie de naturalização daquilo que está ocorrendo. Por exemplo, o celular mais moderno está dentro da Reserva, nos mais distintos recantos. A televisão também. São elementos que dispersam, impedem as pessoas de refletirem. Outro elemento que também contribui significativamente, são as igrejas evangélicas. Contribuíram com este processo de dispersão das pessoas em relação à realidade e ao futuro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Dossiê: Uma das propostas do programa REDD+ é transformar as mulheres indígenas em microempreendedoras, criar mercados até no exterior para os artesanatos. O que você acha destas iniciativas? </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Leticia</b>: Eu andei em várias terras indígenas. Vi que 90% dos artesãos são as mulheres indígenas, que fazem seu artesanato e suas pinturas, para uso e para comercialização. Criam uma auto-sustentabilidade dentro da aldeia. Tem muitas mulheres, viúvas ou, às vezes, deixadas pelo marido, que estão ali, com seus filhos. Essa mulher, ela se ajuda com seus filhos, faz seu artesanato, é com essas mulheres que a gente tinha compromisso de fazer, de ter um espaço para nós receber os artesanatos das mulheres, vender e devolver o dinheiro para as mulheres. Isso foi que nos falamos para eles, era o desejo das mulheres, mas isso não aconteceu. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O artesanato sempre foi para nosso uso e ele tem um valor simbólico, e não se faz um artesanato de qualquer jeito. Você está transformando aquela miçanga num desenho que tem um significado para relembrar nossas pinturas quando ainda não tínhamos contato. E sempre quando a gente vende o artesanato, a gente faz uma cerimônia. Aquela pessoa que leva é abençoada. Tem um anel preto que os Apurinã fazem, né? Eles fazem um ritual quando a mulher está com cólica, coisa de mulher mesmo, coloca isso aí para ela não ter tanta cólica. Então todo o artesanato para nós tem um significado, um valor cultural e espiritual. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Dossiê: O REDD+ afirma que é um mecanismo para reduzir o desmatamento, mas depois de 10 anos de REDD no Acre, o desmatamento está aumentando, ainda mais com Bolsonaro no poder. Como isso tem afetado reservas extrativistas e terras indígenas? Quais os desafios para as mulheres lidarem com isso?</b> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Dercy:</b> As mulheres das comunidades tradicionais faziam muitas atividades, inclusive o cipó. Estive recentemente num ramal e percebi que onde era só floresta e onde eu, no passado, quando era agente de saúde, andava a pé, a floresta desapareceu. Com isso, as mulheres foram prejudicadas, porque elas faziam coisas do cipó e ganhavam dinheiro. As vassouras, os paneiros para colher milho e juntar arroz na roça. As cestas para guardar roupas usadas, outras para juntar ovos de galinha, porque ficam bem ventilados e isso facilita a durabilidade. Hoje não dá mais fazer isso, não tem mais cipó porque tudo virou pasto. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O desmatamento teve uma celeridade violenta nesse período do Bolsonaro no poder, de 2019, 2020, 2021, em função da desvalorização do extrativismo. Como o extrativismo não sustenta a demanda de consumo que foi colocado com a chegada dos ramais e a energia, as pessoas estão loteando as colocações, e na medida que elas loteiam cada um desmata um tanto de hectares, ou seja, vai se formando uma grande fazenda com muitos donos. Porque um vende 3 hectares, outro vende 5, outro vende 6. Hoje, você sai daqui de Xapuri e você adentra a reserva extrativista de um lado para outro pelo ramal, pela estrada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Sobre todo este processo que veio com o REDD+, minha perspectiva é que a gente consiga reverter esse quadro a partir de um processo educativo, trabalhado junto a essas comunidades, numa linguagem acessível que as pessoas possam compreender. Até porque as pessoas não tem como se contrapor porque os promotores do REDD+ usam uma linguagem que ninguém consegue compreender o que eles estão falando. E quando você não tem informação, você não tem argumento para se contrapor. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Nós mulheres, a gente tem que fazer um investimento no campo político mesmo. De inserir as mulheres nesse debate para que elas compreendam esse processo, porque nós somos a maioria no Brasil. Então, a gente pode fazer a diferença, a partir do momento que a gente compreender tudo que está acontecendo, a gravidade deste processo, e se posicionar politicamente. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Leticia:</b> A gente vê isso com muita tristeza. Nossa Samaúma, segundo nossa história, nossa espiritualidade, é uma árvore muito grande no meio da floresta, por isso dizem que ela é uma mulher, ela é fruta, ela é sombra, ela é a maior de todas. Agora tá pior porque a gente vê madeiras e madeiras cortadas. Madeira que cresceu por 40 ou 50 anos, cortada em alguns minutos. É muito triste a gente ver isso. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> A Samaúma, se ela fosse uma mulher que falasse, ela estava chorando. Ela grita quando seus filhos são levados embora. Com isso, vêm as secas, que afeta o povo das nossas terras porque nossas terras estão cercadas por pessoas que a gente nem conhece. Os animais acabam saindo daquele lugar desmatado, os igarapés – os riachos que desaguam num rio - secando, e no final os rios secando. Como mulher, indígena, a gente vê isso com muita tristeza. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Mas nós vamos continuar na nossa terra, com dinheiro ou sem dinheiro. É nossa obrigação como indígena. Com apoio vai ser melhor. E que não venha orçamento só para beneficiar os escritórios do governo na cidade, e que tenha principalmente apoio para as mulheres, as mulheres precisam.</span> </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;"> (1) Com populações extrativistas, queremos dizer populações cujo modo de vida se baseia na extração de produtos da floresta, ou de outro bioma, muitas vezes completado por uma agricultura de subsistência. Os seringueiros, população extrativista do estado do Acre, é um exemplo, vivendo da extração de látex das árvores seringueiras. </div><div style="text-align: left;">(2) É chamado “REDD+ jurisdicional” quando a implementação não é apenas na terra atribuída a projetos específicos, mas em toda uma jurisdição, como um departamento, uma província, um estado ou um país. Leia mais : https://wrm.org.uy/pt/artigos-do-boletim-do-wrm/secao2/de-projetos-de-redd-para-redd-jurisdicional-mais-noticias-ruins-para-o-clima-e-as-comunidades/ </div><div style="text-align: left;">(3)https://www.wwf.org.br/?33524/Acre--primeiro-estado-a-realizar-transaes-com-REDD </div><div style="text-align: left;">(4) Denominação dada ao lugar de vida e trabalho dos seringueiros e sua família. Constituída geralmente pela casa de moradia e uma área destinada à pequena agricultura e criação de animais, circundada pelas estradas de seringa. O tamanho médio dessas colocações gira em torno de 300 ha. </div><div style="text-align: left;"> (5) ICMBio: Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, órgão federal governamental, responsável pela gestão das Reservas Extrativistas - RESEX</div><a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf"></a>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-10793240064591618712022-04-14T16:25:00.002-05:002022-04-14T16:29:31.104-05:00ACAMPAMENTO TERRA LIVRE ACRE 2022: Apesar dos pesares a luta segue com força e fé<p style="text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-size: medium;">Exigimos que sejam reconhecidos os direitos e a existência das comunidades tradicionais e indígenas que vivem em unidades de conservação, como o caso dos Sharanawa no Parque Chandless e dos Nawa e Nukini no Parque Nacional da Serra do Divisor.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoaX32SrZbt_KRMnGFtkHBx6Pl5lI9vMgPIeO2Djf2TvlxtGHeZ4VAw3v7JClrgIaxGKw-oFZ8gHE3_figoYf2Z4SRzt8vz5Z3cYOX46jQ2AUhL48qX0E2IzH49V55VR_xhhbY-jzFiVPY2mSGe4PJZQakkmpBZIkRAy2UDHDYMwcyuFDtIdOEOvpH/s1040/Crian%C3%A7a%20Jaminawa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="780" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoaX32SrZbt_KRMnGFtkHBx6Pl5lI9vMgPIeO2Djf2TvlxtGHeZ4VAw3v7JClrgIaxGKw-oFZ8gHE3_figoYf2Z4SRzt8vz5Z3cYOX46jQ2AUhL48qX0E2IzH49V55VR_xhhbY-jzFiVPY2mSGe4PJZQakkmpBZIkRAy2UDHDYMwcyuFDtIdOEOvpH/w300-h400/Crian%C3%A7a%20Jaminawa.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Criança Huni Kui. Foto Lindomar Padilha</td></tr></tbody></table><br /></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span> </span>A foto representa bem o sentido do Acampamento Terra Livre no Acre: Toda a ternura e esperança de um outro futuro possível que nascerá do enfrentamento aos projetos de morte para os povos originários. O Projeto de Lei 490 representa toda sorte de ataque aos direitos dos povos; a bandeira do Acre representa e diz claramente do compromisso do atual governo do estado com esses projetos de morte, afinal, o atual governo é um ruralista apoiador incondicional de Bolsonaro; O cocar nos lembra que os governos passados e o atual, nunca se preocuparam efetivamente com os povos e que avanço, se houve, foi por causa e consequencia da luta; A criança representa a certeza de um amanhã mais sorridente e um futuro onde a liberdade reinará.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span> A verdadeira causa indígena não tem o glamour que parte da mídia gosta de apresentar nesses tempos de "homenagens" aos povos indígenas. A mídia e os políticos aproveitam esses momentos para se mostrarem defensores desses povos e, para isso, se fazem cercar de representantes mais preocupados com sua imagem própria e mesmo com as vantagens pessoais. Mas, a verdadeira luta se dá no chão do acampamento e no solo sagrado das aldeias, no mais, não passam de belas imagens e discursos para agradar.</span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span><span> Em outro momento escreverei mais sobre o acampamento. Por enquanto é preciso silenciar para ouvirmos o que essas guerreiras e guerreiros nos tem a dizer. Silenciemos nossas mentes.