quarta-feira, 23 de abril de 2025

A CANOA, UM POVO

 

                                                                                                       

Lindomar Dias Padilha[1]                                                                                                      

I.             Introdução

A proposta deste trabalho é inicialmente apresentar ao leitor parte do tema sobre o qual me propus a discorrer em minha tese de doutorado que versará sobre a relação entre as conquistas territoriais do povo Apolima-Arara e a importância de suas manifestações míticas e espirituais neste processo. Para isso entendo, e este é o centro do atual trabalho, ser necessário narrar um pouco de como se deu o primeiro contato meu com este povo. Procurarei descrever o principal fato, o encontro, a partir da canoa e, em seguida, a vida vivida naqueles primeiros anos onde a escassez era a regra e os conflitos eram intensos, mas a história se fazia. A partir da visualização da canoa, posteriormente, pudemos visualizar o povo. Essa passagem da canoa ao povo é muito importante para que possamos compreender como isso resultou no, digamos, reencontro de um povo com seu território na busca por direitos. O trabalho está dividido em três momentos que se entrelaçam na construção do evento como todo. A canoa, que nos permitiu acessar o povo, quem são os Apolima-Arara e finalmente, a reconquista do território, sendo esta terceira parte um fechar como considerações. Pelo certo, dado que farei uma recuperação histórica, devo considerar que segundo BOAS (1896, p. 37) investigação histórica deve ser o teste crítico demandado pela ciência antes que ela admita os fatos como evidências, tomarei por base histórica as próprias pesquisas e conclusões apresentadas no relatório de identificação e delimitação do território.

Além de dados históricos, por certo farei uso de minhas próprias observações sempre considerando o que diz MALINOWSK (1978, p. 22) que um trabalho etnográfico só terá valor científico irrefutável se nos permitir distinguir claramente de um lado, os resultados da observação direta e das declarações e interpretações nativas e, de outro, as inferências do autor. Pelo fato de eu me fazer presente no processo desde o primeiro contato com o Povo Apolima-Arara, se torna impossível não recorrer às minhas memórias e outros registros pessoais.

Considero a escrita deste trabalho um revisitar os anos compreendidos entre 1998 e 2023, ano em que a terra dos Apolima-Arara foi finalmente homologada, mesmo que por lá ainda estejam algumas famílias de nawá, não indígena na língua Apolima-Arara. Porém, farei um recorte temporal menor, de 1999 a 2009 por ser o tempo em que ocorreram os principais acontecimentos. Tomarei por base os princípios da observação participativa nos termos de Malinowsk

Os princípios metodológicos podem ser agrupados em três unidades: em primeiro lugar. é lógico, o pesquisador deve possuir objetivos genuinamente científicos e conhecer os valores e critérios da etnografia moderna. Em segundo lugar, deve o pesquisador assegurar boas condições de trabalho, o que significa, basicamente, viver mesmo catre os nativos, sem depender de outros brancos. Finalmente, deve ele aplicar certos métodos especiais de coleta, manipulação e registro da evidência. (MALINOWSK, 1978, p.24).

Na atualidade, apresentarei apenas entrevistas realizadas com o cacique, via rede social, quando este se encontrava na cidade. Saliento que, como tratarei de fatos pretéritos, há uma dificuldade adicional que é aplicar e relacionar teoria sobre fados dados. Mas, aqui trago uma outra perspectiva: “o lugar da militância”. O lugar de minha formação militante foi que me possibilitou realizar tais observações e construir essas narrativas, sobretudo porque a base teórica só a estou podendo vislumbrar agora. Ao final retornarei a esta ideia.

 

II         A canoa

 

            O ano era 1999. No dia 09 de setembro daquele ano, iniciamos a histórica viagem e expedição rumo ao Alto Rio Juruá e seus afluentes, a partir da cidade de Cruzeiro do sul, estado do Acre até a fronteira com o Peru. Digo que foi histórica porque foi nesta viagem que encontramos o povo Apolima-Arara. Nossa modesta expedição contava comigo, Rose, Rosildo que era indígena pertencente ao povo Jaminawa Arara e Sr. Raimundo, barqueiro e comandante do batelão[2] de nome ajurí[3] de posse da equipe do Cimi. Também levávamos uma pequena canoa para ser utilizada nos igarapés onde o batelão não conseguisse entrar.

