OYKOSMIGUEL entrevista uma mulher comprometida com o presente e o futuro
do planeta: Amyra El Khalili. Essa grande cidadã aborda com propriedade
questões fundamentais, como o protagonismo do Estado Palestino e sua
relação com o Estado de Israel, esclarece sobre papel transformador do
Projeto BECE e o original conceito de Commodities Ambientais, discute a
viabilidade da Amazônia, discorre sobre energia e o projeto da usina de
Belo Monte, fala sobre Dilma Roussef e a mulher na América Latina e nos
faz transcender sobre sua visão de Deus. Trata-se de uma entrevista
esclarecedora oportunizada a este espaço por essa amável guerreira
beduína que combate o bom combate da fé pela construção da paz no
planeta Terra.
Oykosmiguel: Amyra El Khalili, qual sua origem, como você vê a questão do protagonismo palestino e como enxerga o Estado de Israel?
É
importante esclarecer a opinião pública que convivemos, nós os
palestinos, em uma ofensiva declarada sem fronteiras, não somente contra
a população da Faixa de Gaza como ocorrido recentemente, mas
efetivamente contra nosso povo palestino e causa. O massacre de Gaza foi
uma ação deliberada e sincronizada contra o processo de paz.Ocorreu,
fundamentalmente, por omissão e ação, à revelia do direito
internacional. Tratou-se, definitivamente, de “genocídio”.
Diferentemente
do que prega a mídia corporativa do Ocidente, que usou como desculpas o
Hamas (grupo de resistência legitimamente eleito pelo voto) por lançar
torpedos-sucata, averdadeira causa desta tragédiaé a ocupação dos
territórios palestinos que já dura há mais de 43 anos. Esta longa agonia
traz, como consequência, além da extrema pobreza, da desesperança dos
jovens, da humilhação de mulheres, crianças e idosos, da opressão dos
homens, tantas mortes e angústias. E agora, com essa barbárie
injustificável, expôs mundialmente a truculência do governo israelense.
Neste
contexto, estamos nós, árabes, judeus, latino-americano-caribenhos,
perdendo a maior chance do século XXI de fortalecer as relações
econômico-financeiras com o Oriente Médio, que tem 245 milhões de
habitantes e um mercado de US$ 140 bilhões. Embora esta parte do
continente americano produza ou tenha tudo o que os árabes precisam,
hoje detêm menos de 1% desse mercado potencial. Estas relações
socioeconômicas, de enorme importância cultural, foram persistentemente
inviabilizadas pelo conflito árabe-israelense.
Desde
1981, artistas israelenses e palestinos têm colaborado numa série de
projetos conjuntos, protestando contra a ocupação da Palestina e
trabalhando pela construção de um futuro comum, com base numa
coexistência pacífica, igualitária, segura e livre em que a cultura de
cada povo possa se enriquecer e reforçar a do outro, ao invés de
ignorá-la ou de subjugá-la. Defendemos o princípio “Dois Estados para
Dois povos”.
Primeiro, faz “oposição
à ocupação; defende uma Jerusalém partilhada e declara apoio às formas
não-violentas de resolução do conflito no Oriente Médio.”
Segundo, em manifesto assinado por vários intelectuais e lideranças pacifistas, faz saber:
"O
Projeto Portas Abertas objetiva reunir criadores de todos os setores
culturais - artes plásticas, literatura, jornalistas e acadêmicos - dos
dois povos, junto com os brasileiros (que sempre serviram de modelo de
relações de amizade e proximidade entre os emigrantes), que aceitem
contribuir, com sua produção artística e intelectual, para
aprofundamento e a compreensão entre palestinos e israelenses.
O
objetivo maior de Portas Abertas é oferecer um meio efetivo de
aproximar mentes e corações, condição necessária para acabar com a
demonização recíproca entre judeus e palestinos. Queremos abrir os
corações dos filhos dos dois povos, e de todos aqueles que alimentem
idéias preconcebidas, discriminação racial e ódio aos povos
estrangeiros. Nós já aprendemos, com a Segunda Guerra, o preço pago pela
população judia na Europa, quase completamente exterminada graças à
demonização nazista. Não podemos, por isso, aceitar agora que, em nome
da ocupação continuada dos territórios palestinos, sejam imolados no
altar do nacionalismo cego dois povos que no passado viveram em relativa
harmonia.
Portas
Abertas rejeita a falsa solução militar e, no seu lugar, defende o
diálogo; abomina a mútua destruição, e propõe a confiança mútua,
condição para uma vida digna e para a liberdade irrestrita de criação;
diz “não” a um legado de frustração, desespero e tragédia, em nome da
responsabilidade de todos, de construir a esperança para os nossos
filhos e para as gerações futuras."