</span><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: inherit;"><b>Eis o documento final:</b></span></span></div><br /><span style="color: #274e13; font-size: medium;"><br /></span><p></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><b>ACAMPAMENTO TERRA LIVRE ACRE 2022</b></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>DOCUMENTO FINAL</b></span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Nós, lideranças e representantes de 14 “povos indígenas” do estado do Acre, sul do Amazonas e noroeste de Rondônia, reunidos no Acampamento Terra Livre Acre 2022, preocupados com os retrocessos e ataques aos nossos direitos, nos sentindo ameaçados com os ataques sistemáticos do Congresso Nacional e do Governo Federal por meio de projetos de lei, decretos e outras medidas administrativas, nos reunimos em plenária para somar e apoiar a mobilização indígena nacional. Acampamos entre os dias 11 e 14 de abril de 2022 na frente do Palácio do Governo e da Assembleia Legislativa em Rio Branco, onde discutimos:</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• Direitos dos Povos Originários: Constituição Federal e Tratados Internacionais, a Convenção 169 da OIT (Decreto 5051 de 19 de abril de 2004), a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração Americana sobre os Direitos dos Povos Indígenas; </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• Educação Escolar Indígena: conquistas e retrocessos;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• Saúde indígena: conquistas e retrocessos no atendimento à saúde e no controle social indígena;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• Fortalecimento da soberania alimentar, e do cuidado e preservação dos territórios;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• Recursos e financiamentos para fortalecer inciativas de valorização da cultura;</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">• As tentativas de retrocessos que ameaçam os direitos indígenas e ambientais garantidos na Constituição Federal de 1988</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- PL 191/2020, para liberar a mineração, o cultivo de transgênicos e empreendimentos nas Terras Indígenas sem respeito ao usufruto exclusivo e ao direito de consulta livre, prévia e informada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- PL 490/2007, que pretende alterar as regras para a demarcação das terras indígenas e liberar a exploração predatória dos nossos territórios.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- PL 6024/2019, proposto pela deputada federal do Acre Mara Rocha, quer reduzir a Reserva Extrativista Chico Mendes e acabar com o Parque Nacional da Serra do Divisor para a expansão do agronegócio, da agropecuária e da exploração mineral, o que irá impactar diretamente as nossas vidas e comprometer a vida das futuras gerações.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- Julgamento do Recurso Extraordinário de Repercussão Geral - Tese do Marco Temporal</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- PL 3729/2004 (PL 2159/2021), que pretende alterar as regras do licenciamento ambiental e favorecer a exploração predatória das riquezas dos nossos territórios.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">- PDL 177/2021, proposto para autorizar o Brasil a denunciar a Convenção 169 da OIT, acabando com a proteção e obrigação de consulta, e abrindo as portas dos nossos territórios para empreendimentos e multinacionais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O Estado brasileiro não está dialogando com os Povos Indígenas, não há efetivação das políticas públicas para as comunidades indígenas nas áreas de educação, saúde, segurança pública e proteção territorial. Isso acontece também no estado do Acre, com a falta de instâncias de diálogo e participação direta e efetiva dos Povos Indígenas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Exigimos que as instituições cumpram suas obrigações e garantam a participação indígena na construção, execução e efetivação das ações e políticas dirigidas aos Povos Indígenas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Exigimos a continuidade da demarcação das Terras Indígenas ainda não demarcadas e a proteção das lideranças ameaçadas por invasores dos nossos territórios.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Exigimos que o Estado cumpra sua obrigação de proteger, fiscalizar e garantir a integridade das Terras Indígenas demarcadas e das terras que estão em processo de demarcação e reconhecimento. E exigimos a proteção das lideranças, defensoras e defensores ameaçados.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Exigimos que sejam reconhecidos os direitos e a existência das comunidades tradicionais e indígenas que vivem em unidades de conservação, como o caso dos Sharanawa no Parque Chandless e dos Nawa e Nukini no Parque Nacional da Serra do Divisor.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Exigimos a proteção dos territórios e dos direitos dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário, que não querem contato.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Reivindicamos ações do governo brasileiro para a defesa das fronteiras e proteção da ameaça das estradas que estão sendo construídas no país vizinho e que afetará gravemente as terras indígenas, a floresta e o meio ambiente no Alto Juruá. Exigimos ações contra a estrada que está sendo construída para ligar o Rio Ucayali e o Rio Juruá (Nueva Itália – Puerto Breu) na fronteira, e a suspensão da proposta de construção da estrada entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa, que está sendo promovida sem consulta, com risco de dano ao meio ambiente, grilagem, poluição dos rios, invasão dos nossos territórios e dos isolados.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Encaminhamos esse documento aos órgãos competentes para as providências cabíveis no cumprimento de sua missão institucional. Aguardaremos a manifestação e a resposta às nossas demandas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Solicitamos que os órgãos de defesa dos direitos indígenas como o Ministério Público Federal acompanhem, fiscalizem e garantam a transparência das políticas públicas e o respeito aos nossos direitos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O presente documento está em acordo com o preconizado na Constituição Federal (art. 232), com os princípios da autonomia e autodeterminação, do direito de representarmos a nós mesmos e de ingressarmos em juízo em defesa dos nossos direitos e interesses.</span></p><p style="text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-family: inherit; font-size: large;"><b>Unir para Lutar! E Unificar para Vencer!</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-5212751097246933312022-04-12T15:18:00.000-05:002022-04-12T15:18:33.172-05:00LIDERANÇAS DE 16 POVOS DO ACRE INICIAM A MOBILIZAÇÃO ACAMPAMENTO TERRA LIVRE 2022<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5e_4t5TGulxzcPEg49qsK_eQfu8Cdp9epFCxg2j1dNmiYML7uY5dizsxWffDKPuIPkw-NkXigD6vvHzG6tvD4ZpThn5iEKeEFKcH2fIZ-pFaJ9WnPJCVXHdr3nx2rpBQKIKhfnK1ksVVUaZj3hHdMVG6KM7GKyKbETOkVgB8i8Gn-YYa5VolNJX2H/s4160/Ilustrar%20o%20texto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3120" data-original-width="4160" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5e_4t5TGulxzcPEg49qsK_eQfu8Cdp9epFCxg2j1dNmiYML7uY5dizsxWffDKPuIPkw-NkXigD6vvHzG6tvD4ZpThn5iEKeEFKcH2fIZ-pFaJ9WnPJCVXHdr3nx2rpBQKIKhfnK1ksVVUaZj3hHdMVG6KM7GKyKbETOkVgB8i8Gn-YYa5VolNJX2H/w400-h300/Ilustrar%20o%20texto.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Lindomar Padilha - Cimi</td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Cerca de 170
representantes de 16 povos do Acre iniciaram neste dia 11 de abril o ATL/AC
(Acampamento Terra Livre no Acre). A mobilização começou com uma marcha em
direção à diversos órgãos e instituições. A primeira parada foi na Coordenação
regional da Funai (Coordenação Alto Purus), coordenada por José Ciro Monteiro
Junior, que é fuzileiro naval. Esta primeira parada foi também a mais sintomática e
reveladora de quão grave está a situação dos povos indígenas. O coordenador não
recebeu as lideranças e se recusou até mesmo a dar uma explicação para tal
recusa. Mas, o fato ainda mais grave foi que, após a fala do Sr. Francisco
Saldanha, cacique do povo Jaminawa da Terra Indígena São Paolino, e como o
cacique se dirigia a um banheiro externo à Funai, o coordenador percebeu sua passagem e dirigiu-se
a ele nos seguintes termos: “<i>É Francisco
você fala mal da Funai né? Portanto, não vou receber mais nenhum documento
vindo de vocês. Se quiser procure o Ministério Público”. </i>Segundo depoimento
do cacique, a intenção era clara: no mínimo intimidar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Diante da postura
intransigente e desrespeitosa, para dizer o mínimo, todas as lideranças que
tomaram a palavra repudiaram o comportamento do coordenador afirmando que o
mesmo não pode trabalhar com os povos indígenas e se tornou unânime o pedido de
demissão. Segundo as lideranças, o coordenador terá uma representação formal
contra ele e um pedido urgente de exoneração. Aliás, aproveitaram a parada no
MPF e OAB/AC para denunciá-lo e pedir que providências sejam tomadas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na Polícia Federal foram
recebidos em comissão e ouviu da PF um compromisso de acolher todas as demandas
que lhe forem apresentadas. No MPF o próprio procurador saiu de seu gabinete e
foi ao encontro das lideranças em um ato muito bonito. Também foi recebido com
muito afeto e sob gritos e falas de agradecimento pela atuação na defesa dos
direitos dos povos e no cumprimento de suas atribuições constitucionais.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Após todo o dia de
caminhada e visita aos órgãos, todos montaram acampamento em frente ao Palácio
do governo do estado e em frente a Assembleia Legislativa. Até o dia 14
permanecerão acampados e cumprindo uma extensa pauta marcada principalmente
pelo sucateamento da Funai, ICMBio e Ibama, propostas e projetos que atingem
diretamente os povos seus direitos e territórios, que segundo dados do Cimi são
33 propostas, reunindo mais de 100 projetos, ameaçam direitos indígenas. Outro
ponto a ser debatido trata das novas formas de violações de direitos
alimentadas pela chamada economia verde ou mercantilização e financeirização da
natureza por meio de projetos do tipo REDD+ e REM (Programa para Pioneiros em
REDD). Modelo que o Acre tem exportado como se estivesse dando certo, mas, na
verdade é parte da grande farsa das falsas soluções. Neste contexto, foi feito
também hoje, dia 12, pela manhã o lançamento da revista <i>GOLPE VERDE: Falsas Soluções para o Desastre Climático</i> (</span><a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf</span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">).
