Publicado por MEIO AMBIENTE em 16/04/2007
Imagem ilustrativa capturada da internet |
A bancada governista do Estado do Acre (Frente Popular, liderada pelo PT), deu um tiro no próprio pé em relação à manutenção da imagem ambientalmente correta construída durante o governo do Jorge Vianna (1999-2006). Após um bombardeio de matérias jornalísticas na mídia corporativa, demonstrando apoio de vários senadores e deputados, a Frente organizou um seminário para debater a prospecção de petróleo e gás natural no Acre. A prospecção, que tém apoio do Governo Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê exploração dentro e no entorno de Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
A mídia governista publicou matérias aclamando a aprovação do projeto. Além da prospecção do gás e do petróleo, nestes últimos meses já há novos acordos entre o Governo do Acre com as empresas de biodiesel e de álcool combustível. Isso demonstra a conivência dos chamados agro-combustíveis com o latifúndio. A expansão dos cultivos de cana-de-açúcar começam a ameaçar os ecossistemas do Acre, a ganhar espaço e a deslocar os pequenos produtores, os quais provavelmente usará como mão-de-obra.
O evento contou com posições favoráveis do Senador Tião Viana (PT-AC), o deputado federal Sérgio Peteção (PMN-AC), o deputado estadual Edvaldo Magalhães (PC do B-AC) e do presidente-diretor e da diretora de meio ambiente da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Enquanto Eduardo Suplicy (PT-SP), convidado de honra do evento, defendeu os modelos de prospecção do Alasca, na edição de março do Le Monde Diplomatique colocou-se que "no Alasca, foi necessário interromper o bombeamento (...) porque os oleodutos, usados à exaustão, já não respondiam."
A imagem criada de Governo da Floresta, na verdade fica em xeque. Depois dos fatos, restam somente duas possibilidades: ou o Governo da Floresta deu uma guinada de 180 graus em apenas quatro meses, ou na verdade foi sempre um belo discurso ambientalista, e está caindo a máscara: a lógica de acumulação de capital é, em essência, ambiental e socialmente insustentável, e que não há conservação do meio ambiente sem a superação do modo de produção capitalista.
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