            A viagem, em seus primeiros dias principalmente, apresentou inúmeras dificuldade decorrentes sobretudo de nosso desconhecimento da região e, como arigós[4] que éramos, não imaginávamos encontrar tais obstáculos. O pior deles, porém, foi a severa seca do Rio Juruá naquele mês de setembro.

            Era 23 de setembro, uma quinta feira. Após quatorze dias de viagem, nos encontrávamos já próximo à sede do município de Marechal Thaumaturgo, cerca de oito praias, quando Rose avistou uma canoa que lhe pareceu diferenciar das que os ribeirinhos normalmente utilizam e me convidou para também observar a tal canoa. Fiz sinal para que o comandante parasse o batelão e retornasse para o local onde tínhamos avistado a canoa, o que ele fez de pronto. Ancoramos o batelão no barranco próximo à canoa e constatamos que de fato era muito diferente das demais que conhecíamos na região.

            A canoa era construída de um único tronco tendo suas proa e polpa arredondadas. Medindo cerca de cinco metros de cumprimento e a parte mais larga cerca de 80 centímetros, com madeira claramente cavada como que escupida. No interior da canoa três pequenos paus roliços serviam de banco. Um design inconfundível e uma verdadeira obra de engenharia aeronáutica. Na proa da canoa um cipó cujo nome não me fora dito, voltava-se para o alto do barrando até uma pequena árvore onde se encontrava cuidadosamente amarrado, uma âncora em direção oposta à água. Em relação a madeira utilizada e o processo de confecção daquele modelo de canoa o cacique Francisco me informou por meio de entrevista, via mensagens de áudio em rede social, que:

Outra coisa, seu Lindomar, referente a madeira que o senhor perguntou que a gente faz de um pau só é utilizado, às vezes, o Cumarú. Principalmente o Cumarú que é um pau melhor de abrir no fogo e a Guariúba. Esses dois são os pau melhor que tem para trabalhar aquele tipo de canoa. A gente abre no fogo. Primeiramente a gente cava, né? E aí quando tá cavada a gente abre ela no fogo. Tem dois tipos de fazer ela. Já diretamente cavada, sem ser preciso abrir no fogo e também ela já feita para abrir no fogo. Ela fica mais moldeada, né? Boleada. Mas a madeira mais utilizada mesmo é o Cumarú e a Guariúba. (SIQUEIRA, entrevista concedida em 26/07/24).

            Embora eu já soubesse o nome da madeira usada na fabricação daquele modelo de canoa, e o leitor saberá como eu soube do nome mais ao final, optei por consultar o cacique para maior legitimidade e atualização deste tipo de informação. Nesta entrevista, o cacique Francisco, também conhecido como Chiquinho Arara, explica o tipo de madeira utilizada para a construção daquele modelo de canoa e ainda explica, mesmo que de forma rápida, o processo de confecção da canoa. A entrevista indica ainda que eles continuam fazendo este tipo de canoa, digamos, tradicional e de forma artesanal. Ao final apresentarei uma foto que fiz de uma dessas canoas em 2023.

Decidimos subir o barranco, eu e Rose porque os demais permaneceram no batelão, para ver se encontrávamos o dono da canoa. O barranco estava muito alto porque o nível das águas do rio estava muito baixo em razão da seca já mencionada. Assim que subimos o barranco, nos deparamos com uma pequenina casa de madeira e coberta com palhas, elevada cerca de 1,30 metros do chão, típicas da região. Avistamos um senhor com traços marcadamente indígenas aparentando ter seus 70 anos, mais ou menos, de bermuda e sem camisa que ao nos ver apenas se acocorou em uma espécie de trapiche que avia logo na frente da casa, como se fosse uma pequena varanda sem cobertura. Atrás dele havia uma menina moça aparentando uns 15 anos de idade, que ao nos ver tratou de fugir pelos fundos da casa e esconder-se na mata.

Depois de longos segundos de silêncio total, resolvemos iniciar uma conversa. Iniciamos por nos apresentar. Dissemos quem éramos, para quem trabalhávamos e qual era o nosso interesse naquela região pouco visitada. Diante da dificuldade de estabelecermos um diálogo, perguntei se aquela canoa no rio era dele e aí sim, ele respondeu que sim. Então, indagamos a razão de ser uma canoa tão diferente das demais? Neste momento aparece uma terceira pessoa, também um senhor aparentando ter 70 anos mais ou menos. Este, porém, estava de bermudas, com camisa e ainda um boné de cor acinzentada. Somente com a chegada deste segundo senhor é que a conversa pode fluir melhor, tanto que depois de alguns minutos a menina foi chamada a retornar à casa.