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O acampamento segue com
muita animação e com a promessa de grandes debates. Ao final, serão
apresentados encaminhamentos e um documento final que expressará todas as
demandas apontando para um outro futuro possível.<o:p></o:p></span></p><p>
<br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivO6xkLmDgFp9XiR_vhT9TocMdOLY39sQ7vfyC9p15CAlQpE-LazqgqIk-6EeDuFJIk2KdrNCu7ARUH24C6e5gkhuOHyQ8h480SCADo67eA_DowZFOAXOucxB5PhguTK6Cf5vtzCpHuAwjq_Riq-7aTeOgEArcbTfE6Y1i5un8rfhXlrzXiHTo7MKr/s1040/Crian%C3%A7a%20Jaminawa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="780" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivO6xkLmDgFp9XiR_vhT9TocMdOLY39sQ7vfyC9p15CAlQpE-LazqgqIk-6EeDuFJIk2KdrNCu7ARUH24C6e5gkhuOHyQ8h480SCADo67eA_DowZFOAXOucxB5PhguTK6Cf5vtzCpHuAwjq_Riq-7aTeOgEArcbTfE6Y1i5un8rfhXlrzXiHTo7MKr/w300-h400/Crian%C3%A7a%20Jaminawa.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Criança Huni Kui em frente à Funai<br />Foto Lindomar Padilha - Cimi</td></tr></tbody></table><br />lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-42719770742657394182022-03-31T10:39:00.003-05:002022-03-31T10:39:42.062-05:00Golpe Verde: falsas soluções para o desastre climático<p class="MsoNormal" style="line-height: 28.5pt; margin: 0cm 0cm 3.75pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><b><span style="color: #3e454c; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 19.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> LIVE – Lançamento de
nova publicação: <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 28.5pt; margin: 0cm -28.4pt 3.75pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><i><span style="font-family: Bitter, "serif";"><span style="color: #274e13; font-size: medium;"><b>Golpe Verde: falsas soluções para o desastre climático</b></span></span></i></p><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><p class="MsoNormal" style="line-height: 28.5pt; margin: 0cm -28.4pt 3.75pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><b><i></i></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk7DTLL8bdl3AngNhc980T6Fcin3O3tbsb3_0M4C2p5L1DiUsuo0agQxscsttUvNlr2i7St3rfXdjThv-QQQ2edcmKUrFORU4pWk7cHTzSWuXu5fG9nVtBajNNajS4NOBi9pGP4f0zAwJQG-DQKY4drf0zUKcakUStRJDJICLB8ZpBXJfc-t6Cqx93/s1050/Golpe%20verde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1050" data-original-width="743" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk7DTLL8bdl3AngNhc980T6Fcin3O3tbsb3_0M4C2p5L1DiUsuo0agQxscsttUvNlr2i7St3rfXdjThv-QQQ2edcmKUrFORU4pWk7cHTzSWuXu5fG9nVtBajNNajS4NOBi9pGP4f0zAwJQG-DQKY4drf0zUKcakUStRJDJICLB8ZpBXJfc-t6Cqx93/w282-h378/Golpe%20verde.jpg" width="282" /></a></i></b></div><p></p></blockquote><p class="MsoNormal" style="line-height: 28.5pt; margin: 0cm -28.4pt 3.75pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><b><i></i></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><b><i><br /></i></b></div><p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">DATA: 12 DE ABRIL 2022 <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">HORARIO: 08:00HS (RIO BRANCO), 10:00HS (BRASILIA)</span></b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">DURAÇÃO: 1,5 HORA</span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">UM BATE-PAPO SOBRE ESTA PUBLICAÇÃO COM:<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">DE</span><span style="font-family: inherit;">RCY
TELES DE CARVALHO</span></i></b><i><span style="font-family: inherit;">, camponesa, educadora popular, sindicalista, militante
e ativista política brasileira.<o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"><b><i>MANOEL
EDIVALDO SANTOS MATOS</i></b><i>, agricultor e ex-presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de
Santarém (PA).</i><i> <o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"><b><i>LETÍCIA YAWANAWÁ</i></b><i> , conselheira da organização das mulheres indígenas SITOAKORE - Organização das Mulheres Indígenas do Acre, Sul da Amazônia
e Noroeste de Rondônia.<o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"><b><i>MICHAEL
F. SCHMIDLEHNER</i></b><i> , professor do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Acre (IFAC).<o:p></o:p></i></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"><b>MODERAÇÃO:</b> CIMI-Amazônia
Occidental e Amigos da Terra Brasil<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"> </span></p><p style="margin-left: -1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">P<b>ara participar do evento, por favor registra-se
aqui: </b><o:p></o:p></span></p><p style="margin-left: -1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZUqcuqsqD0vHNOzWxK4vU8fLkaOiwxMyJnA"><b>https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZUqcuqsqD0vHNOzWxK4vU8fLkaOiwxMyJnA</b></a>
<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="font-family: inherit;">SOBRE A
PUBLICAÇÃO:<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="font-family: inherit;"> </span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;">A <a href="https://cimi.org.br/2022/02/golpeverde/">Publicação</a> organizada pelo
Cimi Regional Amazônia Ocidental reúne artigos que analisam criticamente o
processo da implementação da chamada “economia verde” no estado do Acre. <span style="color: #333333;">A publicação faz parte de uma série histórica composta
por outros dois materiais: o dossiê <a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Dossie-acre_2012.pdf" target="_blank"><b><span style="border: 1pt none windowtext; color: #d86e32; padding: 0cm; text-decoration-line: none;">O Acre que os mercadores da natureza escondem</span></b></a>, lançado na
Cúpula dos Povos (RJ), em 2012, e a revista <i><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">30 anos pós-assassinato de
Chico Mendes e destruição oculta de florestas e vidas no Acre</span></i>,
publicada em 2018. Aliadas a uma série de outras ações e produções, estas
publicações resultaram em um processo de articulação entre mulheres e homens
indígenas, extrativistas, ribeirinhos, militantes da academia e organizações
sociais dentro e fora do Acre.</span><span style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin-left: -1cm; text-align: center; vertical-align: top;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"><a href="https://cimi.org.br/wp-content/uploads/2022/02/golpe-verde-cimi-ao.pdf" target="_blank" title="Golpe Verde: falsas soluções para o desastre climático"><span style="border: 1pt none windowtext; color: blue; padding: 0cm; text-decoration-line: none;"><b>CLIQUE AQUI PARA BAIXAR A PUBLICAÇÃO</b></span></a><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;">Com o programa
REDD+ no Acre completando 10 anos, e frente ao caos generalizado que no mundo –
e especialmente no Brasil – vivenciamos hoje, em 2021, nos vimos impelidos a
escrever mais este dossiê. Apresentamos, em oito textos, um panorama desse
processo histórico no Brasil. Transitando pelo vasto horizonte das violações e
desmandos do capitalismo verde, começamos 33 anos atrás, com o assassinato de
Chico Mendes, e seguimos analisando os impactos do REDD em comunidades
indígenas e extrativistas no Acre, e para além do Acre. Desnudamos, também, a
mais nova roupagem do REDD: as Soluções baseadas na Natureza (SbN), promovidas
em conferências do clima da ONU.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: center; vertical-align: top;">
</p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><span style="color: #333333;"><span style="font-family: inherit;">Entre artigos
acadêmicos, depoimentos de militantes de base, entrevistas e cartas públicas,
refletimos sobre os acontecimentos e as políticas às quais somos submetidos, e
assim nos preparamos melhor para o porvir. Esperamos, com este material, dar
continuidade no debate público sobre a resistência aos projetos de economia
verde que tentam enganar a população brasileira e o mundo, fingindo plantar
árvores ou mantê-las em pé – enquanto, na realidade, passam o trator e a
boiada.</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 23.25pt; margin: 0cm 0cm 0.0001pt -1cm; text-align: justify; vertical-align: top;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Bitter","serif"; font-size: 16.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></b></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-32021671898117233592022-02-25T11:37:00.003-05:002022-02-26T09:29:15.620-05:00DA SEBRAELIZAÇÃO À FARSA DAS FALSAS SOLUÇÕES<div style="text-align: justify;">Este artigo encontra-se publicado na revista <b><i><span style="color: #274e13;">Golpe Verde: Falsas soluções para o desastre climático</span></i></b>. A revista é uma coletânea de artigos que buscam refletir e analisar os 10 anos de REDD no estado do Acre e seus tentáculos que se espalham por outros estados como Mato Grosso, Rondônia e Maranhão. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Leiam a versão da revista <a href="https://cimi.org.br/tag/golpe-verde/"><span style="font-size: medium;">em português aqui</span></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; line-height: 115%;"><span style="color: #274e13; font-size: medium;"><b>Na relação com os povos indígenas é de suma
importância para o desenvolvimentismo, ou capitalismo se preferir, adequar o
evolucionismo biológico às questões socioculturais para que estes povos deixem
de ser o que são para se “transformarem”, por meio da assimilação e da
integração, em não indígenas (...).</b></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; line-height: 115%;"><span style="color: #274e13; font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><p align="right" class="MsoNormal" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; text-align: right;"><span style="font-size: 12pt;">Lindomar Dias
