sábado, 19 de novembro de 2011

O fim da picada


Fundamentalismo evangélico ameaça laicismo da Assembleia Legislativa

Religiosos travam até projetos de autoria do governo, que passa a ser refém de bancada

O aumento da bancada evangélica aliada ao crescimento de deputados que se autodenominam católicos ameaça um dos princípios básicos da democracia dentro da Assembleia Legislativa do Acre: o laicismo. Com a força de quase dez deputados, os religiosos travam projetos de interesse de grupos minoritários da sociedade, em especial dos homossexuais.

A primeira demonstração de força da bancada dentro da nova legislatura ficou comprovada na sessão da última quinta-feira, 17. Evangélicos e católicos retiraram o termo LGBT de projeto de lei de autoria do Palácio Rio Branco que estimula, por meio de premiação, organizações sociais que garantam a melhoria da qualidade de vida destes grupos.

Negociações foram realizadas exaustivamente por deputados não religiosos, mas foram voto vencido. Para não desagradar os deputados evangélicos, termos alternativos, como homofobia e diversidade sexual, chegaram a ser apresentados, porém não aceitos. Sem acordo, o PL está em banho-maria no Parlamento.

Vale ressaltar que o projeto nem chegou a tramitar nas comissões da Asssembleia Legislativa. A iniciativa dos membros da chamada Frente Parlamentar Cristã –que nos bastidores passam a ser chamados de “fundamentalistas” – desagrada setores do governo, que passa a ser refém da bancada cristã.

Por conta desta densidade no plenário mais os votos da oposição, membros do Palácio Rio Branco preferem não fazer declarações públicas.

Para tentar contornar o impasse, o líder do governo na Aleac, Moisés Diniz (PCdoB), propôs ainda na semana passada audiência pública para debater o projeto. A proposta é reunir todos os setores sociais envolvidos no projeto.

Conforme o PL, igrejas também estão incluídas como as futuras premiadas em projetos sociais. Moisés Diniz fará um novo pedido de debate público à Comissão de Direitos Humanos na terça-feira, 22.

Agazeta.net tentou entrar em contato com membros da bancada evangélica, mas as ligações não foram atendidas. Até o fechamento desta matéria não houve retorno.

Agazeta.net

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