Oykosmiguel: O que é o Projeto BECE, como foi concebido e como você o vê num futuro próximo?
A
ONG RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras (antiga ONG
CTA) - nasceu do projeto de educação financeira nos mercados de capitais
que idealizei e coordenei (1996 a 2003) para o Sindicato dos
Economistas (SP). Este projeto era, a princípio, uma consultoria para a
Bolsa de Mercadorias & de Futuros (1990) na gestão de Dorival
Rodrigues Alves, falecido em 1999, vítima de câncer, um dia antes de
terminar o segundo curso patrocinado pela BM&F para formação dos
CTA’s (Consultants, Traders and Advisors – Geradores de Negócios
Socioambientais nos Mercados de Commodities). Desde sua morte, decidi
que este projeto seguiria seu caminho natural como Organização da
Sociedade Civil e hoje como rede internacional, a Aliança RECOs.
A
Aliança RECOs está implantando, há mais de uma década, o Projeto BECE
(sigla, em inglês, de Bolsa de Commodities Ambientais), que até então
era apenas uma proposta, debatida por seis anos em redes internautas,
com mensagens eletrônicas, palestras, seminários, cursos e atividades
culturais no Brasil e no exterior.O nome está em inglês em função também
da linguagem financista universal e, em especial, por uma saudável
provocação ao Banco Central, pois o codinome BECE significa: B de Banco, E de Ecologia, C de Central, e E de
Economia. Hoje, a Aliança RECOs conta com a parceria de centenas de
lideranças, entidades e instituições de peso nacional e internacional.
O
estudo técnico-científico de origem brasileira ocorreu no final de 1989
e começo de 1990, motivado pela concentração de riscos nos mercados de
futuros, chamados derivativos, quando um grupo de operadores de commodities convencionais
discutia o quanto ganhavam seus clientes e, proporcionalmente, quantas
pessoas morriam nas guerras para cada dólar lucrado nas bolsas de commodities
e futuros com petróleo, metais e moedas. Fizemos, então, uma aposta:
quem conseguiria desenvolver uma engenharia financeira que invertesse o
modelo ortodoxo das operações financeiras e, ao invés de ganhar com a
morte, criar um mecanismo que oferecesse ganhos com as vidas de mais e
mais pessoas. Destes apostadores, fui a única pessoa que sobreviveu e
levou a aposta adiante (meus amigos faleceram em acidentes, cometeram
suicídio ou tiveram enfarto porque não agüentaram a pressão dos
mercados).
Considerando
a militância pacifista desde meus 14 anos de idade na questão
árabe-israelense, em 1990 comecei a estudar o binômio Água e Energia.
Estava convencida de que a ganância sobre os recursos naturais
estratégicos era a verdadeira causa das guerras no Oriente Médio.
Em 1993, tive a oportunidade de contribuir com o Projeto Solidarie, do então Premier do Líbano Hafic Hariri, assassinado em uma emboscada (2005). O Projeto Solidarie
financiou a reconstrução do Líbano. Isso, no entanto, somente foi
possível em virtude dos Acordos de Oslo (1993) em apoio ao Estado
Palestino. Condicionados à estabilidade geo-político-econômica, os
investidores e bancos multilaterais creditaram ao Projeto Solidarie alguns milhares de dólares para reconstruir Beirute, completamente dilacerada pela guerra civil e pelos bombardeios de Israel.
Em
1999, a Aliança RECOspassa a ser reconhecida e indicada como fonte de
estudos e pesquisas na Biblioteca Virtual de Economia do IE/UFRJ, com
oProssiga/CNPq.
Apresentei
originalmente o Projeto BECE no "I Seminário sobre Recursos Florestais
da Mata Atlântica", realizado entre os dias 29 de junho e 2 de julho de
1999, na sede do Instituto Florestal (SP), para o Conselho Nacional da
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, inventário este patrocinado pelo
Fundo para a Biodiversidade do Banco Mundial (Funbio).
Este
seminário teve a coordenação do Conselho Nacional da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica, juntamente com a Fundação SOS Mata
Atlântica, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Embrapa-Cenargen. O
evento trouxe a público uma pesquisa que identificou produtos com
características ambientais singulares, de alto valor econômico para
populações extrativistas que vivem das e nas florestas – orquídeas,
bromélias, erva-mate, xaxim, palmito, plantas medicinais, caixetas etc.
Esta cadeia produtiva, que necessitava de financiamento desde a produção
até a comercialização, e exigia também um novo mercado financeiro que
atendesse a estes excluídos.
