O Acre é considerado uma referência
mundial na implementação de políticas vinculadas ao clima. A chamada economia
verde no Estado é vista nos meios oficiais como uma experiência que harmoniza
crescimento econômico e conservação ambiental, e é onde existe, desde 2010, o
que é considerado como o programa jurisdicional do mecanismo de Redução das
Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd), mais avançado do mundo: o
Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa).
No entanto, ao visitar projetos de
Manejo Florestal, territórios indígenas e dois projetos privados de Redd em
processo de registro no Sisa e ouvir as denúncias dos comunitários, seringueiros
e indígenas vinculados aos projetos de economia verde, a Missão realizada pela
Relatoria de Meio Ambiente constatou uma outra realidade, marcada por impactos
sociopolíticos, econômicos e ambientais negativos, em especial sobre os
territórios e as populações tradicionais. Dentre outras, foram constatadas
violações do direito à terra e ao território e violações dos direitos das
populações em territórios conquistados.
Uma das lideranças exemplifica os
impactos destes projetos sobre a vida dos comunitários: “é a perda de todos os direitos que os povos têm como cidadão. Perdem
todo o controle do território. Não podem mais roçar. Não podem mais fazer
nenhuma atividade do cotidiano. Apenas recebem uma Bolsa para ficar olhando
para a mata, sem poder mexer. Aí, tira o verdadeiro sentido da vida do ser
humano”.
O relatório Economia Verde, Povos das
Florestas e Territórios: violações de direitos no Estado do Acre foi produzido
pela Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente, da Plataforma de Direitos
Humanos-Dhesca Brasil, e é resultado de uma Missão de investigação e incidência
realizada nos meses de setembro, novembro e dezembro de 2013.
O documento será oficialmente lançado no dia 29 de setembro 2015 (terça feira), as
08:30hs, no auditório da Assembléia Legislativa do Estado do Acre. A
relatora da plataforma Dhesca estará presente para responder perguntas do
auditório e de jornalistas.
Confira o relatório na íntegra AQUI
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