O primeiro senhor finalmente se apresentou e em seguida tratou de apresentar os demais. Ele era Thaumaturgo de Azevedo, a moça chamava-se Celiene e era neta de seu Thaumaturgo. O outro senhor era chamado por Zé do Basílio. Seu Thaumaturgo falava misturando o português com espanhol e outra língua que não era possível identificar, mas foi possível a compreensão. Inicialmente seu Thaumaturgo, com muita desconfiança de nós, procurou desqualificar nosso trabalho associando-nos à Fundação Nacional do Índio – Funai, que hoje se chama Fundação Nacional dos Povos Indígenas. Ao ler Gluckman pude entender melhor o sentimento do senhor Thaumaturgo.

Contudo, como Fortes já salientou, "os agentes de contato" são "em larga escala, personalidades socialmente estereotipadas, tanto do ponto de vista dos nativos quanto do ponto de vista dos órgãos da civilização europeia, para quem funcionam como instrumentos". (GLUCKMAN, 2010, p. 332).

Os “agentes de contato”, lá como neste caso com os primeiros Apolima-Arara, fomos tratados como representantes do governo e isso criava uma barreira enorme entre nós. Todavia, com o tempo e com algumas intervenções do Sr. Zé do Basílio, seu Thaumaturgo foi se acalmando e pude finalmente perguntar a ele se eu podia tomar nota de algumas coisas sobre sua história e o porquê de estarem ali, ao que hesitante, disse sim, mas não via em nós possibilidade de ajudá-los. Então começamos a fazer anotações em nossos diários de campo lembrando aqui do que dizia Malinowsk:

devemos não só anotar os acontecimentos e detalhes ditados pela tradição como pertencentes à própria essência do ato, mas também registrar as atitudes de atores e espectadores, umas após as outras. (MALINOWSK, 1978, p. 35).

Quase lacrimejando, seu Thaumaturgo passou a contar a sua história, a história de dor e desterritorialização de seu povo. Quando terminei de anotar o seu relato perguntei se poderia levar aquelas informações às autoridades e ele disse sim, recobrando o semblante com uma leve expressão de esperança. Tanto que pedi para tirar uma foto deles e ele permitiu, não sem antes trocar umas poucas palavras com o Zé do Basílio e passar as mãos pelo rosto por umas duas vezes. Aquela atitude me fez pensar que ele ainda estava sob sentimentos ambíguos ou dúvidas. Então fiz a foto! Estávamos diante não apenas de três pessoas, mas de um povo que se revelava a nós, ao estado do Acre e ao Brasil. Sublime alegria a minha! E tudo por causa de uma canoa!

 

II.     Os Apolima-Arara

 

Em minha dissertação de mestrado PADILHA (2021, p. 69) destaco que as primeiras referências conhecidas aos Arara (Xawanáwa) do alto Juruá foram feitas no início do século XX, e que segundo PEREIRA NETO (2004, p. 26), é possível que naquele tempo mais de um grupo fosse chamado do mesmo modo ou de forma semelhante, localizando-se alguns deles, inclusive, na região do rio Tarauacá. Importa explicar aqui que o Rio Tarauacá, embora não seja afluente do Rio Juruá, àquela época era considerado um rio pertencente à administração do Alto Juruá.

um relatório da Prefeitura do Alto Juruá mencionava a existência de numerosas malocas indígenas naquele departamento citando na bacia dos rios Tarauacá e Envira as tribos dos aninauás, ararapinas, ararauás, canamaris, capanáuas, caiuquinas, caxinauás, contanauás, curinas, curinas espinhos e bocas pretas, aninauás, marinauás e tuxinauás. (MENDONÇA, 1998, p. 194).

Talvez seja justamente por isso que no povo Apolima-Arara há uma predominância dos ditos “Arara” pois, na verdade há uma miscigenação muito grande entre outros povos, especificamente, segundo COUTINHO (2003, p. 1) os Amawáka, Koníbo, Santa Rosa, Kampa e Kaxinawá. Esta miscigenação se deveu por algumas razões, mas especialmente pelo recrutamento forçado de indígenas para trabalharem no corte da seringa nos seringais por meio de ataques conhecidos como correrias[5] em toda a região.

