Ontem o mensaleiro Roberto Jeferson publicou em seu blog o
texto a seguir:
“Carpideiras se preparam”
“Na mesma linha dos que querem pegar carona no protestos dos grevistas, dirigentes do MST, de associações de agricultores reunidas na Contag, índios e quilombolas representados pela Conag, além de outros movimentos, pretendem reeditar no campo as mobilizações vistas em Brasília e outras praças. Eles reclamam contra o que chamam de "inoperância" de Dilma em relação a políticas públicas de agricultura familiar e reforma agrária, e consideram que Lula teve mais sensibilidade que a atual presidente nas questões do campo. Em outro grau de comparação, afirmam que o ex-presidente "dialogava mais com a sociedade". O diálogo a que se referem é a conversa entre o caixa do Tesouro e o das entidades. Como os tempos são outros, choram com saudade de Lula.”
“Na mesma linha dos que querem pegar carona no protestos dos grevistas, dirigentes do MST, de associações de agricultores reunidas na Contag, índios e quilombolas representados pela Conag, além de outros movimentos, pretendem reeditar no campo as mobilizações vistas em Brasília e outras praças. Eles reclamam contra o que chamam de "inoperância" de Dilma em relação a políticas públicas de agricultura familiar e reforma agrária, e consideram que Lula teve mais sensibilidade que a atual presidente nas questões do campo. Em outro grau de comparação, afirmam que o ex-presidente "dialogava mais com a sociedade". O diálogo a que se referem é a conversa entre o caixa do Tesouro e o das entidades. Como os tempos são outros, choram com saudade de Lula.”
Pelo jeito todo mundo
chora com saudade de Lula, principalmente os mensaleiros incluindo, claro, os
dirigentes partidários que sempre se prestaram a ser comprados pelo dinheiro
público. Além disso, quem não sabe que as principais entidades da sociedade
civil que receberam e recebem recursos do Governo são justamente as ligas ao
PT? De quanto foi a venda do PTB 14 de Jeferson para o PT 13 de Lula? 4 milhões
e meio? Mais? Não tem jeito. Merda fresca é melhor não mexer! E disso a cúpula
do PT sabe. Tanto que os candidatos do PT nas capitais são rigorosamente
ilustres desconhecidos da população, assim como foi Dilma para a presidência.
Porque? Claro que para desvincular seus nomes do maior escândalo de corrupção
nunca (jamais) visto na história deste país.
Para o Procurador Geral
da República, Roberto Gurgel, os partidos e os mensaleiros formam uma
verdadeira “quadrilha”. E é essa quadrilha que quer pousar de “ingênuas freiras”?
"Temos uma
quadrilha que é extremamente arrogante",
disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, após o final da sessão do
STF que julga o mensalão na sexta-feira (3). Ao encerrar sua exposição, o
procurador disse que foi "atacado" após ter feito as alegações
finais. “Jamais enfrentei nada sequer comparável à onda de ataque a partir do
momento que aleguei acusações finais”, disse no tribunal.
A postura dos partidos
mensaleiros de, nestas eleições, apresentarem candidatos desconhecidos, que
fazem o papel sujo de verdadeiros “laranjas” de nossa fétida política
partidária, me faz lembra o ex-ministro Rubens Ricupero que certa vez deixou
vazar o que essa gente realmente faz: "Eu não tenho escrúpulos; o
que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". E olha que o sujeito
autor da frase era ministro justamente da fazenda.
A jogada dos “sem escrúpulos” parece ser
bastante conhecida mas as autoridades não dispõem, ao que parece, de meios para
barrar a farra. Nas eleições majoritárias e se elege alguém que em tese não tem
nada a ver com as maracutaias praticadas anteriormente, sempre para cargos
executivos, que executam o orçamento. Assim os verdadeiros “donos” das legendas
ficam livres para continuarem recebendo seus lucros no “negócio”. Para “acalmar”
os ânimos do parlamento (em qualquer um dos níveis) o executor do orçamento
repassa parte deste lucro aos parlamentares através de recursos ($$)
propriamente dito e através de cargos, de acordo com o valor acertado e segundo
a “lei do mercado”.
Entretanto, antes mesmo das eleições já se faz
um estudo de como garantir que o parlamento não mude de opinião. Pronto, a
saída é recorrer a importantes corporações, sindicatos e igrejas que possam
representar o papel de “baluarte da moralidade”. Isso explica porque nas
campanhas eleitorais estes cargos (parlamentares) são disputados por representantes
desses setores. Vejam, agora mesmo nestas eleições municipais, nas capitais (e
no Acre nunca foi diferente) o número de candidatos a vereadores ligados à
alguma igreja, fato raríssimo quando declaram o nome da agremiação religiosa a
que dizem pertencer, seja como pastor ou apenas se declarando “evangélico” ou
ainda como sendo policial, sargento, professor... Pessoas que em tese seriam “confiáveis”.
Só que não precisam ser confiáveis para nós, eleitores. Precisam ser confiáveis
para os donos das legendas, os coronéis travestidos de moderninhos. As cercas
dos currais de hoje já não são de madeira e moirões. São de celulares
corporativos, cartões igualmente corporativos, e-mails, twitter, facebook,
cargos e graças (todas as graças). Quando o lucro é entendido como “graça” o
roubo passa a ser “bênção” ou quando muito “não declarado”.
Mas não precisam chorar, digo. Lula não se foi
e ainda deixou seus filhotes e a quadrilha continua forte e atuante. Também
continua o diálogo entre o caixa do tesouro, o caixa das entidades, o caixa dos
coronéis donos dos partidos e dos currais eleitorais e o caixa dos ilustres desconhecidos
candidatos laranjas.
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