Lamentavelmente no Acre, por ação desmedida e intencional, quase tudo se transforma em política menor, ou politicagem como se diz popularmente. Foi assim no caso da mudança do horário, no caso da cidade do povo, no caso da Br 364 ... e agora no caso da exploração de petróleo. LAMENTÁVEL!
Ao invés de explicar à população e dar a verdadeira dimensão dos impactos que a exploração de petróleo e gás natural (e olha que ainda não estamos falando do gás de xisto), os anti indígenas e aqueles que querem e insistem em financeirizar a natureza, transformando tudo que é bem coletivo e comum em propriedade particular, com único interesse em abastecer ainda mais seus já abarrotados cofres, preferem apelar para a doentia mania de tudo transformar em politica menor. Pior, querem agora pousar de "vítimas" negando o que eles mesmos disseram em passado recente. Querem a qualquer custo vincular as poucas, mas sóbrias , vozes livres que denunciam esse modelo perverso e criminoso conhecido como desenvolvimentisto e, que não é outra coisa que uma nova fase de acumulação do capital.
Vejam o que afirma a coluna Poronga do tabloid Pagina 20 de hoje a meu respeito:
Bola fora: Nesta questão relacionada à possível exploração de gás e petróleo no Acre, o Cimi e seu dirigente regional têm dado muitas bolas fora.
Fatos: Sobretudo por desconhecerem, por exemplo, que a exploração de petróleo na Amazônia (a usina de Urucum, no Amazonas, é um bom exemplo, nada tem de poluidora ou coisa do gênero).
Autismo: Lindomar Padilha não enxerga isso. Também nunca foi à Urucum, por exemplo. Prefere ficar a gritar, como uma vivandeira, que a exploração de petróleo fere os interesses dos índios e agride o meio ambiente.
Politicalha: O que ele não revela, nem a índios ou aos brancos, é que no fundo todo esse discurso está relacionado aos seus interesses pessoais de fazer política ao lado das lideranças e dos partidos que fazem oposição ao governo do Estado e à Frente Popular.
Revelação: Padilha tem todo o direito de fazê-lo, mas devia, ele sim, falar a verdade e dizer a que interesses está defendendo e de quem está a serviço.
Seguem outras afirmações e reações desmedidas, próprias de quem não tem argumentos e parte para a apelação.
Sabem quem assina a coluna Poronga? isso mesmo, o Sr. Leonildo Rosas. E sabem o que ele é? Leonildo Rosas é secretário de Comunicação do Estado. Preciso dizer mais alguma coisa, ou já deu para entender quem é mesmo que pratica a tal da politicalha?
Sabem quem assina a coluna Poronga? isso mesmo, o Sr. Leonildo Rosas. E sabem o que ele é? Leonildo Rosas é secretário de Comunicação do Estado. Preciso dizer mais alguma coisa, ou já deu para entender quem é mesmo que pratica a tal da politicalha?
A coluna aproveita para tentar desqualificar o trabalho desenvolvido pelo Cimi ao longo desses mais de 40 anos. Em relação aos ataques desmedidos ao Cimi, é perfeitamente compreensível já que essa gente está mal acostumada a cometer ingerências em quase todas as ONGs, sindicatos e organizações e, no caso do Cimi, não conseguiram por nenhum meio. Nem pela cooptação, prática comum por essas bandas. Logo, só resta uma forma: denegrir a imagem, caluniar, difamar e perseguir. Bola fora é isso: tentar desqualificar uma instituição com mais de 40 anos de atuação para defender interesses escusos de quem está no poder, ainda mais quando a instituição em questão nada falou ou foi consultada. Isso é, no mínimo, desonesto.
Mas, vamos responder a apenas algumas insinuações e afirmações dirigidas diretamente a mim, já que o Cimi não fez qualquer posicionamento recente a respeito do assunto.
