segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Os povos do mundo resistem

“O que acontece no Oriente Médio, para incautos, nunca acontecerá neste lado do Sul Global. E os palestinos, somos os terroristas, radicais e fundamentalistas por estarmos deste lado de cá, alertando para mais um  assalto de atores que conhecemos muito bem, os responsáveis com “nome e sobrenome” deste crime lesa-humanidade, de que essa estratégia contra as nações indígenas e demais povos das florestas é aquela idêntica que tem exterminado milhares e milhares de palestinos, iraquianos, afegãos, libaneses, sírios, africanos entre outros “parentes”. Diz o provérbio beduíno: “No deserto a verdade é a melhor camuflagem, porque ninguém acredita nela!”  
 Amyra El Khalili

Os povos do mundo fartaram-se de assistir à elite ocidental reinante que age como terroristas que capturaram toda a humanidade como seus reféns. Essa elite não governa só o terrorismo militarista. Eles praticam terrorismo econômico, social, ecológico, com seu sistema capitalista arruinado de roubar e correr. Esse sistema alcançou seu ponto de colapso e por isso nós estamos sendo empurrados para tantas guerras – para que aquelas elites e seus fantoches políticos possam se apropriar dos últimos recursos. A solução que resta para pôr fim às guerras, é o povo derrubar o sistema econômico que os EUA e a elite ocidental ainda comandam. 

 Tradução: Vila Vudu [mailto:vila.vudu@gmail.com]


A Síria é o coração da resistência
Finian Cunningham, Information Clearing House


Os EUA estão expostos aos olhos do mundo inteiro como a ameaça terrorista número 1 que pesa sobre o futuro da humanidade. Muitos sabem disso há muito tempo, mas agora já está universalmente claro.

Com os EUA preparando-se para lançar guerra aberta contra a Síria (a guerra clandestina já varre o país há 30 meses), a vasta maioria da humanidade pode afinal ver por através das décadas de falsidade e autopromoção como modelo mundial de democracia e da lei internacional. O que o mundo vê é o feio oposto disso tudo. 

Os EUA são estado terrorista que tem o mais profundo desprezo pela lei internacional, a democracia e os direitos humanos. Está outra vez pronto a matar incontáveis civis em nome de suas ambições políticas egoístas e autocentradas. Essa é a definição convencionada de “terrorismo”.

O presidente Bashar al-Assad da Síria disse verdade profunda recentemente, quando disse que seu país enfrenta agressão por mais de dois anos, mas só agora o real inimigo mostrou a própria cara – os EUA e seus seguidores servis. Mas o estado terrorista dos EUA não se deixa ver afinal só contra a Síria. Está-se revelando como inimigo do mundo todo.

Desde as guerras passadas no Caribe, América Central, Filipinas, Vietnã e Indochina, mediante golpes e operações clandestinas no Irã, Iraque, África, aos recentes campos de matança no Afeganistão, Iêmen, Paquistão e Somália, o quadro histórico agora está completo. Todos esses conflitos e muitos outros – numerosos demais para listar aqui – integram-se numa só verdade indiscutível. Os EUA são o maior estado terrorista do mundo. Se não for contestado definitivamente, então o futuro do mundo está hoje em perigo, mais do que nunca.

Em crimes de agressão anteriores, a elite governante dos EUA podia invocar a cobertura espúria de uma “coalizão de vontades”, ou violentava a autoridade da ONU ou da OTAN. Conseguia seus objetivos mediante uso abundante de mentiras, invencionices e de uma gigantesca máquina de imprensa-empresa para dar credibilidade à mendacidade. 

Dessa vez, graças a uma imprensa alternativa e crítica e às comunicações globais instantâneas, as mentiras norte-americanas já não funcionaram. Foram expostos em apenas alguns dias, como foi exposta também, nas últimas poucas horas a tentativa do secretário de Estado Kerry de envolver a Síria no crime das armas químicas. 

New York Times, a BBC e os falastrões de sempre na imprensa-empresa ocidental a serviço da propaganda imperialista cuidaram de facilitar o golpe de Kerry e o terrorismo de estado dos EUA com manchetes bombásticas: “Kerry apresenta provas contra a Síria”. Nenhuma crítica, nenhuma pergunta, por mais que tantos tivessem tantas críticas e tantas perguntas, com muita substância. 

