”No Acre, a demarcação
de territórios indígenas está paralisada porque eles querem tomar nossas
terras para fazer lucros com serviços ambientais, por meio de programas
como o REDD”, disse José Alberto Nunes Carmelio, conhecido como Ninawá,
o presidente da Federação do Povo Huni Kui do Acre, Brasil. “Nós não
vamos e não podemos trocar nossa caça, nossa pesca, e nossas vidas pela a
poluição. Você não pode trocar a poluição pela natureza. Somos a favor
da vida – por isso somos contra REDD “.
Michael F. Schmidlehner
em
Berenice
Sanches do povo Nahua (Mexico), Ninawá do povo Huni Kui (Brasil) e Tom
Goldtooth do povo Dine' / Dakota (EUA) : "REDD + povos indígenas =
genocídio"
Uma
delegação internacional de líderes indígenas do Brasil, México e
Equador está atualmente na Califórnia, para contestar o esquema de
compensação de carbono proposto por este estado. O esquema permitiria
que as empresas na Califórnia, em vez de reduzirem a poluição em casa,
possam satisfazer os limites de emissões de gases de efeito estufa
através da compra de créditos de carbono.
Em
Chiapas, a recente reunião da “Governor’s Climate and Forest Task Force
“ (Força Tarefa para Clima e Floresta do Governador) foi recebido por
protestos, um Fórum Popular contra o REDD, declarações contra REDD, e um
relatório do Greenpeace opondo compensações REDD .
Agora os povos indígenas estão levando o protesto para a Califórnia.
Esquema de Comércio de Califórnia aquecimento global poderia pôr em risco Povos da Floresta Indígenas:
Delegação internacional alerta contra compensações de carbono rejeitadas por outros governos globais
Delegação internacional alerta contra compensações de carbono rejeitadas por outros governos globais
SAN FRANCISCO, 17 de outubro -
Líderes de povos indígenas da floresta advertiram hoje que o regime de
comércio de créditos de carbono proposto pela Califórnia – projetado
para a ajudar na redução do aquecimento global – poderia, de fato,
ameaçar a sobrevivência de quem vive lá.
Em
questão são os chamados créditos de REDD que podem tornar-se parte do
mercado de carbono “cap-and-trade” (limitar-e-trocar) do estado. Esses
créditos permitiriam que poluidores da Califórnia satisfazem os limites
de emissões de gases de efeito estufa através da compra de créditos de
compensação de carbono a partir de iniciativas internacionais destinadas
a evitar a destruição de florestas tropicais.
”No
Acre, a demarcação de territórios indígenas está paralisada porque eles
querem tomar nossas terras para fazer lucros com serviços ambientais,
por meio de programas como o REDD”, disse José Alberto Nunes Carmelio,
conhecido como Ninawá, o presidente da Federação do Povo Huni Kui do
Acre, Brasil. “Nós não vamos e não podemos trocar nossa caça, nossa
pesca, e nossas vidas pela a poluição. Você não pode trocar a poluição
pela natureza. Somos a favor da vida – por isso somos contra REDD “.
Ninawa
faz parte de uma delegação de líderes indígenas do México, Brasil e
Equador que estão viajando para Sacramento – Califórnia esta semana para
depor perante o Conselho Estadual de Recursos Atmosféricos e reunir-se
com funcionários do escritório o governador Jerry Brown e a Cal-EPA
(Agência de proteção ambiental do Estado da Califórnia).
“Apoiamos
os esforços da Califórnia para reduzir as emissões de gases de efeito
estufa”, disse Tom Goldtooth, diretor Executivo da Rede Ambiental
Indígena com base em Minnesota. “Mas REDD é apenas um plano para pegar
as terras das quais nossos povos indígenas sempre cuidaram, em troca de
licenças que permitem que as indústrias continuam a poluir.”
“REDD mais povos indígenas iguala genocídio“, disse Goldtooth.
“REDD mais povos indígenas iguala genocídio“, disse Goldtooth.
Embora
o Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia ainda tem que emitir
um pré-projeto de regulamentação para aceitar créditos de REDD em seu
sistema de comércio de carbono, o Estado foi explorando esta opção
ativamente através de iniciativas como a Força Tarefa para Clima e
Floresta do Governador. A força-tarefa é uma iniciativa lançada pela
Califórnia em 2008, para assegurar o fornecimento de créditos de REDD
para o mercado de carbono da Califórnia.
Um
acordo de 2010 estabelece, que Chiapas (México) e Acre (Brasil) são os
dois estados, que serão os primeiros a potencialmente fornecer créditos
de REDD para Califórnia.
A
Força-Tarefa realizou sua reunião anual no mês passado em Chiapas, no
México, onde a reunião foi recebido com protestos públicos.
Rosario Aguilar, uma promotora de saúde da região e membro da delegação para a Califórnia, disse: “Mesmo
antes que a Califórnia estabeleceu seu mercado, o REDD + projeto a ser
implementado em nossas comunidades está causando conflito e
deslocamento. Como parte de seu plano para mover os povos indígenas da
terra, o governo cortou os serviços médicos para a aldeia de Amador
Hernández na Selva Lacandona. É por isso que dizemos que o REDD promove a
morte, não a vida. “
A
oposição contra créditos de REDD está crescendo também dentro da
Califórnia. Em julho, mais de 30 grupos da Califórnia, incluindo a
Amigos da Terra, Comunidades para um Meio Ambiente Melhor, o Centro de
Pobreza, Raça e Meio Ambiente e Greenpeace escreveram ao Governador
Brown, instando-o a rejeitar créditos de REDD no sistema cap-and-trade
da Califórnia. Os grupos apontaram que, por causa da falta de
integridade ambiental e riscos sociais inaceitavelmente elevados dos
créditos de REDD, “até o momento nenhum mercado regulado de carbono
do mundo tem permitido o uso de compensações sub-nacionais florestais
para seu cumprimento.”
“Enquanto
Chevron explode em Richmond (Obs.: Uma refinaria da Chevon explodiu no
município californiano de Richmond em agosto 2012) e causa mais de
15.000 pessoas a serem hospitalizadas, é claro que precisamos de
soluções climáticas reais para tratar gases de efeito estufa e poluição
tóxica na Califórnia“, disse Nilo Malloy, Diretor do Programa do Norte da Califórnia da organização Comunidades para um Meio Ambiente Melhor. “REDD
não é a solução. Precisamos, soluções eqüitativas renováveis e para
resolver a crise climática em casa, e não impactar negativamente o Sul
Global e outras comunidades no processo.”
CONTATO: Michelle Chan, Amigos da Terra, +1 202 427 3000
Os seguintes membros da delegação estão disponíveis para entrevistas:
- Rosario Aguilar, promotora de saúde e antropóloga social da cidade de Las Margaritas em Chiapas, no México.
- José Carmelio Alberto Nunes (Ninawa), presidente da Federação do Povo Huni Kui do Acre, Brasil.
- Berenice Sánchez Lozada, um Nahua do México, um dos membros fundadores da Aliança Global dos Povos Indígenas e Comunidades Locais contra REDD e pela Vida.
- Marlon Santi, um Kichwa do Equador e líder do movimento indígena do Equador.
- Tom Goldtooth,um Dakota / Dine, e diretor Executivo da Rede Ambiental Indígena baseada em Minnesota.
- Gloria Ushigua, é membro da Associação de Zápara mulheres, Equador, e um crítico de ambos os convencionais indústrias extractivas e programas REDD do tipo como estão sendo implementadas no Equador
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