terça-feira, 17 de maio de 2011

Alemães vão investir em energia solar no Brasil


 É preocupante e vergonhoso para nós mas...

O foco é a Copa do Mundo de futebol de 2014, com estádios e aeroportos solares, mas não só. Chih não dá detalhes da operação, mas compara com linhas similares que têm 12 anos de prazo para pagar (incluindo três de carência) e "juros interessantes". OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atuará junto ao KfW.
"Ainda não fechamos o programa para a Copa Solar 2014", ressaltou. "Mas pretendemos atingir todas as cidades da Copa e ir além disso." Chih é o gerente principal de projetos da divisão de infraestrutura econômica e setor financeiro para América Latina e Caribe do KfW, uma espécie de BNDES alemão. O banco está financiando ou planeja financiar estudos de viabilidade dos estádios solares doMineirão (em Belo Horizonte), Fortaleza, Manaus e Brasília, com recursos a fundo perdido. A Alemanha é reconhecida pela dianteira na tecnologia solar e o mercado brasileiro, praticamente inexplorado, é muito atraente. KfW e BNDES estão juntos, adiantou, para que uma indústria de energia solar se estabeleça no Brasil.
"O Brasil tem a oportunidade de colocar energia solar em todos os estádios da Copa", disse Ricardo Rühter, diretor-técnico do Instituto Ideal, criado em 2007, emFlorianópolis, com o objetivo de promover energias limpas no Brasil e na América Latina. O projeto "Minas Solar 2014", da Cemig, é uma das vitrines do setor para dar mais visibilidade à tecnologia.
Alexandre Heringer Lisboa, da Cemig, conta a experiência do estádio do Mineirão, que deve colocar painéis solares no teto. Depois, a intenção é vender a energia ao consórcio de empresas que irá gerir o estádio.
O mercado brasileiro de energia solar é incipiente, produzindo talvez 2 MW anuais em projetos-pilotos. Uma das estratégias para estimular o setor seria criar uma demanda estável para os projetos de energia fotovoltaica e assim atrair fornecedores internacionais. Outra, ter prazos compatíveis com a vida útil dos equipamentos para pagar linhas de crédito disponíveis, disse Antonio Carlos Tovar, chefe do departamento de energias alternativas do BNDES. Já existe uma diferença no spread de financiamento de energias sujas e de opções mais limpas. O spread básico para projetos de hidrelétricas é 0,9 ponto percentual com 16 a 20 anos de prazo de amortização, enquanto para térmicas de carvão e óleo é 1,8 ponto percentual e o prazo cai para 14 anos.
A iniciativa com os estádios solares extrapola os eleitos para sediar jogos da Copa. O estádio do Pituaçu, em Salvador, não sediará jogos da Copa, mas deve instalar 400 Kw em energia solar.

Daniela Chiarette, jornal Valor

Comentário de Ivo Poletto:
Para nossa vergonha, uma vez mais são alemães os que vêm promover a produção de energia elétria solar, interessados, sem dúvida, na exportação de sua tecnologias, incluindo o Brasil no mercado mundial da energia limpa.

Por que, meu Deus, não conseguimos ser inteligentes e levar nosso governo a fazer o mesmo que eles: promover nossas tecnologias, fabricar aqui os componentes, com preços menores, usando nossa matéria-prima, usando de forma inteligente nosso BNDES?

Não se diga que não temos tecnologias, por favor. A PUC/RS está só dependendo de recuros e garantia de mercado para industrializar tanto as células fotovoltaicas quanto os painéis para produção de energia solar, pois a teconolgia já está patenteada, já passou por testes pré-industriais, que comprovaram produtividade e qualidade. A UNICAM já registrou tecnologia para produção do inversor, necessário para transformar a energia solar, que começa como corrente contínua, em corrente alternada e trifásica, para uso generalizado. E deve haver outras tecnologias por aí, desconhecidas pelo governo por causa de sua submissão aos grupos que controlam a mercadoria hidroeletricidade...

Se a energia solar for promovida de forma descentralizada, em cada casa, em cada comunidade, jogando na rede nacional o que não for consumido pelas pequenas usinas caseiras, certamente o preço tenderá a cair e a Terra agradecerá. Mas, para isso, será preciso mudar a política energética nacional.

Abraços

Ivo Poletto

Um comentário:

  1. Toda e qualquer iniciativa para disseminar a energia solar no Brasil deve ser encarada como positiva mas é muitissimo pouco pensar que os projetos dos estádios solares são suficientes para mudar uma cultura retrográda no Brasil de construir e pensar em obras gigantescas.

    Outra coisa importante é notar que se temos a participação dos alemães é ótimo diferente do que comentado pelo Ivo. Temos sim tecnologia na PUC-RS, na UNICAMP, na USP e em vários outros laboratórios do país agora é importante entender de uma vez por todas que a lógica da economia solar não exige que tenhamos a mentalidade de que precisamos produzir tudo aqui dentro, fechar o mercado nacional, etc.. lembremos que vivemos em uma unica sociedade mundial e que todos podem colaborar... eta mentalidade de ficar atrasando nosso desenvolvimento porque nao temos isto ou aquilo é coisa do colonia.. nós podemos usufruir de todos os beneficios da tecnologia solar já disponivel se tivermos uma politicas solar inteligente que crie um ambiente seguro para que pequenas empresas em todas as cidades utilizem desta fonte de energia atravé da geraçã odistribuida...

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