Padilha</span><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="font-size: 12pt;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">[1]</span></span></span></a></p><p align="right" class="MsoNormal" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; text-align: right;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">A
Sebraelização<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
é um termo quase conceitual que tenho adotado para explicar um dos processos
metodológicos utilizados para atrair os povos indígenas, ou pelo menos algumas
pessoas tomadas como se fossem lideranças, ao processo de mercantilização e
financeirização da natureza e da cultura destes povos. Escrevi um texto
intitulado “A Sebraelização do Indigenismo na Amazônia Ocidental como
estratégia para a mercantilização e a financeirização<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>"
onde proponho uma reflexão sobre o processo e, mais ainda, sobre os mecanismos
utilizados e que escondem as verdadeiras intenções dos mercadores da natureza.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Pois
bem, a intenção com este novo texto é dar sequência àquelas observações, porém,
centrando agora nas falsas soluções apresentadas aos povos e comunidades para
que estes sejam convencidos de que estão tendo seus usos, costumes e tradições
respeitados e ao mesmo tempo seguem colaborando para que se evitem ou pelo
menos sejam amenizados os efeitos negativos decorrentes da destruição da
natureza, inclusive “recebendo” por estes serviços prestados. A tarefa não é
fácil, mas é um desafio que se coloca para todos nós que imaginamos uma
natureza e povos que dela dependem e com ela convivem absolutamente
interligados, interconectados e interdependentes. O ponto chave para
desenvolver este tipo de raciocínio é a interdependência, o que nos impede de
falarmos em “pagamento”. Entretanto, não é de hoje que se tenta separar os
povos indígenas da natureza como ocorre com os povos de cultura ocidentalizada.
A intenção desta separação não é outra que não a implantação do capitalismo
naquilo que ele tem de pior: comercializar tudo, a natureza, enquanto matéria
prima e as pessoas, enquanto consumidoras e mão de obra. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Um
elemento de compreensão e interpretação da realidade fundamental para
introdução do sistema ocidental de pensamento é o tempo. Por isso, já no texto
anterior (PADILHA. 2018) salientava-se o equívoco da divisão do tempo nos
termos propostos por Terri Aquino e Marcelo Iglésias, que assim dividia os
tempos indígenas:<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">I) o tempo das malocas, 2) o
tempo das correrias, 3) o tempo do cativeiro, 4) o tempo dos direitos e 5) o
tempo da história presente (CPI/AC, 1996, p. 28)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">O
que subjaz a essa forma de dividir o tempo, é a ideia de que os povos indígenas
estão em processo evolutivo, nos moldes do que o desenvolvimentismo considera
“evolução”. Com este questionamento que faço, não proponho retroceder à tese do
fixismo, mas tão somente considerar os processos em si mesmos, sem que sejam
necessariamente evolutivos, rumo a um suposto desenvolvimento linearmente
traçado e definido pelas sociedades ditas evoluídas. Os povos originários, sim,
possuem todos os elementos necessários a uma organização social, cultural e
produtiva autônoma. Cada povo tem seu jeito próprio e precisa ser respeitado
nisso. Cada povo sente as transformações processuais de uma forma diferente e
por isso constrói caminhos próprios, vivendo, construindo e narrando sua
própria história.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Na
relação com os povos indígenas é de suma importância para o desenvolvimentismo,
ou capitalismo se preferir, adequar o evolucionismo biológico às questões
socioculturais para que estes povos deixem de ser o que são para se
“transformarem”, por meio da assimilação e da integração, em não indígenas e em
apenas nacionais, brasileiros. Há ainda um elemento muito importante a ser
considerado nessa verdadeira mutação: a relação de produção e divisão do
trabalho. Quando interligados e interdependentes, natureza e povos indígenas
desempenham funções, tanto no processo quanto nas relações mesmas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Assim
como o tempo dos povos fora artificialmente alterado para que se adequasse ao
projeto desenvolvimentista, a natureza e os povos devem deixar de desempenhar
funções para prestarem “serviços” um ao outro. A transformação das funções em
serviços é um passo necessário e fundamental para que se estabeleça uma relação
comercial, precificada. Se há serviços prestados, há que se ter “pagamentos”
pelos mesmos. Roberto Sanchaes Resende ao analisar O “Agroextrativismo e
pagamentos por serviços socioambientais” a partir das Reservas Extrativistas da
Terra do Meio, no Pará, observa que:<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">As propostas para a criação de
sistemas de pagamentos por serviços ambientais têm se proliferado nas últimas
décadas, estando diretamente relacionadas com as mudanças observadas em escala
planetária em processos como a regulação do clima, dos ciclos hidrológicos e a
renovação de ecossistemas. Essas mudanças climáticas e ambientais têm afetado
aquilo que a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços
Ecossistêmicos (IPBES) definiu como as contribuições da natureza para as
pessoas, que são a base material para a reprodução física, econômica e cultural
dos seres humanos. (RESENDE, 2020, p. 01).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Observemos
que se estabelece não só uma separação entre ser humano e natureza, como, por
meio de “serviços”, submete-se a natureza ao ser humano. A natureza mesma
presta serviços aos seres humanos e, por isso, passa a figurar como se fora, a
natureza, contratada pelos humanos e a estes devesse prestar serviços. Vejam o que
diz o Ministério do Meio Ambiente quando para justificar a passagem das funções
ambientais a serviços: <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">As interações entre os elementos
de um ecossistema são chamadas de funções ecossistêmicas. Alguns exemplos
destas funções são a transferência de energia, a ciclagem de nutrientes, a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">regulação de gases, a regulação climática </b>e
do ciclo da água. Essas funções geram serviços ecossistêmicos quando os
processos naturais subjacentes a suas interações desencadeiam uma série de
benefícios direta ou indiretamente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">apropriáveis
pelo ser humano</b>. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2020) (grifo meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A regulação de gases, a regulação climática, quando
“apropriáveis” pelo ser humano tornam-se serviços. É como se a natureza e os
povos indígenas, ligados à ela de forma indissociável, deixasse o tempo da
escravidão para entrar no tempo do trabalho assalariado, ou serviços pagos. Há
uma questão de fundo intransponível que os mercadores da natureza omitem, entre
outras, clara: quem recebe em nome da natureza, já que esta não possui conta
bancária e nem passou procuração?<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não há que sermos simplistas, mas também não podemos
aceitar que um jogo de palavras nos confunda. É. Pois, justamente no jogo de
palavras que reside a farsa que denunciamos há vários anos. Jogos de palavras
que se adequam ao interesse do mercador. REDD, REDD+, REM, Pagamentos por
Serviços Ambientais, Soluções baseadas na natureza... Tudo, porém, vinculado ao
que chamam de “Serviços” Ecossistêmicos e Serviços Ambientais. Assim foi que o
Estado do Acre, em outubro de 2010 atribui a si mesmo a capacidade
jurisdicional de legislar e, a partir disso, negociar diretamente tais
serviços. Está criado o Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais no estado do
Acre. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Cria o Sistema Estadual de
Incentivos a Serviços Ambientais - SISA, o Programa de Incentivos por Serviços
Ambientais - ISA Carbono e demais Programas de Serviços Ambientais e Produtos
Ecossistêmicos do Estado do Acre e dá outras providências. (Acre, Lei 2.308).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com a criação do sistema esperava-se uma adesão quase que
automática. Porém, havia uma imensa barreira a ser superada: Os territórios
indígenas como local de maior biodiversidade e consequentemente lugar de maiores
Serviços Ecossistêmicos onde se constata que a lógica indígena não obedece e
muitas vezes não se enquadra na lógica mercadológica do capital e isso exigiu
um esforço a mais para fazer com que os povos indígenas fossem considerados,
enquanto parte do processo de geração de capital e desses serviços. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tanto as alterações propostas na lógica
temporal, expressa nos tempos históricos, quanto as alterações legais,
expressas na criação e alteração de leis, finalmente se encontram no verdadeiro
objetivo: adequar os povos ou pelo menos lideranças às necessidades do
desenvolvimentismo e finalmente disponibilizar ao mercado externo a estes
povos, seus territórios e o que neles existe.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Agora não chegam as caravelas com
portugueses, espanhóis, ingleses, franceses e outros do norte desenvolvido.
