sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cimi lança relatório de violência contra os povos indígenas no Brasil

Infelizmente o Estado do Acre também é destaque pela violência, desassistência e desrespeito aos direitos dos povos indígenas.


O Conselho Indigenista Missionário - Cimi, lançou nesta quinta-feira, dia 30, o seu relatório de violência contra os povos indígenas no Brasil. O lançamento foi as 15:00 horas na sede da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Brasília.

Dom Leonardo, Secretário Geral da CNBB, ao fazer a abertura lembrou que "o relatório quer dar visibilidade a estes rostos invisíveis para o Brasil". Dom Erwin, presidente do Cimi acrescentou, entre outras coisas, que o Cimi, por meio do relatório, também tem a função de denunciar o governo brasileiro, conscientizar e sensibilizar. "É um absurdo que crianças indígenas ainda morram por desnutrição" acrescentou.

O relatório trás dados assustadores e vergonhosos, como a situação de desmate no Mato Grosso onde 100 terras indígenas foram invadidas para o saque da madeira e mais 20 áreas de preservação. Caso semelhante ocorre no Maranhão. O Cimi vê uma estreita relação, ou grande coincidência, entre as invasões às terras indígenas e as mudanças propostas para o código florestal votadas pelo Congresso Nacional.

Durante todo o governo Lula, apenas 79 terras foram homologadas em todo o Brasil. Existem ainda 322 terras sem nenhuma providência; foram 60 assassinatos de indígenas, somente em 2010.

O Cimi identifica e reconhece a existência de 90 povos indígenas ainda em situação de isolamento. Destes a grande maioria na região amazônica. Todos sofrem com a invasão de seus territórios e são ameaçados por projetos desenvolvimentistas. "No Brasil os poderes executivo, legislativo e o Judiciário, são em geral contra os povos indígenas" acrescentou a antropóloga Lúcia Helena Rangel, coordenadora do relatório. Disse ainda que " a Funai é a que menos produz dados".

Infelizmente o Estado do Acre também é destaque pela violência, desassistência e desrespeito aos direitos dos povos indígenas. Duas lideranças Kulina (Madjá) e uma Katukina foram assassinadas em 2010. Foram pelo menos três casos de morte por desassistência à saúde. Chama ainda a atenção o abandono da educação escolar indígena. O relatório apresenta fotos de escolas completamente destruídas e abandonadas.

Seis dos 90 povos isolados estão no Estado do Acre: Isolados do Igaraé Tapada, no Parque Nacional da Serra do Divisor; Isolados do Rio Chandles, no Parque Estadual do Chandles; Isolados do Alto Iaco; Isolados do Alto Tarauacá; Isolados do Xinane e isolados do Alto Envira. Sobre a situação desses povos um dos trechos do relatório diz:

Projetos de integração regional como a pavimentação da BR 364 e a conclusão da rodovia do Pacífico ameaçam direta e indiretamente estes povos. A concessão de grandes áreas para o manejo florestal e a possível prospecção petrolífera nesta região farão do acre um espelho do que já ocorre no Perú. 

A prospecção de petróleo no Acre faz parte de um projeto do então Senador, e hoje governador, Tião Viana do PT do Acre. Todos os projetos citados fazem parte da proposta de desenvolvimento para a região Amazônica ao que se pergunta: Isso favorece e beneficia a quem?

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