“Não podemos nos omitir nem deixar de nos posicionar em favor daqueles que são os guardiões das florestas e das águas. Se o povo, o proprietário hereditário dos bens comuns, decidir que o ouro, o petróleo e o gás de xisto, dentre outros minérios, devem ficar debaixo do solo para que possamos ter água com segurança hídrica e alimentar, que sua vontade soberana seja cumprida.” Amyra El Khalili
(A lógica perversa do capitalismo verde - http://port.pravda.ru/science/ 17-12-2014/37769-capitalismo_ verde-0/)
Meu comentário: Aqui no Acre, fazemos parte deste importante movimento contra os combustíveis fósseis e desde 2007, quando o então senador da república Tião Viana, hoje governador do Estado, iniciou suas investidas para forçar a população a concordar com o projeto de exploração de petróleo e gás na região do Vale do Rio Juruá, que, segundo ele, será a redenção econômica do Estado. A imprensa "paga" e subserviente se encarregou de propagandear os inúmeros benefícios advindos da exploração. Entretanto, nenhuma palavra foi dita, por exemplo, sobre os prejuízos ao ambiente e as comunidades imediatamente afetadas, como os povos indígenas e ribeirinhos além de ser a região de nascedouros de importantes rios que abastecem a bacia amazônica, simplesmente a maior bacia hidrográfica de água doce de superfície do mundo.
Este blog e o CIMI, desde então, juntamente com a Diocese de Cruzeiro do Sul e outros tantos e outras tantas pessoas de boa vontade, iniciamos uma grande onda de mobilização da sociedade no sentido de esclarecer sobre os inúmeros e irreparáveis danos ao ambiente e às pessoas. O CIMI todos os anos realiza um seminário em Cruzeiro do Sul sobre o tema e tem investido muito na defesa dos interesses dos povos indígenas e do ambiente, do qual essas populações são ao mesmo tempo defensoras e dependentes. Evidentemente que temos sofrido inúmeros ataques, ameaças, calúnias e toda sorte de perseguição mas, como diria meu velho e saudoso pai, "ninguém joga pedra em árvore que não dá fruto".
Como resposta direta aos resultados da COP 21, insuficientes para conter as mudanças climáticas, a 350.org Brasil e parceiros organizam em quatro estados a ação global “Liberte-se dos combustíveis fósseis” (Break Free). A ação será realizada entre 1 e 15 de Maio, simultaneamente em diversos países para mostrar à indústria dos combustíveis fósseis que queremos um futuro renovável e com água limpa.
Organizada pelo movimento climático 350.org e entidades parceiras como a COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, a campanha será lançada com objetivo de mobilizar milhões de pessoas no mundo para pressionar a indústria do hidrocarboneto e os governos locais a manterem os combustíveis fósseis no subsolo e acelerar a transição justa para 100% de energia renovável e para um futuro sustentável para todos nós.
“Estamos organizando junto com comunidades tradicionais uma série de eventos em vários estados, com apoio de centenas de entidades e voluntários, para demonstrar que nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, vamos lutar para que os combustíveis fósseis fiquem no subsolo”, afirma Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora da 350.org Brasil e América Latina.
Vários países estão se mobilizando para se libertar dos combustíveis fósseis, entre eles Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha, Indonésia, Filipinas e Nigéria. No Brasil, está sendo articulada uma programação escalonada em quatro regiões: Vale do Juruá, no Acre, Usina Termoelétrica Pecém no Ceará, no Estaleiro de Jurong Aracruz no Espírito Santo e em Londrina e Maringá, no Paraná.
Para maiores informações sobre as ações e detalhes da campanha, acesse www.liberte-se.org e saiba como participar.
A expectativa é que um número nunca antes visto de pessoas se comprometa a participar de ações que desestabilizem o poder da indústria, tendo como alvo os projetos ligados aos combustíveis fósseis mais perigosos e desnecessários ao planeta e apoiando as soluções climáticas mais ambiciosas.
“Cada um é peça fundamental neste processo, e será responsável por algo grandioso, que nenhuma outra organização já fez no mundo: mobilizar milhares de pessoas para dizer não aos fósseis em algum grande projeto”, destaca Nicole.
Mudanças Climáticas
A 350.org Brasil defende o desinvestimento nos combustíveis fósseis para conter as mudanças climáticas e mostrar que as energias renováveis são fundamentais para construirmos o futuro justo e sustentável do qual precisamos.
Nicole lembra que 2015 foi ano mais quente da história, já que as emissões ultrapassaram 400 partes por milhão (ppm) de concentração de CO² na atmosfera. “Só estaremos seguros caso consigamos reduzir para 350 ppm. Para isso, teremos que promover uma mudança histórica e global em nosso sistema energético, e tem que ser agora”, alerta.
Não Fracking Brasil
Parceiro da 350.org Brasil na ação “Liberte-se dos combustíveis fósseis”, o coordenador da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil e pela Sustentabilidade, Eng. Dr. Juliano Bueno de Araujo, ressalta a importância do engajamento das entidades organizadas da sociedade, parlamentares e população: “Queremos ser donos do nosso destino e chegou a hora de dizer que não vamos admitir que a indústria do hidrocarboneto continue a colocar a nossa vida em risco”.
Fundador da COESUS, Juliano desenvolve no Brasil desde 2013 a campanha contra o fraturamento hidráulico, chamado FRACKING, tecnologia altamente poluente para extração de petróleo e gás de xisto do subsolo.
Além de contaminar a água, tornar o solo improdutivo, poluir o ar e causar câncer nas pessoas e animais, fracking é um dos principais causadores das mudanças climáticas pela emissão sistemática do metano. Não bastasse, o fraturamento hidráulico também já está associado à ocorrência de terremotos.
Também pode ser lido AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário