Uma
decisão judicial revertendo uma reintegração de posse e tendo como
beneficiária uma comunidade indígena, e, ademais, determinando que o
Estado brasileiro (através do órgão indigenista oficial) promova a
conclusão dos estudos para identificação e delimitação de uma terra
indígena é seguida de uma chuva de artigos em jornais, revistas e blogs,
que estão com ela diretamente relacionados. Em seu cerne, estes artigos
focam-se num ataque aos antropólogos que são os profissionais
responsáveis por tais tipos de estudos. Tal coincidência de fatos merece
uma devida contextualização e uma análise, que passaremos a delinear.
“No
que toca aos indígenas em especial a Veja tem exercitado com inteira
impunidade o direito de desinformar a opinião pública, realimentar
velhos estigmas e preconceitos, e inculcar argumentos de encomenda que
não resistem a qualquer exame ou discussão”.
As matérias mentirosas, caluniosas e carregadas de preconceito “não devem ser vistas como episódios isolados, mas como manifestações de um poder abusivo que pretende inviabilizar o cumprimento de direitos constitucionais, abafando as vozes das coletividades subalternizadas e cerceando o livre debate e a reflexão dos cidadãos”.
As matérias mentirosas, caluniosas e carregadas de preconceito “não devem ser vistas como episódios isolados, mas como manifestações de um poder abusivo que pretende inviabilizar o cumprimento de direitos constitucionais, abafando as vozes das coletividades subalternizadas e cerceando o livre debate e a reflexão dos cidadãos”.
João Pacheco de Oliveira, Coordenador da CAI, maio de 2010
O artigo expressa o ponto de vista da Associação Brasileira de Antropologia-ABA.
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