Terminou neste último final de semana o movimento de ocupação da Funasa em Rio Branco, Estado do Acre, onde centenas de indígenas dos mais diversos povos estiveram presentes por mais de cinco meses reinvindicando melhorias na saúde. O movimento decidiu por uma nova forma de manifestação e considera traído pelo poder público que prometeu muita coisa e não cumpriu quase nada.
Das 19 reinvindicações acordadas com o Secretário Nacional de Saúde Indígena, Sr. Antônio Alves, acórdão 4154/2009 TCU,e com representantes do Governo do Estado, apenas uma foi cumprida. A foto que ilustra este post foi tirada no dia da manifestação em frente ao palácio do Governo do Acre. Naquela ocasião uma comitiva do governo, liderada pelo Sr. Carioca, prometeu interferir e fazer gestão para que os problemas fossem solucionados. Os indígenas estão aguardando até hoje.
O prazo dado pela Funasa/Secretaria Nacional para que os serviços de assistência à saúde indígena fossem assumidos inteiramente pela Secretaria Nacional conscide com o dia do índio, hoje, dia 19 de abril. Infelizmente esta é uma data muito triste para todos os povos indígenas do Brasil. Continuamos assistindo toda sorte de falta de respeito para com esses povos. Só na regional da Funai Acre, que não funciona, temos mais de 17 terras indígenas a serem demarcadas. Enquanto isso os governos dizem que terra já não é mais problema para os indígenas, mas sim, gestão. A pergunta é: gestão de quê?
Em Rio Branco, capital do Estado, centenas de indígenas estão à própria sorte. O mesmo ocorre no município de Sena Madureira. Em Sena Madureira são 04 terras a serem demarcadas e o governo segue com o propósito de "mandar esses índios para suas aldeias". Como se os indígenas que se encontram na cidade, em sua totalidade, tivessem terra demarcada. A situação de penúria em que vivem parece não mais comover ou chocar ninguém. Os acampamentos já se tornaram parte da paisagem. É o cartão postal que o governo do Acre não quer que mostremos.
Em entrevista exclusiva a este blog o lider do movimento, Sr. Ninawa hui nikui, nos fala como avalia estes meses de ocupação da Funasa e nos conta como o movimento foi traído e como os governos conseguiram os enganar mais uma vez com suas mentiras e falta de compromisso. O movimento agora seguirá em outra direção mas com os mesmos propósitos: vida digna e respeito aos povos indígenas. A busca do bem viver não pode parar. "Vida para todos e para sempre!"
Lindomar Padilha
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