O péssimo hábito de
ficar pegando dinheiro emprestado aos bancos internacionais, tem colocado o
governo do Acre em situação absolutamente complicada. E o governo do Acre nos
tem repassado a dívida. Todos nós sabemos que bancos não fazem doações, eles
emprestam e cobram com juros absurdamente elevados.
Sempre que o governo
toma dinheiro emprestado ele dá alguma coisa como garantia. No caso do Acre a “garantia”
são os recursos naturais presentes nas áreas ainda protegidas e nas terras
indígenas. É por isso que a cobiça sobre essas regiões é tamanha. Os famigerados
planos de manejo precisam ser mantidos para que o governo honre pelo menos
parte dos acordos firmados com os bancos.
Mas o pior ainda está por vir. O Governo do Acre
firmou acordo com o Governo da Califórnia onde compromete a nossa autonomia
sobre nosso solo por meio dos controles internacionais exigidos a partir dos
contratos de REDD. Em entrevista à Clima e Floresta sobre a lei de Incentivos
aos serviços ambientais, lei Estadual nº 2.308/2010 Eufran
Amaral, diretor
presidente do Instituto de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais do Acre
(IMC), diz: “esta é uma legislação pioneira e que representa a visão de
mundo e de futuro que orienta a sociedade acreana”
A visão de futuro
prevista na lei SISA (lei 2.308/10) é de total comprometimento de nossos
recursos ambientais presentes no ar, por meio dos projetos de REDD, no solo,
por meio de manejos florestais e agronegócio e no subsolo, especialmente
através da exploração de petróleo e gás natural. O pior é que o governo diz
sempre que conversou com a população.
Para que tenhamos uma
idéia do que isso significa, estimama-se que ainda em 2015 o Estado do Acre já
estará devendo mais de R$ 7 bilhões. A questão que se põe é a de para onde está
indo este dinheiro todo já que a assistência à população tem se mantido a
mesma. A dívida pública acreana é espantosa e muitos analistas a consideram
impagável.
Agora, meu caro leitor,
estamos entendendo melhor a visão de futuro que nossos administradores tem.
Portanto, muito cuidado quando ouvir pessoas defendendo os mecanismos de
incentivos a pagamentos por serviços ambientais, especialmente os de REDD.
Muito cuidado quando ouvir pessoas defendendo projetos supostamente ligados à
geração de energia como as hidrelétricas e principalmente a exploração de
petróleo num sistema altamente frágil, como a floresta amazônica. O que
realmente está por trás disso é a negociata com nossos bens comuns.
Não podemos aceitar que
uns poucos fiquem com aquilo que é de todos. Digamos, pois, um não aos
mecanismos de REDD, às hidrelétricas e à exploração de petróleo no acre.
“Estão fazendo empréstimos com nossos
cartões” e isso é inadmissível!
A idéia é escrever aqui
neste simples espaço, de maneira igualmente simples, o que realmente está por
trás de todo este discurso da economia verde. Fique atento!
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