quarta-feira, 30 de novembro de 2011

CÓDIGO FLORESTAL: SACRIFICAR A VIDA EM FAVOR DE LUCROS PARA POUCOS?

Comentário de Ivo Polleto sobre o código florestal (código agroindustrial dos ecocriminosos).

As companheiras e companheiros de movimentos, entidades e pastorais sociais lembram que eu não alimentei nenhuma ilusão sobre o tipo de Código Florestal que seria aprovado pelo Congresso Nacional. Nele, os deputados e senadores que não têm interesses diretos em relação ao cancelamento das dívidas com a população geradas a partir de crimes ambientais, bem como com uma flexibilização das leis existentes que beira a libertinagem, está comprometido com estes poderosos privilegiados. Há exceções, sempre honrosas, mas constituem minoria preocupante. Onde estariam os e as que foram votados por defenderem propostas de esquerda, em favor de uma sociedade realmente justa e igualitária? Por que, de repente e sem consultar seus eleitores, se tornaram defensores de mudanças que beneficiam minorias?

O que dizer dos deputados e senadores que aprovaram esse tipo absurdo de Código, que mantém o apelido de florestal mas é, na realidade, instrumento legalizador da sanha predadora da biodiversidade? Que pensaram no futuro, quando está escandalosamente evidente que se aprisionaram cegamente ao passado e ao presente? Ou melhor, que abriram portas para um futuro com menos florestas, menos matas ciliares, com nada de mangues, com mais áreas desertificadas por causa da morte dos solos provocada pelo agronegócio, pela agroindústria e pela mineração exportadores de commodities?

Com bem definiu um analista: em lugar de um Código florestal, o Brasil terá um Código agrícola - ou agropecuário e minerário, acrescento eu. Como fruto, aumentará a concentração de terra e de riqueza em poucas mãos proprietárias, aumentará o envenenamento dos solos, subsolos e atmosfera, a Amazônia ficará mais nua e com entranhas rasgadas - e mais coberta por lagos artificiais, geradores de pouca energia elétrica para a mineração, muito metano para a atmosfera e mais miséria para os povos ribeirinhos e para os que para lá se transferirão como operários das grandes barragens...

Uma vez mais, a pergunta que se impõe: o que podemos fazer nós, que vivemos na planície ou nas profundezas em que ficam os cidadãos sem cargos eletivos, que não são representantes do povo? Em relação ao que se conhece como democracia representativa, ainda temos uma chance: propor, insistir, exigir que a Presidente Dilma se negue de referendar o jogo de interesses presentes no que apenas tem o título de código florestal. Podemos exigir dela como Chefe de Governo, pois ela foi eleita para governar em favor dos direitos de todos os brasileiros e brasileiras, e não para um pequeno grupo de proprietários e seus capachos. E podemos igualmente exigir dela que atue como Chefe de Estado, eleita para cuidar de tudo que constitui a Nação Brasileira, de modo especial defendendo o seu povo contra o uso do poder delegado para impor leis em favor de minorias, para legislar em causa própria e para impedir que se consulte toda a cidadania na hora de aprovar mudanças de leis que dizem respeito às condições de vida de todas as pessoas, de todos os seres vivos e de toda a Terra. 

Será que a presidente Dilma ouvirá os apelos da cidadania? Pode até ouvir, mas por causa do cálculo político de quem decidiu governar através de acordos partidários-parlamentares, é praticamente certo que cederá às pressões dos interessados no novo código florestal. E aí, o que nos resta? Segundo a Constituição, podemos exigir um Referendo, isto é, uma consulta a toda a cidadania para que ela decida se aceita este novo código, ou se prefere que se fique com o existente até que se elabore uma proposta de código que defenda, de fato, todas as formas de vida. A cidadania - o nós constituído por todos os eleitores - tem, sim, o poder de derrubar uma decisão do Congresso como essa do Código, mesmo depois de sancionada pela Presidente da República. A cidadania é o poder soberano, e suas decisões expressam a soberania popular.

O que fazer? Será preciso aprofundar o diálogo entre todas as forças que fizeram de tudo para demonstrar que esse novo código será prejudicial para o Brasil e para toda a humanidade, sem ter conseguido vencer os falsos argumentos dos grupos interessados em sua aprovação. Se a decisão for a de mobilizar a cidadania em favor de um Referendo, haverá necessidade de mobilização de muitos milhões, já que a proposta deverá ser aceita pelo Congresso - pois os representantes que o compõem reservaram para si esta decisão, subordinando o poder soberano ao seu poder delegado. Mesmo assim, nem que seja para tornar pública a denúncia da antidemocracia praticada por esta decisão, sou favorável à consulta à cidadania.

E você, o que sugere?

