Acre
desmatou nos últimos 12 anos o equivalente a mais de 52 mil campos de
futebol. Desmatamento foi maior na gestão do atual Relator do Código
Florestal, ex-governador Jorge Viana, quando o Acre devastou 4.645 km2
de floresta, segundo dados do Inpe
Relator do novo Código Florestal, projeto que traz um conjunto de regras sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, o senador Jorge Viana relata na teoria o que nunca fez na prática.
É o que se pode concluir de um levantamento recém- divulgado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), respeitada instituição que divulga dados e levantamentos a partir de estudos científicos.
De acordo com dados do Instituto, nos últimos 12 anos, de 2000 a 2011, o Acre desmatou 5.789 km2 de floresta, sendo que o maior pico de desmate ocorreu exatamente durante os anos em que o atual Relator do Código Florestal, ex-governador do Acre, Jorge Viana, administrou o estado.
Até 2006, último ano de governo do petista foram desmatados no Acre 4.645 km2 de floresta.
Em seu último ano de governo foram desmatados 398 km2 de floresta. Um ano depois, no governo de seu sucessor, o do professor Binho Marques, o índice de desmate teve uma queda significativa. Caiu para 184 km2.
Outros detalhes merecem ser observados, antes que alguém diga que o índice não merece comparação, já que Jorge Viana permaneceu durante oito anos no governo, Binho Marques quatro, e Sebastião Viana dois. Portanto oito contra seis anos de governo.
Por isso, ac24horas resolveu comparar os cinco primeiros anos dos dados do Inpe, referentes ao período em que Jorge Viana governou o Acre, e concluiu: com Jorge Viana houve um desmate de 3.655 km2, contra 1.144 km2 de floresta derrubada, nos quatro anos do governo de Binho Marques e um de Sebastião Viana.
No ano passado foram desmatados, segundo o Inpe, 280 km2 de floresta. Em toda Amazonia Legal, em 2011 foram 6.418 km2.
Jorge Viana foi eleito governador do Acre em 1998 e assumiu em janeiro de 1999, com a bandeira da sustentabilidade e do conhecido conceito de florestania, que seria a cidadania do homem da floresta na floresta.
Pregada durante anos, a florestania caiu por terra durante o governo de seu irmão, o médico Sebastião Viana, quando ele assumiu o governo no começo de 2011, pregando um Acre industrializado.
Engenheiro florestal formado pela Universidade de Brasília, Jorge Viana sempre usou como bandeira teórica política a floresta e suas riquezas. Seu governo foi o “governo da floresta” e também foi ele quem criou a secretaria de florestas.
Usou a imagem do maior ícone defensor da Amazônia, Chico Mendes, Brasil afora e pelo mundo, e com isso conseguiu elevados empréstimos em instituições que apostam na sustentabilidade.
Com suas pregações florestais galgou destaques, e eleito senador em 2010, após assumir em 2011, logo foi escolhido para a relatoria de uma das mais importantes matérias do Congresso nos últimos anos, o novo Código Florestal.
A posição deu ao senador acreano direito de falar pelo projeto na grande mídia, refutar declarações contra o Código e discursar em um dos workshops da Rio Mais 20, este ano, sobre o tema Código Florestal. Discursos que na prática não foram cumpridos quando o engenheiro florestal teve o poder no Acre de impedir que o equivalente a mais de 52 mil campos de futebol fossem devastados, em 12 anos, na terra de Chico Mendes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário