O
Conselho Indigenista Missionário (Cimi) repudia o pedido de prisão
preventiva à Justiça, impetrado pela Polícia Civil do Pará, contra 11
pessoas acusadas de participarem de protestos contra a construção da
usina hidrelétrica de Belo Monte.
Com
base na ausência de provas que evidenciem o envolvimento dos acusados
nos supostos crimes apontados pela polícia, como roubo, incêndio,
desobediência, esbulho possessório, perturbação da ordem pública e
formação de quadrilha, o que vemos em curso é um inaceitável processo de
criminalização da parte do Estado aos opositores à construção da obra.
É
legítimo o direito de manifestação contra o projeto da usina, já que se
trata de um empreendimento imposto de forma autoritária sobre os povos
do Xingu, com o governo federal desrespeitando de forma criminosa os
direitos das comunidades que terão suas vidas e culturas afetadas com
violência.
Dentre
os 11 na mira da criminalização, estão militantes do Movimento Xingu
Vivo Para Sempre e missionários do Cimi, além de importantes lideranças
comunitárias que se mantêm daquilo que o rio Xingu oferece e perderão
tudo com a usina, da moradia ao trabalho, e por isso resistem na defesa
de suas formas de vida e do próprio rio.
A
real intenção das acusações infundadas e do subsequente pedido de
prisão preventiva é intimidar as vozes que não aceitam os desmandos do
consórcio Norte Energia e governo federal, que insiste, por sua vez, em
dizer que a usina é um projeto irreversível. O Cimi denuncia e rechaça
as arbitrariedades perpetradas no Pará; sobretudo, reafirma o seu grito
contra a UHE Belo Monte em defesa dos povos do Xingu.
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