Nota aos trabalhadores em greve nos canteiros da UHE Belo Monte


Quando indígenas, pescadores, ribeirinhos, populações das zonas rurais e urbanas ocuparam os canteiros da usina de Belo Monte no final do mês passado, em outubro/2011, reafirmaram que não aceitam a construção desta hidrelétrica, projeto que há décadas denunciam como violador do rio, da floresta e da vida.

Caso construída, a UHE Belo Monte represará e secará 100 Km de um dos rios mais importantes do planeta, tudo isso para atender a ganância de indústrias e mineradoras que já destruíram mais de 1/3 de todos os recursos naturais da Terra, causando catástrofes ambientais e sociais devastadoras. Mesmo assim o governo brasileiro e a Norte Energia (NESA) seguem com o plano de construir Belo Monte.

Agora são os trabalhadores da construção civil que novamente escancaram o belo monte de problemas que esta usina está provocando. Motivados por baixos salários, desvio de função, quebra de acordos, maus tratos e até mesmo fornecimento de água contaminada e comida estragada, conforme denunciaram, os operários entraram em greve e fecharam a Transamazônica para chamar atenção à sua situação.

É uma clara demonstração que a Norte Energia começou a oprimir e maltratar os trabalhadores já no início da obra. Surpresa? Não! Jirau está ai para nos dar o exemplo. A vida das pessoas não vale nada para quem, como vampiros do capital, vivem sugando a energia dos rios e dos seres humanos e não humanos, aumentando a riqueza concentrada nas mãos de 1% da população mundial.

As empreiteiras que hoje lesam os trabalhadores são as mesmas que financiaram 40% da campanha da presidente Dilma Rousseff. O governo, solidário ao grande capital, agora paga a conta com dinheiro público, arrecadado pelos impostos pagos pela classe trabalhadora.

O Comitê Xingu Vivo, ao contrário do governo, solidariza-se com os trabalhadores em greve nos canteiros da usina de Belo Monte, afirmando que os R bilhões que serão entregues para as empreiteiras deveriam ser utilizados para a construção de casas populares, postos de saúde, escolas, saneamento básico e outras obras que gerariam emprego para a construção civil, melhorando a vida das famílias destes e de outros trabalhadores.


TODO O APOIO AOS TRABALHADORES DA CONTRUÇÃO CIVIL!
XINGU VIVO, AMAZÔNIA LIVRE!

Belém, 28 de novembro de 2011

Assinam esta nota:

- Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
- Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)
- Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
- Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
- Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
- Associação Sindical Unidos Pra Lutar
- Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
- Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
- Comitê Dorothy
- Companhia Papo Show
- Coletivo de Juventude Romper o Dia
- Central Sindical e Popular CONLUTAS
- Diretório Central dos Estudantes/UFPA
- Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
- Diretório Central dos Estudantes/UEPA
- Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE - Amazônia)
- Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
- Fundação Tocaia (FunTocaia)
- Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
- Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
- Fundo Dema/FASE
- Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
- Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
- Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
- Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
- Justiça Global
- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
- Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
- Movimento Luta de Classes (MLC)
- Movimento Estudantil Vamos à Luta
- Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
- Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)
- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
- Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
- Partido Comunista Revolucionário (PCR)
- Rede de Educação Cidadã (RECID)
- Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
- Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
- Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
- Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
- Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
- Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua
- Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM)
- Vegetarianos em Movimento (VEM)
- APA-TO - Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins
- ABO - Associação Brasileira dos Ogãs
- AOMT BAM - Associação das Organizações das Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas
- AART -AP - Associação de Artesãos do Estado do Amapá
- ACANH - Associação de Comunicação Alternativa Novo Horizonte
- ADCP - Associação de Divisão Comunitária e Popular
- AGLTS - Associação de gays, lésbicas e transgêneros de Santana
- AHPRIM - Associação de Hortifrutigranjeiros Pescadores e Ribeirinhos de Marabá
- AMQCSTA - Associação de Moradores Quilombolas da Comunidade de São Tomé do Aporema
- AMAP - Associação de Mulheres do Abacate da Pedreira
- AMVQC - Associação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo do Curiaú
- APREMA - Associação de Proteção ao Riacho Estrela e Meio Ambiente
- AMOB - Associação dos Moradores do Bengui
- AEM - Associação Educacional Mariá
- ASSEMA - Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão
- ACUMNAGRA - Associação Sóciocultural de Umbanda e Mina Nagô
- Encanto - Casa Oito de Março - Organização Feminista do Tocantins
- CCN - CENTRO DE CULTURA NEGRA DO MARANHÃO
- CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará
- CENTRO TIPITI - Centro de Treinamento e Tecnologia Alternativa Tipiti
- CPCVN - Centro Pedagógico e Cultural da Vila Nova
- CPDC - CENTRO POPULAR PELO DIREITO A CIDADE.
- CJ-PA - Coletivo Jovem de meio Ambiente do Pará
- COMSAÚDE - Comunidade de saúde, desenvolvimento e educação
- CONAM - Confederação Nacional das Associações de Moradores
- COMTRABB - Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga
- COOPTER - Cooperativa de Trabalho, Assistência Técnica, Prestação de Serviço e Extensão Rural
- FAMCOS - Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém
- FECAP - Federação das Entidades Comunitárias do Estado do Amapá
- FECARUMINA - Federação de Cultos Afroreligiosos de Umbanda e Mina Nagô
- FÓRUM CARAJÁS
- Fórum dos Lagos - Fórum de Participação Popular em Defesa dos Lagos Bolonha e Água Preta e da APA/Belém
- FMS BR163 - Fórum dos Movimentos Sociais da Br 163 PA
- GHATA - Grupo das Homossexuais Thildes do Amapá
- ISAHC - Instituto de Desenvolvimento Social e Apoio aos Direitos Humanos Caratateua
- IMENA - Instituto de Mulheres Negras do Amapá
- Instituto Humanitas
- EcoVida - INSTITUTO ECOVIDA
- ITV - Instituto Trabalho Vivo
- SNDdeN - IRMÃS DE NOTRE DAME DE NAMUR
- Só Direitos
- MMM - AP - Marcha Mundial das Mulheres
- MSTU - MOVIMENTO DOS TRABALHADORES SEM TETO URBANO
- MMIB - MOVIMENTO DE MULHERES DAS ILHAS DE BELÉM
- MOEMA - MOVIMENTO DE MULHERES EMPREENDEDORAS DA AMAZONIA
- MOPROM - MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA MULHER
- MRE - MOVIMENTO REPÚBLICA DE EMAÚS
- Mulheres de Axé - Mulheres de Axé
- SINDOMESTICA - Sindicato das Empregadas Domésticas do Estado do Amapá
- STTR/STM - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém
- STTR MA - Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
- UFCG - União Folclórica de Campina Grande
- UMAMLAJ - União Municipal das Associações de Moradores de Laranjal do Jarí

