segunda-feira, 6 de junho de 2011

Mais um assentado é morto no Pará, em Eldorado do Carajás

Roberto Maltchik e Fábio Fabrini
 
BRASÍLIA e MARABÁ (PA) - Mais um trabalhador rural foi morto no Pará, em meio à onda de assassinatos registrados no estado nas últimas semanas. De acordo com informações da Polícia Civil, o trabalhador rural Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi morto a tiros numa emboscada em uma estrada vicinal, em Eldorado do Carajás, mesma cidade onde ocorreu, em 1996, o massacre de 19 sem-terra. O crime ocorreu na quarta-feira, mas só foi informado nesta quinta à Polícia Civil do Pará. 

De acordo com testemunhas, o agricultor levou um tiro no abdômen enquanto construía uma ponte, nas redondezas do acampanhamento Nova Sapucaia, onde morava com a família. Mais tarde, depois de receber socorro, homens armados teriam abordado o veículo no qual a vítima, ferida, era transportada. Na segunda emboscada, os acompanhantes teriam sido orientados pelos assassinos a deixar o homem ferido e retornar para o acampamento. Em seguida, ainda de acordo com os primeiros relatos, Marcos teve a orelha arrancada e quase foi degolado.
Eldorado fica no sudeste do Pará, na mesma região de Nova Ipixuna, onde o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi morto em 24 de maio.
A Polícia Civil está no local e ainda não se pronunciou oficialmente sobre as investigações. O corpo deverá ser removido para Marabá. 

Nas últimas semanas, quatro ativistas que atuam na Amazônia foram mortos e o governo chegou a reconhecer, na terça-feira, não ter instrumentos e condições para garantir a segurança de todos os líderes que correm risco. 

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) elaborou uma lista de ameaçados que correm risco de vida. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou ser necessário fazer uma triagem na relação da entidade e escolher quais são os prioritários entre os mais ameaçados.

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