sexta-feira, 23 de outubro de 2015

INDÍGENAS DO ACRE, SUL DO AMAZONAS E NOROESTE DE RONDÔNIA FECHAM BR 364 CONTRA A PEC 215 E CPI DO CIMI

Foto de Roberta Graf (via Facebook)
Em protesto realizado hoje às 15 horas, horário do Acre, cerca de 200 indígenas que participavam da Conferência Regional de Política Indigenista, decidiram fechar a BR 364. No protesto, entre outras coisas, rejeitavam a PEC 215, que transfere a responsabilidade pela demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional, entre outras coisas. Mas, também, denunciavam  o genocídio dos povos indígenas com especial foco nos que vivem no Mato Grosso do Sul. Neste sentido também repudiaram a CPI contra o Cimi - Conselho Indigenista Missionário, instalada na assembléia legislativa daquele estado e, segundo os indígenas, tem o objetivo de neutralizar uma das poucas instituições que ainda apoiam os povos indígenas e, assim, enfraquecer o movimento indígena.

Detalhe interessante foi a apreensão de um caminhão carregado de madeira, justamente após a vice-governadora do estado, representando o governador Tião Viana (PT AC), ter falado por longo tempo sobre a "sustentabilidade da economia verde e ter apresentado o Acre como "modelo" para o mundo. A fala da vice-governadora descontentou toda a assembléia ali reunida porque, segundo os indígenas, a política ambiental do governo é uma farsa, uma mentira. Denunciam ainda a desassistência nas áreas de saúde, educação, transporte e produção.

Foto Roberta Graf (via Facebook)
Segundo algumas lideranças com as quais conversei, o governo do Acre usa a imagem dos povos indígenas para arrecadar dinheiro e difundir a falsa imagem de um governo que se preocupa com os povos indígenas e com o meio ambiente. "Pura mentira", disse uma das maiores lideranças indígenas do estado do Acre.

A intenção dos povos indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia, é levar à conferência Nacional de Política Indigenista, que será realizada em Brasília, as denúncias quanto aos ataques aos direitos dos povos indígenas, assassinatos, abandono na assistência e, principalmente a farsa do chamado "governo da floresta".

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