Em relação ao meu suposto desconhecimento de causa, devo dizer que me valho de minha larga experiência e de pesquisas e trabalhos de grande estudiosos e especialistas como Oswaldo Sevá, que, aliás, tem todas as suas entrevistas e pareceres "censurados' pela "democracia acreana". Vejam, por exemplo esta entrevista publicada originalmente no blog do Altino Machado. Ou ainda um artigo assinado pelo próprio Sevá e pelo assessor do assessor indígena do governo do Estado Marcelo Piedrafta publicado ironicamente no mesmo tabloid http://www.fem.unicamp.br/~seva/papodeindio_triplo_18abril07.pdf
Especialistas afirmam que:
"A extração de Petróleo e gás natural é realizada desde 1996, pela Petrobrás, na província petrolífera de Urucu, no Estado do Amazonas. Os impactos diretos apontados como os mais graves são dois: o desmatamento resultante da abertura de clareiras aonde se perfuram os poços e o manejo dos fluidos de perfuração e dos resíduos sólidos retirados dos poços. Nas áreas de perfuração, o movimento de maquinaria pesada compactada o solo, o que tornará o depositados temporariamente em diques juntamente com os resíduos sólidos retirados da área de perfuração. Quando cheios, esses deques são "desaguados", isto é, o fluido que não evaporou é drenado e so sólidos são enterrados no próprio local. Essa prática de manejo de fluidos e resíduos sólidos não é a ideal por dificultar um futuro reflorestamento da área, já que os resíduos que contém elementos químicos. Além disso, esses componentes químicos poderiam vir a atingir o lençol freático. No momento a Petrobrás. Estuda outras possibilidades mais apropriadas de manejo de fluidos.
Como outros projetos de grandes escala, as operações em Urucu implicaram na construção de obras de infra-estrutura (construção de mini-refinaria, heliponto, estradas de acesso, base de apoio, polidutos para escoamento etc.).
Até o momento calcula-se que dos 514.500 há de área concedida, aproximadamente 500 hectares (0,01%) foram desmatados tanto para a construção de obras de infra-estrutura como para a exploração propriamente dita". (Leia mais AQUI)
Quanto ao AUTISMO, tenho sim um filho autista do qual me orgulho muito porque, apesar de seus limites, pelo menos possui a dignidade de uma vida honesta, sem a maldade, arrogância, despreparo e preconceito revelados pelo colunista.
Quanto ao posicionamento dos povos indígenas, há muito tempo vem se manifestando contra a exploração de petroleo e gás. Os que desejam o enriquecimento a qualquer custo é que emitem essa informação e os desrespeita. Leiam AQUI algumas dessas manifestações.
No caso específico do Acre, mesmo tendo clara orientação para concordarem, diante das "oportunidades", lideranças indígenas reunidas em um seminário realizado em Cruzeiro do Sul no fim de abril de 2012 disseram NÃO À EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO. (Carta contra a exploração) e (Aqui ) Onde lemos:
"A extração de petróleo e gás natural na região do Rio Juruá, no Acre, está longe de ser um consenso na região. Enquanto o governo e alguns deputados apontam a oportunidade de desenvolvimento com geração de emprego e renda, moradores e organizações da sociedade civil se preocupam com possíveis danos ambientais e, principalmente, o deslocamento de populações tradicionais.
“Elas [populações] serão diretamente afetadas e não sabemos ainda para onde serão levadas e como se dará a reparação a essas famílias”, diz a coordenadora do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) no Acre, Joci Aguiar.
Portanto, o colunista e seus financiadores é que querem esconder a serviço de quem realmente estão. Porque não vem a público revelar, de forma honesta e, pelo menos, um pouco mais verdadeira, já que revelar a verdade em sua totalidade não lhes é de costume?
Quanto aos meus "interesses pessoais em fazer política" só tenho a dizer que, como todo ser humano, também sou um ser político. Viver tem sua dimensão política. Entretanto, não faço política partidária e não tenho qualquer vínculo com oposicionistas que, aliás, também defendem a mesma postura inescrupulosa quando o assunto é enriquecer desmedidamente às custas dos bens comuns.
Desafio qualquer um a provar meu envolvimento com partidos ou políticos. De outro lado, não me intimido quando o que está em jogo é a vida. Não pretendo me calar diante das ameaças à vida e ao meio ambiente, ainda que insistam em me caluniar, denegrir, difamar ou lançarem mão de toda sorte de artimanhas e instrumentos para me intimidarem, como o uso dos meios de comunicação e a divulgação de inverdades.
Por mais que queiram e forcem, não entro no jogo da política menor. No fundo os politiqueiros do Acre não estão acostumados com as políticas maiores e por isso reagem contra quando alguém as propõe ou pratica. Mas não se preocupem, tenho plena noção do poder do dinheiro (capital). Sei que se trata de uma batalha entre Daví e Golias, como na narrativa bíblica, mas, também sei quem saiu vitorioso e é nisso que deposito minha esperança e confiança.