"A Funai, no Acre, é tutelada pelo governo do Estado que, por sua vez, trata com descaso os povos indígenas. Infelizmente alguns indígenas foram corrompido pelo dinheiro e ajudam o governo a fazer propaganda enquanto a realidade é de abandono." (Cacique Apolima-Arara)
"O governo ainda nem demarcou as terras indígenas e quer nos empurrar goela a baixo os Pagamentos por Serviços Ambientais e o REDD." (Ninawa Huni Kui)
Foi com essas palavras que o lider Francisco Siqueira Arara, cacique do povo Apolima-Arara justificou a presença na sede da Funai em Rio Branco de mais de 200 pessoas de dez povos indígenas (Nawa, Apolima-Arara, Jaminawa, Huinikui, Manchineri, Nukini, Apurinã, Jamamadi e Ashaninka)
Os indígenas, cansados de enviar documentos e esperar em vão por uma resposta da Funai , decidiram ir até a sede da instituição. Estranho e sinal de descaso, neste caso, é que ao invés da Funai ir até as comunidades,são as comunidades que precisam vir até a sede, em Rio Branco. Recentemente foi realizado um concurso para preencher algumas vagas na fundação, dentro que eles denominaram "reestruturação". Porém, os novos concursados por mais boa vontade que venham a ter, encontram-se travados e paralizados por causa da falta de orientação, recurso, apoio enfim, o que o Cacique Apolima-Arara chama de "tutela do governo do Estado sobre a Funai".
Mas, infelizmente a situação está ruim não só no aspecto das demarcações de terra e garantias de posse, de responsabilidade da Funai mas, também na área de saúde onde infelizmente já contamos 23 mortes por diarreia só na região do Purus (povos Hunikui e Madjá) e mais de 15 casos registrados de gripe H1N1 no povo Hunikui da região do Rio Envira, município de Feijó. Chama a atenção que todos esses casos são de prevenção e cura. No caso da H1N1 tem vacina, o que mostra claramente que o programa de vacinação dos povos indígenas é falho, muito falho. No caso das mortes por diarréia o descaso é ainda mais gritante. Como pode crianças, ainda hoje, morrerem nas aldeias indígenas do Acre de diarréia, uma doença facilmente curável?
Na área da Educação, praticamente todas as escolas estão abandonadas. Tanto os prédios quanto os professores e alunos. Além do abandono físico os indígenas reclamam da falta de acompanhamento pedagógico e da forma como vem sendo formados e preparados. Em fim, uma infinidade de problemas.
Enquanto isso, o governo do Estado se vale de farta propaganda para passar a "idéia virtual" de que tudo está bom para os povos indígenas. A seguir algumas fotos do acampamento.
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| Barraca de acampamento na Ufac |
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| Caminhada para a Funai |
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| Chegada à sede da Funai |
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| Em preparação para caminhada |
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| Chegada na sede da Funai |
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| Discussão sobre educvação na Ufac |
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| Caminhada para a Funai |
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