Chegam empresas transnacionais do norte, trazendo a tiracolo os governos de
seus países, com propostas "ecologicamente corretas" e carregando em
seu bojo a subordinação ainda maior dos povos do sul. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A terra, lastro do capital natural, está sendo comercializada em bolsas
de valores. Tal sanha também se estende aos outros elementos da natureza, como
o ar</b>, a biodiversidade, a cultura, o carbono - patrimônios da humanidade.
(CIMI, 2012). (grifo meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O texto acima é parte de uma nota do Conselho Indigenista
Missionário intitulada: “A Sanha do Capitalismo Verde: REDD e as artimanhas
contra os povos indígenas” e reflete com clareza que os interesses presentes
nesta farsa das falsas soluções são justamente o de mercantilizar e
financeirizar a natureza, incluindo ai o ar e as culturas dos povos. Não é com
outra intenção que se fez a divisão dos tempos a gosto do freguês, criou-se a
lei 2.308 no Acre e deu-se sequência ao avanço sobre os territórios com o
acordo entre Acre, no Brasil, Califórnia, nos Estados Unidos e Chiapas, no México<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e
ainda o acordo do chamado REM (REDD Early Movers)<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
chamado de REDD para pioneiros junto ao Banco de Desenvolvimento da Alemanha,
KFW<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
meio pelo qual os projetos de REDD finalmente chegaram aos territórios dos
povos originários, sobre os auspícios do governo do Acre por meio do REDD
jurisdicional.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim, as novas caravelas ancoraram no Acre e agora já não
lhes basta saquear madeiras, ouro ou outras drogas do sertão<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
querem o ar, as mentes, corações e as culturas dos povos. Neste processo merece
destaque o acesso às culturas por meio do suposto engajamento também das
mulheres indígenas. Mais recentemente o governo do Acre apresentou projeto para
práticas empreendedoras voltadas para mulheres indígenas à Ministra da Mulher,
Família e Direitos Humanos (MMFDH) Damares Alves<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A
argumentação de que pessoas, e não comunidades e povos, sejam empreendedores,
nascem no governo do Acre em tempos idos, mas, caem como uma luva para os
propósitos dos atuais governos federal e estadual: integrar os povos
originários e entregar seus territórios à iniciativa privada completando o
chamado “golpe verde” baseado na farsa das falsas soluções. O avanço da
mercantilização sobre as culturas e espiritualidades indígenas tem sido
sistematicamente festejado pelo governo do Estado, como na manifestação da
Secretária de Turismo e Lazer do governo de Gladson Cameli, PP, Rachel Moreira.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Para se ter uma ideia, em 2013
tínhamos apenas três festivais <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>indígenas
sendo realizados em todo o Acre. No ano passado, saltamos para 27 e este ano
estão previstos 43, com a participação de turistas nacionais e internacionais.
(NOTÍCIAS DO ACRE, 2018).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Diversos problemas afloram quando analisamos o
crescimento dos tais festivais culturais, sendo um dos mais graves o acesso de
turistas nacionais e principalmente estrangeiros às culturas, espiritualidades
e das chamadas “medicinas tradicionais”, possibilitando e viabilizando a
comercialização desses saberes e até mesmo o tráfico ilegal de substâncias e
plantas. A valorização das culturas deve sim ser promovida, mas deve antes,
atender os interesses da própria comunidade. Revigorar a cultura é ato interno
de cada povo e a este deve servir. Quando a cultura e espiritualidade passam a
ser objetos a serem comercializados, podem vir a ser considerados apenas
folclores, se afastando cada vez mais da sacralidade, isso se chama “profanar”
a natureza e o sagrado que ela representa para os povos originários. Não são os
povos que se auto violam, mas os mercadores que lucram violentando-os como tem
feito historicamente. Ao final e ao cabo, espera-se transformar o indígena em
apenas uma pessoa, desvinculada de seu povo e sua história, prometendo lhe
riquezas que nunca virão e , se vier algo, nunca será suficiente.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É óbvio que os povos indígenas têm o direito de se
autodeterminarem e, para tanto, devem ter total liberdade de escolha daquilo
que julgarem bom ou não para eles. Porém, o que questionamos aqui não é este
direito, mas temos que denunciar o assédio sobre esses povos e comunidades. São
diversas as formas de assédio sofridas por esses povos. São assediados por
igrejas, partidos políticos, e uns cem números de ideologias financiadas pelo
capital sedento por seguir espoliando-os, sejam fisicamente os territórios,
seja mentalmente com propostas supostamente boas, porém, falsas e cujo
interesse é apenas o de converter os povos em novos consumidores dos desejos do
capitalismo desenvolvimentista.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Talvez a maior contribuição dos
povos indígenas para a humanidade em geral seja justamente não se inserir
cegamente no mercado e isto está gravemente ameaçado com o modelo defendido
pelo governo do Acre, expresso claramente na inconstitucional lei 2.308/2010.
(PADILHA, 2012, p. 30).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há vinte anos já tínhamos a certeza de que o ataque aos
territórios, povos e culturas fazia parte de um processo macabro desencadeado
pelos donos do mundo e mercadores da natureza que enxergavam na natureza e nos
territórios fonte primitiva para seguir alimentando seus lucros inescrupulosos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Há dez anos, na Rio + 20, com o Dossiê Acre,
decidimos por denunciar ao mundo a farsa, as falsas soluções e o saque. Hoje
seguimos pesquisando, denunciando e lutando contra os projetos de exício,
daqueles que se deleitam e se alimentam com a destruição. Tais projetos se
apresentam como “solução” quando são exatamente o oposto. Essa trajetória de se
alimentar com a destruição, segue com o capitalismo e persegue os povos
originários. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Todos os estudos indicam a
presença de petróleo nesta região e nós estamos muito otimistas. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Isso é um novo tempo na economia</b> do
Acre, muitos empregos podem ser gerados. Vejam que apenas na fase inicial dos
estudos a empresa de sísmica instalada em Cruzeiro do Sul tinha 700
trabalhadores contratados. E o que precisa ser destacado é que o retorno dos
investimentos pode começar em seis meses após a perfuração. (...) Há um enorme
potencial também para os pequenos e médios empresários participarem da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">atividade econômica do gás e do petróleo e
em nada isso compromete o nosso respeito ao meio ambiente.</b> (NOTICIAS DO
ACRE, 2013). (grifo meu).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></b><span style="line-height: 115%;">A fala acima é
do então governador do Acre Tião Viana<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
PT. É importante notarmos que, como justificativa para tamanho entusiasmo com a
exploração de petróleo, apresenta-se como remissão econômica para o estado do
Acre e, cinicamente diz que as atividades não comprometerão “o nosso respeito
ao meio ambiente”. O cinismo é um dos lados de uma mesma moeda: os mesmos que
se declaram defensores dos povos indígenas e do meio ambiente defendem
igualmente a manutenção do modelo colonialista, desenvolvimentista e
economicista onde o lucro é o “deus”, o sagrado.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Portanto, de 1500 até hoje, o modelo baseado
no saque dos territórios, segue rigorosamente o mesmo. A verdadeira alternativa
só pode ser baseada na decoloniedade. Temos que ter a coragem de propor uma
ruptura com o sistema e os povos indígenas são exatamente quem tem proposto
historicamente esta ruptura. Por isso mesmo, na visão dos proponentes das
falsas soluções, estes povos são os que devem morrer enquanto povos autônomos
devendo aceitar a submissão ao capital desenvolvimentista. Os ataques aos povos
e seus territórios nunca cessa, mas obedece a alguns ciclos e de tempos em
tempos se manifestam de maneira mais agressiva em nome de um suposto progresso.
Assim foi com as BRs 364 e 317, com a exploração de petróleo e gás de xisto,
com a mineração na região do Juruá e agora, mais recentemente com o retorno do
debate sobre a estrada ligando Cruzeiro do Sul a Pucallpa, no Peru. A estrada
se apresenta como desenvolvimento, mas é no fundo mais uma forma de se adentrar
nos territórios e prosseguir o saque.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">É
bom lembrarmos que estes não são projetos isolados, estão em profunda
articulação entre si e com o capital internacional por meio de arranjos como
Calha Norte, Avança Brasil, IRRSA (Integração da Infraestrutura Regional da
América do Sul), PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)... e por ai vai. O
desenvolvimentismo acena aos povos com promessas falsas de futuro próspero e ao
mesmo tempo acena também de forma falsa, com a promessa de um ambiente
saudável. Chamam a isso, entre outros nomes, de desenvolvimento sustentável.