Em dezembro de 1999 apresentei-a novamente no seminário Commodities Ambientais, a experiência brasileira
- na sede do Ministério do Meio Ambiente, promovido pela Secretaria de
Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do MMA.Naquele dia,
palestrei para mais de 140 técnicos do governo, formadores de opinião,
líderes ambientalistas, empresários e imprensa, destacando a importância
econômica dos biomas deste Brasilzão e desafiei-os com a
provocação BECE. A resposta aos questionamentos estaria registrada na
série de e-books “Commodities Ambientais em Missão de Paz – Novo modelo
econômico para América Latina e o Caribe”.
Em
2000, proferi palestra na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES -, promovida pelo Consulado dos EUA, que
contou com a presença do fundador e ex-presidente da Associação dos
Banqueiros Ambientalistas dos EUA, o vice-presidente para Meio Ambiente
do Bank of América, Evan C. Henry. Nesse evento, o reconhecimento do
esforço e da autoria destes conceitos por parte do governo e de
especialistas foi destacado em matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo. Em seguida, na Ecolatina, o reconhecimento da comunidade científica e dos ambientalistas: Brasil é o 1º país do mundo a criar commodity ambiental.
Em 23 de abril de 2003, proferi de Brasília, via satélite, a palestra Commodities Ambientais: o presente, o futuro e o papel da pesquisa”,
para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
transmitida para suas 38 unidades em comemoração aos seus 30 anos. A
proposta BECE passa à condição de projeto nesse momento, quando a
diretoria executiva se posicionou publicamente, apoiando os estudos
científicos e de pesquisa destes trabalhos em matéria publicada no
jornal O Estado de São Paulo.
Em
16 de julho de 2004, proferi palestra na Sexta com Ciência do
Ministério da Ciência e Tecnologia. Novamente na Embrapa, entre 15 e 18
de fevereiro de 2005, no II Seminário de Experiências Comunitárias de Meios de Vida Sustentáveis no Cerrado e,
em 11 de março de 2005, na Sexta Feira Ambiental, promovida pela
diretoria de Ecossistemas/Cgeco,no auditório do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IBAMA/, em Brasília, além de
várias reuniões entre outras palestras.
Em
7 de junho de 2005, palestrei nos eventos comemorativos da Semana do
Meio Ambiente, realizada pela Caixa Econômica Federal, conjuntamente com
o Banco Central do Brasil, no auditório do Bacen, em Brasília, com o
tema A responsabilidade socioambiental do sistema financeiro. Em 4
de dezembro de 2008, por ocasião da comemoração do 4° aniversário da
Universidade Banco Central do Brasil (UniBacen),retornaria com o mesmo
tema, confirmando as previsões feitas há mais de uma década sobre a
crise financeira mundial.
Oykosmiguel: Como você enxerga a Amazônia, seu povo, o interesse estrangeiro na região e a luta das mulheres ribeirinhas?
A
Amazônia tem suscitado a cobiça dos gananciosos desde a Terra gira. Sem
dúvida, uma incógnita misteriosa, já que parte dela ainda persiste
intocável, apesar de ser inescrupulosamente devastada dia a dia. É como
diz o cientista Clóvis de Miranda: “A Amazônia pode ser tudo, como pode ser nada!”.
De
um lado, os defensores do meio ambiente, que não aceitam o modelo das
grandes infra-estruturas, como estradas, gasodutos, hidrelétricas,
abertura de fronteiras, e fazem o coro dos “contras”, no qual me incluo.
De outro lado, a população sem terra, sem atenções, sem empregos que
quer o desenvolvimento econômico, que almeja os padrões de vida
televisiva. São expectativas de vida, de padrão de sucesso e consumo que
não escapam às humildes parabólicas entranhadas nas florestas nem aos
rádios, que propagandeiam como é boa e próspera a vidas das metrópoles.
Até Salvador cresceu. Tem trânsito e congestionamento de causar inveja a
São Paulo, maior metrópole da América Latina. Tente sair de carro
depois das 18 horas em Salvador!
Os
debates sobre o que é a Amazônia fervilham nos pontos e contrapontos
sobre as discussões dos mega empreendimentos e não ficaremos atrás.
É
essa mesma a gritaria: queremos chamar a atenção da sociedade para uma
Amazônia sem romantismos, uma Amazônia real, humana e progressista,
porém não vincular em hipótese alguma essa ação-atitude para justificar a
Amazônia do narcotráfico, da pobreza, da omissão e da corrupção. Enfim,
a Amazônia degradadora.
Ainda
que eu pessoalmente discorde do modelo de crescimento econômico
neoliberal para a Amazônia, tenho que admitir que poucos apresentaram
uma alternativa economicamente viável, socialmente justa e
ambientalmente sustentável. Foram poucos os que se preocuparam com o
desejo do povo amazônida, olhando a Amazônia como um coração pulsante
que vibra na mesma intensidade que as cidadezinhas com seus silos
graneleiros e suas conquistas de mundo civilizado. Existem gentes na
Amazônia.
