segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Apolima-Arara dizem NÃO à dupla afetação da terra indigena proposta pelo ICMBio

Reunidos no último dia 20, lá na terra dos Apolima-Arara, os indígenas decidiram por não aceitar o compartilhamento da terra indígena com os não índios da Reserva Extrativista do Alto Juruá, proposta pelo ICMBio.

Na Reunião estavam presentes, além dos indígenas e representantes do Cimi, dois representantes da Reserva Extrativista. Os representantes da Reserva, senhores Raimundo e José Borges, ouviram dos indígenas um sonoro NÃO à proposta de compartilhamento da área. O cacique Francisco Siqueira coordenou a reunião que teve como ponto principal a análise da ata da reunião de conciliação entre MPF, Ibama. Funai, Incra, ocorrida na Justiça Federal e que determinou o praso de até 06 de setembro deste ano para que o ICMBio/Ibama e Incra definal como farão a retirada dos não índios da terra indígena.


 
Mesmo com o acordo assinado pelas partes, o ICMBio continua defendendo a "convivência" entre índios e não índios dentro da terra indígena. Isso ocorre porque pela ocasião da criação da Reserva Extrativista do Alto Juruá os antropólogos que realizaram o estudo da região não consideraram a existência dos indígenas, já que era muito importante e muito mais rentoso criar a Reserva Extrativista, baseando-se na falsa e preconceituosa afirmação de índio não produz nada, apenas consome.

Há mais de uma década que aqueles índios estão lutando pela demarcação de sua terra. Agora que finalmente conseguiram, o ICMBio/Ibama, não quer desentrusar terra. É importante lembrar que a favor dos moradores da Reserva Extrativista estão pessoas influentes e que utilizam de sua influência para precionar os indígenas. Inclusive, um grande grupo de extrativistas compareceu à reunião de conciliação ocorrida no dia 06 de julho. Dentre estas pessoas estava o antropólogo Mário Almeida, ferrenho defensor dos extrativistas e antiindígena, além de vários moradores da Reserva. As perguntas que faço são: quem está financiando os extrativistas? Porque preferem criar boi na reserva? qual o real interesse que há por trás desta investida contra os índios?

Apesar das placas indicando que a terra é terra indígena, a área continua invadida e o ICMBio espalhou algumas outras placas avisando que a área ainda é reserva extrativista, numa verdadeira afronta ao povo Apolima-Arara e desrespeito à legislação brasileira.

Apesar de decidirem em caráter irrevogável pela retirada dos não índios, os indígenas vão esperar até 2013 para a retirada total. Afirmam que não querem que os não indios saiam de qualquer forma. Vão somar forças para que todos sejam devidamente idenizados, desde que sejam ocupantes de boa fé, e pedem para que não sejam construídas as infraestruturas previstas para os não índios dentro da terra indígena. Ao contrário, esperam que a infraestrutura seja construída nã área onde os não índios serão reassentados.

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