Neste arranjo falso e de farsas, indígenas, indigenistas e ambientalistas são
assediados. O pior é que muitos aceitam o assédio e tentam seguir sobrevivendo
com o dinheiro sujo que o assediador lhes oferece comprando-lhes assim o
silêncio<a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">As
denúncias que estão sendo apresentadas não são meras expressões da vontade de
alguns, mas resultado de investigações, pesquisas e escutas das comunidades.
Assim foi que pudemos falar de Economia Verde, Povos das Florestas e
Territórios: violações de direitos no estado do Acre DHESCA (2015) que realizou
uma investigação sobre as violações de direitos decorrentes dessas falsas
soluções assinalando que essas falsas soluções servem de “cortina de fumaça” para
que o capital avance sobre os territórios.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bem medido e bem pesado, a solução está e só virá dos
povos originários e comunidades tradicionais. Nas caravelas, antigas e atuais,
não cabem as soluções porque elas existem justamente para nos convencer de que
não há solução sem eles (e o que eles trazem), ou seja, o capitalismo mesmo. Eu
diria mais: não basta descolonializar questionando o capitalismo, temos que
destruir o desenvolvimentismo, seja de direita ou de esquerda. Falamos a partir
da nossa militância, da experiência dos e com os povos, mas também de
pesquisadoras e pesquisadores comprometidos com a verdade e com a vida. Temos
que seguir aprendendo com os povos da gratuidade!<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Referências:<o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">BRSIL, Ministério do
Meio Ambiente. Funções dos Ecossistemas. 2020. Disponível em: </span><a href="https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/servicos-ecossistemicos/funcoes-dos-ecossistemas.%20Acessado%20em%2027/09/2021"><span style="line-height: 115%;">https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/servicosambientais/ecossistemas-1/conservacao-1/servicos-ecossistemicos/funcoes-dos-ecossistemas.
Acessado em 27/09/2021</span></a><span style="line-height: 115%;">.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">CIMI, Dossiê Acre: O
Acre que os mercadores da natureza escondem. 2012.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">Comissão Pró-índio do
Acre, História Indígena CPI/AC, 1996. Disponível em: </span><a href="https://cpiacre.org.br/publicacao-acervo/historia-indigena/"><span style="line-height: 115%;">https://cpiacre.org.br/publicacao-acervo/historia-indigena/</span></a><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">DHESCA, Economia Verde,
Povos das Florestas e Territórios: Violações de Direitos no Estado do Acre, Rio
Branco, 2015. Disponível em: https://www.plataformadh.org.br/wp-content/uploads/2015/08/economia_verde_relatorio.pdf<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">NOTÍCIAS DO ACRE, Festivais
indígenas celebram cultura e espiritualidade dos povos do Acre. Publicado em 28/07/2018.
Disponível em: </span><a href="https://agencia.ac.gov.br/festivais-indigenas-celebram-cultura-e-espiritualidade-dos-povos-do-acre/"><span style="line-height: 115%;">https://agencia.ac.gov.br/festivais-indigenas-celebram-cultura-e-espiritualidade-dos-povos-do-acre/</span></a><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">_______, Exploração de
petróleo no Acre é viável, defende especialista. Publicado em 13/09/2013.
Disponível em: https://agencia.ac.gov.br/exploracao-de-petroleo-no-acre-e-viavel-defende-especialista/<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;">Rezende, Roberto
Sanches. «Agroextrativismo e pagamentos por serviços socioambientais: reflexões
a partir das Reservas Extrativistas da Terra do Meio (PA)», Anuário Antropológico
[Online], v.45 n.1 | 2020, posto online no dia 27 janeiro 2020, consultado 01
outubro 2021. URL: http://journals.openedition.org/aa/4956; DOI:
https://doi.org/10.4000/aa.4956<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;"><span style="line-height: 115%;"><o:p><span style="font-family: inherit;"> </span></o:p></span></p>
<div><!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-family: inherit;"><br clear="all" />
</span><hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Mestre em direito, especialista em Desenvolvimento Social no Campo: Povos
Indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, filósofo indigenista.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é uma
entidade privada sem fins lucrativos. É um agente de capacitação e de promoção
do desenvolvimento, criado para dar apoio aos pequenos negócios de todo o país.
Desde 1972, trabalha para estimular o empreendedorismo e possibilitar a
competitividade (...). Disponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/canais_adicionais/o_que_fazemos<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Revista Trinta Anos Pós Assassinato de Chico Mendes e Destruição Oculta de
Florestas e Vidas No Acre, Rio Branco, Dez. 2018 PDF. Acesse em: https://pt.scribd.com/document/404309042/Trinta-anos-pos-assassinato-de-Chico-Mendes-e-destruicao-oculta-de-florestas-e-vidas-no-Acre-Rio-Branco-dez-2018-pdf<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Em
17/11/2010, os Governadores Binho Marques, do Acre e Arnold Schwarzenegger, da
Califórnia, assinaram um memorando que definiria as regras para a
comercialização de crédito de carbono entre Acre, Califórnia (EUA) e Chiapas
(México). Disponivel em: https://agencia.ac.gov.br/acre-e-califrnia-querem-falar-a-mesma-lngua-quando-o-assunto-crdito-de-carbono/<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Segundo o Instituto de Mudanças Climáticas do Acre, IMC, A finalidade do
Programa REM é apoiar com “financiamento ponte” implementadores de programas
jurisdicionais de REDD+ para fortalecer sua autonomia e sustentabilidade.
Nomeado mundialmente como – REDD +, de acordo com as decisões sob o marco da
Organização das Nações Unidas Mudança Climática (UNFCCC). O fomento é realizado
por meio de remuneração baseada nos resultados adequadamente documentados e
verificados de redução de emissões por desmatamento. A finalidade, portanto, do
Programa REM é apoiar com “financiamento ponte” implementadores de programas
nacionais e subnacionais de REDD+. Disponível em: http://imc.ac.gov.br/programa-para-pioneiros-em-redd-rem/<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Fundado
em 1948 como uma instituição pública, o KfW pertence hoje à República Federal
da Alemanha (80%) e aos estados federados (20%). O <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>KfW é um dos maiores bancos alemães e capta os
recursos para suas atividades de fomento quase exclusivamente nos mercados de
capitais internacionais.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> As
chamadas drogas do sertão abarcavam uma série de produtos como o guaraná, o
anil, a salsa, o urucum, a noz de pixurim, pau-cravo, gergelim, cacau, baunilha
e castanha-do-pará. Todas essas especiarias tinham alto valor de revenda no
Velho Continente e, com isso, logo o contrabando apareceu nessas áreas.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/drogas-sertao.htm<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn8">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O
projeto foi elaborado em parceria com o Gabinete da Primeira Dama, da Companhia
de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), Secretaria de Estado de Assistência
Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para Mulheres (Seasdham) e prevê a
realização de oficinas, capacitações para práticas empreendedoras como a
criação de uma grife de roupas indígenas. A proposta final é lançar os produtos
para venda em loja virtual. Disponível em: http://imc.ac.gov.br/acre-apresenta-projeto-para-praticas-empreendedoras-voltada-para-mulheres-indigenas-a-ministra-damares-alves/<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn9">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Sobre
este embate, sugiro a leitura de uma matéria de 2008. Disponível em: https://ac24horas.com/2013/11/29/coordenador-do-cimi-chama-sebastiao-viana-de-mentiroso/amp/<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn10">
<p class="MsoFootnoteText"><span style="font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/OneDrive/Documentos/DA%20SEBRAELIZA%C3%87%C3%83O%20%C3%80%20FARSA%20DAS%20FALSAS%20SOLU%C3%87%C3%95ES.docx#_ftnref10" name="_ftn10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height: 115%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Os povos indígenas e comunidades tradicionais , reunidos em Xapuri, estado do
Acre denunciaram as diversas agressões contra aqueles que ousavam questionar a
farsa das falsas soluções. Disponível em:
https://www.ecodebate.com.br/2017/07/28/denuncia-no-acre-liderancas-indigenas-e-extrativistas-sao-ameacadas-por-se-posicionarem-contra-politicas-de-economia-verde/</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></p>
</div>
