quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Funai tenta impedir que famílias indígenas se protejam de alagação no Amônia

Por meio de um telefonema, agora há pouco, o cacique Francisco Siqueira, do povo Apolima-Arara, foi informado pela coordenação da Funai em Rio Branco, Srª  Maria Evanizi do Nascimento dos Santos, que um grupo de 17 famílias daquele povo não poderá se mudar, dentro da própria terra, para fugirem da alagação que as está ameaçando. O Rio Amônia está subindo rapidamente e os indígenas temem por suas vidas.

Em 2008, durante a alagação, o povo Apolima-Arara perdeu tudo, roças, animais criados em cativeiro como galinhas e patos, roupas, casas e estoques de alimentos. Para evitar que a situação se repita, um grupo de 17 famílias que ainda mora na parte baixa da teraa indígena, decidiu se mudar para uma parte mais alta, sendo impedido pela Funai.

Alagação do Amônia em Thaumaturgo em 2008
Os indígenas acreditam que a medida tomada pela Funai tem haver com possível acordo entre a Funai e o ICMBio já que este último ainda não quer admitir que a terra pertence aos indígenas, mesmo depois de ter perdido na justiça.

A terra indígena dos Apolima-Arara foi a única a ser demarcada nos últimos 13 anos e só o foi porque a justiça determinou que a funai a demarcasse. Mesmo sendo obrigada a demarcar a terra, a Funai do Acre nunca deixou de dar rasão aos invasores, principalmente os ligados à Reserva Extrativista do Alto Juruá.

Esperamos que a Funai volte atrás já que não pode impedir que os indígenas se mudem dentro seu próprio território. Caso contrário, já disseram os indígenas, "vamos nos mudar à força para defender nossas vidas". Estranho é que a atual coordenadora (antiga administradora) nunca foi à terra indígena se quer para visitar, mas se vê no direito de sacrificar o povo sem nenhuma justificativa plausível. 

A Funai Acre é inoperante e, quando se pronuncia, é contra os interesses dos povos indígenas, ou prefere se omitir.

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