Tentativas de retornarem ao território de origem foram feitas, mas a Funai, quando fez a demarcação do território para os Ashaninka do Rio Amônia, território contiguo ao hoje território dos Apolima-Arara, não procurou demarcar também a terra dos Apolima-Arara o que resultou em uma nova dispersão do povo que, mais uma vez foi expulso de seu território. Essa foi a segunda explicação mais dolorida que ouvi de própria boca de seu Thaumaturgo

Aparentemente, a FUNAI não se deu conta do que tinha ocorrido no rio Amônia até o ano de 1999. Nessa época, a equipe do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) de Cruzeiro do Sul, nas pessoas de Lindomar Dias Padilha e Rosenilda Nunes Padilha, dirigiu ao chefe do Posto Indígena da FUNAI naquela cidade, Hudson de Melo Barros, um expediente datado de 18.11.1999 afirmando, entre outros assuntos, que durante uma viagem pelo alto Juruá nos dias 13 e 14 daquele mês haviam constatado a presença de um agrupamento indígena que denominaram 'Apolima'. (PEREIRA NETO, 2003, p. 56).

 

Aquele primeiro encontro com seu Thaumaturgo, Celiene e Zé do Basílio e a visita aos demais membros do povo que ficaram espalhados ao longo do Rio Amônia, afluente da margem esquerda do Rio Juruá, resultou em um relatório com fotos e textos apresentados à Funai que se comprometeu conosco a criar um grupo de trabalho para proceder à identificação do povo. Aqui cabe lembrar GEERTZ (2008, p. 14) quando diz que o etnógrafo "inscreve" o discurso social: ele o anota. Ao fazê-lo, ele o transforma de acontecimento passado, que existe apenas em seu próprio momento de ocorrência, em um relato, que existe em sua inscrição e que pode ser consultado novamente. A data apresentada pelo funcionário da Funai, à época chamado de “chefe de posto” em função do cargo, Sr. Hudson de Melo Barros, é bastante incerta.

A partir daquele primeiro encontro e após visitar os demais indígenas do povo espalhados pela região, nos programamos para realizar viagens mais frequentes e com maior permanência entre eles. Em menos de um ano decidiram retornar ao território de origem e passaram a viver em conjunto em uma só aldeia a qual denominaram Novo Destino. Inclusive seu Thaumaturgo que inicialmente estava descrente, voltou e foi morar na nova aldeia. Com o retorno ao território e a formação da aldeia, passamos a permanecer por dias e até meses morando com o povo para aprender melhor a história e a forma de viverem sua cultura. Além do aprendizado de minha parte, a convivência com eles também os ajudava a acreditar e lutar pela reconquista do território que se encontrava totalmente invadido.

 

III.    Considerações:

 

A partir da reconstituição da aldeia, além da esperança, aumentaram os conflitos e, portanto, aumentou muito a necessidade de me fazer presente por mais vezes e permanecer por mais tempo em cada uma dessas idas à aldeia. Aumento também a confiança deles em mim. Os cinco primeiros anos, enquanto me dedicava a escrever a história deles, fui também me apropriando de seu jeito de ser, de pensar de sonhar e pude, nesse processo, participar de diversos rituais. Não consegui refletir muito sobre os rituais porque a demanda para produzir documentos para encaminhar às autoridades e ainda o cuidado com a própria vida me consumia bastante.

Para produzir documentos confiáveis tínhamos, eu e os meus narradores, que centrar muito na condução histórica do processo e na formalidade. Não é fácil fazer registros sob forte pressão. Interessante que ao ler Malinowsk pude perceber com maior clareza aquilo que eu vivia e sentia quase que como uma intuição. Mas, ali também estava presente as informações adquiridas a partir da militância, o meu lugar. Me refiro mais especificamente à angústia de ter que fazer história, escrever no campo das leis, do direito e ainda fazer registros etnográficos.