terça-feira, 29 de novembro de 2011

E ninguém sabe porque a educação é uma vergonha...


AULA DE MATEMÁTICA

Hoje vou brincar de professor de matemática.

Vou passar alguns problemas para vocês resolverem.

Problema nº1

Um professor trabalha 5 horas diárias, 5 salas com 40 alunos cada.
Quantos alunos ele atenderá por dia?
Resposta: 200 alunos dia.

Se considerarmos 22 dias úteis. Quantos alunos ele atenderá por Mês?
Resposta: 4.400 alunos por mês.

Consideremos que nenhum aluno faltou (hahaha) e, que em cada um deles,
resolveram pagar ao professor com o dinheiro da pipoca do lanche: 0,80 centavos, diárias.
Quanto é a fatura do professor por dia?
R: 160,00 reais diários

Se considerarmos 22 dias úteis. Quanto é faturamento mensal do mesmo professor?
R: Final do mês ele terá a faturado R$ 3.520,00.

Problema nº2

O piso salarial é 1.187 reais, para o professor atender 4.400 alunos mensais.
Quanto o professor fatura por cada atendimento?
Resposta: aproximadamente 0,27 mensais
(valemos menos que o pacote de pipoca)... continuando os exercícios...

Problema nº3

Um professor de padrão de vida simples,solteiro e numa cidade do interior,
em atividade, tem as seguintes despesas mensais fixas e variáveis:

Sindicato: R$12,00reais
Aluguel: R$350,00reais ( pra não viver confortável)
Agua/energia elétrica: R$100,00 reais (usando o mínimo)
Acesso à internet: R$60,00 reais
Telefone: R$30,00 reais (com restrições de ligações)
Instituto de previdência: R$150,00 reais
Cesta básica: R$500,00 reais
Transporte: sem dinheiro
Roupas: promocionais
Quanto um professor gasta em um mês?
Total das despesas: R$1202,00

Qual o saldo mensal de um professor?
Saldo mensal: R$1187,00 - 1202= -15 reais, passando necessidades

Agora eu te pergunto:

- Que dinheiro o professor terá para seu fim de semana?
- Quanto o professor poderá gastar com estudos, livros, revistas, etc.
- Quanto vale o trabalho de um professor??
- Isso é bom para o aluno???
- Isso é bom para a educação pública do Brasil??

Agora olhem como pensam quase todos os governadores de Estado:

"Quem quiser dar aula faça isso por gosto, e não pelo salário.
Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado".
ou onde quiser.


QUE TAL OS GOVERNADORES ABRIREM MÃO DE SEUS SALÁRIOS E GOVERNAREM POR AMOR ?

DEPUTADOS FEDERAIS E ESTADUAIS, MINISTROS, DOEM SEUS SALÁRIOS E TRABALHEM POR AMOR!...