O governo federal foi questionado ontem a respeito de contratos firmados nos últimos meses entre empresas estrangeiras e índios da região amazônica. Um requerimento, apresentado pelo deputado federal Zé Geraldo (PT-PA), foi entregue na Câmara dos Deputados, solicitando ao executivo maiores informações acerca do que vem sendo formalizado entre nativos e representantes de organizações ambientais instaladas no País.
A reportagem é do jornal O Liberal, 09-03-2012.
Desconfia-se de que esses acordos tenham um potencial para transgredir a soberania nacional. De acordo com o deputado, essas empresas estabeleceram-se no Brasil, a princípio, para participar de projetos governamentais que visam o combate à crise climática global. Todavia, há denúncias de que algumas corporações estariam dialogando com índios e celebrando acordos sem o conhecimento do governo federal, como explica o deputado. A falta de fiscalização e o risco de que essas empresas possam usar de má fé em negociações com os nativos, é um dos motivos que levaram o deputado a questionar, no requerimento, informações sobre o tipo de pactos que têm sido confirmados entre índios e empresários.
Um dos projetos que atrai essas empresas para o Brasil é o chamado Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), que vem sendo discutido, no País, há mais de dois anos. A pesquisadora Suzana Pádua, doutora em educação ambiental pela Universidade de Brasília (UNB), explica que esse programa visa criar valores econômicos para influenciar a diminuição do desmatamento. Dessa forma, o dono de floresta que mantiver sua mata intacta, ou em pé, será compensado financeiramente, e quem poluir poderá compensar suas emissões comprando créditos de quem ainda tem o que conservar.
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