sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Repetindo: NO ACRE, EM PROTESTO, INDÍGENAS OCUPAM A FRENTE DO PALÁCIO DO GOVERNADOR E ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

Muito interessante que exatamente no dia  04 de outubro de 2013 publiquei um um post justamente com este título e sobre este tema. Parece que as coisas seguem se repetindo.

Ontem, um grupo de indígenas e e indigenistas também fizeram uma caminhada e se concentraram no vão da frente da Assembléia Legislativa do Acre, desta vez para marcar oposição ao governo brasileiro, que está propondo imenso retrocesso na política indigenista e inúmeras violações de direitos. Também o governo do estado tem sido criticado por "não dar muita importância" aos povos indígenas.

Algumas diferenças no entanto são marcantes entre aquela manifestação e esta. Naquela eram cerca de 200 indígenas, na de ontem, não temos certeza, mas não passara (lamentavelmente) de 30 indígenas. Nesta de ontem praticamente todas as organizações indigenistas ou que apoiam a causa se fizeram presentes, incluindo, claro, algumas órfãs do governo (o que foi ótimo).  Naquela de 2013 somente o Cimi, enquanto instituição, e algumas pessoas não indígenas compareceram e apenas este modesto blog fez a cobertura.

As coisas mudaram muito de lá para cá em relação a participação das organizações, mas nada mudou em relação às penúrias e ais dos povos indígenas. Bom que estas organizações estejam agora do lado de cá. Parece que a água agora ultrapassou o limite do peito de todo mundo. O que denunciávamos naquela época como muito ruim agora piorou. Mas, nunca dissemos que estava bom. O fato de piorar agora é justamente porque não se admitia que naquela época estava ruim. Tudo era maquiado e agora falta os principais produtos para a maquiagem:

Entre tantos "produtos" utilizados para maquiar, agora faltam: 

* Base * Sombra * Mascara * Blush * Iluminador * Corretivo * Delineador (...)

Comparemos quatro fotos: Primeiro duas de 2013.

Os indígenas de costas para o poder com suas reivindicações

Agora duas de ontem dia 31 de janeiro:

Agora de frente para o poder

Comparações entre estes eventos e momentos são inevitáveis. A pergunta essencial que temos que fazer, para além das comparações, é o que realmente mudou de lá para cá? Esta pergunta deve ser feita por todos nós, por cada uma das pessoas e organizações que estiveram presentes tanto lá como ontem.

Este modesto blog (eu pessoalmente e não enquanto instituição) parabenizo a cada uma e cada um que compareceu na manifestação de ontem. Conclamamos ainda que sigam apoiando a causa indígena e denunciando todas as formas de violação de direitos. Seja qual for o governo, é nosso dever exigir que cumpra as leis e respeite os direitos. Portanto, conclamamos a seguirmos juntos enfrentando estes tempos sombrios. Aliás, os tempos sempre foram sombrios para os povos indígenas desde que aqui chegaram os invasores.

O momento é de construirmos unidade para fortalecer a resistência. Porém, o passado nos auxilia na compreensão do presente e não deve ser "esquecido" ou apagado. Sei, e continuarei sabendo que realmente está do nosso lado, do lado dos povos e dos pobres. Nunca tomei cafezinho na anti-sala do poder e manterei minha consciência limpa, não por sensação de dever cumprido, mas por entender ser esta uma obrigação.

Quem realmente defende os povos indígenas não pode apoiar ou aceitar benécies de nenhum governo porque o Estado será sempre contra os povos indígenas. Os povos indígenas são uma gigantesca pedra no caminho do Estado. São realidades inconciliáveis. Quem diz que defende os povos indígenas mas recebe do governo, mente. Mente para si mesmo e para os povos. Ninguém pode servir a dois senhores, pelo menos não ao mesmo tempo.

As organizações, ONGs, movimentos, sindicatos... precisam fazer uma crítica profunda às suas atuações. Não haverá o amanhã sem o purgo da noite. Esta noite em que nos encontramos agora servirá para purgar, purificar para que o amanhecer realmente nos encontre felizes festejando a nossa liberdade.

A respeito da crítica profunda, veja o comentário de Evandro Cordeiro em seu blog sobre o padre que também esteve no evento de ontem:
Imagem do blog do Evandro

Padre que defendia o PT como “partido dos pobres” recebia CEC do Estado

A “degola” promovida pelo governador Tião Viana (PT) nos cargos de confiança do Estado tem servido, sobretudo, para trazer à baila o nome apaniguados. Alguns destes verdadeiras surpresas. Na mais recente, por exemplo, pintou o nome de um clérigo, um padre hig tech, fitness, que usava subterfúgios para defender o PT nas redes sociais e até em reuniões sobre o evangelho. Luiz Ceppi, o nome do bendito. Dizia que o PT é o partido dos pobres, que defende a inclusão, coisa e tal, vira e mexe. No fim era a inclusão do nome dele na lista dos beneficiários do Estado. Nada contra a batina do franciscano, mas reflexivo quanto ao caráter do sujeito. Luiz “mamava” uma CEC 5, conforme o Diáro Oficial de número 12.421, desta quarta-feira, 31. Fora ele, outros 226 foram exonerados. Vale a seguinte nota ainda: ser nomeado por governos não é nenhum crime, usá-lo para ludibriar incautos é que é imoral.  

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