Estudo feito pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da UFSC é o primeiro do tipo em escala nacional. Entre 1995 e 2014, o Brasil perdeu R$ 182,8 bilhões com desastres naturais, revelou o documento.
Novo estudo publicado pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), revela que o Brasil perdeu R$ 182,8 bilhões com desastres naturais entre 1995 e 2014.
Desse total, R$ 137,3 bilhões se referem a impactos nos serviços públicos e privados, na agricultura, na pecuária e na indústria.
A reportagem foi publicada por ONU Brasil, 23-01-2017.
Os R$ 45,4 bilhões restantes correspondem a danos na infraestrutura, nas habitações e nas instalações de saúde, ensino e comunitárias, entre outras.
O Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no Brasil é o primeiro do tipo em escala nacional. No período considerado pela pesquisa, foram reportadas perdas anuais superiores a R$ 9 bilhões. Isso significa que secas, inundações, vendavais e outros desastres custaram ao país cerca de R$ 800 milhões mensais.
Para Frederico Pedroso, especialista do Banco Mundial, esses dados derrubam uma percepção muito comum entre os brasileiros: a de que o país não sofre com desastres.
“Via de regra, o Brasil não é um país exposto a perigos naturais extremos. Mas temos outros problemas, tais como um planejamento e um controle urbano muito ineficientes. Isso leva à ocupação humana em locais não propícios e, consequentemente, a desastres. E como o nosso estudo aponta, a somatória dos impactos tanto econômicos quanto humanos desses desastres acaba sendo extremamente relevante para as diferentes esferas de governo”, destacou Frederico.
Foram considerados na pesquisa os registros que apontavam algum tipo de dano ou prejuízo reportado pelos municípios. Rafael Schadeck, consultor do Banco Mundial e pesquisador da UFSC, explica quais são os mais comuns.
“Os desastres mais comumente reportados pelos municípios são aqueles do grupo climatológico, que são aqueles de evolução mais gradual, mais lenta, como seca e estiagem. Eles representam 48% dos registros e ocorrem com maior frequência nas regiões Nordeste e Sul do país. Em segundo lugar, vem o grupo hidrológico, que são os desastres relacionados ao excesso de chuvas. E eles ocorrem com maior frequência na Região Sudeste do país, representando 39% dos registros da pesquisa.”
Também são levados em conta os eventos relacionados a vendavais e granizo, entre outros. Os resultados são apresentados em mapas temáticos e em gráficos, fornecendo dados e estatísticas relevantes aos gestores públicos, população, academia e setor privado.
O objetivo é estimular a adoção de práticas efetivas na gestão de riscos de desastres e, dessa forma, aumentar a proteção social e o desenvolvimento econômico das populações mais vulneráveis.
Acesse o estudo na íntegra clicando aqui.
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