sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Tida como "inevitável", a exploração de petróleo colocará em risco as pessoas e o ecossistema do Parque Nacional da Serra do Divisor


Dada como inevitável, a exploração de petróleo e gás natural no Estado do Acre, no coração da Amazônia, dentro da maior área de preservação do Estado e também a área de maior biodiversidade, o Parque Nacional da Serra do Divisor, caso realmente ocorra, trará prejuízos inimagináveis e danos irreparáveis à fauna, flora, água e, principalmente às comunidades que vivem nessas áreas e próximas a elas, como é o caso das populações indígenas.

Sabedores disso e tentando minimizar a situação, sempre com o discurso de "exclarecer" a população, a empresa Georadar, que realizará os estudos sísmicos, convidou algumas lideranças indígenas do Vale do Juruá para um encontro lá na terra indígena dos Poyanawa, na Aldeia Barão. O encontro foi nos dias 05 e 06 deste mês de dezembro. Além de tecnicos da empresa, estiveram presentes representantes da Funai, do Ibama e da Assessoria Indígena do Estado do Acre.

Imagem ilustrativa retirada da internet
O encontro na verdade não serviu para retirar nenhuma dúvida, ao contrário, troxe mais. Além disso a possição da empresa e do Governo do Estado do Acre de que a exploração será inevitável, não deu margem alguma para os indígenas, contrários ao empreendimento por causa dos danos que sofrerão, se manifestarem e externarem suas posições e preocupações.

A única "garantia" que a empresa apresentou foi a de que serão respeitados 10 Km de área de amortização em relação as terras indígenas, sinalizando que não haverá exploração em terras indígenas. Vale lembra que a região do Juruá concentra a maior quantidade de povos indígenas no Estado do Acre e todos, em maior ou menor intensidade, sofrerão os efeitos negativos.

Embora a empresa, o governo e incaltos defensores dessa tragédia anunciada digam que os indígenas não serão afetados, uma simples pergunta desmascara essa inverdade: porque então a empresa Georadar realizou o encontro justamente em uma terra indígena? Isso por sí só já não caracteriza intervenção na vida da comunidade? e a inoperante Funai do Acre, porque permite esse tipo de evento sem questionar? Como pode uma empresa ligada ao setor petrolífero "vender" seu produto e suas idéias em uma terra indígena sem que o órgão de "proteção" aos índios se manifeste? Nos parece clara a conivência entre o governo, a empresa, o Ibama (ICMBio), a Funai...


Assim como por ocasião da alteração do horário do Estado do Acre a população não foi consultada, agora, em evento ainda mais grave, o governo repete a sua posição claramente em defesa de interesses econômicos de empresas privadas em detrimento do bem estar da população. Se a população, indígena e não indígena, não reagir agora, continuaremos sempre sendo o escabelo de ridículos tiranos.

2 comentários:

  1. O q eu tem é q se houvesse tal consulta, a gde maioria seria favorável à exploração INCLUSIVE dentro das terras indígenas. Outro ponto tb é q não como garantir de q a exploração mesmo fora das terras nãoa afete os igarapés e rios,e portanto a alimentação d eindígenas e não-indígenas. Abçs

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  2. A empresa não tem nada a ver com isso. Ela somente faz os estudos contratados em nome da Petrobras e da ANP.

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