A pessoa mais idosa do mundo é uma indígena Huni Kui

Dona Maria Lucimar Pereira - 121 anos

Esta simpática senhora que aparece na foto comigo é a Senhora Maria Lucimar Pereira, uma indígena do povo Huni Kui (Kaxinawa) do Médio Rio Envira e, pasmem! completou, no último dia 03 de setembro, 121 anos de idade. 

Lúcida, ela me recebeu para um intrigante  e divertido bate papo. Contou que nasceu em 1890 no seringal Porto Rubin, no Alto Rio Envira. Narrou vários feitos heróicos do povo Huni Kui mas, não quiz falar sobre as diversas correrias que presenciou e foi vítima. Sobre o assunto, se limitou a mencionar o fato de que já não há mais nenhum indígena em Porto Rubin.

Certidão de nascimento de dona Maria Lucimar

Muitas coisas são inesplicáveis e até inaceitáveis. Por exemplo, o fato da terra indígena dos Huni Kui do Médio Envira até hoje não ter sido demarcada. Aliás, a terra em questão está disputadíssima por causa do interesse do governo do Estado do Acre em criar uma Reserva Extrativista exatamente na terra indígena, margem direita do Rio Envira e que se une à BR 364. Além disso, várias famílias de não índios se se instalaram dentro dos limites da terra indígena. Aos 121 anos e a Dona Maria Lucimar ainda não conseguiu um lugar para viver dignamente.

O povo Huni Kui havia planejado, junto com o festival de cultura, uma festa para celebrar os 121 anos de dona Maria Lucimar mas, na segunda-feira, dia 29 de agosto, a comunidade foi surpreendida com a morte de Dona Carolina, outra indígena de 108 anos que faleceu na sede do município de Feijó por falta de atendimento adequado e abandono por parte do pessoal da saúde. Por causa do Falecimento de Dona Carolina, o festival e a festa de aniversário de Dona Maria Lucimar foram adiados.

 

Nesta Foto, Dona Maria Lucimar com uma tataraneta. msotra que o passado e o presente se unem para construir o futuro. A pergunta que fica é qual o futuro que estamos ajudando a construir para sua tataranetinha?

Rendo aqui as mais sinceras homenagens à Dona Maria Lucimar Pereira e a parabenizo pelo feito de ter chegado aos 121 anos de idade dando exemplo e sendo modelo de resistência, apesar de toda sorte de violência que ela sofreu e sofre. Como presente a ela, conclamo a todos a nos unirmos na luta pela demarcação da terra indígena Huni Kui do Médio Rio Envira (Kaxinawa do Curralinho).