Há alguns anos, esse tipo de pensamento de manada teria bastado para dar aos cães de guerra norte-americanos tempo suficiente para iniciar uma guerra. Hoje, não mais. Em apenas alguns minutos depois da suposta condenação definitiva inventada por Kerry, declarações, artigos, tweets e blogs já haviam desmascarado a encenação e mostravam que, exceto pela repercussão na mídia ocidental, Kerry nada tinha a dizer e nada dizia, que se aproveitasse. Mais uma risível repetição das hipérboles de antes e retórica oca. Ou, pelo nome que merece: só mais mentiras.

O povo do mundo já alcançou nível de massa crítica de rejeição contra os estados bandidos de EUA, Grã-Bretanha, França, Israel e mais alguns cúmplices. Vimos seus intermináveis assassinatos em massa e exploração de homens e mulheres na Ásia, África e nas Américas. Somos testemunhas de como esse mínimo grupo de estados terroristas impõem à vasta maioria da humanidade sua criminalidade vil e no processo nos insultam com mentiras e justificativas grotescas. Vimos como esses estados bandidos roubaram terras, envenenaram águas, queimaram colheitas, destruíram moradias, assassinaram famílias inteiras com drones aéreos e drones em terra, na forma de esquadrões da morte. Cometeram todos esses crimes horríveis com mentiras e impunidade, a ponto de esses estados terroristas já operarem agora simultaneamente em mais de um país, em estado de guerra permanente e ininterrupta, levando o próprio futuro da humanidade à beira do abismo.

Pois ainda assim, apesar do gangsterismo e de não haver lei que os proteja, os povos do mundo levantam-se e resistem.

Essa semana, o Parlamento britânico votou contra a arrogância do governo de Londres e não lhe permitiu continuar na relação criminosa de sempre com os norte-americanos. Na execução de crimes de guerra passados, no Afeganistão, Iraque e Líbia – para citar só esses – Washington sempre contou com os imperialistas britânicos para dar aos seus crimes um verniz de “coalizão de vontades”. Os planos do premiê britânico David Cameron de repetir o crime e apoiar Washington no bombardeio à Síria sofreram duro revés do Parlamento britânico, que não o autorizou a fazer o que tantas vezes antes os britânicos fizeram. Cameron foi forçado a recuar. 

A votação no Parlamento britânico não é sinal de ética dos políticos britânicos. É, muito mais, reflexo do despertar global dos cidadãos do mundo, que afinal decidem que esse terrorismo de estado insano tem de acabar.

O governo francês também recuou das bravatas belicistas de antes, e o presidente François Hollande já fala também de “solução pacífica, política, para a crise síria”. Até o primeiro-ministro fantoche Stephen Harper, do Canadá, aliado sempre confiável de Washington, já disse que seu país não se envolverá militarmente na Síria. E há notícias de que 10 membros da aliança da OTAN – um terço do total – não apoiarão os ataques dos norte-americanos. Vários desses sempre foram tradicionais serviçais dos EUA. E, isso, sem falar dos opositores mais estridentes, como Rússia, China, Irã e a maioria das nações de Ásia, África e das Américas.

Os povos do mundo fartaram-se de assistir à elite ocidental reinante que age como terroristas que capturaram toda a humanidade como seus reféns. Essa elite não governa só o terrorismo militarista. Eles praticam terrorismo econômico, social, ecológico, com seu sistema capitalista arruinado de roubar e correr. Esse sistema alcançou seu ponto de colapso e por isso nós estamos sendo empurrados para tantas guerras – para que aquelas elites e seus fantoches políticos possam se apropriar dos últimos recursos. A solução que resta para pôr fim às guerras, é o povo derrubar o sistema econômico que os EUA e a elite ocidental ainda comandam. 

A criminalidade insana dos governantes dos EUA contra a Síria está deixando aí, à vista de todos, esse desafio histórico que toda a humanidade terá de enfrentar.

Depois da derrota parlamentar do governo Cameron na Grã-Bretanha, o secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel disse que “Nossa abordagem é continuar a buscar uma coalizão internacional que agirá em conjunto. É o objetivo do presidente Obama e de nosso governo... Seja qual for a decisão, que seja colaboração e esforço internacional.” 

Quase nem se acredita que esses fantoches norte-americanos possam soar tão ridículos! Esses norte-americanos iludidos parecem não estar vendo que estão sós. 

As únicas ‘vontades’ interessadas em apoiar a agressão dos EUA à Síria são Arábia Saudita e Israel. Só isso. Washington só conta hoje com as ‘vontades’ de um regime feudal, de degoladores, e de um regime criminoso genocida pária. Coalizão de vontades? Parece mais coalizão de assassinos.

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