quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

É o fim


O governo do Acre assinou o decreto nº 5.288 que cria a comissão interinstitucional para elaborar o plano de carreira dos Agentes Agroflorestais Indígenas. A comissão será composta por nada mais nada menos que: representes da Assessoria de Assuntos Indígenas, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Secretaria de Estado de Educação (SEE), Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Procuradoria Geral do Estado do Acre (PGE), Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC), Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/Acre), Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) e Fundação Nacional do Índio (Funai).


Chamo a atenção para a composição da comissão, especialmente para a presença do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais. Porque?


Porque o que o governo e suas ONGs querem na verdade é acesso irrestrito aos meios naturais comuns para levar a cabo o processo de financeirização da natureza por meio da implantação de projetos de PSA, REDD e todos os meios que possam garantir essa mercantilização da natureza. Dessa forma, as empresas poluidoras do planeta e financiadoras de governos e ONGs, poderão continuar poluindo enquanto nós, inclusive e principalmente os povos indígenas, continuaremos pagando a conta.

A regulamentação da carreira de agentes agroflorestais é justa e necessária. Porem, deve seguir o ritual de regulamentação de qualquer carreira. A questão é trabalhista e não ambiental, como quer fazer crer o governo. Portanto, a regulamentação não pode passar por secretarias e órgãos ambientais, tão pouco por ONGs. É caso de secretarias de administração e finanças e secretarias de RH e trabalhistas.

O projeto do capitalismo verde é macabro e se não tomarmos cuidado nos roubarão até o direito de respirarmos. Teremos que pagar para respirar. Teremos que pagar para as empresas para termos o direito à vida. 

É o fim!

Sugiro que assistam o vídeo "levante indígena" produzido em Pernambuco por Marquinhos, cacique Xucuru e Ângelo Bueno do Cimi.

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