quinta-feira, 24 de maio de 2012

Em nota indígenas do Acre esclarecem seus objetivos e denunciam a omissão da Funai


Nota de esclarecimento
Rio Branco, 24 de maio 2012


            Nos, lideranças dos povos Huni Kui, Jaminawa, Manchineri, Apolima Arara, Nawa e Ashaninka do estado do Acre que vem  ocupando a sede da FUNAI em Rio Branco, solicitamos a solidariedade da sociedade acriana para nossa causa. 

            Uma delegação nossa foi em Brasília, onde denunciamos as violações dos nossos direitos, no que se refere à invasões das nossas terras, e os descasos de saúde e educação em nossas aldeias. Solicitamos providências da Funai, mas até agora não houve nenhum encaminhamento para resolver nossos problemas.
            Não vamos voltar para nossas comunidades sem garantias. Ocupamos a sede da FUNAI, porque queremos que ela cumpre com seu principal objetivo: “Exercer, em nome da União  a proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas”. Entretanto, atualmente a Funai está fazendo o contrário, nos ameaçando e privando dos nossos direitos. Os funcionários da instituição abandonaram o prédio, alegando que os impedimos de trabalhar. Agora querem nos retirar com força policial. Recebemos das mãos de um oficial de justiça um mandado de citação e intimação para desocupação do prédio. Se não podemos ficar na Funai onde ficaremos então?

Em resposta às acusações contra nos, esclarecemos:

  • Nos não somos invasores. Ao contrário, as nossas terras vem sendo invadidas.
  • Não estamos, em momento nenhum, pedindo cargos públicos para nos.
  • Não ameaçamos a vida de ninguém, as nossas é que são ameaçadas, como é o caso do cacique Francisco Jaminawa, que, juntamente com sua família está ameaçado de morte, por Fazendeiros
  • A ação de reintegração de posse foi solicitada pela FUNAI sem antes buscar o diálogo com nós.

Reafirmamos nossas principais exigências:

  • A imediata retomada dos processos de demarcação de nossas terras tradicionais por parte do Governo Federal
  • Denunciamos a situação de extremo abandono no atendimento à saúde por parte da secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e exigimos medidas emergências e estruturantes para melhorar o atendimento à saúde em nossas aldeias.
  • Um atendimento à educação de qualidade em nossas aldeias

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