sábado, 3 de junho de 2023

DECLARAÇÃO DE BOGOTÁ


Nós, organizações da PLACJC1 e da DCJ2 , reunidos na Reunião Regional sobre Justiça Climática para a América Latina e o Caribe que aconteceu em Bogotá, na Colômbia, entre 22 e 26 de maio de 2023, dado o momento crítico que a crise climática representa atualmente: 

● Ratificamos nossa convicção sobre a origem sistêmica da crise climática e civilizatória, ancorada estruturalmente no capitalismo, extrativismo predatório, colonialismo, desenvolvimentismo, racismo, antropocentrismo, exploração dos trabalhadores e patriarcado; 

● Renovamos nosso compromisso de trabalhar e lutar de forma articulada com outras organizações e movimentos sociais contra o extrativismo predatório e todas as falsas soluções promovidas por corporações e governos, bem como promover e tornar visíveis as alternativas construídas pelas comunidades dos territórios.

 ● Reiteramos o direito dos povos à participação efetiva em soluções reais e justas para enfrentar a mudança climática, como deixar todos os combustíveis fósseis no subsolo, acabar com o modelo agroindustrial e eliminar a mineração em grande escala.

 ● Expressamos nossa profunda desconfiança nos espaços de negociação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (em inglês, United Nations Framework Convention on Climate Change ou UNFCCC), que, devido à captura corporativa e cumplicidade dos governos, tornaram-se uma farsa para perpetuar o sistema injusto e predatório por meio de falsas soluções como esquemas de compensação, mercados de carbono, geoengenharia e tecnociência da política-corporativa montada por multinacionais, entre outras. Convocamos:

 ● As organizações e movimentos sociais da América Latina e do Caribe para se unirem na luta por justiça climática e justiça social, desde os territórios, em respeito aos direitos humanos e à natureza;

 ● Os atores da ciência, educação, políticas públicas e imprensa a abandonarem o discurso hegemônico do colapso e da tecnocracia que impede o avanço na formação e consolidação de maiorias conscientes e ativas para as transformações estruturais exigidas pela mudança sistêmica e superação da crise climática; 

● Organizações de mulheres, feministas descoloniais, de base, organizações comunitárias e do sul para se juntar à luta pela justiça climática. Finalmente, expressamos nosso total apoio às organizações equatorianas, no marco da próxima consulta popular em 20 de agosto para manter definitivamente o petróleo subterrâneo no bloco 43 do Parque Nacional Yasuní.

 Bogotá, 26 de maio de 2023 

 Acción Ecológica, Ecuador 

AfrosRD, República Dominicana 

Alianza Global por Alternativas a la Incineración GAIA-LAC 

Brigada Cimarrona Sebastián Lemba, República Dominicana 

Censat Agua Viva, Colombia 

Centro de Estudios Superiores Universitarios CESU-UMSS, Bolivia 

Coalición Mundial por los Bosques - América Latina y el Caribe Colectivo CASA, Bolivia 

Colectivo de Geografía Crítica Ecuador 

Colectivo VientoSur, Chile 

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de Brasil 

Coordinadora Nacional de Inmigrantes de Chile

Corporate Accountability, América Latina y el Caribe ECORE, Honduras 

FASE, Brasil 

Fundación Jubileo, Bolivia 

HEÑOI, Paraguay Movimiento por el Agua y los Territorios MAT, Chile 

Movimiento Ciudadano frente al Cambio Climático MOCICC, Perú 

Observatorio de Ecología Política de Venezuela 

Plataforma Boliviana frente al Cambio Climático Reacción Climática, Bolivia 

Stand Earth Taller Ecologista, Argentina 

TierrActiva Perú Unidad Ecológica Salvadoreña, UNES

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