Nas ciências históricas, como já foi dito, ninguém pode ser visto com seriedade se fizer mistério de suas fontes e falar do passado como se o conhecesse por adivinhação. Na etnografia, o autor é, ao mesmo tempo, o seu próprio cronista e historiador; suas fontes de informação são, indubitavelmente, bastante acessíveis, mas também extremamente enganosas e complexas, não estão incorporadas a documentos materiais fixos, mas sim ao comportamento e memória de seres humanos. (MALINOWSK, 1978, p. 23)

            Fazer essa referência a Malinowsk não significa necessariamente confirmar e simplesmente reafirmar o método, mas é unicamente colocar-me diante da experiência. Certa feita, quando eu estava na mata acompanhando um grupo de homens que ao mesmo tempo que caçavam fiscalizavam o território. Pela hora do almoço nos reunimos todos no acampamento. Enquanto comíamos uma carne de veado que que Assis havia matado, o próprio Assis começou a falar sobre uma árvore que ele havia visto ali pelas redondezas. Ele descreveu a árvore com tanta precisão e interesse que eu tive que perguntar o porquê aquela árvore era tão importante para ele? Ele respondeu com uma espécie de devoção à árvore: “aquela árvore é Cumarú. O Cumarú anda na terra e na água, por isso ele é muito importante para nós”. Eu não entendi e resolvi acrescentar mais uma pergunta: como ele anda na água? Como isso é possível? “seu Lindomar, é com o Cumarú que fazemos nossas canoas”.

A única coisa que historiadores e etnógrafos conseguem fazer, e a única coisa que se pode pedir que façam, é expandir uma experiência particular para as dimensões de uma experiência geral ou mais geral, de modo que ela se torne, por essa razão, acessível enquanto experiência a homens de outras terras ou outro tempo. (GEERTZ,2008, P. 32).

Com essa fala de Geertz quero retornar ao ponto onde iniciei para reforçar minha convicção pessoal de que o grande encontro que tive com os Apolima-Arara foi na verdade conduzido inteiramente pelo “espírito do Cumarú”, a canoa!

 

Referências

 

Boas, Franz, 1858-1942. Antropologia cultural / Franz Boas; textos selecionados, apresentação e tradução, Celso Castro. - 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005

 

COUTINHO, Walter JR. Relatório de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Arara do Rio Amônia, Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Brasília 2003.

 

GEERTZ, Clifford, A interpretação das culturas (1926) 1ª Ed. LTC, Rio de Janeiro, 2008.

 

GLUCKMAN, Max. Análise de uma situação social na Zululândia moderna. In: FELDMAN-BIANCO, Bela (org.). Antropologia das sociedades contemporâneas. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 237-265.

 

MALINOWSKI, B. Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné melanésia. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores).

 

MENDONÇA, Belarmino. Reconhecimento do Rio Juruá (1905). Ed. Italiana e Fundação Cultural do Estado do Acre, coleção Reconquista do Brasil, vol. 152, Acre, 1989.

 

PADILHA, Lindomar Dias. Dissertação de mestrado. Direitos humanos e povos originários na Amazônia Ocidental: Demarcação dos territórios como fundamento para um modelo baseado no Bem Viver O caso Apolima-Arara. UCP,2020

 

PEREIRA NETO, Antônio “Relatório de conclusão da delimitação da terra indígena Arara do rio Amônia, município e Marechal Thaumaturgo-AC, em cumprimento à I.E. no 165/DAF de 04/12/03”. Brasília: FUNAI, 19 de janeiro, 2004.

 

SIQUEIRA, Francisco. Cacique do povo Apolima-Arara: entrevista concedida a Lindomar Padilha em 26 de julho de 2024.



[1] Doutorando em Antropologia pela Universidade Federal de Pelotas (PPGANT/UFPEL), mestre em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), Pós-graduado em Desenvolvimento Social no Campo: Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais pela Universidade de Brasília (UnB), Filósofo indigenista.

[2] Nome dado na região embarcações de médio e grande porte, mas que têm o fundo chato e pequeno calado para facilitar a navegação em águas mais rasas, como era o caso no Alto Juruá.

[3] Significa “eu vim ajudar ou simplesmente mutirão. Palavra muito utilizada na Região Amazônica para designar a forma de produção das comunidades.

[4] No acre “arigó” inicialmente se referia aos nordestinos que vinham trabalhar no corte da borracha e, por não conhecerem a região, tinham dificuldade para locomoção entre as estradas de seringa.

[5] As correrias eram perseguições armadas aos povos indígenas que acompanharam a abertura e a instalação dos seringais no Acre, no final do século XIX e início do século XX.  Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kuntanawa#:~:text=%5BAs%20correrias%20eram%20persegui%C3%A7%C3%B5es%20armadas,e%20in%C3%ADcio%20do%20s%C3%A9culo%20XX%5D. Acessado em: 27/07/24.