terça-feira, 31 de maio de 2011

Nota do Cimi Regional Rondônia

Militante do movimento social do campo é assassinado em Rondônia depois de denuncia de retirada ilegal de madeira


Nota do Cimi Regional Rondônia sobre o assassinato de Adelino Ramos, líder sindical do Movimento Camponês Corumbiara

Dentre os últimos acontecimento no estado do Pará de assassinatos a camponeses na defesa dos direitos à terra com propostas de alternativas agroflorestal, onde afirmam que é possível produzir, tirar o sustenta da terra em harmonia com a natureza (floresta amazônica),  em Rondônia foi assassinado Adelino Ramos, líder sindical do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), no dia 27 de maio pela manhã em Vista Alegre do Abunã/ região de Ponta de Abunã, município de Porto Velho.

Adelino Ramos, o “Dinho” como era chamado por todos, tornou-se conhecido por sua firmeza e postura política em defesa da floresta Amazônica. O mesmo foi um dos sobreviventes do massacre Corumbiara na década de noventa. Desde então, tornou-se liderança de frente do movimento camponês na região e ficou na mira dos latifundiários, assim como tantos outros que defenderam e defendem a terra como alternativa auto-sustentável para a geração presente e futura.

O compromisso dos camponeses na defesa dos direitos à terra, se junta à luta das populações tradicionais, entre elas os povos indígenas. Na região onde ocorreu o assassinato de Dinho há presença de povos em situação de isolamento e risco de extinção, além de ter território tradicional de povos indígenas.  

O sangue de Dinho derramado sobre o chão de Rondônia se soma ao sangue de tantas outras lideranças assassinadas pela defesa da terra e de seus territórios sagrados no caso de tantas lideranças indígenas vítimas da ganância dos poderosos, da grilagem em terras públicas e da impunidade que ainda prevalece no nosso país.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi-RO) manifesta sua solidariedade aos militantes do seu movimento, aos familiares e amigos de Dinho neste momento de dor e perda, mas também de fortalecimento da busca por justiça, bem como a certeza da continuidade da luta por alternativas existentes e  possíveis contrapondo os projetos desenvolvimentistas que ignoram as iniciativas do povo.

Porto Velho, 30 de maio de 2011

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