Os coordenadores das Pastorais Sociais da Diocese de Santarém, reunidos em assembleia no dia 2 de Junho de 2011 Vêm mais uma vez, através desta carta aberta, manifestar sua solidariedade à luta da Prelazia do Xingu e de todo o povo do Xingu na defesa da vida e cultura dos povos da região e de seus rios e matas.
Estamos conscientes que o projeto de Belo Monte não tem viabilidade social e ambiental, tem altos custos financeiros e mesmo assim o governo se fecha ao diálogo com os povos do Xingu e se mostra intransigente na manutenção de projeto tão nefasto.
Lamentamos que os direitos das populações locais não estejam sendo respeitados e o governo atue de forma autoritária e antidemocrática. Isso transparece da forma como reiteradas vezes o Ministério Público se tem manifestado contra o projeto e a falta de estudos sociais e ambientais.
Reconhecemos que a construção da usina de Belo Monte atingirá os territórios indígenas demarcados e homologados e áreas de conservação ambiental. A usina concorrerá para a extinção dos povos indígenas do Xingu, bem como a extinção de uma multiplicidade de formas de vida existentes nas áreas de proteção ambiental, únicas no mundo.
Diante de todas as violências praticadas contra os povos do Xingu, colocamo-nos ao lado destes povos e da Igreja do Xingu, e reafirmamos nosso posicionamento contrário às hidrelétricas de Belo Monte, Tapajós e tantos outros projetos do governo, que atingem os povos da Amazônia e os condenam a uma morte física e cultural.
Lembramos que a atual ordem económica promovida pelo próprio governo, onde só os interesses particulares prevalecem, gera a morte, a injustiça social e ambiental.
Lembramos que o lucro e a cobiça de alguns destrói o planeta e a vida da grande maioria.
Lembramos que, como nos ensina a doutrina social da Igreja, as pessoas e a natureza devem estar acima do lucro e da tecnologia.
COM TODOS OS POVOS DA AMAZÔNIA GRITAMOS: QUEREMOS OS RIOS VIVOS PARA AS PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES! EM PRIMEIRO LUGAR A VIDA!
Santarém, 10 de Junho de 2011
Precisamos agir e reagir. Não pretendo que este blog se transforme em obtuário.
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