</div><span style="color: #274e13; font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: medium;"><b></b></span></span></div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-42196940061627839892022-02-10T12:02:00.001-05:002022-02-10T12:02:44.731-05:00Nota do Cimi: lista de prioridades do governo reafirma agenda anti-indígena e de devastação social e ambiental<p> </p><h2 style="background: none 0% 0% repeat scroll rgb(255, 255, 255); border: medium none; box-sizing: border-box; color: #3e454c; font-family: Bitter; line-height: 38px; margin: 0px 0px 10px; outline: currentcolor none 0px; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: top;"><strong><span style="font-size: large;">Nota do Cimi: lista de prioridades do governo reafirma agenda anti-indígena e de devastação social e ambiental</span></strong></h2><div style="background-color: white; line-height: 24px;"><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: center;"><br /><strong><em>Projetos legislativos elencados pelo governo federal como prioritários para votação em 2022 atacam direitos humanos, indígenas e ambientais</em></strong></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px;"> </p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px;"></p><p></p><div style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: justify;">O Conselho Indigenista Missionário – Cimi repudia mais uma iniciativa anti-indígena e contra a sociedade brasileira do atual governo federal. A publicação da portaria 667, de 9 de fevereiro de 2022, com as prioridades do governo para votação no legislativo, afronta os direitos humanos, ambientais e indígenas no Brasil. Muitas das proposições já foram apresentadas em 2021 e barradas pelas mobilizações da sociedade civil, dos povos indígenas e de seus aliados. O governo, contudo, insiste em tentar aprová-las, numa postura arrogante, perversa e contrária à vida.</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><br /></span></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Dentre as prioridades elencadas pelo governo na portaria, encontra-se o Projeto de Lei (PL) 490/2007, que altera o Estatuto do Índio, os procedimentos de demarcação dos territórios indígenas e concebe o marco temporal como critério para essas demarcações. A lista inclui também o PL 191/2020, que abre os territórios indígenas para a pesquisa e a lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos, grandes empreendimentos e exploração dos recursos hídricos. A portaria do pacote de maldades ataca o meio ambiente, com as proposições do PL 3729/2004, que altera radicalmente as regras do licenciamento ambiental no país, o PL 528/2021, que regulamenta o mercado de carbono, e os PLs 2633/2020 e 510/2021, que formam o “PL da Grilagem”, voltado a anistiar e regularizar invasões de terras públicas.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Na sua escalada contra a vida, o governo propõe também como prioridade o PL 6299/2002, o “PL do Veneno”, aprovado ontem, dia 9 de fevereiro, pela Câmara dos Deputados. Este PL visa flexibilizar ainda mais a legislação sobre a venda e uso de agrotóxicos, facilitando, por exemplo, o registro de substâncias cancerígenas, já proibidas em outros países. A proposta concentra o poder de decisão sobre o tema no Ministério da Agricultura e enfraquece as atribuições e a capacidade de fiscalização de órgãos como Ibama e Anvisa.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Lembramos que os povos indígenas, os seus aliados e a sociedade civil organizada já se posicionaram contrários a esses projetos de morte. Em 2021, mobilizaram-se em grande número, ocuparam espaços, avenidas, praças, estradas, rodovias, para demonstrar indignação, e resistência contra esse ideário do mercado, do indivíduo acumulador, da competição exacerbada como regra para a convivência social e da mercantilização total da vida e da natureza. O governo e seus aliados, com a sua política fundamentalista, só enxergam o agronegócio, o latifúndio, as técnicas dispendiosas que geram desemprego, os monocultivos e o mercado externo, penalizando a maioria da população pobre no Brasil.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">Repudiamos a prática nociva da não demarcação e da não regularização fundiária dos territórios indígenas e o desrespeito aos direitos fundamentais desses povos contidos na Constituição Federal de 1988. É imperativo cessar a propagação da violência contra os povos indígenas e a superexploração dos trabalhadores, contidas na concepção da integração assimilacionista do capital para o povo e proposta como “solução final” para os indígenas.</div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="color: #505050; font-family: Arial;"><div style="text-align: justify;">As prioridades do governo federal na agenda legislativa também demonstram a incapacidade do diálogo e da convivência com a diversidade que é o povo brasileiro. O Conselho Indigenista Missionário reafirma seu compromisso com a resistência dos povos, com a diversidade, com os povos indígenas, nesta luta contra os projetos de morte que afrontam os direitos humanos e a natureza, na dimensão sagrada das relações estabelecidas com a terra-mãe.</div></span><p></p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: justify;">Brasília, 10 de fevereiro de 2022</p><p style="color: #505050; font-family: Arial; font-size: 16px; text-align: justify;">Acesse o original em <a href="https://cimi.org.br/"><b>https://cimi.org.br/</b></a></p></div>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-74957801488876895742022-01-18T17:32:00.014-05:002022-01-18T17:49:05.486-05:00Povo Madjá realisa assembleia na Aldeia Estirão, Rio Eirú, municío de Eirunepé, AM: NÃO TOLERAREMOS MAIS VIOLAÇÕES DE NOSSOS DIREITOS<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwPK7xSu21Mb-IjDS1U0zAU2Ak5LBgdOcHLj9cdlxnk2Yp00aIAMC57pWnCDrIN_qoMf5KG-w0k5DClLt6HSXfOl0sI4p3Ec1lXHXSHXcPfygqfvagwt3l-oNYZnFvrGKYmgF4jQt46StSf9FJq50bVTbqZjLsFbIiS4FdxvyATQyly_1Bo-rIYIgX=s4608" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwPK7xSu21Mb-IjDS1U0zAU2Ak5LBgdOcHLj9cdlxnk2Yp00aIAMC57pWnCDrIN_qoMf5KG-w0k5DClLt6HSXfOl0sI4p3Ec1lXHXSHXcPfygqfvagwt3l-oNYZnFvrGKYmgF4jQt46StSf9FJq50bVTbqZjLsFbIiS4FdxvyATQyly_1Bo-rIYIgX=w467-h296" width="467" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Assembleia Madjá. Foto Lindomar Padilha</td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span> </span>Nos dias 10, 11 e 12 de janeiro de 2022, o povo Madjá realizou assembleia para discutir e decidir sobre diversos aspectos que interferem diretamente na vida do povo como educação, saúde, território bem como as diversas violências sofridas principalmente quando estão nas cidades. A assembleia foi realizada na Aldeia Estirão, no Rio Eirú, no município de Eirunepé, Estado do Amazonas.</div><div style="text-align: justify;"><span> Contou com a participação de representantes e líderes do povo e ainda com a participação de aliados como representantes do Cimi, Regional Amazônia Ocidental, representante do Conselho de Missão entre Índios - Comin, Sra. Vilma, voluntária na defesa dos povos em Eirunepé, Antropólogo do Ministério Público Federal de Manaus, representantes do povo Tukuna e ainda com a presença do representante da Fundação Nacional do Índio - Funai de Eirunepé.</span></div><div style="text-align: justify;"><span><span><span> </span>O abandono da escola e da educação de modo geral é o reflexo de toda falta de atenção e respeito para com o povo. Aliás, não há escolas e a que tem é justamente esta que aparece na imagem. Ou seja, sem nenhuma condição de acolher professores e alunos. Os próprios indígenas tiveram que construir bancos e cobrir o telhado para que a assembleia pudesse se realizar nas dependência daquilo que insistem em chamar de "escola"<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFWm0QrsBt0BiQUOZCHAq8vz2mDxjUeBAT9LIZaNcKYOob_G42OQK7-AJo-7tdfW-O88tCarf1DP1SqUtAR6sc6OWYyhbMpcvW3iVFB-JFH_r-L-LdszSmkYMdupPWlHgAMoH03U1ywgW0-rcHRL3ykGmn_e1R-6hONcjqgiokjQMZer8cc3OA4f7a=s4608" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiFWm0QrsBt0BiQUOZCHAq8vz2mDxjUeBAT9LIZaNcKYOob_G42OQK7-AJo-7tdfW-O88tCarf1DP1SqUtAR6sc6OWYyhbMpcvW3iVFB-JFH_r-L-LdszSmkYMdupPWlHgAMoH03U1ywgW0-rcHRL3ykGmn_e1R-6hONcjqgiokjQMZer8cc3OA4f7a=w538-h312" width="538" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Reparos na escola. Foto Lindomar Padilha</td></tr></tbody></table><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4vh7Mj2VkQgrK4GiJIP3HEr9--9gJBc-2-ORSXFGB51BkrmjlwomzqkY8yWXVPPgJk-i1GKmTCPU8RXccy2k41fwKQDut9hzYmyGxzAE1IE-5E7prXzxg1MQxW2LMG7czUADkzWNlTGVQZ_fQAax9KOy7D_a7v4bOzuXDES7etu0OfQ2MGWdBt3QM=s4608" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi4vh7Mj2VkQgrK4GiJIP3HEr9--9gJBc-2-ORSXFGB51BkrmjlwomzqkY8yWXVPPgJk-i1GKmTCPU8RXccy2k41fwKQDut9hzYmyGxzAE1IE-5E7prXzxg1MQxW2LMG7czUADkzWNlTGVQZ_fQAax9KOy7D_a7v4bOzuXDES7etu0OfQ2MGWdBt3QM=w529-h290" width="529" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Debates em grupo sobre a escola que queremos. Foto Lindomar Padilha<br /><br /></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span><span> </span>Não bastasse o abandono físico, desde 2018 não há professores contratados e nem merenda escolar. A desassistência e o desinteresse por parte da prefitura de Eirunepé (e demais prefeituras que deveriam prestar assistência aos povos Madjá e Tukuna) é tanto que se quer enviaram representantes à assembleia. Ao contrário, circula pelas redes sociais da prefeitura de Eirunepé imagens de supostas escolas em construção nas aldeias indígenas. Mentira.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsTgNwIiIl1OBXAU1rpErRhplKFd6NdwXBHgIvuGzRVPAjstM2JDGgnbaI6NPkGZ1_lztNLPbbUGvQumSmZlGvZSWrOSy5rU3WAk9iEBcxwciNEK75S4vovQ1OtzQF_vyaVd4aSmmKO36cBRtzAL3sYLhtYG-1SOA6ztLkhCczS2lyE4CX9Bfoypfx=s4608" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3456" data-original-width="4608" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsTgNwIiIl1OBXAU1rpErRhplKFd6NdwXBHgIvuGzRVPAjstM2JDGgnbaI6NPkGZ1_lztNLPbbUGvQumSmZlGvZSWrOSy5rU3WAk9iEBcxwciNEK75S4vovQ1OtzQF_vyaVd4aSmmKO36cBRtzAL3sYLhtYG-1SOA6ztLkhCczS2lyE4CX9Bfoypfx=w538-h372" width="538" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Destaque às mulheres Madjá. Foto Lindomar Padilha<br /><br /></td></tr></tbody></table><span> </span>Mereceu destaque a participação das mulheres que por diversos momentos deram o tom da assembleia e conduziram com maestria os trabalhos. Parabenizo em nome de todas elas, à Zuíla Madjá, primeira cacique mulher do povo Madjá.