sábado, 21 de janeiro de 2012

Isso sim, é infanticídio, Deputado Henrique

Desde 2007  o  PLC 1.057/07, de autoria do Deputado Federal Henrique Afonso, que era do PT e agora está no PV do Acre, paira sobre nossas cabeças como uma ameaça, crimininalisação dos indígenas e forte carga de preconceito e racismo. O projeto em questão é o que afirma haver uma prática criminosa entre os índios, "o infanticídio".

O projeto de lei foi assumido pela bancada evangélica, já que Henrique Afonso é da igreja Presbiteriana, e, principalmente financiado pelas igrejas protestantes que até criaram uma ONG a que chamam de Atini, que supostamente cuidaria de crianças vítimas (salvas) do infanticídio.

Na visão dos defensores do projeto os indígenas são desumanos e criminosos, responsáveis pela barbarie em que se encontra nossa sociedade. Com base nessa mentira, os ditos "religiosos" se veem livres para praticar, aí sim, livremente seu crime de racismo e preconceito contra os povos indígenas.

Agora é a hora do nobre Deputado e sua ONG realmente fazerem alguma coisa pela vida das crianças indígenas do Estado do Acre, pelo qual ele se elegeu, provavelmente até com votos de indígenas. Hoje, Deputado, chegaram mais três crianças indígenas vindas do Alto Rio Purus, uma em estado gravíssimo. às 20:00 horas de ontem, fui acordado pelo telefone onde uma liderança indígena me pedia ajuda para localizar o corpo de "mais uma", apenas mais uma, vítima do abandono do governo brasileiro, e que deveria (o corpo) ter sido levado para a CASAI mas até hoje pela manhã ainda não havia chegado.

Agora já são 17 (dezessete) mortes, só as que foram registradas e são de nosso conhecimento. E os Senhores ainda querem acusar os povos indígenas? Desafio o Deputado Henrique, ou qualquer um, a mostrar um único povo que pratique o tal infanticídio aqui no Acre.

Todos nós sabemos quem realmente é infanticida, etnocida, genocida...

E o silêncio covarde, senhores, donos do poder, não vai sarar as feridas de inúmeras mães que já viram e continuam vendo seus filhos roubados pela morte prematura alimentada (a morte) pelos Senhores e seus verdes dólares manchados com o vermelho do sangue de tantos indígenas, crianças indígenas.

Um comentário:

  1. Queridos Amigos:

    Quero matar uma “Vaca Sagrada”, o chamado “infanticidio”.

    Certamente o tema atrapalha as tentativas de conseguir mais compreensão e aprovação para a cultura indígena entre os Não-Indios. Mal conseguiram simpatias, uns teimosos acharam nisso um novo pretexto, para etiquetar o índio e sua cultura como cruel e implacável.

    Eu vejo no tema e no jeito como é tratado por políticos e jornalistas mera hiprocricia, pois o próprio Homem Branca practica infanticídio:

    - A forma mais comum chama-se “Aborto”. Uma diferênça é, que é praticado numa sala de cirurgia. Outra, que o Homem (Mulher) Branco não apenas mata fetos, que iam crescer doentes senão outros, perfeitamente saudáveis, pelo único motivo, que não as ama o suficiente, para criâ-los, caso que nascessem. Isso nenhuma das tribos indigenas jamais faria. As Mulheres Brancas defendem tais praticas ainda como seu “Sagrado Direito” (“A minha barriga pertence a mim!”, o que dizem).
    - Mas existem outras formas tambem: não deixar viver uma pessoa é o mesmo como matâ-la, talvez ainda mais cruel, pois ela continua sofrendo.
    * Onde uma criança, no Mundo Branco, pode brincar ?
    Na rua ? Vem um carro e a atropela e mata !
    * Quando eu era jovem, bastava escolarizar uma criança com 7 anos. Não me fez mal: sei ler e escrever muito bem, estudei na universidade e fiz o doutor com alta nota.Nos anos antes a criança tinha plena liberdade, para brincar.
    Hoje, o pre-escolar é obrigatório. Recomenda-se, mais cedo ainda o pre-pre-escolar. Ja tem tentativas sérias, de escolarizar numa especie de “pre-pre-pre” com apenas 2 anos de idade. Onde ficará a Infância Branca ?
    * Outros Não-Indios praticam pedofilia, entregam seus filhos a prostituição, ao crime e às drogas: uma agonia lenta, tão lenta, que nenhum índio (a não ser, que sua tribo estiver sob influência do Homem Branco, do qual tiver apreendido tais coisas) seria cruel o suficiente, para fazer isso.
    Acabar com a prática do infanticidio nas aldeias UNICAMENTE compete ao proprio índio e não a uns autodeclarados guardiões da moral Brancos. Jesus Cristo disse: “Quem estiver sem pecado, jogue a primeira pedra!” e tambem “Não critiques a palha no olho do teu próximo, se tiveres uma trava no teu proprio!”
    Por outro lado, se o indio conseguir resolver esse problema, demostraria CLARA superioridade moral ao Homem Branco na questâo, como tratar os filhos.
    Espero, que esse comentário dê ánimo a dar cara sem preconceitos a esse problema, que já mancha os manchetes dos jornais e ate ocupa o parlamento brasileiro, criando polêmica contra o índio, desmerecidamente !

    Abraço: Toivo Willmann

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