Uma discussão aberta poderá ser lançada a partir desta sua proposta, Miguel, para as mulheres das comunidades ribeirinhas.
Eis
o desafio quase impossível: discutir a importância econômica e
ambiental da Amazônia e como transformá-la sem destruir seu patrimônio
genético, cultural e humanitário.
Esta
proposta poderá marcar o destino da Amazônia e das comunidades
envolvidas num caminho sem volta. Uma responsabilidade universal e
inquestionável.
Oykosmiguel: E a questão Belo Monte, como você a vê?
Quando
iniciou o movimento ambientalista na década de 60, por causa de guerras
e testes nucleares, houve um confronto no primeiro momento, surgindo,
como é óbvio, diferença de questionamentos de grupos que defendiam seus
interesses. Mas quando foi ficando mais evidente e se provando
cientificamente que as ações do ser humano estavam gerando impactos
ambientais que podem prejudicar a vida na terra esses conceitos foram
mudando. As empresas começaram a entrar na questão ambiental, mas muitas
delas acham ainda que vão ganhar muito dinheiro com meio ambiente e
ainda estão especulando a respeito disso.
A
questão energética passa pela escolha do modelo econômico que será
adotado para mudar energia. James Lovelock, que escreveu "A vingança de
Gaia", reconhecido como um dos grandes ambientalistas mundiais, já disse
que o modelo energético que o movimento ambientalista prevê, que são as
energias renováveis, não será suficiente para suprir a energia que a
humanidade precisa. E sugere a adoção da energia nuclear. É claro que
ele fala de um fato real, factível, baseado no modelo econômico que
vivemos. Ora, se precisarmos de muita energia, a renovável não vai
suprir. Belo Monte é um problema, não só na questão ambiental, mas da
distribuição dessa energia. A questão é: o que vai ser sacrificado na
sociedade para entregar alguma coisa para alguém. Quem é esse alguém? E o
que esse alguém fará com isso em prol dessa sociedade como um todo? Se
adotarmos o modelo econômico industrializado, que tem que atender todas
essas exigências de mercado, como escala de produção, fatalmente
precisaremos de várias Belo Montes e energia nuclear. O custo social que
se paga é alto, por isso precisa ser muito discutido com a sociedade e
não apenas a portas fechadas entre governo e empresas determinando a
construção mega projetos como fato consumado!
Oykosmiguel: O que você espera do governo Dilma Roussef?
Em
primeiro lugar acho importante ver a figura feminina na presidência da
República, que foi sempre ocupada por homens. Estamos tendo agora
mulheres presidentes na América Latina. Nosso continente tem a rotulagem
de ser machista. Mas meu olhar não é pelo gênero masculino ou feminino e
sim pelo programa de governo. Para Dilma falta um projeto ambiental
sustentável, mas o que significa ser sustentável afinal?
As
tais "condições sustentáveis" reportam, inicialmente, à idéia de
desenvolvimento sustentável, mas elas têm implicações mais profundas do
ponto de vista socioeconômico do que a teoria que alimenta o sentimento
ambientalista.
Essas
"condições sustentáveis" dizem respeito principalmente à questão da
gestão dos recursos naturais, à manutenção e à divisão das receitas
obtidas com as divisas dos bens naturais. Dividir, repartir, doar
recursos e, acima de tudo, garantir espaço para a emergência de
manifestações religiosas, étnicas, de gênero, ideológicas, sociais ou de
qualquer outro tipo, constituem a tão esperada "condição sustentável".
Raros são os países do resto do mundo que as possuem.
O
Brasil é um território de dimensões continentais que abriga diversas
etnias, o que resulta numa identidade nacional multicultural. Representa
também a terceira maior comunidade árabe no mundo, perdendo apenas para
o Canadá (primeiro lugar) e a França (segundo lugar). Estima-se em
torno de cinco milhões os descendentes de libaneses no Brasil, sem
contar as outras etnias árabes. Não se pode esquecer o aspecto
miscigenação, pois, desde a época do descobrimento, os mouros que
migraram desbravando os mares latinos para o Brasil cruzaram com negros e
índios.
As
"condições sustentáveis" que o Brasil possui, na dianteira das
potências econômicas, também lhe atribuem uma responsabilidade para com
os povos em guerra. Temos o dever de dividir o pão, a água e o paraíso
com os que sofrem o inferno por não tê-los, numa verdadeira missão de
paz. Se Dilma compreender essa linha tênue entre o poder e a
generosidade, com certeza será abençoada e recompensada por toda essa
responsabilidade que significa governar o maior e mais complexo país da
América Latina e do Caribe.
Oykosmiguel: Qual a concepção que você tem de Deus?
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