Há 10 dias da saída do Exercito e Ibama da
região noroeste do Estado do Maranhão, especificamente da região de Zé Doca, o
povo Ka’apor ficou mais vulnerável a ação dos agressores (madeireiros,
fazendeiros, posseiros e caçadores).
Os órgãos chegaram à região afirmando que
vieram para “proteger” a floresta, a terra dos índios e retirar os agressores. Durante
os dias que permaneceram na região fecharam serrarias, impuseram multas aos
agressores que não conseguiram retirar seus maquinários e sair a tempo do
interior do território.
Porém, com a saída desses órgãos o que vem se
constatando é que os indígenas ficaram mais expostos aos agressores; estão
impossibilitados de sair de suas aldeias para cidade, passar por povoados e,
até estão sofrendo discriminação na cidade por pessoas comuns e servidores
públicos municipais quando procuram por serviços nestes órgãos.
Segundo
comerciantes, donos de serrarias, fazendeiros, prefeitos e outras pessoas, com
a operação da “policia”, caiu muito o movimento nos comércios e mais pessoas
estão desempregadas. Tal realidade mostra o (dês) governo federal, estadual e
municipal com a ausência de políticas sociais sérias que respondam as
necessidades da população local sem que venham ser aliciados para o trabalho
com a exploração ilegal de madeira, cipós, aves, caças e, até de apropriação
indevida de benefícios sociais (bolsa família, salário maternidade,
aposentadoria) de indígenas na região.
Com o descaso dos órgãos públicos, indígenas
resolveram por conta própria realizar a proteção de sua terra em defesa da
principal fonte de vida que é a floresta.
No último final de semana, além de
prenderam trabalhadores de serrarias também apreenderam motosserras e pequenos
maquinários que estavam sendo utilizados para derrubar e transportar a madeira
das duas terras indígenas da região (TI Awá e TI Alto Turiaçu) para serrarias
em um povoado do município de Zé Doca.
Após o retorno dos madeireiros para retirada
ilegal de madeira, mais grupos de indígenas resolveram adentrar o interior do
território para impedir que a floresta continue sendo destruída. Na madrugada
do dia 07 para o dia 08/08/2013, mais um grupo de indígenas de uma aldeia
localizada no município de Araguanã prenderam 04 trabalhadores de serrarias que
derrubavam árvores que serviriam de estacas para cercas de fazendas. Os
indígenas já comunicaram os órgãos fiscalizadores do meio ambiente que se
encontram na região, mas até o presente momento não tiveram retorno.
Segundo liderança
indígena que coordenou a ação onde apreenderam equipamentos e pessoas, estão
temendo uma reação dos madeireiros. A situação está tensa, outros grupos de
indígenas estão se direcionando para o interior do território e os trabalhadores
aprisionados continuam sob o poder dos indígenas na aldeia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário