Um grupo de sete lideranças indígenas do povo Jaminawa esteve em reunião com o Procurador Federal Dr. Anselmo Cordeiro para apresentar a demanda pela demarcação de suas terras, ao todo seis, e solicitar ao Ministério Público Federal que acione a funai para que ela cumpra com seu papel institucional.
Os indígenas argumentaram que há mais de douze anos todos os processos de demarcação no Estado do Acre estão paralizados sem nenhuma explicação e que a Funai não tem dado as respostas necessárias às comunidades.
"O Governo diz que nós temos que ir para nossas aldeias e deixar a cidade mas, como vamos se não temos terra?" questionou um lider. E ainda acrescentou: "se querem que vamos para nossa terra então me diga onde está esta terra? se demarcarem nossas terras nós nõs temos porque ficar na cidade. Mesmo assim, a maioria de nós vive mesmo nas nossas terras tradicionais mas que está invadida pelo branco. Por isso há muito conflito e, se é de morrer, é melhor ir prá cidade."
A situação sempre foi muito grave, mas só recentemente, após um policial balear e deixar cego um indígena, Senhor Adelson Jaminawa, durante uma reitegração de posse é que a imprensa, em parte pequena, se atentou para o fato de ser muito estranho que um indígena tenha que participar de movimentos de ocupação de terra, enquanto as autoridades dizem pelos quatro cantos que a questão de terras, para os indígenas, já é uma questão superada.
Sobre essa situação, a Funai foi consultada e disse não saber de nada. Isso revoltou os indígenas que há muito tempo veem pedindo para que a Funai tome providências, mas as desculpas são sempre as mesmas.
O que se espera é que agora, com o acompanhamento do Ministério Público Federal, a Funai venha a público dar as suas explicações e finalmente cumpra com suas obrigações, deixando de ser quase um defunto insepulto como parece ser.
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