O Middle East Monitor apontou que semana passada, separados por mais de 5.000 km, dois acontecimentos quase simultâneos demonstraram porque a imagem internacional de Israel continua célere em sua deterioração
Por José Farhat - Presidente do ICArabe
O Parlamento britânico debatia a questão da detenção de crianças palestinas pelas forças israelenses no Território palestino ocupado, enquanto o Parlamento israelense debatia os meios de barrar o importante crescimento do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
Em Westminster o debate considerou minuciosamente a situação atual, inclusive o fato de como as crianças eram detidas dentro de suas casas na calada da noite e as injustiças e discriminações contra as crianças levadas a tribunais militares para serem julgadas. A transferência das crianças dos territórios ocupados para serem julgadas fora dela já é por si um crime de guerra. O debate terminou com aprovação de uma moção considerando que todos os implicados nestes fatos que se encontrarem sob jurisdição britânica sejam detidos e julgados. Até mesmo o chefe da oposição parlamentar exigiu, em nome de seus pares, que "o Governo britânico precisa fazer muito mais para responsabilizar o Governo israelense pelos abusos aos direitos humanos".
Já no Knesset, 150 políticos e ativistas discutiram durante mais de duas horas que medidas deveriam ser tomadas para combater a BDS, por eles considerada uma organização que está cobrindo várias áreas, inclusive as da educação e cultura e a tentativa de restrição das ações das forças armadas e a discriminação de Israel junto a instituições internacionais.
Aqui entre nós, no Brasil, tivemos uma ideia de como atuam as autoridades israelenses, tentando impor sua vontade absoluta a nossa política e aos acordos internacionais, no episódio da indicação do nome embaixador em nosso país de um indivíduo que habita ilegalmente terra palestina ocupada e reside em território tomado de gente que foi expulsa à força.
Este é, na verdade, o igual comportamento com relação ao BDS, pois as autoridades israelenses não quiseram entender que esta não é uma organização que conte com recursos de monta e sim uma militância respondendo à prática por Israel de colonialismo, ocupação e apartheid.
Se Israel quiser continuar a aplicar a força e o crime contra os palestinos, eles não sairão ilesos de seu comportamento. Um exemplo que demonstra claramente isto foi dado recentemente pela Igreja Metodista Unida (United Methodist Church), dos Estados Unidos, ao ter vetado cinco bancos israelenses do seu fundo de pensões e estar estudando riscar sete firmas israelenses de sua lista de aplicações. A razão: estes bancos têm um considerável papel no financiamento das colônias israelenses nos territórios palestinos ocupados e as firmas têm suas sedes e indústrias ilegalmente em tais territórios da Palestina.
Chega a ser hilário quando sionistas batem no peito dizendo que têm grande número de portadores do Prêmio Nobel, querendo demonstrar assim sua capacidade intelectual, mas seu governo não tem talento para entender que sua política está prejudicando o próprio futuro do país que constroem em terra que não lhes pertence.
Desta forma, é de se acreditar que o estoque de 200 ogivas nucleares é também para uma guerra contra crianças de 10 anos.
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