O presidente da Assembléia Legislativa do Acre, Elson Santiago (PEN) e o vice-presidente Moisés Diniz (PC do B) defendem o fechamento da fronteira do Brasil com a Bolívia por causa da violência sofrida por presos brasileiros que cumprem pena naquele país.
Alguém precisa avisar aos nobres deputados que o Acre não é um país independente, tão pouco a Bolívia nos pertence.
Os Deputados acrianos deveriam estar preocupados é com o endividamento astronômico do Estado, aprovado por eles; com a situação de abandono das escolas, especialmente as indígenas; com a CPI da pedofilia que misteriosamente nunca foi concluída nem publicou nenhum relatório; com os buracos assassinos deixados pelo programa ruas do povo; com a construção da gigantesca favela a ser construída sobre o aquífero, denominada cinicamente de "cidade do povo"; com a falta de segurança que campeia e segue fazendo vítimas inocentes; com o sistema penitenciário do Estado, talvez tão cruel ou até mais que o boliviano; com o tráfico de drogas que destrói famílias e condena nossa juventude ao inferno já na terra; com o saque de nossas riquezas via projetos de manejo "insustentáveis", projetos de PSA - REDD e tantos outros que expoliam ainda mais as nossas comunidades rurais e ribeirinhas; com a insanidade da exploração de petróleo e gás, que destruirá natureza e prejudicará inúmeros povos tradicionais inclusive indígenas ainda sem contato; com a construção da via férrea que ligará Cruzeiro do Sul à Pucalpa, unicamente com o objetivo de gerar lucros para as empreiteiras e facilitar ainda mais o saque de nossas riquezas comuns; com as ameaças que inúmeras lideranças camponesas veem sofrendo nestes últimos tempos inclusive uma série de invasões à sede da CPT regional; com o caos em que se encontra nossa saúde pública, especialmente com os desmandos na saúde indígena...
São tantas coisas que realmente a Assembléia Legislativa deveria estar se preocupando e fazendo que não é possível numerá-las aqui. Então, que tal deixar a questão dos presos na Bolívia para o Itamaraty, para o Governo Federal ?
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