Os casos de hepatite entre os índígenas do Acre preocupa muito. O cimi, regional Amazônia Ocidental vem denunciando esta situação mas, infelizmente nada tem sido feito. Reproduzo a seguir um texto/comunicado/denúncia que foi enviado à sede do Regional pela missionária Alcilene Bezerra da Silva, que compõe a equipe do Cimi em Cruzeiro do Sul onde ela se manifesta indignada com a situação vivida pelos indígenas do povo Apolima-Arara, rio Amônia, Município de Marechal Taumaturgo. Eis o texto:
CIMI- EQUIPE DE CRUZEIRO DO SUL
Casos de Hepatite B na terra Indígena Arara do Rio Amônia povo Apolima-Arara- Alto Juruá.
Caros amigos do Cimi Regional AO.
Infelizmente a questão da hepatite, torna-se um grande problema nas comunidades indígenas. Como podemos ver a situação não é só no vale do javari, pois está crescendo em outras terras indígenas no norte e principalmente aqui no Acre.
E isso é bastante preocupante, pois além de ser um vírus que leva a morte com rapidez, impede a reprodução uma vez que é transmissível.
É lamentável e estarrecedor, ver esta situação se alastrando no Brasil em pleno século 21.
Aí perguntamos, onde está o controle? cadê as vacinas? cadê a preocupação dos governantes para com a vida Humana? Pra onde vão os recursos da saúde Indígena? Cadê a prevenção? Este é o nosso país........
É Com tristeza e revolta que informo que nesta quarta feira dia 07 de março de 2012, uma adolescente de 14 anos foi mais uma vitima fatal da tal Hepatite B na terra Indígena Arara do Rio Amônia.
A hepatite vem aumentando na aldeia, e muito pouco ou quase nada tem sido feito, para que seja feito o tratamento dos pacientes portadores do vírus.
Já faz bastante tempo que foi detectado o vírus da hepatite entre os Apolima-Arara, mas infelizmente até o momento nem um trabalho sério de cuidados e prevenção foi feito!
Nos últimos dias só na aldeia Nova Esperança, foram registrados 16 casos de Hepatite B e em toda terra já são 21.
De janeiro a março deste ano, 02 jovens da mesma família foram mortos vitima da tal doença. No dia 24 de janeiro, faleceu um rapaz com 20 anos e no dia 07 de março uma menina com 14 anos, os mesmos, eram filhos de Maria Cleildes da Silva Chama, indígena do povo Apolima.
Preocupado e revoltado com a situação, o Cacique Francisco Siqueira, fez a denuncia ao Juiz na cidade de marechal Thaumaturgo, pedindo que a justiça determine que seja feito um diagnóstico na comunidade e encaminhado o mais rápido possível o tratamento dos pacientes.
Segundo Francisco Siqueira, na quinta feira mesmo, a Juiza ordenou uma busca no pólo base de saúde onde ficam os pacientes que vem das aldeias. Nesta busca foram encontrados 04 sacos, de medicamentos estocados no pólo que não chegam até as comunidades, além de outras irregularidades na estrutura do pólo. Deste modo a juíza determinou a SESAI que as providencias sejam tomadas os mais breve possível. Que os portadores do vírus, sejam encaminhados a CZS o mais rápido possível, e que seja feito o diagnóstico na comunidade.
Na terça feira próxima, esta prevista a vinda da família de Cleíldes a cruzeiro do Sul, para um diagnóstico e em caminhamento do tratamento. Más, vale lembrar que isso só está acontecendo por que foi uma determinação judicial. Esperamos mesmo que as providencias sejam tomadas.
A comunidade Apolima Arara encontra-se em estado de alerta, pois com o resultado das cheias neste período do ano a doença tende a aumentar, é urgente que seja feito um diagnóstico na comunidade.
O cacique Francisco Siqueira esta em Thuamatrugo, para encaminhar e cobrar urgência para o tratamento das pessoas.
É urgente, que esta questão seja encaminhada o mais rápido possível, se nada for feito é possível que contaminação se espalhe por toda a terra indígena!
Atenciosamente.
Alcilene Bezerra– Cimi CZS.
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