Cerca de 40 lideranças de seis povos do Acre estão acampados,
desde o fim da tarde desta segunda-feira, 7, no prédio da Fundação
Nacional do Índio (Funai) em Brasília (DF).
Ocupação da Funai DF. Foto: Egon Heck |
Os indígenas afirmam que só sairão do local quando a presidenta do
órgão, Marta Azevedo, recebê-los em audiência para entrega de
reivindicações.
“Faz uma semana que estamos tentando uma agenda com ela e até o momento
a presidenta não reservou agenda para nos atender. Vamos ficar aqui
aguardando”, declara Ninawá Huni Kuĩ.
A liderança indígena que eles trazem “situações sérias” envolvendo os
povos do Acre, inclusive com risco de derramamento de sangue entre os Jaminawá
e invasores de terras, inclusive já demarcadas.
Foto Egon Heck |
“Fomos recebidos pelo MEC (Ministério da Educação), Secretaria de
Direitos Humanos, Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e a Funai não
quer conversar”, lamenta. Entre o final de 2011 e o início deste ano, mais de
24 crianças indígenas morreram de diarreia no Acre. Em Sena Madureira,
município às margens do rio Yacó, indígenas Jaminawá passaram a mendigar depois
de serem expulsos de suas terras por latifundiários - a fronteira agropecuária
de expande pela Amazônia.
Os indígenas mostram-se insatisfeitos com o cronograma para criação de
Grupos de Trabalho (GT) proposto pela Funai para a demarcação de terras no
Acre: 2015. Para eles, as terras prioritárias (com conflito) devem ser para
este ano e as demais até o final de 2013.
Pedem ainda segurança para lideranças indígenas ameaçadas, além da
efetivação das coordenações regionais do Juruá (aprovada, mas não instalada) e
do Purus, com sede em Rio Branco, mas inoperante.
“Vamos permanecer acampados na Funai. Em Rio Branco, a ocupação da
sede regional será retomada se a presidenta não nos receber”, afirma Ninawá.
O indígena explica que Marta Azevedo, conforme a secretaria da
Funai, estava em reunião no Ministério do Planejamento para tratar da
reforma do prédio da Funai. Com isso, não poderia atendê-los e enviou
representantes.
“É mais importante a estrutura de um prédio que caciques à beira da
morte, que indígenas morrendo e sendo ameaçados por fazendeiros? Queremos falar
com a presidenta”, questiona Ninawá.
Telefone para entrevistas: Ninawá - (68) 9995-7727. Cimi - (61)
9979-7272 / Cleber Buzatto Cimi
Jornalista - Cimi
Porantim
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