</div><div style="text-align: justify;"><span> O povo Madjá encontra-se em total abandono em todos os níveis e, por isso há muitos casos de mortes violentas, agressões inimagináveis, assassinatos e mesmo suicídios. É urgente que se faça uma campanha nacional e até internacional para que a vida do povo Madjá seja garantida. Juntemo-nos aos Madjá para denunciar o verdadeiro genocídio em curso.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span> E foi assim, com toda força e coragem que os madjá soltaram esta forte carta que transcrevo a seguir.</span><br /><br /></div></span></div><p></p><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Carta pública do povo Madijá</span></div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><div><br /></div><div><span style="font-size: medium;">Nós, povos Madja e Tukuna, reunidos em assembleia na aldeia Estirão, nos dias 10,11 e 12 de janeiro de 2022, decidimos tornar público por meio desta carta, nossas reivindicações e exigências bem como manifestar nosso posicionamento frente as diversas situações que atingem nossa dignidade pessoa humana e povo que somos. Comunicamos ainda que além desta carta serão encaminhados documentos e relatório às entidades e órgãos públicos e autoridades competentes sempre com cópia ao Ministério Público Federal. Neste sentido <b>DENUNCIAMOS</b>:</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos as constantes invasões de nosso território seja por madeireiros, caçadores pescadores ou outras formas de violação de nosso território.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a falta de escolas em nossas aldeias, falta de contratação de professores indígenas, falta de merenda escolar e falta de cursos de formação de professores.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a falta de espaços adequados para o atendimento dos profissionais de saúde em nossas aldeias, como postos de atendimento e casa para alojamento.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a falta de contratação de Agentes de saúde indígenas, microscopistas e outros profissionais.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a falta de contratação de intérpretes de nossa língua na FUNAI, nos órgãos públicos e de assistência.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a retenção de cartões de benefícios por pessoas que não tem procuração para isso, como comerciantes e outros.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a exploração de nossos parentes através da venda superfaturada de produtos e até da venda de produtos com prazo de validade vencido.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos a venda indiscriminada de bebidas alcóolicas a nossos parentes bem como a indução ao consumo dessas bebidas.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos as constantes agressões, violações, atos de racismo, preconceito e toda sorte de crimes contra nossos parentes quando estes se encontram na cidade.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">* Denunciamos o cartório de Eirunepé que não nos atende com dignidade e nos descrimina.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><b>EXIGIMOS,</b> portanto, a imediata solução para as denúncias apresentadas acima e que as autoridades, órgãos e entidades responsáveis apresentem imediatamente propostas que sejam capazes de responder às nossas exigências, anseios e que contribuam para o cumprimento de nossos direitos.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Por fim, comunicamos a todos os órgãos, instituições públicas, privadas e à sociedade em geral que <b>NÃO SERÃO TOLERADAS</b> nenhuma forma de discriminação, racismo, preconceito e, sobre tudo nenhuma forma de violência contra nosso povo ou qualquer pessoa de nosso povo. Utilizaremos de todos os meios necessários para que sejamos tratados com o mais absoluto respeito e dignidade, conforme nossos direitos</span></div><div><span style="font-size: medium;">assegurados.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Seguiremos denunciando onde for necessário e jamais nos calaremos diante de qualquer injustiça até que nosso povo seja respeitado e tratado com igualdade de direito e dignidade.</span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;">Aldeia Estirão, Município de Eirunepé, 12 de janeiro de 2022.</span></div></div><span><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /><span><br /></span></span></div><br /><p></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7542683884540493511.post-12089438865364940952022-01-05T10:22:00.001-05:002022-01-05T10:22:47.898-05:00Bolsonaro e o genocídio indígena Mata-se um povo quando se criam condições que podem levá-lo à destruição<p> <span style="font-family: inherit;">Reproduzo aqui um texto da Dra.<span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;">Deborah Duprat publicado na Folha de São Paulo que deve ser acessado <a href="https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/01/bolsonaro-e-o-genocidio-indigena.shtml"><b>AQUI</b></a></span></span></p><p><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Deborah Duprat</span></span></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">A concepção dos povos originários da América como inferiores e a violência do projeto colonial vão alimentar, em larga medida, as teorias raciais do século 19 e a própria formação dos Estados nacionais, com a noção de homogeneidade que lhe é correlata. A combinação desses ingredientes culminou no nazismo e no Holocausto judeu, chamando a atenção da Europa, pela primeira vez, para o fenômeno da eliminação dos "seus outros".</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Em 11 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Em ambos os casos, parte-se da premissa de que, se os direitos humanos são universais, é fundamental assegurar o pluralismo das sociedades nacionais, com abandono da ideia de superioridade de um grupo sobre os demais.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">A convenção diz que o genocídio é crime tanto em tempo de paz como em tempo de guerra e o define como a prática de atos cometidos com a intenção de "destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso". Já o seu artigo 2º, "c", diz que constitui ato de genocídio "submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial".</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">A Constituição Federal determina a demarcação das terras indígenas porque são espaços essenciais à autodeterminação desses povos. A negativa ou omissão deliberadas da demarcação configura o crime de genocídio na modalidade inscrita no artigo 2º, "c", da convenção —ou seja, mata-se um povo quando lhe são impostas condições de vida capazes de levar à sua destruição física. Seus membros morrem, e os sobreviventes se submetem a um processo de integração à cultura dominante. O povo preexistente deixa de existir. Foi o que aconteceu com vários povos indígenas ao longo do projeto colonial.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Dito isso, é preciso denunciar que está em curso um processo de genocídio dos indígenas no Brasil, capitaneado pelo presidente da República. Discursivamente, ele trata esse segmento da sociedade como inferior e diz que não irá demarcar —como não demarcou— um centímetro de área indígena. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em ação proposta perante o Supremo Tribunal Federal, evidenciou que esses discursos levaram a ondas de invasões de terras indígenas. Dados do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que, em 2019, a taxa anual de desmatamento em toda a Amazônia foi de 34,41%, mas que esse incremento foi de 80% quando consideradas apenas as terras indígenas.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">No contexto da Covid-19, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos concedeu medida cautelar em favor dos povos indígenas Yanomami e Ye’kwana, apontando a presença, em seus territórios, de 20 mil garimpeiros. Também assim procedeu em relação aos povos indígenas Munduruku, Guajajara e Awá, todos com seus territórios invadidos e vítimas de ampla disseminação da doença. Relatório de 2021 produzido pelo Conselho Indigenista Missionário aponta que os casos de invasão de terras indígenas em 2020 tiveram um acréscimo de 137% em relação a 2018. Foram atingidas pelo menos 201 terras indígenas, de 145 povos, em 19 estados.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Jair Bolsonaro organizou toda a burocracia para negar direitos territoriais a esses povos e abrir suas terras para atividades que ele considera produtivas. Embutidas nesse aparato, as velhas ideias da supremacia racial e da necessidade de assimilação das culturas dissidentes. Isso tem nome: genocídio.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Deborah Duprat: advogada e subprocuradora-geral da República aposentada, participou do Tribunal do Genocídio, no Tuca (Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), como representante da sociedade na acusação.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div><span style="background-color: white; color: #222222; font-size: small;"><div style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;">Link: <a data-saferedirecturl="https://www.google.com/url?q=https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/01/bolsonaro-e-o-genocidio-indigena.shtml&source=gmail&ust=1641481888204000&usg=AOvVaw3B9f8AWTPI40SicaK-AlGr" href="https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/01/bolsonaro-e-o-genocidio-indigena.shtml" style="color: #1155cc;" target="_blank">https://www1.folha.uol.com.br/<wbr></wbr>opiniao/2022/01/bolsonaro-e-o-<wbr></wbr>genocidio-indigena.shtml</a></span></div></span><p></p>lindomarpadilha.blogspothttp://www.blogger.com/profile/13764086230572949543noreply@blogger.com0