domingo, 24 de fevereiro de 2013

A carne em que habitas


Israel Souza 

A tantos te deste amar,

Mesmo sem amor.

Há amor maior que o teu?

A tantos te entregaste,

Sem a ninguém possuir.

Há solidão maior que a tua?

Quantos te visitaram o íntimo

Sem ao menos te olhar aos olhos?

Quantos de ti se enojaram

Depois do sublime ou bizarro amor?

Quanto deles em ti ficou?

Quanto de ti neles ficou?

A carne em que habitas

Não é tua.

Para a dor que sentes

O mundo é dormente.

Embora grande, é tua.

Só tua.

Tua cruz é solidão

Sem Cireneu ao largo da via crucis.

Fonte: Insurgente Coletivo

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