Escolas
caindo, professores indígenas sendo demitidos em massa, fechamento de
escolas em aldeias, desvio dos recursos da educação indígena que vão
para ralos nas prefeituras e secretarias
de educação de estados, cooptação de professores, o mato tomando conta
de escolas, escolas transformadas em carcaças, deterioradas sem serem
concluídas, educação escolar indígena em situação caótica,Conselheiros
distritais funcionários públicos sem compromisso com a
comunidade, saque dos recursos, nepotismo, descaso, abandono,
criminalização dos saberes indígenas, chantagem para com os professores
indígenas...Todas essas expressões relatadas na oficina sobre
educação escolar indígena realizado no Centro de Formação Vicente
Cañas, em Luziânia neste início de junho. Participaram membros de todo
país. No mesmo sentido foram as denúncias levadas ao MEC por delegações
indígenas que estiveram em Brasília ultimamente.
Uma
delegação de representantes de 6 povos do Acre, trouxeram denúncias ao
MEC a calamitosa situação das escolas, mostrando, inclusive uma sala de
aula em que os alunos estavam de guarda chuva para não se molharem. Além
disso as comunidades mais distantes sequer escola tem.
Com
essas denúncias, tanto as delegações indígenas quanto os participantes
da oficina sobre a educação escolar indígena, pedem urgente apuração
dessa grave situação, e que se chegue à punição dos responsáveis.
Presidente Dilma assina
Quando a presidente Dilma, por
ocasião da Rio+ 20 estiver assinando o Projeto de Resolução das
Diretrizes Curriculares para a Educação Escolar Indígena, estará
colocando mais um remendo na caótica situação do ensino nas terras
indígenas, realizado através das 2.819 escolas indígenas existentes
entre os 240 povos indígenas no Brasil.
Todo esforço empreendido pelo
Ministério da Educação para construir uma educação diferenciada,
específica e de qualidade para os povos indígenas será em vão caso não
se construir um sistema de educação escolar que tenha autonomia e
efetiva participação das comunidades indígenas em todos os níveis.
De pouco adianta o esforço de alguns
que se esmeram em construir belos castelos de leis, que na prática
esbarram nas estruturas de poder e interesses contrários ao
reconhecimento dos povos indígenas. Ou ainda a imposição de modelos, como o dos distritos etnoeducacionais sem a devida participação do movimento indígena.
Egon Heck
Cimi 40 anos , Brasília 12 de junho de 2012
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