O Cimi - Conselho Indigenista Missionário, Regional Amazônia Ocidental, que compreende o Estado do Acre e o Sul do Estado do Amazonas, soltou uma nota no dia 29 de julho denunciando o descaso com as diversas formas de violências contra os povos indígenas, notadamente dos Madihá (Kulina) da Terra Indígena Alto Purus, município de Santa Rosa, que tem sofrido entre outras violências um elevado índice de suicídios.
Desde dezembro de 2015 a entidade tem denunciado a situação e levado ao conhecimento das autoridades. Entretanto, parece que este tema não interessa e tão pouco comove as autoridades, já que até o momento nenhuma iniciativa foi divulgada ou assumida. Ao contrário, a Funai, regional Purus, impediu a entrada da equipe do Cimi nas aldeias e olha que a entidade em questão tem sido a única a se preocupar com os casos. Além do mais, o próprio Cimi se colocou à disposição para contribuir inclusive oferecendo profissionais como pscólogos e antropólogos que pudessem contribuir.. Também a Sesai se manteve até agora em silêncio absoluto sobre o tema. Apenas em sete meses foram registrados pelo Cimi 10 (dez) suicídios, o que é um índice altíssimo ainda mais se considerada a pequena população pertencente àquela etnia no Alto Purus.
Estranhamente a nota do Cimi foi desconsiderada por todas as autoridades e não repercutiu em nenhum veículo de comunicação, exceto por este blog e nas redes, com destaque para o jornal Plavda, principal jornal da Russia. O estranhamento se dá porque não conseguimos entender o porquê dessa omissão e desse desinteresse. O que as autoridades precisam esconder e o que temem? Será que para preservar a "imagem" as autoridades vão seguir assistindo aos funerais como quem assiste a filmes macabros e que não lhes dizem respeito ou provoquem qualquer sensação de mal estar? A "imagem" das instituições e autoridades valem mais que as vidas precocemente ceifadas? Quando os interesses políticos e corporativos se sobrepõem à vida, é chegada a hora do povo reagir.
Este blog seguirá acompanhando os casos de suicídios entre os Madihá (kulina) do Alto Purus e seguirá cobrando das autoridades, especialmente da Funai, Regional Purus e da Sesai _ Secretaria Especial de Ateção à Saúde indígena no sentido de venham a público se explicarem e apresentem medidas emergenciais e consequentes políticas públicas para que os casos de suicídios e violências cessem.
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