segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Não adianta tirar do ar que o blog do Padilha publica. Aqui não se bajula e nem se admite ser escabelo.


Meu comentário: Reproduzo aqui a íntegra da entrevista do cientista político Israel de Souza concedida ao blog Política na Floresta, do Fábio Pontes em parte por causa da retirada do texto e do link publicados na página da Contilnet ficando apenas no próprio blog. Também é importante sinalizar que o "assessor" do senador Jorge Viana, Aarão Prado, fez publicar também no Blog  Política na Floresta, um outro texto de sua autoria, intitulado "Brutalidade hábil (O rebate)"PARA SER CIENTISTA POLÍTICO TEM QUE TER CONHECIMENTO" onde ataca furiosamente o cientista político e faz uma defesa apaixonada de seu chefe .

A despeito do subtítulo " Para ser cientista político tem que ter conhecimento", a recíproca nos parece não ser verdadeira em se tratando de assessor de senador do Acre. A reação do assessor vem a confirmar a afirmação do cientista Israel que afirma na entrevista: "O governo tem agido com truculência e sem inteligência... Em geral, quando um governo não convence pelas ideias, recorre à força, às ameaças e intimidações."

Na sequência, portanto, reproduzo na íntegra a entrevista com o cientista político e coloco este espaço para que, se assim o desejar, possa se defender das acusações e perseguições que vem sofrendo da parte dos "representantes" do poder no estado do Acre.

A forma como o governo Tião Viana (PT) tem reagido à greve dos professores da rede pública estadual revela o enfraquecimento político do governo petista no Acre e a completa falta de habilidade e traquejo políticos para lidar com o movimento. É o que avalia o cientista político Israel Souza. Para ele, até para ser bruto em suas retaliações o líder político precisa ter habilidade o que, de acordo com ele, falta para o atual governador.


Segundo Souza, todas as tentativas de intimidação para enfraquecer a greve estão tendo efeitos inversos. A forma autoritária de retaliação, com ameaças de demissões e cortes de ponto, faz o movimento ganhar a simpatia da população, que até então assiste de forma apática ao cabo de guerra entre sindicato e governo. Israel Souza é enfático:  “O movimento está se alimentando dos erros do governo.”



Queria sua avaliação sobre esta postura do governo do PT, de Tião Viana, com a greve na rede estadual de educação. Por que o governo age como se estivesse em um vale-tudo?



Israel Souza – O Estado está engessado com dívidas e falta de crescimento econômico. Além disso, Tião Viana segue fazendo opções bisonhas, do ponto de vista político e econômico. Deu aumento substantivo para delegados, em plena greve na educação. Isso indignou e alimentou o movimento grevista. Os professores estão decididos e combativos, e como o governador não aceita ser contrariado, está formado o cenário de confronto aberto. Ele está apostando na estratégia da intimidação, o que encontra amparo em sua postura autoritária. Mas até aqui não funcionou.



Isso tem tido um efeito inverso para o governo?



Sim, e pode ficar ainda pior. O governo tem agido com truculência e sem inteligência. Isso tem dado combustível moral para o movimento grevista, parte significativa da população entende e apoia a greve. A truculência do governo e o apoio da população, cada um de um jeito, tem dado força ao movimento.



Estas reações do governo seriam uma demonstração de enfraquecimento politico do PT no governo do Acre? Ou simples falta de habilidade?



Ambas as coisas. Em geral, quando um governo não convence pelas ideias, recorre à força, às ameaças e intimidações. Mas até para ser bruto é preciso habilidade. O atual governador não tem. E seus assessores não podem ajudá-lo. Ele não aceita opinião. Está aí as contendas com seu irmão como prova do que digo.

Falando em Jorge Viana, você acha que a greve teria chegado a este ponto se fosse ele o governador?



Talvez não. Mas vale observar que o Estado está engessado em grande parte devido às gestões de Jorge Viana. (Uma referência à soma vultuosas de empréstimos contratados pelo Acre junto a instituições internacionais pelo governo Jorge Viana).

O governo tem como praxe manter professores sem concurso público, o que lhes tira a estabilidade. Por que manter servidores sem segurança na carreira?



Embora critique o neoliberalismo dos outros, os governos petistas são zelosamente neoliberais. Dentre outras coisas, isso implica na opção por trabalhadores temporários. Assim, num só movimento, o Estado submete sindicatos e trabalhadores e fica mais livre para pedir empréstimos de bancos, como BID e Bird, mostrando que tem como pagar, já que gasta pouco com políticas sociais e com folha de pagamento. As opções políticas e econômicas do governo o levam a essas políticas de austeridade.

Um comentário:

  1. Menos, Lindomar. Veja o link da entrevista na ContilNet: http://contilnetnoticias.com.br/acre/2015/08/10/para-ser-bruto-e-preciso-ter-habilidade-e-isso-tiao-viana-nao-tem-diz-cientista-politico/

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