terça-feira, 20 de setembro de 2011

Funai Acre: da inoperância ao abandono dos indígenas


Há tempo que temos tornado público a inoperância da Funai no Estado do Acre e Sul do Estado do Amazônas. Vários tem sido os motivos apresentados para tal inoperância, mas nenhum é realmente plausível. No fundo o que há é uma falta de interesse dos gestores e falta de compromisso com os povos indígenas.

Ontem, em noticiário local, o telejornal Gazeta em Manchete, fez duras críticas à administração da Fundação e apresentou indícios de irregularidades como desvios de recursos, peculato e outras. Nós nos limitamos a apenas reclamar da inoperância e da falta de compromisso com os povos indígenas.

Criança Ashaninka desnutrida, Feijó
Para que tenhamos uma ideia, há mais de douze anos todos os processos que visam a demarcação de terras indígenas no Acre estão paralisados. Ao todo temos pelo menos dezessete terras sem nenhuma providência. Além disso, as atividades básicas não são realizadas nas aldeias. Não há, por parte da Funai, nenhuma fiscalização que vise a garantia das terras e dos povos indígenas.

Em levantamento realizado em 2009, o Cimi costatou que todas as terras indígenas sofriam com algum tipo de invasão, seja por caçadores, pescadores, madereiros e até por "moredores" de assentamentos do Incra. Além dessa situação, o abandono nas áreas de saúde, educação e produção é gritante e qualquer um pode constatar.

Protesto indígena em frente ao palácio
Ocorre que há anos a Funai do Acre sofre, para piorar, com a ingerência do governo do Estado. Inclusive os cargos de auto escalão são comumente indicados pelo governo do Estado. A Atual administração, coordenação, é um exemplo disso. Por outro lado, a Funai sofre também com a politicagem que se espalhou por todos os setores ganhando inclusive as aldeias. Não é raro encontrarmos indígenas que se declaram a serviço de partido "A" ou "B".

Se nas sedes dos municípios, especialmente em Rio Branco, a situação é caótica desse jeito, imaginem o abandono das aldeias nos municípios mais distantes como Santa Rosa do Purus, Marechau Thaumaturgo e jordão. Em viagem recente ao Envira pude costatar in loco o total abandono.

A inoperância da Funai torna-se criminosa quando deixa de assistir aos povos indígenas levando-os até a morte e, quase sempre, para que gestores tenham mantidos e ampliados seus previlégios.

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